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por falcao, em 29.10.05
O PAVILHÃO DOS DESPORTOS

Quando o Pavilhão dos Desportos de Lisboa foi construído a cidade não tinha infra-estruturas de grande dimensão para a prática desportiva. O Pavilhão, mais tarde baptizado de «Carlos Lopes», foi o local dos grandes jogos de hóquei e de muitas disputas entre colectividades e clubes populares. A utilização do Pavilhão Carlos Lopes para espectáculos começa de uma forma mais sistemática nos anos 70, antes ainda do 25 de Abril . Logo a seguir ele tornou-se no ponto obrigatório de comícios e congressos partidários e no palco do culminar de campanhas eleitorais. Isto até ter ficado impossível de utilizar, que é a situação em que agora se encontra.

Devido à forma como foi concebido e aos materiais de contrução utilizados, o Pavilhão sempre teve má acústica (péssima, de facto), e em função da época em que foi feito apresenta graves problemas estruturais. Actualmente o Pavilhão, para além de estar em ruína porque desde há décadas não lhe é feita uma conservação eficaz (na realidade há risco de utilização por causa do estado em que está o tecto), não tem o mínimo de condições de comodidade, nem condições técnicas e de segurança. As bancadas não têm cadeiras, não há ventilação nem aquecimento e muito menos ar condicionado, a instalação eléctrica é insuficiente segundo os padrões actuais, os camarins/cabinas/vestiários são obsoletos, o sistema de incêndios é de anedota, o tecto técnico é inexistente. Além disso foi construído numa época em que não se pensava que uma sala destas poderia ter utilizações diversas e a sua própria estrutura dificulta qualquer recuperação séria segundo padrões contemporâneos – a começar pelo problema das colunas que destroem a visibilidade e dificultam a operação do espaço. Em suma, como está, não serve para nada.

Por outro lado a infraestrutura de equipamentos desportivos da cidade evoluíu. Com os novos estádios construíram-se novos pavilhões bem equipados e o Pavilhão Atlântico é hoje a sala de referência equivalente ao que o Carlos Lopes foi há 30 anos. Por isso acho que faz sentido pensar numa utilização não desportiva para o local. Sentimentalismos à parte, a estrutura tem de facto pouco interesse do ponto de vista arquitectónico e mesmo uns azulejos decorativos que posssui podem ser salvaguardados num outro contexto. Pensemos pois que o local pode – e deve - ser utilizado para outra coisa.

Retomemos agora o tema de uma obra arquitectónica emblemática, que seja parte da linha de horizonte de Lisboa, e que possa ser a alternativa de imagem aos planos actuais para o Parque Mayer. Querem melhor local que o alto do Parque Eduardo VII? Bem dotado de acessos e com área e possibilidade de estacionamento, qualquer obra que ali se faça pode contribuir para dar nova dinâmica à cidade, em local de grande visibilidade e comodidade.

A questão das valências, que deve ser bem estudada, pode ter em conta a necessidade de uma estrutura que possa acolher música, conferências, reuniões; ou, em alternativa, que possa por exemplo alojar uma orquestra como a Metropolitana (que assim poderia deixar livre o local onde está, na Junqueira); ou, então, que possa ser o local de eleição para a instalação de um novo Museu, a grande sala de exposições da capital, onde alguma grande colecção possa encontrar o seu destino: já imaginaram ali um espaço como a Tate Modern? Em qualquer caso, a estrutura pode e deve prever equipamentos que permitam ser o ponto central de animação da Feira do Livro, em vez das estruturas provisórias que se vêm construindo há anos e que já consumiram, tudo incluído, cerca de dois milhões de euros, absolutamente a fundo perdido.

No fundo é uma questão de contas: como está, o Pavilhão não serve para nada. Para o remodelar, não faz sentido manter nem a estrutura, nem a finalidade desportiva face à oferta entretanto surgida e à que há-de desenvolver-se a nível de freguesias e clubes. Por isso é importante pensar no assunto agora, sem preconceitos e, sobretudo, de forma integrada: esta é uma peça da construção da cidade; temos que ver como se encaixa e relaciona com outras, para que cada uma fique com uma função diferente, complementar e útil.

BANDA SONORA - Ouvir um disco que não se conhecia a pensar em alguém é um bom exercício. O disco ideal para esta circunstância é «The Pyramid Sessions», por Rocky Marsiano, com o jazz e o hip-hop por base de trabalho deste português, que também usa o nome D-Mars. Deliciosamente provocador. CD Loop Records.


BACK TO BASICS – Não ter ideias feitas, aceitar mudar, ouvir os outros, pensar: provavelmente é o que faz mais falta a cada um de nós, em especial a todos os novos autarcas empossados ao longo desta semana.

PARA A SEMANA: O Cinema S. Jorge

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publicado às 02:23

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por falcao, em 23.10.05
O PARQUE MAYER

NO INÍCIO – Quando se começou a falar na recuperação do Parque Mayer e se falou do nome do arquitecto norte-americano Frank Gehry, convém recordar que o que estava em causa era construir uma envolvente para um Casino. Eu sempre achei que um Casino, ali, podia fazer sentido. Iria gerar um fluxo de públicos que alimentaria todo o novo Parque Mayer e que voltaria a dinamizar a Avenida da Liberdade, tornando-a simultaneamente mais divertida e segura à noite. Frank Gehry seria, através da imagem que se esperava criar, um argumento de marketing importante do local. Para a actividade que se esperava, era um investimento que fazia sentido.

A MUDANÇA – Quando no meio das confusões que se conhecem o Casino acabou por deixar de poder ser feito ali, a boa lógica e o bom senso mandavam que se voltasse a equacionar o assunto. Sem Casino a possibilidade de circulação de públicos seria infinitamente menor e o programa de ocupação de espaços anterior estava claramente desajustado. Por si só os novos equipamentos, por melhores que fossem, não teriam grande atracção e, muito provavelmente, seria um sugadouro de dinheiros manter tudo a funcionar. Sem Casino o Parque Mayer, perdoem-me a comparação, seria como um Centro Comercial sem salas de cinema e sem supermercado: perdia a âncora. Valia a pena pensar num plano B, que mantivesse o Capitólio e recuperasse o espaço, em sintonia com o Jardim Botânico.

A IMAGEM – Arquitectos como Gehry servem para criar ícones, são os cenógrafos das cidades, o pretexto para uma série de bilhetes postais. Com o Parque Mayer sem casino, para quê colocar o ícone num recanto escondido, atrás da avenida? – Esta é a pergunta a que vale a pena dar resposta, pensando nisto: se o objectivo é construir um ícone, que sirva de novo emblema a Lisboa, então porque não se coloca num local bem visível, obsessivamente visível e que altere a silhueta da cidade? Eu acho que é o que faz mais lógica e que existe um sítio ideal para isso, o local onde está o arruinado e já inútil Pavilhão dos Desportos, no Parque Eduardo VII. Esse será o tema da próxima semana.

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publicado às 13:15

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por falcao, em 23.10.05
O CENTRÃO

Quando num país se assiste à sucessão de problemas que existem e que, ao longo dos anos, continuamente se agravam tem que se pensar no que o Estado tem andado a fazer. Na saúde, na segurança, na justiça, na educação, o Estado português funciona mal. Mais: funciona abaixo daquilo que os contribuintes descontam. E é fundamental olhar para isto com realismo: a questão não tem a ver com os partidos que lideram o Governo, já que de facto a situação se tem vindo a agravar de forma mais ou menos constante.
A única coisa que parece funcionar é a obsessão em fazer obras públicas, que consomem fatias enormes do exaurido orçamento. Aí o programa dos dois maiores partidos tem diferenças de localização mas não de substância. O centrão, que engloba PS e PSD, converge na falta de gestão séria das prioridades, na falta de sensibilidade às pessoas, aos cidadãos, aos seus votantes.
Na realidade o Estado despreza a noção básica de serviço aos seus clientes, todos nós cidadãos anónimos que pagamos impostos e sustentamos a máquina. O Estado prefere servir um número restrito de representantes de interesses vários, do que parar por um momento para pensar como utilizar melhor o seu dinheiro.
Quando o orçamento não chega, nalgum lado tem que se cortar. Antes de começar a cortar nas pessoas e nos serviços que se lhes prestam, convém olhar para o que se gasta em projectos e estruturas que, se calhar, são dispensáveis numa fase como esta.
As verdadeiras reformas, as que surtirão efeito, são as que se fazem assim – a rever e cancelar projectos, a economizar num lado para se poder investir noutro. Se isto não for feito o Estado acaba por colapsar. E não me parece que no Centrão existam sinais de isto mudar. Ora isto dá que pensar: o sistema partidário, tal como o conhecemos, será capaz de ultrapassar a crise?

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publicado às 13:13

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por falcao, em 15.10.05
O FÓRUM LISBOA

OPOSIÇÃO – Na noite dos resultados eleitorais regista-se o contraste entre um Marques Mendes compostinho como sempre e um Rui Rio que foi o único a dizer o óbvio, sem rodeios, ao Primeiro Ministro: faz parte da Democracia que o Executivo não dificulte a vida aos autarcas eleitos que não são do partido do Governo e que lhes permita executar o seu programa sem entraves centralistas. Rui Rio, felizmente sempre politicamente incorrecto, revelou-se o verdadeiro líder da oposição ao fim da noite de Domingo.

MAQUIAVEL não teria feito melhor: de uma assentada João Soares, Manuel Maria Carrilho e Francisco Assis viram-se derrotados e o coordenador eleitoral autárquico do PS, Jorge Coelho, levou um puxão de orelhas no balanço final dos resultados. De uma assentada Sócrates colocou em posição de derrota as principais figuras da oposição interna no PS. Ainda vamos ver bons momentos neste episódio interno. Francisco Assis já saíu da Distrital e na candidatura de Mário Soares começou a confusão.

O FÓRUM LISBOA, antigo cinema Roma, é a sede da Assembleia Municipal. Ou seja, lá funcionam os serviços e lá decorrem os plenários. Isto quer dizer que a sala propriamente dita é ocupada pela Assembleia Municipal uma vez por semana, e apenas quando reúne, o que não acontece todo o ano. É escusado falar do potencial da sala: boa acústica (excelente, por sinal), boa lotação, boa localização, bons transportes, bom estacionamento. Acresce boas zonas de entrada no foyer a sugerir muitas possibilidades de intervenções complementares a espectáculos. Há cerca de dois anos, pela mão da EGEAC, o Fórum Roma iniciou um percurso de afirmação como uma sala alternativa no circuito da música contemporânea, estabelecendo uma lenta mas gratificante colaboração com promotores, num misto de programação própria e de sala de acolhimento de produções privadas. Criaram-se ciclos de programação, que chamaram ao local alguns dos melhores nomes da música portuguesa de diversos estilos e deu-se palco a uma série de nomes ímpares do panorama internacional – e aqui destaco apenas Lhasa para economia de palavras. Ao fim de dois anos e bastante esforço, de programação, produção e promoção, a sala tinha conquistado um lugar no roteiro musical de Lisboa, tinha criado um estilo e promovido uma marca e criado novos públicos. Tudo isto foi feito com um plano, foi concretizado com um investimento reduzido e num processo de parceria com promotores privados, sem intervencionismos nem dirigismos.

PARECIA um mundo quase perfeito até ao dia em que a Assembleia Municipal, pelo seu ainda Presidente, se insurgiu contra a gestão da EGEAC e contra a ocupação da sala por essa gente reles da música e de outras modernices e fez aprovar o seu regresso à formulação anterior. Convém agora recordar que antes disto, a sala era utilizada de forma avulsa, por quem a pedia junto dos respectivos serviços. Não havia identidade nem critério de programação, não havia a menor preocupação de utilizar racionalmente um equipamento comum. Havia uns favores a amigos, uma sucessão de jogos florais de variada ordem, de homenagens passadistas, sem lógica nem critério. E, nas mais das vezes sem utilidade nem gosto, apenas para auto-satisfação dos próprios que promoviam a iniciativa, sem criação de públicos nem de hábitos. Espera-se agora que com uma nova maioria na Assembleia Municipal a questão possa ser revista e que o futuro Vereador da Cultura dê ao assunto a atenção que ele merece.

DEFINIR a vocação de cada uma das salas e equipamentos culturais que a Câmara possui é aliás das primeiras coisas que devia ser feita pelas áreas competentes do novo executivo camarário – várias vezes ensaiada, essa definição nunca foi concretizada e por isso subsiste a maior confusão quanto à tipologia de utilização de cada um dos teatros e salas municipais. Há dois modelos em confronto: ou a Câmara garante ela própria toda a programação, ou se associa a privados que queiram utilizar o espaço dentro de situações normais de mercado, que estão absolutamente tipificadas. A Câmara já tem aliás salas demais – por isso é estranho ouvir falar em novas propostas como o Europa, que só vão replicar o funcionamento discricionário que era a marca do Fórum Roma até há dois anos atrás: entregar uma sala a uma Junta de Freguesia ou a um grupo de bondosos é torná-la um vazio caríssimo e não um núcleo agregador, um estimulador de novos públicos e um motor de mudança.

BACK TO BASICS – Antes de começar a fazer coisas novas, o melhor é olhar para o que está, definir o que se usa e o que faz falta.

PARA A SEMANA – O Parque Mayer.

BANDA SONORA – Sinfonia No. 4 de Mahler, interpretada por Renée Fleming e a Filarmónica de Berlim, dirigida por Claudio Abbado, edição Deutsche Grammophon, de 2005.

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publicado às 16:52

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por falcao, em 10.10.05
OBJECTIVO CUMPRIDO
Maria José Nogueira Pinto foi eleita. PSD e PP voltam a ter a possibilidade de formar uma maioria. E o PSD ganhou a maioria das freguesias da capital, o que quer dizer, conjugado com os outros resultados eleitorais, que a maioria da Assembleia Municipal também já não é de esquerda. Boa!

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publicado às 01:32

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por falcao, em 10.10.05
COLIGAÇÕES
As coligações de direita funcionam. Estas eleições obrigam a olhar de perto o que se passou. A vitória não foi só do PSD, foi também do PP. Vejam o que se passou, por exemplo, em Aveiro. A direita voltou a subir o número de câmaras. O retrato dos grandes centros urbanos mostra que alguma coisa está a mudar no país. É um tema que vale a pena seguir.

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publicado às 01:23

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por falcao, em 10.10.05
CONVINHA...
Que a direita usasse bem o poder, que pusesse as coisas a funcionar, que não fosse megalómana, que fosse urbana e moderna, que não fosse foleira e passadista. Será pedir demais?

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publicado às 00:26

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por falcao, em 10.10.05
DIREITA
A direita ganhou e a esquerda perdeu. O resto é conversa. Mesmo nos centros urbanos de grande dimensão, não foi a esquerda a ganhar. Isso é bom. Espero que façam bom uso do poder quer agora receberam dos eleitores.

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publicado às 00:07

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por falcao, em 09.10.05
MANUAL DO PRÍNCIPE
Manuel Maria Carrilho, João Soares e Francisco Assis perderam as eleições. Menos três para importunar Sócrates. Pelo caminho Jorge Coelho ficou em xeque, apesar de recusar a evidência da derrota. Assim se vê por onde vai o PS... Maquiavel não teria feito melhor.

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publicado às 23:08

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por falcao, em 09.10.05
ANTES DOS RESULTADOS
Os fins não justificam os meios

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publicado às 17:44

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