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ENTRE PROMESSAS & REPUTAÇÕES

por falcao, em 25.09.15

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REPUTAÇÃO - Não consigo deixar de olhar para o que se passou na Volkswagen e pensar nas semelhanças que este caso apresenta com a política e o exercício do poder. Passo a explicar: o Presidente de um dos maiores fabricantes automóveis prometeu aos seus accionistas que melhoraria a posição no mercado dos Estados Unidos. Engenheiro de formação, com fama de ser minucioso, veio-se agora a descobrir que durante a sua gestão a Volkswagen tinha encontrado forma de iludir, tecnologicamente , os testes das autoridades norte-americanas sobre a emissão de CO2. A Volkswagen era uma marca associada a valores como a confiança, a qualidade e, desde há uns anos, a uma política ambiental, criando até uma campanha publicitária em torno da série bluemotion, a bandeira ecológica do fabricante de automóveis. A descoberta da falsificação teve um efeito devastador. Embora tarde e apenas sob pressão, Martin Winterkorn, o presidente executivo da Volkswagen, demitiu-se. Não lhe restava outra alternativa: quebrou as garantias associadas ao valor da marca, mentiu aos consumidores, fez uma promessa que não cumpriu. Os efeitos foram devastadores para a marca, a nível de imagem e na capitalização bolsista. Passemos agora para a política: quantos líderes partidários fazem promessas irrealistas só para conseguirem recolher o apoio dos seus accionistas - os eleitores - nessa assembleia geral que é a escolha, pelo voto, entre os vários partidos? Quantos chegaram ao poder e iludiram expectativas, degradaram a imagem dos seus próprios partidos e provocaram um rombo nas finanças do Estado? E, quando tudo isto acontece, que é frequente, o que lhes acontece? - Nada, ou quase nada. Alguns são recompensados com cargos no estrangeiro, outros saltam da política para empresas que os querem como lobistas pelos contactos que possuem, mais do que pelas características de gestão que têm. Se estão a pensar que o mundo anda às avessas são capazes de ter razão. Um país não é uma empresa; mas às vezes era bom que os actos praticados tivessem consequências.

 

SEMANADA - Entre 2011 e 2014 emigraram 485 mil portugueses; a Arábia Saudita está a contratar médicos portugueses a 12 mil euros por mês; A GNR detectou já este ano 135.213 condutores em excesso de velocidade, um aumento de 10% em relação a igual período do ano passado; um décimo dos activos da PSP tem 55 anos ou mais; as multas por cobrar relativas a falta de bilhete nos transportes públicos atingiram 9,5 milhões de euros no primeiro semestre deste ano; na cadeia de Ponta Delgada há uma cela com 50 detidos, dois duches e duas sanitas; actualmente há mais de 14 332 detidos em todo o país, dos quais 11 848 estão condenados e os restantes estão em prisão preventiva; um detido custa ao estado 48 euros por dia; este ano já se registaram dez suicídios nas prisões; mais de 700 condutores são apanhados todos os dias com alcool em excesso; em Julho as poupanças em depósitos à ordem atingiram o valor recorde de 36.051 milhões de euros, cerca de 60% dos activos da Banca; em 2014 os portugueses gastaram 2,9 mil milhões de euros em compras online; a dívida pública portuguesa atingiu os 290 mil milhões de euros em Julho, um aumento de 1300 milhões face ao mês anterior; Catarina Martins, do Bloco de Esquerda, é a líder partidária que melhores audiências conseguiu nos debates realizados nos canais informativos do cabo; o seu debate com Paulo Portas foi o mais visto da série efectuada; Patti Smith deu um concerto de arromba em Lisboa e antes de subir ao palco quis ir visitar a casa museu Fernando Pessoa, poeta de que se confessou leitora há muitos anos; há 26 cursos do ensino superior a que nenhum aluno se candidatou; a pré campanha eleitoral já deu origem a 32 processos contra os media, uma delas, de Marinho Pinto, contra o humor.

 

ARCO DA VELHA - Apanho um taxi no aeroporto, dou a morada, é relativamente perto, no centro de Lisboa; o taxista começa a dar uma volta estranha, pergunto-lhe onde vai, diz que é para fugir ao trânsito e começa a levantar a voz e a perguntar se eu quero parar e sair. É isto que dá força à Uber.

 

FOLHEAR - Mário Assis Ferreira dirige a revista “Egoísta” desde que ela começou a ser editada há 15 anos. Foi graças ao seu apoio, através da Estoril-Sol, que o projecto ganhou pernas para andar e forma para ganhar os 70 prémios nacionais e internacionais que alcançou ao longo dos anos. A partir de um projecto gráfico de Henrique Cayatte e de um conceito editorial de Patrícia Reis, a “Egoísta” afirmou-se como uma revista única no panorama português, um espaço onde escritores, jornalistas, desenhadores, fotógrafos e artistas plásticos puderam mostrar o seu trabalho. Edição a edição Mário Assis Ferreira escrevia o que observava, e logo nas primeiras páginas reflectia sobre o que iríamos ver ao folhear cada número da Egoísta. São 60 textos pessoais, que o levaram a escrever sobre o juízo , a noite, o altruísmo, a cidade e a utopia, o amor, a fotografia, a publicidade e muitos outros temas. Agora essa escrita está reunida no livro “Egoísta Mas Não Só- textos de Mário Assis Ferreira”, editado pela Gradiva. No prefácio Guilherme de Oliveira Martins lembra que  “os textos que aqui se reunem constituem um desafio à reflexão para além das aparências” e sublinha que no caso de Mário Assis Ferreira  “é a procura do talento e do génio que animam a sua paixão pela vida e pela literatura”.

 

VER - É possível fazer uma banda desenhada em azulejo? Já se sabia que o azulejo permite contar uma história - o Palácio de Fronteira, por exemplo, tem salas que o demonstram. Em Lisboa há uma galeria que se dedica ao azulejo, convida artistas plásticos para usarem este suporte e os resultados são frequentemente surpreendentes. É a Galeria Ratton, Rua da Academia das Ciências 2C. Na semana passada inaugurou uma mostra de dois artistas: Andreas Stocklein, um dos habituais da Galeria, que aqui apresenta um trabalho inesperado e cativante; o outro é Pedro Proença, que foi quem me fez recordar das bandas desenhadas e do seu método narrativo. Sob o título comum “O Azulejo E A Palavra”, expõem-se diferentes visões do diálogo entre o suporte azulejo e a história que cada um conta. Os painéis de Pedro Proença, de 6, 8 ou 12 azulejos, são exemplos de uma explosão de observação e do prazer sentido em trabalhar um suporte de comunicação diferente. E são a grande, surpresa da série de exposições do Bairro das Artes 2015.

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Outras sugestões: em Lisboa  uma exposição de um artista em início de carreira, Jaime Welsh, na Galeria Alecrim 50, rua do mesmo nome; em Évora, no Palácio Cadaval, “Dá Licença?”, de Mauro Pinto; no Porto, Palácio dos Correios, exposição de João Penalva; em Braga, os Encontros da Imagem, que este ano assinalam a sua 25ª edição.

 

OUVIR - O australiano Robert Forster foi um dos fundadores dos Go Betweens e a sua carreira a solo deu-nos o maravilhoso  “The Evangelist”. Desde há sete anos que Forster não editava um disco de originais e entreteve-se a produzir discos alheios e a escrever sobre música - reuniu os escritos dispersos no livro “Ten Rules Of Rock ‘n’ Roll”. “Songs To Play”, já distribuído no mercado português é o seu novo trabalho, dez canções intrigantes e sedutoras. A voz de Forster não é propriamente um prodígio de harmonia, mas a forma como constrói as canções ultrapassa bem essa questão. “Learn To Burn”, a canção inicial, tem logo um aviso, que se aplica bem à maneira de cantar do autor: “you can miss details when you’re in a hurry.” Há aqui influências desde a bossa nova de “Love Is Where It Is” até aos Velvet Underground, em “Disaster In Motion”, com a sonoridade do orgão e a percussão a criarem o ambiente.  Mas o maior encanto do disco são as palavras acutilantes, as observações certeiras, os textos destas canções, marcantes e que nos fazem voltar a elas com prazer. Um belíssimo disco para ficar na prateleira dos que se repetem com maior frequência.

 

PROVAR - Habituei-me há muito a gostar do Castro Elias, o primeiro restaurante que Miguel Castro e Silva abriu quando veio para Lisboa, na Avenida Elias Garcia, do lado da Fundação Gulbenkian. Com o andar dos anos Miguel Castro e Silva foi abrindo outros espaços, mas foi sempre seguindo o que se passa neste seu primeiro marco lisboeta. Diogo Siqueira, desde há uns anos a olhar vigilantemente sobre o Castro Elias, tem sabido manter a qualidade e garantir o bom atendimento. Este verão a casa foi remodelada, algumas mexidelas na decoração, uma carta diferente mas com a mesma qualidade e a continuar a proporcionar a opção entre petiscar ou tomar uma refeição mais substancial. Em incursões recentes comprovei a qualidade dos peixinhos da horta, do arroz de fígado de patos com míscaros e também de um bacalhau à braz cremoso e saborosíssimo. As sugestões de vinhos do Diogo são sempre boas e de preço justo - desta vez foi um Dão Pedro Cancela. Para rematar é difícil não resistir àquela que é provavelmente a melhor tarte de laranja de Lisboa, um dos poucos doces que me entusiasmam. Avenida Elias Garcia 180, telefone 217 979 214.

 

DIXIT - “Se fôr preciso correr com Passos e Costa para os partidos se entenderem, que corram” - João de Deus Pinheiro, falando sobre a necessidade de uma maioria que viabilize reformas estruturais.

 

GOSTO - Do novo site de estatísticas para crianças, elaborado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, um trabalho exemplar que pode ser visto em www.pordatakids.pt

 

NÃO GOSTO - Que se gaste mais tempo nos canais de informação a discutir o Porto-Benfica do que a noticiar as eleições gregas.

 

BACK TO BASICS - Devemos sempre desconfiar de promessas mirabolantes - Theodore Parker.



 




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publicado às 14:00

CAMPANHA ELEITORAL OU RECREIO?

por falcao, em 18.09.15

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RECREIO - Começou a campanha eleitoral; os Gato Fedorento voltaram a fazer um programa; no Bairro dos Actores decorre a acção da nova versão do clássico “O Costa do Castelo”; o “Prós e Contras” está a ponderar dedicar uma das suas próximas emissões à luta livre; o modelo de debates e as suas audiências mostram como a legislação está completamente desajustada da realidade da evolução dos media; mais de um milhão de espectadores estiveram a ver séries e programas diversos no cabo à hora do debate e ignoraram soberanamente a disputa televisiva que provocou que o mesmo programa fosse transmitido em simultâneo nos canais generalistas -  e que foi a primeira experiência integral de unicidade na televisão portuguesa desde que há canais privados; o PS tem-se multiplicado em ataques aos jornalistas nesta campanha eleitoral cada vez que são colocadas perguntas incómodas a António Costa ou são debatidas questões que desagradam ao diretório do Largo do Rato; Sócrates tem sido omnipresente na campanha, desde opiniões emitidas até fotografias distribuídas, passando por documentos saídos do baú em hora conveniente e até a utilização de uma fotografia sua numa campanha publicitária de uma universidade brasileira; o facto de Catarina Martins ser até agora a figura-revelação da campanha eleitoral diz tudo sobre o estado da nação; o partido de Joana Amaral Dias prometeu “pôr tudo a nu”; o Livre queixa-se de não ser notícia; Jerónimo de Sousa apelou ao voto das mulheres; tudo indica que o dia a seguir às eleições vai ser uma grande dor de cabeça; não se vislumbra como pode surgir algum bom senso em questões como as pensões, a carga fiscal e os abusos do Fisco quando a coligação PAF e o PS fogem como o diabo da cruz de questões concretas; uma quota-parte importante da situação que atravessamos é da responsabilidade de uma Europa, de que não se fala na campanha, e que está a regressar em passo acelerado à situação pré-Schengen - ou seja, a desfazer-se.

 

SEMANADA - As instituições financeiras concederam mais de 2,77 mil milhões de euros em crédito ao consumo até Julho, um montante 500 milhões de euros acima do período homólogo do ano passado; os novos créditos para comprar carro, despesas com educação e saúde já duplicaram este ano as dívidas das famílias; a Segurança Social teve um excedente de 439 milhões de euros no primeiro semestre deste ano; a receita do imposto sobre o tabaco teve uma queda de 82 milhões de euros nos sete primeiros meses do ano; o militar da GNR que foi protagonista de um show de strip tease foi absolvido da acusação de uso indevido de fardamento e armamento de serviço no espectáculo; Manuel Maria Carrilho vai começar a ser julgado , acusado de violência doméstica; o Colégio Militar inaugurou uma camarata para raparigas;   em Lisboa abriram dois hotéis por mês desde Janeiro; o Algarve teve uma ocupação de 93,5% em Agosto; em Vila Real registou-se um morto que caíu, numa procissão, de um andor de dez metros de altura; na Moita registou-se um morto numa largada de toiros; Portugal está entre os países europeus onde as aulas começaram mais tarde; continua a aumentar o número número de acções que negoceiam abaixo de um euro na bolsa portuguesa; 33,3% dos 18 títulos que compõem o PSI-20 têm cotações de cêntimos e no PSI Geral o número de acções de baixo valor é de 51,1% do total.

 

ARCO DA VELHA - O PCP emitiu um comunicado que justifica a intervenção violenta de seguranças da Festa do Avante por estes terem detectado um homem envolvido em sexo oral com outro.“Disseram-me que não há camaradas paneleiros, enquanto me agrediam com força” - afirmou um dos envolvidos, espanhol, em entrevista ao “i”.

 

FOLHEAR - Nos últimos anos têm surgido uma série de revistas de viagens de um tipo diferente das que marcaram uma época , como a Condé Nast Traveller. Entre as novas estão publicações como a “Lost”, a “ernest”, a “Elsewhere” ou, noutra escala, o regresso da mítica “Holiday”, um ícone do final dos anos 50 e do início dos anos 60. Na realidade é possível contabilizar pelo menos umas 15 revistas deste género - a maioria com mais texto, uma espécie de retorno à literatura de viagens. Há quem diga que esta passagem do digital para o papel impresso é uma forma de evolução de uma geração de bloggers. Muitas das revistas publicam-se três ou quatro vezes por ano, algumas duas, semestralmente. Falam de um país, de regiões ou do mundo. O preço de capa pode chegar aos dez euros, é frequente que o desenho e ilustrações sejam mais utilizados que as fotografias produzidas que marcaram uma época. Grande parte destas novas publicações têm circulações modestas, foram lançadas com capitais próprios de editores independentes ou através de crowdfunding. Na realidade há uma nova vaga de revistas em papel, cuidadosamente editadas e impressas, criativamente paginadas, que se tornaram quase um produto de luxo, de prestígio, como que uma forma de imprensa artesanal muito cuidada. Eu, cá por mim gosto da ideia, tenho a tentação de imaginar uma revista assim por cá, a falar apenas de recantos escondidos de Portugal. No entretanto vou-me deliciando a ler a”Elsewhere - A Journal Of Place”, lançada este ano em Berlim.

 

VER - Martin Parr é um dos grandes fotógrafos contemporâneos, membro da Magnum, uma das mais prestigiadas agências de fotografia do mundo.  Depois de ter feito exclusivamente trabalhos a preto e branco durante vários anos, a partir de 1982, cativado pelo trabalho de William Eggleston e Joel Meyerowitz, passou a fotografar só a cores, primeiro com filme e, nos últimos anos, com máquinas digitais. Desenvolveu uma técnica pessoal, baseada na saturação cromática e na utilização de ring flash, um flash circular que funciona à volta da objectiva. Afirmou-se como um dos mais interessantes e criativos fotógrafos documentais dos últimos anos, tendo realizado uma série de ensaios fotográficos que se tornaram referências, entre os quais a série dedicada às praias, da qual podem ser vistas algumas fotografias em Lisboa, na Barbado Gallery. A série das praias decorre aliás de uma das suas obras mais marcantes, o ensaio sobre turismo de massas - a que se juntam trabalhos sobre a classe média, sobre o consumismo ou pura e simplesmente o documentário fotográfico sobre lugares, como é o caso do seu mais recente livro, dedicado a Hong-Kong. Na obra de Parr há um factor constante: mesmo quando estão formalmente ausentes dos enquadramentos, as pessoas são o centro das suas imagens, seja pelo momento em que as captura, seja como as organiza na imagem, seja porque se sente em algum lugar que sem uma pessoa ter passado por ali nada daquilo faria sentido. Além disso tornou-se um dos maiores coleccionadores de livros de fotografia e editou já três volumes de “The Photobook - A History”. Com esta exposição, a primeira dedicada a um só autor, a Barbado Gallery, inaugurada no início do Verão, em Campo de Ourique, posiciona-se de forma clara acima do que tem sido a actividade de galerias dedicadas à fotografia. As 26 fotografias em exibição até 11 de Novembro foram realizadas entre1985 e 2005, mostram como é possível mostrar pessoas para além da aparência, são uma celebração do instante decisivo em que foram tiradas e isso é o que é as torna especiais. Todas as fotografias expostas são para venda e alguns coleccionadores já manifestaram a intenção de apostar na sua aquisição - o investimento em obras de Martin Parr tem mostrado ter uma valorização interessante. Na imagem João Barbado e Martin Parr no dia da pré inauguração, junto a uma das fotografias - aqui vistos por Armando Ribeiro. A Barbado Gallery fica na Rua Ferreira Borges 109-A.

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OUVIR - “Freedom & Surrender”, o quinto disco de Lizz Wright, fica a meio caminho entre as águas tranquilas do smooth jazz e os momentos de inquiteação da soul - contraste muito bem mostrado em “Right Where You Are”, um dueto arrebatador com Greagory Porter. As canções são, na maioria, originais da própria Lizz Wright, nalguns casos em colaboração com Jesse Harris, um dos pilares da carreira de Norah Jones. Mas há também versões de outros autores, como “River Man” de Nick Drake ou “To Love Somebody”, dos irmãos Gibb/Bee Gees, que ganhou um tratamento gospel. Se escolhesse uma só canção ía direito para “Here And Now”, uma amostra de uma produção perfeita, em que a voz de Wright e o Fender Rhodes de Dan Lutz se combinam de forma exemplar. CD Concord/ Universal.

 

PROVAR - Muito boa surpresa o novo restaurante de cozinha japonesa tradicional localizado no Hotel Turim Saldanha Hotel- o Tsubaki, que conta com a orientação do chef Paulo Morais.  O restaurante é dedicado à cozinha japonesa contemporânea, não apenas a sushis - assim é possível encontrar sopas, massas, grelhados na chapa e assados. Numa recente visita o facto de estar uma boa mesa de japoneses na sala, que não estavam alojados no Hotel, serviu logo de boa recomendação. Provou-se uma sopa miso com amêijoas, gengibre e coentros, uma  espetada de vieiras grelhadas com ar do mar, gyozas de frango com molho picante, rolos de sapateira com pepino algas wakame e gengibre e uma salada de ceviche, o peixe marinado em lima e malagueta. É uma cozinha atrevida, que incorpora também clássicos como a sopa de massa ramen ou diversas tempuras. Os doces foram a parte menos conseguida da experiência. Mas todos os pratos experimentados superaram as expectativas. A garrafeira é pequena mas honesta nas escolhas e nos preços. Há também menus especiais de almoço e ao fim de semana o restaurante está apenas aberto ao jantar. Turim Saldanha Hotel, Rua Latino Coelho 23, telefone 210492320. Tsubaki, já agora, quer dizer Camélia, uma flor que foram os portugueses a levar para o Japão.

 

DIXIT - “Nu, só perante o duche” - Jerónimo de Sousa, sobre a candidata que se despiu para revistas

 

GOSTO - Da iniciativa “Bairro das Artes” que envolve 30 galerias e espaços de artes entre o Largo do Rato e o Cais do Sodré

 

NÃO GOSTO - Regista-se mais de uma queixa por dia de violência contra profissionais de saúde.

 

BACK TO BASICS - A política é a arte de procurar uma divergência e exacerbá-la, seja ela importante ou não, e propôr o remédio errado para a situação que esteve na origem de tudo - Ernest Benn

 

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 DEBATE - A Rua Abade Faria esteve no centro do debate de quarta-feira, onde António Costa e Passos Coelho evitaram responder a perguntas concretas e definitivamente falaram muito mais do passado que do futuro. Com o futuro ninguém se comprometeu, da Europa ninguém falou, sobre o passado todos contaram histórias, desde o milagre da diminuição da dívida lisboeta (à custa da ajuda do Governo à Câmara de Costa), até aos aumentos de impostos. Sócrates dominou o debate duplamente - quando Costa quis fugir às responsabilidades na autoria do pedido de resgate e quando Passos o invocou cada vez que lhe deu jeito, aproveitando aliás a oportunidade que José Sócrates abriu ao manifestar o seu apoio a Costa no início da semana. Mas aquilo que decididamente mais me surpreendeu foi a sugestão, de António Costa a Passos Coelho, de que, em vez de o mencionar, fosse visitar Sócrates - sinal de um Costa visivelmente irritado por se estar a falar do ex-Primeiro Ministro. Foi uma confissão de ausência de identidade própria e aposto que a maneira como o secretário geral socialista tratou o anterior Primeiro Ministro do seu partido não deve ter caído bem em muitas almas no Largo do Rato. Quanto ao mais as audiências foram claras - a transmissão simultânea RTP-SIC-TVI e dos respectivos canais de informação de facto acrescentou espectadores - um total próximo dos 3,5 milhões - e não houve fuga para os canais de entretenimento do cabo. Isto quer dizer que o eleitorado na realidade esperava por este debate. Infelizmente Costa e Passos esclareceram pouco e fugiram a dizer o que fariam no dia seguinte às eleições. Mas o efeito político mais relevante, que só depois das eleições se poderá efectivamente medir, é que, apesar de a vitória em termos de sound-bytes e atitude ter ido para António Costa, o seu alvo foram sempre os eleitores tradicionais e não a captação dos novos eleitores - que são aqueles que, em última análise, se votarem, podem ter um efeito surpresa a 4 de Outubro. José Adelino Maltez sintetizou bem o ocorrido: “Um quis beneficiar do velho estatuto de ser o Deus que está no poder, o outro não se assumiu como o Diabo da oposição. Mas nem um foi suficientemente pós-cavaquista, nem o outro, eminentemente pós-socrático.” Um debate assim apenas reforçou a ideia de que a fórmula está praticamente esgotada e, como se tem visto nesta pré-campanha, as audiências estão a afastar-se das conversas eleitorais com os líderes partidários. Como se sabe, a CNE e a Assembleia da República gostam de ignorar soberanamente a realidade e acham que a comunicação hoje é igual há 40 anos atrás.

 

SEMANADA - No Domingo o Diário de Notícias titulava em primeira página que “Sócrates vai dar entrevistas durante a campanha eleitoral”; Domingo, dia do seu aniversário, reuniu num jantar vários dos seus ex-colaboradores mais próximos no Governo; segunda-feira à noite Sócrates entrou na campanha eleitoral, fez declarações ao “Jornal de Notícias” e  manifestou o seu apoio ao PS e a António Costa a menos 48 horas do debate televisivo de quarta-feira; Mário Soares já visitou José Sócrates várias vezes desde que este ficou em prisão domiciliária em Lisboa; Ascenso Simões, ex-director de campanha de António Costa, também já foi visitar José Sócrates; candidatos do Livre, desgostosos por não verem as suas ideias mediatizadas, foram entregar pizzas aos repórteres de plantão ao número 33 da Rua Abade Faria; segundo a Marktest, entre 4 e 6 de Setembro, as referências a José Sócrates representaram 37% do total de menções em redes sociais, o que significa que mais de um em cada três comentários ou posts em sites como Facebook, Twitter, Google+, Instagram, Blogs, Fóruns, Youtube e Notícias RSS foi relativo ao antigo Primeiro-ministro; António Costa acusou o Bloco de Esquerda de sectarismo; Marta Rebelo, ex-deputada do PS, escreveu um artigo, sobre a capa de uma revista que mostra Joana Amaral Dias, com o título “Queres ser eleita? Despe-te”; Joana Amaral Dias afirmou que posou nua “como homenagem às mulheres que são despedidas por estarem grávidas”; os tuk-tuks começaram a chegar ao interior, como a Mirandela, Lamego ou Peso da Régua; em Ribeira da Pena, Vila Real, há dois médicos para 6300 utentes; o Ministério da Educação cortou o apoio a 2519 alunos do ensino musical.

 

ARCO DA VELHA - 12 presos na Cadeia de Sintra conseguiram colocar bebidas alcoólicas nas celas e, na noite de sábado para domingo, fizeram uma festa e acabaram todos bêbados.

 

FOLHEAR - Aqui está um livro adequado à época eleitoral - “The Speechwriter - A Brief Education in Politics”, de Barton Swaim. O autor trabalhou na comunicação do Governador da Carolina do Sul e escreve para o Wall Street Journal e o suplemento literário do Times, entre outras colaborações regulares. Não será o melhor livro sobre comunicação política mas é das melhores narrativas sobre quem aterra no mundo da política. É um livro baseado em memórias da sua participação mais activa ao lado de um político, eleito e com poder. O livro mistura uma escrita  ficcionada com muitos relatos do mundo real dos bastidores, das conspirações e dos egos, das manias e desmandos de quem tem poder. Swaim trabalhou com um político polémico, narcisista e autoritário - e conta os episódios por que passou com um olhar divertido e, sobretudo, muito bem escrito. Só por isso é uma boa ideia lê-lo. E para os que têm ilusões nos políticos, é uma leitura muito instrutiva. Fica-se aliás por vezes com a sensação de que não há muita diferença entre o comportamento de pelo menos alguns deles em países distantes e em continentes diferentes. “The Speechwriter - A Brief Education in Politics”, Bartom Swain, Simon & Schuster, na Amazon.

 

VER - Esta semana recomendo uma visita ao Centro Cultural de Cascais/ Fundação Dom Luis, onde está uma exposição das fotografias que marcaram a carreira de Sam Shaw ao longo de 60 anos de actividade. É dele a  icónica imagem de Marilyn Monroe com a saia revolta por cima de uma grade de ventilação do metropolitano, ou a de Brando de tee shirt rasgada. Há muitas estrelas retratadas nesta exposição - de Woody Allen a Humphrey Bogart, passando por Hitchcock ou Lauren Bacall, até John Wayne ou John Houston. São 200 fotografias de uma época de Hollywood e da América que vão percorrer mundo depois de começarem esta digressão em Cascais. Mas, na exposição, a  maior estrela de todas é o próprio autor das imagens - Sam Shaw, produtor de filmes de John  Cassavettes, fotógrafo de cena de numerosos filmes que ficam para a História, desde “Um Eléctrico Chamado Desejo”, até “O Pecado Mora Ao Lado” A exposição vai estar até 8de Novembro, de terça a domingo e sempre das 10 às 18. E Sam Shaw é o senhor que está aqui retratado

 

OUVIR - É engraçado como um disco fora de tempo, no sentido de ser um disco que podia ter sido feito numa época passada, tem um inesperado encanto. É um disco divertido, bem escrito, bem composto, com bons arranjos, com claras influências de nomes grandes da música popular portuguesa. É diferente da maior parte do que se faz por aí - por ser pensado e feito em português, com histórias bem portuguesas, por ser uma mistura de um disco que mostra origens rurais e urbanas e as combina bem. É um disco ao contrário das modas e isso é bem bom de vez em quando. Tem crónicas de guerra, histórias de vidas, remeniscências de canto de intervenção, aventuras, desvarios e insinuações de romance.  Destaco “Eu Quero ser O Que Tu Queres”, “Os Teus Passos”, “O Quinito Foi Para a Guiné”, “O Sangue” e a faixa-título “Auto-Rádio”. Editado pela Pataca Discos, gravado e produzido pelo próprio Benjamim no Alvito, em pleno Alentejo, o CD chama-se “Auto Rádio” e estará no mercado na próxima semana. Benjamim tem andado em digressão nacional para o apresentar.

 

PROVAR - Por estes dias fui jantar ao restaurante Nova Goa, onde continua a pontificar o clássico Sebastião, que nos seus 70 anos continua a ser quem melhor interpreta a cozinha goesa em Portugal. Esteve no Velha Goa, no Cantinho da Paz, no restaurante da Casa de Goa e agora, há uns dois anos, tem este Nova Goa, entre o Campo Pequeno e a Avenida de Roma. Como a noite estava calma estivemos um bocado a falar e percebi que ele é um dedicado adepto do Belenenses e continua fiel ao princípio de bem servir o cliente. Comecemos pelos paparis e pasta de coentros - estavam bons. Vieram chamuças de carne e bojas, do melhor. O caril de caranguejo, o xacuti de vitela e o vindalho estavam sem mácula. E em sobremesa uma bebinca, deliciosa. Nova Goa - Rua David de Sousa 12. ao Campo Pequeno, tel. 967 443 967.  

 

DIXIT - “Já não percebo nada do PS” - Jerónimo de Sousa

 

GOSTO - Da ideia da Câmara Municipal do Porto, que pediu aos seus munícipes o envio de fotografias antigas da cidade para construir um álbum de memórias da cidade, “O Tempo do Porto”.

 

NÃO GOSTO - Das manifestações dos taxistas, que até entre eles conseguiram arranjar conflitos.

 

BACK TO BASICS - A política não é para quem tem pele delicada nem problemas cardíacos  - quando se entra na arena tem que se saber que o combate vai ser duro e que vamos levar uns golpes - Barack Obama

 

 

 

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publicado às 14:00

CANAIS INFORMATIVOS EM GUERRA ABERTA

por falcao, em 11.09.15

CANAIS INFORMATIVOS EM GUERRA ABERTA

Nos canais informativos as grandes mudanças na grelha e as novidades de programação ainda não começaram mas mesmo assim a TVI24 vê consolidar-se a sua liderança neste segmento, que foi roubando á SIC Notícias ao longo do Verão. Mais uma vez é lider de canais informativos a nível nacional e apenas perde para a SIC Notícias na região da Grande Lisboa. Por sua vez a RTP Informação está bastante distanciada destes dois canais e é perseguida de perto pelo CMTV, que na zona sul ultrapassou já o canal de notícias da RTP e nas outras zonas do país está a curta distância – apesar de o CMTV ser distribuído apenas na plataforma MEO.

Por outro lado o conjunto dos canais de cabo continua a ter um comportamento importante – uma média que se aproxima dos 33% de share e, ao fim de semana, graças ás transmissões desportivas, com resultados na casa dos 35%. O evoluir da época mostrará como é neste domínio o comportamento relativo entre a Sport TV e a BTV – e o canal do Benfica cresce ao fim de semana com as transmissões dos jogos das ligas inglesa, francesa e italiana, além dos jogos do Benfica em casa.

Nos canais generalistas confirma-se o êxito de “Pequenos Gigantes”, o concurso de talentos infantis que já é o programa mais visto da TVI. Na SIC “Mar Salgado” continua a ser o programa líder (aliás foi o programa mais visto da semana, à frente do jogo amigável Portugal-França).

 

(publicado hoje no Sexta TV&Lazer do Correio da Manhã)

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publicado às 13:07

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LUSA- Na passada terça-feira a Administração da agência de notícias portuguesa, a Lusa, decidiu que era altura de fazer uma reestruturação, constatou que não tinha confiança no Director de Informação e comunicou-lhe que estava demitido. Fez constar que queria um perfil com experiência de gestão e controlo orçamental e, à tarde, anunciou um novo Director de Informação, que até há pouco tempo fora Director da “Visão”, sem particular experiência nas áreas pretendidas. Não estão em causa pessoas, diga-se: não conheço o Director demitido pessoalmente, tenho boa ideia profissional dele, sei que cursou Economia na Nova e que foi correspondente da Lusa junto da UE em Bruxelas, constato que tem muitos anos de agência noticiosa, um meio que para todos os efeitos requer um jornalismo diferente, na forma e na organização, do que se faz num jornal ou numa revista, para já não falar em rádio e televisão, e sobretudo nesta nova área digital. O novo Director, se recolher os pareceres favoráveis legalmente necessários, é, em contrapartida, uma pessoa que conheço, por quem tenho estima pessoal, e que fez boa carreira profissional nos jornais e revistas, mas sem experiência anterior de agência noticiosa. Toda esta movimentação se passa a um mês de eleições legislativas - e mesmo sendo certo que o Director demitido fica em gestão corrente até à data do acto eleitoral, não é menos verdade que perdeu legitimidade de poder editorial e ganhou condicionalismos. Acontece também que devido às dificuldades de muitos orgãos de comunicação, que ficaram com redacções menores e menos experientes, o noticiário fornecido pela agência Lusa ganhou indíces de publicação e difusão como já não acontecia há alguns anos - daí vermos cada vez mais o mesmo texto em notícias de jornais diferentes sobre o mesmo assunto, o que aliás volta a colocar o papel de Serviço Público da agência na ordem do dia. Diga-se ainda que este aumento de penetração do noticiário da agência abona a favor da Direcção demitida. Inevitavelmente o noticiário que a Lusa fornecerá sobre a campanha eleitoral será concerteza muito utilizado por orgãos de comunicação que não têm meios para seguir todos os partidos concorrentes. Portanto esta é uma decisão com consequências políticas incontornáveis. Ora acontece que a Lusa é detida maioritariamente pelo Estado, que é o seu accionista principal. O Ministro que a tutela, Poiares Maduro, veio rápido dizer, como é seu costume, que não interfere ( creio que o tempo trará ao de cima algumas histórias sobre essa matéria). O meu ponto de vista é que neste caso faz mal em não interferir - não na redacção, onde de facto não deve, mas na Administração, onde é seu dever ser vigilante: um accionista maioritário não pode ser indiferente a uma mudança estrutural que pode ter repercussões no seu próprio core business - que no caso de um governante é a política - e nos seus stakeholders, ainda para mais numa área tão delicada como a informação. Ao demitir-se do papel de accionista e ao dar aval à Administração para ter tomado estas decisões (nem quero imaginar que não tenha sido avisado antes…), Poiares Maduro presta um péssimo serviço e, em nome da decência, devia assumir as suas responsabilidades. Este é daqueles casos em que não chega afirmar ser sério, tem que mostrar que o é. E este Ministro tem-se escusado demasiadas vezes a mostrá-lo. Mesmo em política a hipocrisia tem limites.

 

SEMANADA - As greves da TAP agravaram os prejuízos da empresa em 60 milhões de euros; metade dos desempregados não trabalha há mais de dois anos; muitos desempregados não têm as qualificações pedidas por empresas e muitas empresas não conseguem empregar os mais qualificados; as exportações portuguesas de artigos de pele quadriplicaram desde 2009; Cristiano Ronaldo encomendou ao escultor que fez a sua estátua para o Museu de Cera de Madrid uma réplica em tamanho real para decorar a sua casa na capital espanhola, que custará 27 mil euros; o Director do Museu de Cera de Madrid disse que Ronaldo envia todos os meses um cabeleireiro para escovar o cabelo natural da sua estátua; em Agosto a Ferrrari vendeu cinco automóveis em Portugal e a Porsche 12; o Partido Democrático Republicano, de Marinho Pinto, tem tentado, sem sucesso, obter financiamentos bancários para a campanha eleitoral; em Julho e Agosto registaram-se mais de 12 mil incêndios florestais, mais fogos que em França e em Espanha juntas; segundo a Marktest, entre Janeiro e Junho, mais de 5 milhões de portugueses acederam a partir de computadores pessoais a sites de jornais, revistas e de notícias nacionais; em Julho, 27% das páginas dos sites auditados pela Marktest foram acedidas através de equipamentos móveis e face ao mês homólogo de 2014 os smartphone foram os equipamentos que mais quota ganharam; demitiu-se o director de campanha de Sampaio da Nóvoa, ao saber que após as legislativas seria substituído por um deputado do PS; Manuela Ferreira Leite vai apresentar um livro do ex-dirigente socialista Pedro Adão e Silva, sobre os mitos do Estado Social; há cinco mil docentes para os 78 mil alunos com necessidades educativas  especiais e muitas destas crianças só têm meia hora de apoio por semana,

 

ARCO DA VELHA -  Em Portugal gasta-se mais dinheiro em cápsulas de café expresso do que em livros e os números revelam que mais de metade da população portuguesa pode atravessar a vida sem ler um livro completo fora dos manuais escolares.

 

FOLHEAR - Regresso à revista Monocle, depois de um breve interregno estival. O Número de Setembro é a edição dedicada todos os anos ao empreendedorismo, desta vez com particular enfoque nas start ups e em negócios familiares. O suplemento especial, guia do mês, é dedicado a Singapura. Destaque ainda para uma reportagem sobre o império mediático da Globo no Brasil e para uma viagem ao interior da Ordem de Malta, enquanto Estado soberano. Em relação a Portugal há uma página de publicidade redigida da Renova com conteúdos um pouco confusos, e, em termos informativos, além de uma nota sobre a pasta dentífrica Couto, há um curto texto sobre as próximas eleições onde se destaca o facto de o Governo ter conseguido evitar o caminho da ruína, como aconteceu na Grécia - embora se diga que votar a favor da continuação da austeridade coloca escolhas difíceis. A Espanha aparece com quatro páginas de conteúdos patrocinados, quer sobre os museus de Madrid, quer sobre bares e restaurantes da cidade, e ainda uma peça sobre a conciliação da recuperação urbana com pequenos negócios domésticos. Também fiquei a saber que na Turquia há uma revista mensal sobre desportos que não o futebol  que dá pelo nome de “Socrates”. Finalmente o mês trouxe outra novidade, uma newsletter diária da Monocle, a “Monocle Minute”, que pode ser subscrita no site da revista. Assim se reforçam os laços de uma comunidade.

 

VER - Com o Verão a acabar e o Outono a dar sinais é boa altura para planear uns passeios. Sugiro uma visita ao Museu Automóvel do Caramulo onde, até 6 de Dezembro pode ser vista uma exposição sobre os Micro-Carros e as suas histórias. Além disso há a bela colecção de automóveis e de motociclos antigos, de brinquedos relacionados com veículos motorizados e  uma colecção de arte, clássica e contemporânea. Além disso decorre uma iniciativa de crowdfunding para recuperar um  histórico Messerschmitt KR200 de 1958 , o “Messi”- informações em www.museu-caramulo.net. No mesmo site obtenha informações sobre o Caramulo Motorfestival, que decorre até sábado, um evento dedicado aos automóveis e motociclos clássicos e desportivos.

 

PROVAR - Para aqueles que ainda estão de férias a sul, aqui ficam umas impressões gastronómicas de uma semana no Algarve, na zona do Alvor. Começo pelo Restinga (282 459 434), que fica mesmo na praia e foi onde encontrei o serviço mais simpático, a melhor relação qualidade/preço e onde provei a melhor confecção culinária - uma canja caldosa de garoupa e ameijoas que estava verdadeiramente fora de série. Já o Àbabuja, na zona ribeirinha de Alvor, foi uma completa desilusão - serviço fraco e com piadolas, uns lingueirões à bulhão pato de fraca qualidade e excessivamente temperados, um peixe razoável de grelha mas demasiado amolecido para ser bem fresco - e uma má relação qualidade/preço; em contrapartida, em Ferragudo, no Sueste, encontrei o melhor peixe grelhado, exemplarmente fresco e preparado, um xerém de ameijoas impecável, um serviço sempre atento e um preço justo para a qualidade (Rua da Ribeira 91, frente ao cais - na foto -  vista magnífica sobre Portimão, telefone 282 461 592). Aquele que mais me aborreceu foi o Caniço, na Prainha, que me vinha bem recomendado e onde, depois de me terem aceite uma reserva para o jantar do dia seguinte, me fizeram a partida de informar, poucas horas antes, que afinal a reserva ficava sem efeito - é isto que dá má fama a qualquer casa.

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 DIXIT - “(A UE) chama ao drama dos refugiados ‘um assunto urgente’. mas só tem vaga na agenda para uma reunião extraordinária daqui a 15 dia. É sempre lesta a reunir aos domingos sobre a moeda única, fomentar maratonas negociais para vergar parceiros ou ter governantes a fazer figuras tristes no Twitter, mas não consegue arranjar umas horas para, em conjunto, discutir medidas urgentes que salvem vidas e salvaguardem Schengen” - Bernardo Pires de Lima.

GOSTO - Da decisão de Miguel Albuquerque, Presidente do Governo Regional da Madeira, de alienar as residências pertencentes ao Estado em Porto Santo, que eram apenas utilizadas como casas de férias pelos anteriores responsáveis regionais, nomeadamente Alberto João Jardim.

NÃO GOSTO - Da cobardia da maioria dos responsáveis europeus no caso dos refugiados.

BACK TO BASICS - A imaginação é mais importante que o saber, porque o saber é limitado (Albert Einstein)

 

 

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publicado às 14:00

É sempre muito curioso analisar qual o minuto mais visto de cada canal. Na semana passada os dois canais de serviço público tiveram o seu pico de audi~encia em transmissões desportivas – o jogo CSKA –Sporting e o empolgante jogo de Futsal entre o Benfica e o Fundão. A SIC conseguiu o seu melhor momento com a novela Mar Salgado e a TVI com o concurso de talentos infantil Pequenos Gigantes. De sublinhar ainda o bom resultado obtido sábado pela estreia de “Som de Cristal”, de Bruno Nogueira, na SIC.

Este concurso, Pequenos Gigantes, que na semana anterior tinha vencido as novelas, não conseguiu desta vez derrotar Mal Salgado. Mas as TVI colocou mais três programas nas posições cimeiras – as novelas A Única Mulher e Jardins Proibidos e ainda o Jornal das 8 de Domingo, que inclui o comentário de marcelo Rebelo de Sousa.

Também no cabo foi uma boa semana para a TVI, com a TVI24 a conseguir mais uma vez ficar à frente da SIC Notícias. Nos canais de séries, embora a nível nacional o AXN continue a liderar, na zona da Grande Lisboa a Fox está com uma vantagem assinalávelsobre a concorrência.

Uma coisa curiosa de seguir é a forma como aos fins de semana o consumo de canais de cabo dispara – da média de 32-33% de share durante a semana, passam para os 36% aos sábado e domingo – concerteza que as transmissões dos canais desportivos têm peso nisto, mas é um fenómeno que começa a valer a pena analisar com maior detalhe.

 

(Publicado dia 4 de Setembro na SEXTA TV& Lazer do Correio da Manhã)

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publicado às 13:00


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