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PRONTO - Temos Presidente, temos Governo, falta é claro conseguirmos ter Portugal. Não vou apelar ao bom senso do Governo porque as recentes declarações sobre o Orçamento e o défice provocam-me arrepios, assim como os aumentos de despesa prometidos em declarações de muitos ministros, sem saber como as vão cobrir num Orçamento que é feito a partir da base zero. De maneira que dedico estas linhas a duas questões que penso poderem ser reformas marcantes e que só podem nascer de uma colaboração entre os vários orgãos de soberania e as diversas forças políticas. Em primeiro lugar o Banco de Portugal: desde há anos que está quase tudo mal naquelas bandas, como comprova o rol de acontecimentos no sistema financeiro. Ao longo das últimas décadas o Banco de Portugal transformou-se num Estado dentro do Estado e numa parideira de Ministros das Finanças, a maior parte dos quais com resultados catastróficos para o país. Ou a escola é má, ou a inconsciência é total. Seja como fôr há que mudar o Banco de Portugal, o seu papel, controlar a sua actuação e sobretudo evitar que ele tome o freio nos dentes para depois se pôr a assobiar quando atira a carruagem para o abismo. Em segundo lugar vem a reforma do sistema político, a reforma das leis eleitorais, a actualização séria dos cadernos eleitorais, decisões sensatas sobre a coexistência entre as obrigações da comunicação nos actos eleitorais e a liberdade editorial, e, finalmente, alguma modernização no funcionamento e comportamento da Comissão Nacional de Eleições, que tem demonstrado uma desagradável tendência para se imiscuir no que não deve, não compreendendo o tempo em que vive. Se estas mudanças não forem feitas a abstenção só vai aumentar. Nestas eleições, em dois terços do país, a abstenção ficou acima dos 50% e o candidato eleito, por larga margem, teve 52% dos votos expressos mas apenas 24,8% do número de recenseados. Se estas duas questões forem resolvidas já se terá avançado mais neste mandato que nas últimas décadas.

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SEMANADA - O Governo apresentou a proposta de orçamento a Bruxelas e reduziu duas décimas no défice que estava no documento original; Bruxelas respondeu que uma redução de duas décimas é insuficiente e que pode exigir uma revisão do Orçamento; a agência de notação Fitch disse que se António Costa não conseguir uma redução de défice que permita a sua aprovação por Bruxelas terá que descer o rating de Portugal; a mesma Fitch classificou de “irrealistas” as previsões do OE;  a Moody’s afirmou que o OE é demasidado optimista e repete erros do passado; Bruxelas alertou para o elevado risco da dívida portuguesa a médio prazo; Jerónimo de Sousa admitiu que o PCP possa viabilizar um orçamento de Estado “mais duro”; António Costa diz que a actual visita da Troika a Portugal não tem relevância política; o Ministro da Saúde diz que a reposição das 35 horas pode aumentar os custos do Estado no sector;  o Ministério Público suspeita que Sócrates terá influenciado o resultado da OPA da Sonae sobre a PT a troco de “luvas”; já em 2009 Belmiro de Azevedo tinha culpado Sócrates pelo falhanço da OPA à PT; o Partido da Terra pronunciou-se contra a intenção de plantar mais árvores na segunda circular; um estudo recente indica que 90% das leis aprovadas em Portugal ficam fora do escrutínio público; o PAN reivindica a existência de um menu vegetariano em todas as cantinas públicas; Portugal é o país europeu com uma maior associação entre chumbos e pobreza; a China ultrapassou Portugal nas vendas para Angola; Jerónimo de Sousa, líder do PCP, resumiu a atitude do seu partido nas presidenciais da seguinte forma:”podíamos arranjar uma candidata engraçadinha, mas não somos capazes de mudar”; no dia a seguir disse que retirava a afirmação caso alguém no Bloco de Esquerda tenha “enfiado a carapuça”; na quarta-feira o Comité Central do PCP culpou o PS e o Bloco de Esquerda pelo resultado das eleições.

 

ARCO DA VELHA - Na noite eleitoral Sampaio da Nóvoa, que obteve menos de metade dos votos do vencedor, disse que tinha ficado perto de passar à segunda volta;

 

 

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FOLHEAR - Sou fascinado por edições de livros com um toque especial - que tenham um tratamento gráfico inesperado. Quem diria que num clássico, pouco conhecido, de Camilo Castelo Branco, isso poderia acontecer, ainda por cima por vontade do autor? “O Que Fazem Mulheres” é uma paródia aos folhetins românticos que já foi descrito como um romance filosófico sobre o comportamento feminino - obviamente analisado à luz dos costumes de 1858, ano em que foi publicado.O livro começa por um diálogo em que uma mãe tanta convencer a filha a casar por dinheiro. A filha, Ludovina, é bela mas sem dote e dela diz um enamorado: “lisongeia um amante, mas não pode satisfazer as complicadas necessidades de um marido”. Está dado o mote e, como Camilo anunciou à época, aqui há “bacamartes e pistolas, lágrimas e sangue, gemidos e berros, anjos e demónios”. O lado gráfico da edição segue à risca as recomendações de Camilo: inclui um capítulo solto que o leitor pode colocar onde quiser, no decurso da narrativa, e um outro capítulo, fechado, que tem este aviso expresso do autor: “Cinco páginas que é melhor não se lerem”. Edição Guerra & Paz.

 

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VER - O que é “Spotlight”? É um filme sobre investigação jornalística mas era também o nome de uma unidade especial existente dentro do diário  “Boston Globe”, um dos principais jornais norte-americanos, e que publicava as suas reportagens de investigação na edição de Domingo, a mais lida.. Foi fundado em 1872 por cinco homens de negócios da cidade, ganhou uma dúzia de prémios Pulitzer, tornou-se um exemplo de como o noticiário local é importante para reforçar os laços com a comunidade de leitores e criou não poucas inovações editoriais, a começar na forma como acompanhava o baseball e a equipa local, os Boston Red Sox, e a acabar na unidade de investigação que tinha um funcionamento praticamente autónomo, uma pequena redacção própria e funcionava com uma grande liberdade editorial e sem pressões de prazos para publicação. Uma das reportagens que tornou o Boston Globe famoso, e que deu à equipa da Spotlight mais um Pulitzer, foi a investigação sobre o escândalo dos comportamentos pedófilos de padres católicos, publicada em dezenas de artigos entre 2001 e 2003. Do caso foi feito um filme, estreado esta semana nas salas portuguesas e que tem o nome “Spotlight”. Nele retrata-se o funcionamento do jornal, e sobretudo da equipa do Spotlight e dão-se conta da situação criada numa cidade predominantemente católica quando o principal jornal acusa o clero de uma série de abusos sexuais sobre menores, praticados ao longo dos anos.  O filme, uma crónica assumida sobre o jornalismo, estreou nos EUA em Novembro de 2015, está nomeado para seis Oscars e foi realizado por Tom McCarthy. Se depois de verem o filme quiserem espreitar o jornal basta irem ao seu site, que é também um dos mais premiados da imprensa norte-americana - www.bostonglobe.com

 


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OUVIR - Yaron Herman é um pianista israelita que vive em Paris e que até agora tinha uma carreira feita sobretudo a partir de versões de composições originais de nomes tão diversos como Björk, Britney Spears, Leonard Cohen e alguns compositores clássicos, além música popular de inspiração judaica. “Everyday” é o seu álbum de estreia na Blue Note e é também um salto numa direcção mais pessoal. Uma ajuda importante neste disco é do baterista Ziv Ravitz, que assume a direcção musical do projecto ao lado de Yaron Herman. Aqui a maioria dos temas são da autoria de Herman, alguns em co-autoria com Ravitz, e duas  versões - uma do “Prelúdio nº4, opus 74” de Alexander Scriaboin e a outra de uma canção de James Blake, “Retrograde”, que já havia revisitado anteriormente. Um dos temas feito em co-autoria, é “Volcano”, que de alguma forma assume um papel central no disco, uma espécie de cruzamento de influências. A produção do tema é de Valgeir Sigursson, que costuma trabalhar com Bjork, a a interpretação vocal é de uma cantora islandesa, Helgi Jónsson - já agora vários temas do álbum são cantados. “Volcano” é um tema envolvente, com sonoridades inesperadas. “Vista”, “Everyday”, “Five Trees”, “Volcano”, “Retrograde” e “18:26” são talvez as faixas deste CD que melhor conseguem mostrar o caminho entre a improvisção do jazz e revisitações de diversos estilos contemporâneos que Yaron Herman está a trilhar.

 

PROVAR - Desde há uns anos Duarte Calvão e Miguel Pires são os animadores de um blogue de crítica gastronómica, o Mesa Marcada, que foi criando influência e audiência. Paulina Mata foi durante algum tempo convidada do Mesa Marcada e agora iniciou o seu blogue pessoal, Assins & Assados. O Mesa Marcada foi-se extremando na cozinha de autor e em propostas gastronómicas sofisticadas, que alinham na designação de fine dinning. As listas dos melhores restaurantes que o Mesa Marcada anualmente organiza mostra como o enfoque está no acompanhamento da moda em termos de restauração (e também de alguma sensibilidade às relações públicas e à comunicação que têm fabricado alguns chefs). Esta opinião tem origem na minha aversão profunda a menus degustação e aos restaurantes que fazem do estilo um catecismo, área que o Mesa Marcada aprecia. Para mim os menus degustação, salvo raras excepções, são uma mesmice, para usar uma expressão que li no blogue, num comentário de um leitor, e a que achei graça. Mas volta e meia o Mesa Marcada lá fala de coisas úteis, como locais onde comer bem no dia a dia ou simplesmente petiscar. Uma outra coisa parece estar a nascer no blogue de Paulina Mata, que para já parece mais focado na essência das coisas e na revisitação daquilo que é básico: boa matéria prima bem confeccionada. A ver vamos como evolui. Aqui ficam os endereços:  http://assinseassados.blogs.sapo.pt/  e http://mesamarcada.blogs.sapo.pt/

 

DIXIT - O PS vive num estado de ilusão e não está em condições de combater o Bloco de Esquerda, que se tornou o partido mais populista em Portugal - Francisco Assis, em artigo no Jornal de Notícias no dia seguinte às presidenciais.

 

GOSTO - O Estado gastou menos dinheiro a subvencionar as eleições presidenciais

 

NÃO GOSTO - Do barulho e do cheiro das pipocas nas salas de cinema - não há banda sonora que resista ao ranger dos dentes no milho esponjoso

 

BACK TO BASICS - A inveja dos outros é o imposto que nos cai em cima quando temos sucesso - David Nichols

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publicado às 13:06

 

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 DÚVIDAS - Nas eleições presidenciais do próximo Domingo tenho apenas estas duas dúvidas: Como evoluirá a abstenção em relação a anteriores eleições para a Presidência da República? Conseguirá Marcelo Rebelo de Sousa ser eleito à primeira volta? As duas perguntas, no fundo, estão ligadas - já que uma variação sensível da abstenção, no sentido do seu aumento, pode colocar uma decisão logo à primeira volta mais difícil. Se no entanto não existir uma evolução sensível da abstenção, e se a eleição ficar decidida já no Domingo, então estaremos perante um caso em que a mais estranha e cinzenta das campanhas produziu resultados. Eu há meses que decidi em quem irei votar (e aqui deixo dito que será em Marcelo Rebelo de Sousa), mas fico surpreendido pela forma como todas as candidaturas usaram de forma rotineira a internet, abdicando de um território online interactivo e criativo, apenas com conteúdos meramente informativos sem grande chama - menosprezando assim a possibilidade de comunicar eficazmente com a geração que tem entre 18 e 25 anos, segmento demográfico onde a abstenção é maior, e que provavelmente poderia votar pela primeira vez para a Presidência. Outra coisa que esta campanha mostrou é que o modelo dos debates em rádio e televisão, com todos os concorrentes, está esgotado. As audiências foram fracas, o esclarecimento foi próximo do zero. Cada debate limitou-se  a ser uma montra de chavões e, por vezes, de pequenas disputas, maioritariamente sem interesse. O debate de televisão alargado, de terça feira à noite, na RTP1, obteve um share de audiência de 11,3%. No mesmo horário, nesse dia,  a SIC registou 24,8% e a TVI obteve 29,7%. O conjunto dos canais de cabo teve 24,1% . Em termos práticos a média de espectadores durante o debate ficou nos 564 mil espectadores. Não entrou sequer no Top 15 dos programas mais vistos do dia. É curto e poderá ser a maior prova de que a liberdade editorial deve prevalecer sobre as imposições do sistema, estabelecidas há mais de 40 anos, quando o consumo dos media era completamente diferente do que é hoje.

 

SEMANADA - Os juros da dívida portuguesa já começaram a subir por efeito das medidas mais recentes do Governo; o risco dos bancos portugueses disparou após as intervenções recentes no Novo Banco e Banif; alguns dos maiores Bancos do mundo reuniram-se esta semana para coordenarem a oposição às decisões do Banco de Portugal no caso das obrigações do Novo Banco; o prémio de risco português está a atingir máximos, reflexo da fuga de investidores em dívida da República; também fruto da saída de investidores, a Bolsa portuguesa está em queda, tendo perdido mais de 12% já este ano; a dívida da Parque Escolar está perto dos mil milhões de euros; um estudo do Commerzbank defende que medidas do Governo de António Costa põem em causa "a competitividade" e o ‘rating’ de Portugal e alerta para hipótese de um novo resgate; Bruxelas exigiu ao Governo um corte no défice para um valor abaixo dos 2,8% previstos pelo executivo; a CGTP vai ficar de fora do acordo de concertação social promovido pelo Governo; Catarina Martins, a propósito do Orçamento de Estado, disse que a Comissão Europeia não tinha percebido que em Portugal o Governo era de esquerda;  Jerónimo de Sousa avisou que acordo com António Costa pode cair se houver recuo nas medidas acordadas; António Costa avisou Bruxelas que não abdica de promessas eleitoriais e disse que a negociação com Bruxelas estava a ser difícil; o contrabando de tabaco vindo do Leste já provocou ao Fisco  perdas de 6,3 milhões de euros; as insolvências de empresas aumentaram 7,6% em 2015 face ao ano anterior;  só seis países têm a gasolina mais cara que Portugal; um estudo divulgado esta semana mostra que no sector privado, os trabalhadores por conta de outrem ganham, em média, 1.140,4 euros, menos do que os funcionários públicos, e o vencimento das mulheres é inferior ao dos homens em mais de 20%; sinal dos tempos: em Portugal o filme “A Queda de Wall Street” superou em receitas de bilheteira o mais recente “Star Wars”.

 

ARCO DA VELHA - O embaixador em Paris, Moraes Cabral, ex chefe de gabinete de Jorge Sampaio, negou autorização para que o artista português, Tony Carreira, recebesse na embaixada de Portugal a condecoração “Chevalier de l’Ordre des Arts et des Lettres”, que lhe foi atribuída pelo Ministério da Cultura de França. A ideia de receber a condecoração na embaixada foi do cantor,  já que havia precedentes em casos semelhantes. O embaixador Cabral não achou adequado. O Ministro dos Negócios Estrangeiros, S. Silva, comentou o assunto dizendo que um dos seus sonhos era assistir a um concerto de Carreira.

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FOLHEAR -  Neste tempo de coisas imediatas, uma das revistas mais curiosas que descobri chama-se “Delayed Gratification”, vai no seu 20º número e apresenta-se como “The Slow Journalism Magazine”. Criada em 2011 a revista, editada quatro vezes por ano, não dá notícias, mas investiga e desenvolve factos que decorreram num trimestre anterior. O objectivo é ganhar distância em relação à actualidade, deixar passar a espuma dos dias, reflectir sobre os factos, fazer investigação, preparar cuidadosas infografias, fazer análise, publicar opinião contextualizada, editar fotografia com cuidado. Podem descobrir mais sobre esta publicação em www.slow-journalism.com . O Huffington Post considera “Delayed Gratification” como “uma fantástica publicação que ajuda a colocar os acontecimentos em perspectiva”. É assim como um almanaque sobre um passado ainda próximo, mas que nos permite encará-lo de outra forma.

 

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VER - Nesta semana destaco a exposição «The behaviour of being» de Pauliana Valente Pimentel, que está na Galeria das Salgadeiras até 5 de Março (Rua da Atalaia 12 a 16, ao bairro Alto).  «The behaviour of being» é fruto de uma residência em que Pauliana Valente Pimentel participou em Junho de 2015, no Algarve, juntamente com outros 12 artistas internacionais, uma organização da “The Beekeppers” and “The Cob gallery”. A exposição foi apresentada nesta reconhecida galeria londrina em Setembro último e retrata um ambiente de produção artística colectiva, fora dos grandes centros urbanos. Anteriormente Pauliana Valente Pimentel tinha desenvolvido «The Passenger», em que retratou uma viagem de comboio com diversos artistas pela Europa e, depois, «Jovens de Atenas», um olhar sobre a juventude grega durante a crise que atingiu o país. Paulina Valente Pimentel tem desenvolvido um olhar fotográfico muito particular sobre momentos aparentemente banais, num tom intimista que evoca quase a estética dos velhos álbuns pessoais de fotografia familiar ou de viagem.

 

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OUVIR - Tenho uma tendência para gostar de todos os discos de Neil Young - ele é a coisa mais próxima do indiscutível que conheço, musicalmente falando. Há poucos dias recebi via Amazon o duplo CD Neil Young And Bluenote Café, uma edição de final de 2015 saída dos arquivos do músico. Aqui estão gravações realizadas ao vivo em 1968 durante a digressão de Young com os Bluenote Café um pouco por todos os Estados Unidos e Canadá. Ao todo são 23 canções - sete delas até agora inéditas em disco e ainda uma versão de19 minutos do clássico “Tonight’s The Night”, que encerra o CD2 deste álbum - uma versão gravada em Nova York “numa noite louca”, como está dito nas notas de capa. Os Bluenote Café eram uma banda de nove músicos que, além do baixo, bateria e teclas incluía uma secção de seis metais. Esmagador é mesmo a única palavra que me ocorre para este álbum que me tem acompanhado nestas semanas.

 

PROVAR - Uma das mais inesperadas e mais úteis prendas que recebi ultimamente foi um objecto que dá pelo nome de “spiralizer”. Há-os de vários formatos mas aquele que eu prefiro, e que foi o que recebi,  é uma espécie de afia lápis gigante onde se podem colocar courgettes ou pedaços de abóbora por exemplo, rodando-os como um lápis num afia. O resultado surge com a forma de fios de esparguete, só que é vegetal. A minha preferência vai para o “esparguete” de courgette: uma vez cortado salteio levemente, em azeite, tempero com gengibre, sal, pimenta e cebolinho. Muitas vezes junto tomate cherry biológico cortado aos quartos e no fim adiciono ou atum de lata (ao natural) desfeito grosseiramente, ou pedaços de frango assado ou grelhado. Também fica muito bem como suporte a um tradicional molho de bolonhesa. Conte com courgette e meia por pessoa. Pode encomedar na Amazon, onde encontra vários modelos destes aparelhos.

 

DIXIT - “Não uso a palavra corrupto, não gosto da fonética, é um bocado apardalada” - Bruno de Carvalho, numa entrevista à RTP 3

 

GOSTO - A editora Guerra & Paz iniciou a publicação de três obras históricas e polémicas, em novas edições particularmente cuidadas do ponto de vista gráfico: o “Manifesto Comunista” de Marx e Engels (já à venda), o “Mein Kampf” de Adolf Hitler e o “Livro Vermelho” de Mao Ze Dong. Todas as obras têm um texto de introdução e contextualização do editor Manuel S. Fonseca.

 

NÃO GOSTO - O Ministério dos Negócios Estrangeiros comprou por cerca de cem mil euros um faqueiro alemão para eventos protocolares, em detrimento de diversos fabricantes portugueses que podiam fornecer idêntico material.

 

BACK TO BASICS - “A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original” -  Albert Einstein

 

 





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publicado às 10:56

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OUTRAS ELEIÇÕES - Se pensam que a única campanha que está a decorrer é a das Presidenciais, estão muito enganados. Por numerosas escolas deste país decorrem campanhas eleitorais para as respectivas Associações de Estudantes. Circunstâncias familiares levaram-me a ter contacto com uma delas, no caso as eleições para a Associação de Estudantes do Colégio Moderno, em Lisboa. A coisa que mais me surpreendeu, pela positiva, foi como estas eleições, as primeiras em que muitos são chamados a votar, são encaradas como um incentivo à participação das pessoas em processos de decisão. A minha neta mais velha explicou-me que o Colégio acompanha e  incentiva o processo eleitoral, ajuda que se promovam debates entre as listas e que os alunos percebam bem a diferença entre elas; e a irmã, mais nova, fez-me saber que nos boletins de voto não se deviam desenhar corações nem smiles ou deixar outros escritos, mas apenas fazer a cruzinha no sítio certo, para que o voto não seja anulado. As diversas listas têm manifestos eleitorais bem construídos, na maioria com reivindicações adequadas à situação, que vão da prática desportiva à rádio interna da escola. Uma das listas, ecologista, defende que se use mais papel reciclado, por exemplo nos testes. Várias apresentam, nos seus folhetos de propaganda, as indicações das contas de facebook, instagram e snapchat onde as respectivas actividades de campanha podem ser seguidas - e estão assim anos luz mais avançadas que vários candidatos presidenciais. Mas o ponto essencial é este: estas eleições não são encaradas como apenas uma disputa, mas como uma aprendizagem da importância da participação das pessoas na vida colectiva. Espero que a percentagem de abstenções na escola seja baixa e que os alunos vão votar - e ainda acalento a esperança que os candidatos das outras eleições, as presidenciais, percebam que os seus discursos e as suas acções ignoram e deixam de lado o segmento daqueles que agora têm entre 18 e os 25 anos, os que nasceram na última década do milénio passado e já cresceram a ver o mundo de maneira digital. Mas na maioria dos casos o que vejo é a réplica do que passa nas televisões, nas rádios e nos jornais, com uma forma de comunicação que não os cativa. A maioria dos candidatos presidenciais comunicam para os que já estão convertidos, não dão um passo para procurar que novos eleitores votem. E isto faz-me muita impressão. Depois não digam que a abstenção é um problema.

 

SEMANADA - Os filmes portugueses estreados em 2015 foram vistos por 904 mil espectadores, o valor mais elevado desde 1975; ao longo do ano passado registaram-se 14,5 milhões de espectadores nas salas de cinema de todo o país; em Portugal a escuta de música em streaming cresceu 60% em 2015; os pilotos de aviação alertam para o perigo de haver maior numero de pássaros na segunda circular, nas imediações do aeroporto, se o plano de arborização do local fôr para a frente;  a Comissão Europeia exigiu que os activos problemáticos do Banif sofressem uma desvalorização de 66%, contra os 50% propostos pelas autoridades nacionais, agravando assim o prejuízo do banco em 400 milhões de euros; em oito anos o Estado injetou dinheiros públicos em sete bancos; as ajudas do Estado a bancos portugueses já superaram o montante do resgate da troika; o petróleo desceu esta semana abaixo dos 30 dólares por barril; de Janeiro de 2015 até agora o petróleo caíu 31,6% mas a gasolina subiu 3%; a Bolsa de Lisboa teve nesta semana o pior ciclo de quedas desde 2011; até 2025 estima-se que 26% das oportunidades de emprego sejam na agricultura; um estudo recente aponta que os doentes que são internados de urgência num hospital ao fim de semana têm um risco de morte mais elevado; CGTP, PCP e BE reivindicam semana de 35 horas também para o sector privado e ameaçam o seu Governo de Costa com uma greve geral; Francisco Louçã tomou posse como Conselheiro de Estado.

 

ARCO DA VELHA - Segundo o jornal “i”, o cirurgião Eduardo Barroso terá vetado a primeira escolha do Ministro da Saúde, levando-o a desconvidar os novos responsáveis hospitalares da região de Lisboa que tinham sido inicialmente convidados por aquele membro do Governo e que desagradavam ao cirurgião.

 

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FOLHEAR - Um dos livros que ultimamente entrou no meu dia-a-dia é “A Dieta Ideal - receitas familiares e saborosas”, de Francisco José Viegas. Conhece-se a devoção do autor à boa cozinha portuguesa, a sua escolha de restaurantes que a praticam, mas também o prazer que tem em cozinhar para amigos. São receitas dessas incursões na cozinha que aqui estão, explicadas de maneira simples, a maioria de origem nacional a evocar sabores e tradições familiares, mas também umas quantas de inspiração estrangeira, sobretudo italiana. A sua actividade como crítico de restaurantes valeu-lhe um prémio da Academia Portuguesa de Gastronomia e a sua actividade de escritor levou a que um dos heróis dos seus policiais se deliciasse também com petiscos. Desde ervilhas com ovos, ao cozido à portuguesa, passando pelo empadão de carne, um arroz de romã com frango de escabeche (os arrozes são uma das perdições do autor…), um cuscuz com salmão fumado e legumes ou ainda uma massa com feijão, até uns ovos rotos com azeite de trufa, aqui se encontram receitas para todas as ocasiões, seja de entradas ou pratos principais. A culinária, diz o autor na introdução do livro, é uma invenção decisiva da nossa civilização. Esta “Dieta Ideal” fez-me lembrar um dos livros que também consulto com regularidade - “The Family Meal, home cooking with Ferran Adriá”, o livro onde o Chef do extinto El Bulli relatava os cozinhados que eram feitos diariamente para a equipa do seu restaurante, destinados à refeição partilhada por toda a equipa - com zero molecular e muita tradição. Com livros assim nem apetece ir comer fora.

 

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VER - Esta semana tive a sorte de ver duas exposições que me marcaram.  A primeira é uma surpreendente mostra de pinturas de Rui Sanches, que tem tido essencialmente uma actividade regular, e marcante, na área da escultura. Estas obras, a que chamou “suite alentejana”, numa referência ao atelier onde as trabalhou e que fica na sua casa no Alentejo, foram  inicialmente expostas no Porto, em 2013, na Galeria Fernando Santos, e chegam agora a Lisboa, ao espaço da Fundação Portuguesa das Comunicações, por iniciativa da Giefarte, até 12 de Março  (Rua do Instituto Industrial 16). A utilização da côr, a criação de um espaço a duas dimensões bem diferente daquilo a que as suas esculturas remetem são elementos dessa surpresa (ver imagem no início desta coluna). A outra exposição é um conjunto de trabalhos em papel de José Pedro Croft, que está na Galeria João Esteves de Oliveira até 11 de Março (Rua Ivens 38). São cerca de três dezenas de obras, entre originais e múltiplos de pequena tiragem, sob o título genérico “Espaços de Configuração” (na imagem). Estes trabalhos, aparentemente simples, são uma prova de que é  precisamente na simplicidade que melhor se distingue o poder da criatividade - mesmo quando baseada em coisas tão elementares como linhas, formas, volumes. E, claro, com uma cuidadosa utilização dessa distração que pode ser a côr.

 

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OUVIR - Sinto-me um pouco vampiro a escolher para disco da semana “Blackstar”, a derradeira obra de David Bowie - até porque o essencial do que havia a dizer foi bem escrito neste jornal por Fernando Sobral. Mas, independentemente da evidência, hoje incontornável, de que o álbum foi pensado e produzido como uma carta de despedida, ele é sobretudo um testamento artístico - a indicação do caminho musical que Bowie achava interessante explorar. É curioso porque há aspectos do disco que fazem lembrar alguns pontos do início da sua carreira, nomeadamente nos arranjos e na utilização do saxofone, particularmente em “Tis a pity she’s a whore”. Mas é curioso também observar a diferença entre a edição original em single do tema “Sue (or the season of crime)”, lançado em 2104, com a nova versão, bem diferente , incluída no álbum - muito mais elaborada e homogénea, e que abre pistas sobre a forma como ele via a evolução da sua música. Um ponto importante do disco é a própria escolha do núcleo musical, o trio de Donny McCaslin, saxofonista e um importante músico de jazz de Nova Iorque, que Bowie conheceu através da sua amiga, igualmente música de jazz, Maria Schneider - que também tem uma participação no disco e que foi, sabe-se agora, uma conselheira musical regular de Bowie nos últimos tempos. A intensidade e originalidade do disco, independentemente do dramatismo das suas circunstâncias, evoca o período em que Bowie e Eno colaboraram em Berlim. “Blackstar” afasta-se do pop, larga amarras no jazz e mesmo a faixa mais tradicional, digamos, “Girl Loves Me”, sai da sua zona de conforto.  Para além da simbologia de “Lazarus”, ou da mensagem de preocupação com o estado do mundo da faixa-título de abertura, estou em crer que é na derradeira canção, “I Can’t Give Everything Away”, na forma como ela foi escrita, construída e cantada, que está verdadeiramente o recado de Bowie: “Saying no but meaning yes, this is all I ever meant, that’s the message that I sent”.

 

DIXIT - “A higiene na Roma antiga não evitou as lombrigas e outros parasitas” - título de um artigo do “Público”.

 

GOSTO - A livraria Lello, do Porto, que celebrou esta semana 110 anos de existência e que nos últimos seis meses vendeu uma média diária de 512 livros.

 

NÃO GOSTO - O novo Ministro da Educação mudou todo o sistema de avaliação depois de já ter passado um período escolar e sem antes dialogar com representantes dos pais ou das direcções das escolas.

 

BACK TO BASICS - “À medida que envelhecemos tudo se resume a duas ou três questões: quanto tempo nos resta, o que é que vamos fazer e como o faremos” - David Bowie

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publicado às 11:22

ZIG ZAG, FAZ & DESFAZ

por falcao, em 08.01.16

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ZIG ZAG -  Em Portugal o regime entrou na época do Zig Zag, Isto aplica-se, nomeadamente, à acção do Governo, que em apenas um mês já modificou várias medidas do anterior executivo, desde os feriados nacionais até privatizações na área dos transportes, passando por revogações e alterações na saúde, educação e justiça. O país entrou oficialmente na fase em que se desfaz o que se fez e em que se aumentam os gastos. A seu tempo virá o aumento das receitas pelo expediente do costume - o aumento da cobrança de impostos. Estou com alguma curiosidade de ver como isto evolui, do ponto de vista da despesa pública, da competitividade da economia, do PIB e, sobretudo, da melhoria efetiva das condições de vida que é o grande argumento para tudo o que o Governo está a fazer. Mas isto só se perceberá daqui a uns anos. Para já uma coisa é certa: mesmo que subjetivamente. há muita gente que se sente mais à vontade para fazer gastos, para contrair créditos. Há, como se viu nos números deste Natal, uma espécie de nova euforia consumista. Resta saber se foi uma atitude pontual ou se esta euforia vai virar epidémica. Mas o efeito Zig Zag não se passa só na acção do Governo. Aos poucos vai descendo pelo edifício do sistema partidário. O primeiro sinal veio de  Paulo Portas, que decretou o fim, pelo menos temporário, da sua época - o que vai atirar o CDS/PP necessariamente para outros rumos. Resta ver como o PSD evoluirá e como se reposicionará face às alterações à sua direita. Tudo se conjuga para uma tempestade perfeita cujo resultado seja uma tranquila governação de Costa ao longo de uma legislatura. Constata-se agora ainda mais que o anterior governo não fez reformas de fundo - apenas usou maquilhagem estrategicamente aplicada. Ao usar desmaquilhador em quantidades apreciáveis, António Costa mostra também a superficialidade de muito do que foi feito. Vamos a ver como fica o rosto do país no fim destes tratamentos de beleza.

 

SEMANADA - Começaram os debates presidenciais, com três características: fraca audiência, falta de brilho e enorme previsibilidade e monotonia; começa a desenhar-se o espectro de uma abstenção assinalável; um inquérito recente mostrava que os novos votantes, entre os 18 e 25 anos, na maioria dos casos, não ligam sequer à campanha que está a decorrer; segundo o Instituto Nacional de Estatística cerca de 35% da população portuguesa, e nestes a maioria com mais de 65 anos,  não tem acesso à internet; em 2015 foram registados mais de cinco mil nomes diferentes para recém nascidos; as receitas brutas de bilheteira de cinema a nível global ultrapassaram em 2015 os 34,8 mil milhões de euros, o maior valor de sempre; a venda de carros registou no ano passado um aumento de 24% e obteve o melhor resultado desde 2010; o investimento em imobiliário em 2015 atingiu o maior valor de sempre, 1,9 mil milhões de euros com os centros comerciais e lojas de rua a captarem a maior fatia do investimento estrangeiro na área; a banca portuguesa detecta por dia 15 operações suspeitas de lavagem de dinheiro; o Governo decidiu que quatro feriados civis e religiosos vão ser repostos já este ano, criando três “pontes” em 2016;  as compras com multibanco subiram 270 milhões de euros no período do natal; o fisco reteve 486 milhões de euros em reembolsos de IVA a empresas em 2015; a dívida pública portuguesa subiu dois mil milhões de euros num mês; especialistas de planeamento urbano de vias circulares às cidades afirmam que a decisão de ajardinar e arborizar a segunda circular, tomada pela Câmara Municipal de Lisboa, coloca questões de segurança e poderá ter um impacto considerável no aumento do trânsito (e da poluição) dentro da cidade; 21 dias é o tempo médio que o Ministério da Educação demora a substituir um professor, por doença ou outros motivos, o que na prática significa um mês inteiro sem aulas; no fim de semana passado a espera em urgências hospitalares chegou a atingir as 12h00; o Governo fez 154 nomeações em 41 dias.

 

ARCO DA VELHA - Há um ano a eurodeputada Ana Gomes propôs ao PS que apoiasse a candidatura presidencial de Maria de Belém, sublinhando que era tempo de ter uma mulher na presidência; agora decidiu aceitar ser a mandatária de Sampaio da Nóvoa.

 

 

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FOLHEAR - Neste Natal houve uma prenda que me tocou especialmente: a nova edição de “Lisboa - cidade triste e alegre”, de Victor Palla e Costa Martins, que foi publicada no último trimestre de 2015 pela Pierre Von Kleist, uma editora consagrada a livros de fotografia. Originalmente o livro foi editado em 1959, na sequência de uma exposição na Galeria Diário de Notícias. A edição original foi feita em fascículos, publicados entre Novembro de 1958 e Fevereiro de 1959. Mais tarde, em 1982, António Sena fez uma exposição chamada “Lisboa e Tejo e Tudo”, na sua galeria Ether, e recuperou e encadernou algumas das colecções integrais de fascículos - e vários exemplares tiveram circulação internacional. O livro agora reeditado reproduz exactamente o original e reúne cerca de 200 fotografias, em que os autores incluíram excertos de poesia Fernando Pessoa, António Botto, Almada Negreiros, Camilo Pessanha, Mário de Sá-Carneiro, Alberto de Serpa, Cesário Verde, Gil Vicente, e inéditos de Eugénio de Andrade, David Mourão-Ferreira, Alexandre O'Neill, Jorge de Sena, entre outros, com destaque também para o texto de abertura de José Rodrigues Miguéis. A reputação internacional do livro surgiria depois, associada à sua inclusão em 'The Photobook: A History, Vol. 1', de Gerry Badger e Martin Parr que o descrevem assim: "Lisboa, Cidade Triste e Alegre é particularmente notável pelo uso de ideias gráficas desenvolvidas por fotógrafos como William Klein ou Ed van der Elsken, criando um livro vibrante, com uma sequência cinemática". Em 2009, para assinalar o cinquentenário da edição original a Pierre Von Kleist fez uma reedição reproduzindo exactamente a original, edição que rapidamente esgotou. E no final do ano passado fez nova reedição, igualmente com uma impecável impressão, desta vez feita na Alemanha. E é esta que folheio regularmente com gosto, deliciando-me com os textos que, no indíce, os autores escreveram sobre a forma como cada imagem foi feita.

 

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VER - Esta semana recomendo três exposições de fotografias. Começo por Lisboa onde “A Pequena Galeria” (Av 24 de Julho 4C, junto à Praça D. Luis), reabre com uma nova montagem da exposição “Sete Fotógrafas & Inéditos”, que apresenta trabalhos de Clara Azevedo, Cristina H.Melo, Diana Laires, Inês Cruz, Letícia Zica, Luísa Ferreira e Maria Simão. Em Cascais, na Fundação D. Luis I - Centro Cultural de Cascais, até 17 de Abril, está a exposiçãoNicolás Muller.Obras-Primas” que integra a programação da MOSTRA ESPANHA 2015 e que fez parte do PhotoEspaña de 2015. Muller foi um fotógrafo húngaro que se fixou em Espanha, depois de ter passado por França – onde conheceu Brassaï e Robert Capa – e ainda por Portugal, onde permaneceu apenas uns meses e realizou um trabalho sobre a zona ribeirinha do Porto, que é parte integrante da exposição em Cascais (na imagem). Finalmente, em Braga, no Teatro Circo, uma exposição de fotografias de António Variações, parte de uma coleção de 300 imagens do cantor que ao longo dos anos foi recolhida por Teresa Couto Pinho , desde ensaios a concertos, passando pelas sessões para as capas de discos. Dentro em breve será editado um livro que reúne a colecção.

 

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OUVIR - Frank Zappa foi um dos génios da música norte-americana da segunda metade do século passado. Percorreu vários géneros musicais, sozinho ou com os Mothers Of Invention, fez canções, encenou provocações, e escreveu peças de música contemporânea, muitas sob a influência de Edgard Varèse, algumas interpretadas por nomes como Pierre Boulez, desaparecido esta semana. Uma delas, a mais célebre, é a ópera “200 Motels”, inicialmente editada em 1971 numa versão rock, e que agora foi gravada pela orquestra Filarmónica e Côro de Los Angeles, dirigidos por Esa-Pekka Salonen. 22 anos depois da sua morte Zappa continua a surpreender, quando nos reencontramos com o seu talento musical nesta reinterpretação de uma das suas peças mais emblemáticas, escrita ao longo de cinco anos e que relata a passagem de uma banda rock por uma cidade imaginária, Centerville, pretexto para um retrato irónico sobre o quotidiano da América de então, desde os habitantes da cidade aos membros da banda, passando pelo próprio Zappa ou os jornalistas que escrevem sobre a digressão. A versão de Salonen fez algumas alterações  na ordem de apresentação das diversas cenas e privilegiou a abordagem orquestral. Menos enérgica que  a versão original, ela é no entanto mais coerente do ponto de vista da narrativa e, sobretudo, permite divulgar e dar nova vida a uma das maiores obras de Zappa, mostrando toda a sua genialidade, quer na escrita musical quer na ironia do libretto. A gravação foi efectuada em 2013, editada no final do ano passado e produzida por Frank Filipetti e Gail Zappa, a filha do compositor.(“200 Motels- The Suites”, duplo CD Zappa Records, Edição Universal Music, na FNAC e El Corte Ingles).

 

DIXIT -  “Não estou a concorrer a líder partidário” - Marcelo Rebelo de Sousa

 

GOSTO - Das reflexões e opiniões que podem ser vistas no novo site www.clubedeimprensa.pt

 

NÃO GOSTO - Num debate televisivo o candidato do PCP, Edgar Silva, evitou responder frontalmente quando interrogado sobre se considerava a Coreia do Norte uma democracia.

 

BACK TO BASICS - “Numa disputa sem sentido não há qualquer espécie de valor” - William Shakespeare.

 

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