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Com eleições presidenciais à porta é curioso recordar o caso americano na relação dos candidatos com as redes sociais. Está por demais contada a história de como uma estratégia digital ousada de Barack Obama foi uma das chaves da sua reeleição. De facto uma utilização criativa da tecnologia aplicada à política tem sido crucial para a carreira de Obama. A sua campanha foi pioneira, entre os vários candidatos, na utilização da análise de dados – o que lhe permitiu, na recta final, fazer acções dirigidas nas zonas do país e sem segmentos do eleitorado onde se sabia que ele estava debaixo de maior pressão e com mais problemas potenciais em assegurar a vitória. No período pós eleitoral surgiram muitos artigos a revelar como uma utilização inteligente das bases de dados, dos emails e das rêdes sociais foi absolutamente decisiva para conquistar os votantes de última hora, sobretudo dentro de algumas faixas etárias. Obama foi aliás o primeiro presidente norte-americano a ter oficialmente uma conta de email da Casa Branca e foi também o primeiro a criar uma equipa que incluía um Chief Digital Officer, Jason Goldman, um ex-executivo do Twitter, que desenvolveu toda a estratégia digital do Presidente dos Estados Unidos.

Um recente artigo do New York Times, “A Digital Team Is Helping Obama Find His Voice Online”, revela alguma coisa do que se está a passar. Por exemplo Obama está a aumentar a sua presença nas redes sociais com o objectivo de criar uma ideia de espontaneidade e acessibilidade em relação àquilo que o jornal classifica como “um dos cargos políticos do planeta mais coreografados e regulados”. A conta de Obama no Twitter, @POTUS, tem cinco milhões de seguidores e a execução da estratégia digital da Casa Branca é garantida por uma equipa de 20 assessores dedicadas a gerirem a Twitter presidencial, assim como a página da Casa Branca no Facebook, no Instragram e o canal no YouTube. Uma das tarefas desta equipa é transformar em twitters síntese, de 140 caracteres, segmentos dos discursos do presidente, mas também estudar os dados analíticos que permitem identificar quais os temas políticos e sociais que podem interessar mais em cada momento e desenvolver conteúdos de video ou gráficos de acordo comas informações recolhidas.

Para os responsáveis desta equipa, citados pelo New York Times, o objectivo é estabelecer uma identidade digital clara para Barack Obama, torneando o que consideram ser a perda de eficácia dos fórmulas tradicionais de discurso solene, declaração à televisão ou uma entrevista exclusiva a um jornal. O trabalho desta equipa de especialistas e o seu estudo dos dados que vão recolhendo conseguiu convencer os responsáveis da Casa Branca que a exposição do Presidente nas redes sociais e em outros meios digitais, como o You Tube, tem tido resultados muito positivos, como aconteceu este ano no habitual discurso sobre o Estado da União. Noutras ocasiões o Presidente ele próprio escreveu no Twitter a sua reacção a acontecimentos importantes e é frequente que quando está a fazer campanha sobre um tema, por exemplo sobre o controlo da venda de armas de fogo, a casa Branca utilize estes meios para fazer passar factos e estatísticas que fundamentam a sua posição. O resultado, dizem os especialistas ouvidos pelo New York Times, não podia ter sido melhor.

Em última análise tudo isto tem a ver com “encontrar formas de comunicar com as pessoas numa época em que se assiste a uma grande desagregação dos media, o que faz com que a comunicação pelos meios tradicionais seja muito insuficiente” – afirma Dan Pfeiffer, um dos arquitectos da estratégia digital de Obama.

Uma das minhas curiosidades na campanha presidencial portuguesa que se avizinha é perceber como os candidatos irão utilizar as redes sociais, qual será a sua estratégia digital. Vamos ver, daqui a pouco tempo se saberá.

publicado originalmente em buzzmedia.pt

 

 

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publicado às 14:38



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