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por falcao, em 31.01.05
REALISMO - Esta pré campanha eleitoral tem o mérito de mostrar que as notícias das dificuldades do país não são exageradas. Para além do discurso eleitoral, um respeitado apoiante do PS, o ex-ministro das Finanças, Silva Lopes, admite a necessidade de aumentar impostos e diminuir o custo da Função Pública como um imperativo para resolver o défice. O realismo desta posição tem um mérito, que é o de deslocalizar a questão económica e financeira da esfera partidária. A situação é tão má que a receita prática da sua resolução não se compadece com demagogias nem com uma guerra esquerda-direita. Não há dinheiro, é preciso diminuir a despesa e aumentar as receitas. Não há volta a dar a este texto – sem resolver esta questão não há desenvolvimento, nem emprego, nem tecnologia. Nem melhorias nas políticas sociais.



VOTOS - Debater as diferenças nas propostas, passar das promessas ao concreto, ver o que parece possível e o que aparenta ser improvável, fazer a conta a quanto custa cada programa eleitoral - este é o exercício que falta fazer. O silêncio é muito mau conselheiro eleitoral. Não resisto a dizer uma evidência: o voto pertence a quem vota, não a quem é votado. Esta coisa, básica, elementar da Democracia, é muitas vezes esquecida – sobretudo nos períodos eleitorais, por mais paradoxal que seja. Os partidos não são clubes de futebol – têm que provar que merecem os votos, não podem pedir fidelidades nem clamar por vigança.



ACTOS – A política não é um mundo à parte, não chega ter boas ideias, é preciso saber se elas são exequíveis e saber como e quando se podem concretizar. É preciso saber transformar as ideias em actos, fazer coincidir as palavras com as acções. Pensem todos um pouco na História recente de Portugal e vejam quem conseguiu lançar e concretizar projectos e quem ficou a falar deles sem os fazer andar. Avaliem os comportamentos face ao controlo orçamental e da despesa pública. É um belo método de análise política.



ARTE - O Arts Council da Grã-Bretanha lançou um projecto bem interessante, o «Own Art», que se destina a fomentar a compra de arte contemporânea. Trata-se de um financiamento sem juros até 2000 libras, que pode ser pago em 10 meses, de processamento simples, gerido directamente pelas galerias. O projecto envolve 250 galerias que trabalham com artistas contemporâneos e um banco, o HSBC, que recebe 4% do valor de cada empréstimo directamente do Arts Council. Resultado: os artistas vendem as suas obras, as galerias dão mais oportunidades aos novos, as pessoas habituam-se a comprar arte. Em vez de subsídios, estimula-se o mercado. Boa ideia, não? Resta dizer que as galerias estão encantadas com o projecto.







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publicado às 08:51

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por falcao, em 26.01.05
BD

Finalmente percebi tudo do discurso de Louçã. O dirigente do BE deve ser um fanático entusiasta de BD e em particular do universo dos heróis da Marvel, essa fábrica de personagens das histórias de quadradinhos. Palpita-me que entre todos os heróis Louçã resolveu vestir a pele de Frank Castle, um vigilante, que fez as delícias dos leitores da série «O Justiceiro». Só assim se percebe a sua cruzada em várias direcções, a susa certeza de julgamento, a posição em que se coloca de ser o fiel da justiça e do bem.

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publicado às 10:09

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por falcao, em 25.01.05
IDEIAS

O grande problema é que não chega ter boas ideias. É preciso saber se elas são exequíveis e saber como e quando se podem concretizar. É preciso transformar as ideias em actos. É preciso saber concretizar projectos. Pensem todos um pouco na história recente de Portugal e vejam quem conseguiu lançar e concretizar projectos e quem ficou a falar deles sem os fazer andar. É um belo método ded análise política.

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publicado às 22:44

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por falcao, em 25.01.05
PROBLEMA

O dilema da política é fazer coincidir as palavras com os actos.

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publicado às 01:19

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por falcao, em 22.01.05
BONECADAS - Não sei se já repararam, mas este ano a campanha eleitoral estará em pleno no período do carnaval – a bem dizer não haverá muita diferença porque os últimos tempos têm sido férteis em partes gagas vindas de todas as direcções. Muito elucidativamente o Bloco de Esquerda arrancou a campanha com uma brincadeira na baixa lisboeta, um jogo de bowling onde os bonecos eram pessoas. É a confirmação de que os partidos tratam as pessoas como bonecos. Fixem isto: o «Público» divulgou esta semana uma sondagem com um resultado aterrador: 76% dos portugueses acham que os políticos só estão interessados nos votos das pessoas, 75% acha que bem lá no fundo os partidos são todos iguais e 50% declaram-se pouco ou nada interessados na política.



FACILIDADES - Numa conjuntura como a actual, num cenário de eleições antecipadas, é bem mais fácil estar na oposição que no Governo – e cá para mim isto foi coisa que pesou na decisão da dissolução. A história deste episódio está aliás ainda para ser bem contada: nas redacções dos media desde o início de Novembro que se sabia que assessores do Presidente da República estudavam a possibilidade do cenário da dissolução e que Belém estava apenas à espera de um pretexto para avançar nesse sentido. A coisa não foi decisão súbita nem provocada por um facto concreto: na realidade esteve a fermentar durante largas semanas à espera de uma oportunidade. E esta azáfama começou apenas três meses depois de Sampaio ter optado por não realizar eleições. Volatilidades...



AVISO - A SEDES veio esta semana avisar solenemente que o país está ingovernável. Já tínhamos percebido que era assim – por isso Guterres se foi embora, por isso Durão optou pela Europa, por isso Ferro Rodrigues mudou de vida. Este aviso da SEDES podia ter sido dado há uns meses ao Presidente da República, talvez se evitassem alguns episódios insólitos, como a não convocação de eleições em Julho ou a dissolução em Dezembro. O que a SEDES vem dizer, de facto, é que o problema não é de quem está, é do estado a que isto chegou.



SETENTA - Um grupo de notáveis figuras da política, com uma idade média na casa dos 70 anos, falou da actualidade (com uma rara excepção) como se não tivessem tido responsabilidades no passado. Na maioria quiseram apresentar-se como impolutas virgens sem mácula sem vivências partidárias. Bem sei que é sempre mais fácil falar quando se está de fora, mas não basta ser-se do contra; convém que se apresentem alternativas. E se olharmos para a paisagem nacional é fácil notar como existe uma grande falta de apresentação de propostas que permitam tornar isto tudo mais possível e governável, diferentes daquelas que já estão em cima da mesa.



BACK TO BASICS – Até ao lavar dos cestos é vindima; convém é ver se o fundo dos cestos está inteiro...



RECOMENDAÇÃO - Existe um blog imperdível , o «Margens de Erro». Ali aprende-se sobre sondagens, podem comparar-se várias e até se pode ver o resultado da média das sondagens mais recentes. O seu autor, Pedro Magalhães, docente na Universidade Católica é o autor de um interessante estudo sobre a evolução das sondagens pré-leitorais em Portugal, cuja leitura se recomenda vivamente e cujo link de acesso pode ser encontrado nesse mesmo blog, www.margensdeerro.blogspot.com .



COMIDINHA – Para estes dias frios, uma comida quente. Recomendo vivamente a cozinha goesa do Xanti, Calçada do Livramento, 17, Casa de Goa, mesmo por tràs do Palácio das Necessidades. Tem estacionamento fácil com parque próprio. Comida e serviço impecáveis. Vamos por partes: couvert inclui chapattis que podem ser lambuzados com um chutney de manga verde bem picante e uma pasta de côco e coentros deliciosa; as chamuças têm uma massa levíssima e vêm sem óleo a pingar; boa nota para o caril de gambas e para o xacuti de galinha; a rematar uma bebinca bem caseira. E o sítio ainda por cima é bem engraçado.



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publicado às 22:28

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por falcao, em 21.01.05
O GRANDE LOUÇÃ

Por muito que viva, não me hei-de esquecer desta:" O Senhor não pode falar do direito à vida porque nunca gerou vida. Não sabe o que é gerar vida. Eu tenho uma filha. Eu sei o que é um sorriso de uma criança." (Francisco Louçã dirigindo-se a Paulo Portas num debate eleitoral televisivo).

Os actos - e as palavras - ficam com os seus autores.

Que dirão disto a muito politicamente correcta legião de simpatizantes do Bloco nos media?



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publicado às 21:58

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por falcao, em 21.01.05
BLOCO CENTRAL

Quando pensava já ter visto tudo, eis que mais uma vez fui surpreendido: O Presidente do Benfica e do Sporting sentaram-se um ao lado do outro e apresentaram aos portugueses o seu pacto de regime. Jorge Sampaio já foi em parte ouvido. O Bloco Central já funciona no futebol.

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publicado às 11:34

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por falcao, em 20.01.05
BOATOS

Nada pior que usar a boataria como combustível de campanhas. Quando isto começa é um processo que se torna rapidamente num incêndio incontrolável.

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publicado às 18:16

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por falcao, em 20.01.05
REFORMAR

No âmbito da presente campanha eleitoral houve quem submetesse a «focus groups» de eleitores ideias-chave para temas de campanha. Uma palavra que ninguém quer ouvir é «reformas»; não as reformas do emprego - mas sim as reformas da sociedade, do sistema do que quer que seja. Os eleitores querem é que nada mude. Mudar custa sempre mais que ficar na mesma, não é?

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publicado às 09:26

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por falcao, em 20.01.05
PORQUÊ?

Mesmo quando tudo parece estar a correr melhor, há sempre um engano, uma trapalhada, uma troca, que dá cabo do efeito positivo e vem criar mais confusão. Porquê?

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publicado às 09:25

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