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EXACTO - Não resisto a começar esta coluna por citar um «post» de Manuel João Ramos no blog «O Carmo E A Trindade»:  «Que o Presidente da Câmara Municipal de Lisboa tenha sido eleito por um em cada nove lisboetas não é normal. Que o seu grupo de vereadores tenha poder de planear e gerir projectos tão estruturais como a terceira travessia do Tejo, a frente ribeirinha, urbanizações e reabilitações de vastas áreas do território da cidade é quase um golpe de estado.» 


 


ABUSO - Acho um bocado aborrecido que o Presidente da Comissão de Liberdade Religiosa se ponha a escrever artigos de opinião contra uma das religiões. Foi o que se passou esta semana com Mário Soares que resolveu lançar-se em vôo picado contra o Papa. Talvez valesse a pena Soares rever as posições que ocupa – o seu passado não justifica nem desculpa tudo. E eu, que não sou católico, acho incompreensível este tipo de comportamento.


 

 


CONCERTO - Parece que esta semana está na moda dizer mal de Madonna. Pois eu gostei do concerto de Madonna, tal como gosto de Madonna propriamente dita. Foi uma produção monumental, uma máquina absolutamente impressionante de fazer espectáculo. Arranjos novos de velhas canções – a maior parte bem conseguida – coreografias e cenografias impecáveis, o toque da aventura cigana particularmente bem conseguida, quer a nível musical, quer no guarda roupa, quer na forma de encher o palco. Claro que um concerto ao ar livre não é visto por todos em condições ideais, mas isso é o risco de quem quer ver produções desta natureza.  

 


RISO - Os dias começam melhor quando se ouve Bruno Nogueira logo de manhã na TSF – por volta das nove e vinte lá vem o «Tubo de Ensaio», que depois é repetido duas vezes à tarde. Também pode ser ouvido no site da TSF, e ali vale tudo, desde ouvir chamar «McGyver dos comentários a Moita Flores», até uma descrição impagável do novo cabelo de Nuno Rogeiro. Para além do trabalho de Bruno Nogueira, é justo destacar os textos de João Quadros. Humor no seu melhor. 

 


 


 


MÚSICA- Stefano Bollani é um pianista de jazz italiano que tem dedicado boa parte da sua carreira a interpretações baseadas em standards da música popular brasileira. «Carioca» é o seu mais recentre disco, e inclui versões muito cool e swingantes de temas como «Luz Negra», «Choro Sim», «Segura Ele», «Valsa Brasileira», «Doce de Coco», «Folhas Secas» ou «Samba e Amor» entre outros. Neste disco Bollani privilegiou o samba e o choro, mas numa gravação anterior, «Falando de Amor» dedicou-se à obra de António Carlos Jobim. Neste «Carioca» é acompanhado por bons músicos brasileiros sobre este reportório tão rico de autores como Edu Lobo, Chico Buarque, Pixinguinha, Jacob do Bandolim ou Ismael Silva, entre outros. O risco de fazer um disco insuportável neste cruzamento entre jazz e samba e choro era grande – mas «Carioca» é uma obra conseguida, com um ritmo contagiante. CD Emarcy/ Universal. 

 


 


LEITURA - Na revista «Monocle» deste mês a Europa é tema em destaque – a começar pela análise implacável que um investigador, Richard G. Whitman, faz sobre a construção européia, com observações impressionantes sobre o que está a falhar e a acabar um pouco mais à frente uma análise das razões que levaram três países a situações difíceis – o Reino Unido, a Itália e a Bélgica. No resto da edição há muito que ler e ver – um belo portfólio sobre cinema mexicano e produções de moda de rara qualidade. A «Monocle» de facto é um objecto invulgar, um manancial de curiosidades, de chamadas de atenção, de pequenas descobertas que ajudam a perceber melhor o que se passa à nossa volta. No editorial deste mês o fundador da revista, Tyler Brûlé, analisa o que pode melhorar a vida de uma comunidade e chega a conclusões que são simples, universais e de bom senso: maior atenção à proximidade, salvaguarda da individualidade e da tradição, boa rede de comunicações, bom comércio local que faça a diferença das redes multinacionais iguais em todo o sítio e boas ligações e transportes. Eu por mim concorco – antes uma bica e uma empada no café da esquina onde o empregado é simpático e atencioso que um folhado sofisticado e sensaborão numa loja da moda com empregados arrogantes e ineficientes. 

 


 


IMAGEM - Vou ver se nos próximos dias consigo ver três exposições de fotografia que me suscitam curiosidade: imagens de Moçambique por Sérgio Santimano na P4 (Rua dos Navegantes 16) – amanhã há uma conversa entre o fotógrafo e o crítico de arte Alexandre Pomar na galeria às 18h00; as imagens de Rodrigo Amado sob o título «Searching For Adam» na Módulo, Calçada dos Mestres 34ª, a Campolide; e imagens de Carlos Afonso Dias realizadas entre 1956 e 2008 na Pente 10 (Travessa da Fábrica dos Pentes nº10, ao Jardim das Amoreiras. 

 


 


COMIDA - Situado em plena esquina da Rua Latino Coelho com a Rua Filipe Folque, fica o restaurante Latino. Sala espaçosa, num prédio de gaveto, com boa luz natural e mesas espaçosas e muito confortáveis. A cozinha é inspirada na culinária portuguesa, produtos tradicionais de muito boa qualidade, da alheira ao peixe fresco. Em duas ocasiões recentes experiências muito positivas com fígado de vitela absolutamente no ponto e um bacalhau com grão impecável e com tudo o que a tradição manda. Garrafeira a preços decentes, muito bom cesto de pão. Rua Latino Coelho 18, tel 213141897. 

 


 


BACK TO BASICS – Pobre do homem cujo prazer depende da autorização de outro, Madonna 

 

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publicado às 16:28

UMA INEVITÁVEL REMODELAÇÃO

por falcao, em 21.09.08

(Publicado no diário Meia Hora do dia 17 nde Setembro)

 


O maior problema de José Sócrates nestes dias que correm chama-se Costa. Não António Costa, a quem o Primeiro Ministro deu o presente envenenado da Câmara de Lisboa e que para o ano terá nas eleições autárquicas uma difícil prova perante as dificuldades em federar a esquerda. O grande problema de Sócrates chama-se Alberto Costa e está a afectá-lo onde mais dói, o terreno do descontentamento dos eleitores cujo combustível é a sensação de que o crime deixou de ser punido.


Uma boa parte das embrulhadas dos últimos meses deve-se à forma como foi feita e introduzida a reforma do código penal. É certo que a Justiça é um sector em crise há anos e que funciona mal. Mas também é facto que as coisas pioraram substancialmente no consulado deste Ministro.


Não estou a falar só das questões directamente ligadas às polémicas em torno das novas normas que regulam a prisão preventiva – a crise vai mais funda, passa por falta de condições em tribunais, em rupturas de equipamentos, um não acabar de queixas de juízes, funcionários, e, mais importante, dos cidadãos.


Em declarações recentes o Procurador Geral da República, Pinto Monteiro, comentando de forma indirecta a questão das alterações à lei que reduzem a prisão preventiva, disse a frase mais terrível de todas: «Os primeiros a saber os efeitos das leis são os cidadãos». É um recado claro, que tem uma carga enorme, que é a de focar o assunto na realidade e não no plano teórico. E é precisamente a realidade que o Ministro Alberto Costa tem procurado evitar, refugiando-se em conceitos dúbios e numa postura de teimosia que releva incapacidade de compreender o que se está a passar, dificuldade em reconhecer um erro e necessidade de o corrigir.


A coisa é de tal forma que na última semana várias figuras próximas do PS se demarcaram da forma com que Alberto Costa encara toda a situação e houve mesmo quem dissesse, preto no branco, que ele tinha pouco jeito para ser Ministro – e não foi ninguém da oposição (que continua em retiro espiritual…)


Uma remodelação parece ser inevitável  - é uma questão de escolher o momento que evite mais penalizações e que consiga encontrar uma saída airosa. A um ano de eleições todas as jogadas são perigosas, mas, da forma como Alberto Costa se isolou, os custos de o manter são maiores que os de o substituir.  

 

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publicado às 16:25

PARA QUE SERVEM OS POLÍTICOS?

por falcao, em 16.09.08

 


Uma das coisas que mais aflição me faz é a facilidade com que pessoas que nunca tiveram nenhuma experiência profissional relevante surgem, com tanta frequência, em cargos de responsabilidade dos partidos políticos e da vida política. Não são poucos os casos de pessoas que começaram a actividade nas juventudes partidárias e que ingressaram na política a tempo inteiro sem nunca terem tido um contacto diversificado e prolongado com o mundo real.

 

Estas pessoas chegam à política com pouca experiência de adaptação às mudanças, facilmente preferem alimentar guerras e abater inimigos a fazer negociações, habituam-se a viver no mundo da política, que é uma redoma com códigos e comportamentos próprios, viciam-se nos pequenos poderes e fazem análises a partir dos seus próprios interesses.

O retrato parece pessimista? Marques Mendes e José Sócrates, por exemplo, têm uma carreira essencialmente feita nos meandros da política partidária, com passagens reduzidas pela vida real, sem experiência de facto fora de organizações do Estado ou a ele ligadas. Estes políticos dependem dos seus partidos, da sua manutenção na política e muito rapidamente se enredam num terreno onde é fácil confundir-se o interesse colectivo com o interesse pessoal e onde a sobrevivência política se torna numa garantia de sobrevivência pessoal. O poder vicia e distorce a realidade.

 

Nestes últimos dias fiquei verdadeiramente espantado com algumas declarações de jovens que frequentaram a Universidade de Verão do PSD e que se declaram dispostos a ser políticos no velho modelo que hoje conhecemos  - e que é a principal causa do divórcio cada vez maior entre os cidadãos e a política.

 

A política partidária actual representa um paradigma que está no fim de um ciclo que dura há cerca de 200 anos e progressivamente vai deixar de ter a importância que hoje lhe damos – é para este desafio de mudança que todos nos devíamos preparar. Aos poucos caminhamos para uma sociedade onde os políticos passarão a ser actores secundários e não protagonistas principais. A crise que atravessamos apenas fará acelerar a noção de que a actividade política não pode continuar a ser este jogo de habilidosos que desprezam de facto a vida das pessoas.

 

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publicado às 14:36

RUÍDO - No PS existe um trio – Santos Silva, Vitalino Canas e António Vitorino – que serve de tropa de ataque verbal. São os altilfalantes de serviço quando é preciso justificar o injustificável. Um deles – Santos Silva - por acaso, tem a tutela da comunicação social  e já se sabe que este Governo tem uma política de comunicação invulgarmente bem conseguida. É um pouco paradoxal que dois dos elementos deste trio de picaretas falantes tenham lugar de destaque numa iniciativa que se pretende fazer passar por «think tank». Colocar propagandistas à frente de um grupo de reflexão só serve que de lá surja mais propaganda e menos pensamento.

 

SILÊNCIO - Num esforço de compreender a estratégia do silêncio, esperei por ouvir o discurso de Manuela Ferreira Leite. Foi um bom discurso, um diagnóstico certo do estado do país, uma crítica ao que merece ser criticado. O único problema, depois de dois meses de silêncio, é que o discurso, mais coisa menos coisa, repetiu o mesmo que a líder do PSD tinha dito há umas semanas atrás numa entrevista na TVI a Constança Cunha e Sá. E, no fim do silêncio, impunha-se alguma novidade. Em vez disso veio a repetição. Esta falta de novidade apenas serve para reforçar as dúvidas sobre a bondade – e verdadeiras razões - da estratégia do silêncio.

 

LISBOA- À falta de fazer obra e de mudar a cidade, António Costa opta por fazer alianças que lhe permitam semear apoios para as próximas eleições. A negociação com Helena Roseta é mais um caso de hipocrisia política – de ambas as partes. Particularmente desagradável é que o mesmo executivo camarário que acabou com o África Festival venha agora cobrir o novo acordo com umas iniciativas em prol da multiculturalidade.

 

TRIBUNAL - Esta semana foi pródiga em notícias judiciais e a única conclusão que se pode tirar é que, qualquer dia, se começa a poder dizer que com tribunais destes o crime compensa. O que é certo é que um ex-detido já tem uma indemnização mas as vítimas do mesmo processo ainda não.

 

TV - A pouco tempo do início do processo sobre o quinto canal de televisão convém ter presente o papel que ele pode ter, em termos estratégicos, para a reorganização do espaço audiovisual e para a manutenção e desenvolvimento de uma indústria audiovisual falada em português. Há uns anos a SIC e a TVI deram um impulso à produção independente que, durante anos, a RTP não conseguiu dar. À escala, o quinto canal pode e deve potenciar o que já existe  - desde que haja vontade para isso. Não ter isto em conta pode ser fatal para a consolidação da produção audiovisual portuguesa.

 

LEILÃO - Damien Hirst é um artista plástico que se comporta como uma estrela rock – citando a capa da «Time» desta semana. No próximo dia 15 Hirst prepara-se para fazer história ao leiloar através da Sotheby’s um conjunto de 223 obras suas, recentes, propositadamente produzidas para a ocasião, e que se estima poderem gerar vendas de 120 milhões de euros. Será a maior venda de obras de arte de um artista contemporâneo, mas também um marco – Hirst ultrapassou os tradicionais galeristas e vende directamente através de uma leiloeira – quer dizer que em vez de dividir com o galerista, irá receber a totalidade da receita da venda (já que nos leilões o comprador paga a comissão à leiloeira por cima do preço do lance). Na realidade nos leilões os artistas raramente recebem dinheiro já que as obras não lhe pertencem – neste caso é ao contrário. Hirst fez do seu nome uma marca, geriu a sua carreira com cuidado e agora aqui está a sua produção recente, realizada com o auxílio de 120 assistentes em seis ateliers diferentes em Inglaterra. Vão ao site da Sotheby’s (www.sothebys.com), cliquem no delicioso nome da exposição de Hirst («Beautiful Inside My Head Forever») e explorem o que por lá está. Não vão dar o vosso tempo por perdido.

 

COMIDA - O Kaffeehaus é um simpático bar-restaurante que abriu no Chiado, mesmo em frente ao Governo Civil, na Rua Anchieta nº3. A decoração é despretenciosa mas confortável, o ambiente tem a luz certa, o serviço é muito simpático e rápido e na comida – austríaca, claro – destaque para os escalopes de porco panados com salada de batata (bons escalopes, finos, sem óleo a escorrer), o guisado vienense de vaca e um bife de novilho picado acompanhado por um bom puré de batata. Para os mais frugais também há umas saladas, parece que boas. Há vinho a copo, boa cerveja de pressão e nas sobremesas há um incontornável sachertorte, ou seja o bolo de chocolate dos cafés vienenses. Os preços são moderados. Fecha à segunda e o telefone é o 210956828.

 

ESCUTA – Para quem gosta de blues e de jazz aqui fica uma recomendação: corram a ouvir «Two Men With The Blues», um delicioso encontro entre o trompetista Wynton Marsalis e o country singer Willie Nelson, os dois às voltas com standards como «Stardust», «Geórgia On My Mind», «Rainy Day Blues» ou «Bright Lights Big City».

 

LEITURA - De entre as revistas recentes surgidas em Portugal há uma que merece destaque, a «Parq», que se apresenta como revista gratuita de moda e cultura urbana. A frase corresponde à realidade, os artigos são interessantes, o grafismo e a fotografia são exemplares., nesta edição número 6, de Setembro, recomendo o portfólio «Angola Luso», o artigo sobre a fotógrafa Olivia Arthur e sobretudo a pequena história da última página, começada numa operação STOP. Mais informações sobre a revista em www.parqmag.com .

 

BACK TO BASICS – A realidade supera sempre a ficção, Mark Twain.

 

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publicado às 14:32

O SILÊNCIO

por falcao, em 03.09.08

(publicado no diário Meia Hora de dia 3 de Setembro) 


Estamos a meses do início de um novo ciclo eleitoral, que vai ser já ali ao virar da porta. Em 2009 sucedem-se eleições europeias, autárquicas e legislativas e a verdade é que o panorama político está confuso. À direita PP e PSD têm crises internas de diferentes matizes e não souberam aproveitar estes três anos do ciclo do PS no poder para se reorganizarem, para definirem estratégias, para produzirem um programa alternativo credível. Um e outro partido enredaram-se em disputas internas de poder absolutamente estéreis.


E, no entanto, a oportunidade existe: as fragilidades do PS são grandes, os resultados do Governo são discutíveis, o alcance reformista estancou, o próprio PS está dividido entre uma posição mais ao centro e outra mais à esquerda. Mais além, no espectro partidário, o PCP mantém-se igual e o Bloco de Esquerda, ao institucionalizar-se cada vez mais, perdeu o apelo romântico que lhe deu ânimo nos primeiros anos.


No meio deste cenário tão confuso, o mais provável é que os próximos 12 meses não tragam grande novidade, que fique tudo mais ou menos na mesma. A minha convicção é que, sob a ilusão da estabilidade ou a defesa da continuidade, se vai entrar numa etapa de desagregação acelerada da actividade política e partidária tal como a conhecemos. A geração que estava nas faculdades no dia 25 de Abril de 1974 está a entrar na idade da reforma e quando olha para trás não tem muito com que se orgulhar – foram demasiadas as oportunidades perdidas, sobretudo quando comparamos com o que se passou aqui mesmo ao lado, em Espanha.


Quando as eleições começam a ficar próximas, quem está no poder deixa de tomar medidas polémicas, passa a estar mais sensível à opinião pública e tem tendência a ter mais cuidado com o que diz, com o que faz e, sobretudo, com o que anuncia querer mudar. Fazer grandes mudanças em ano eleitoral pode ser bom a médio-longo prazo, mas nunca é bom para quem quer assegurar maiorias.  Vamos entrar oficialmente no ano de todas as promessas. Preparem-se – o que ainda não se fez, tão cedo não se fará. Vivemos num país adiado por promessas eleitorais. 2008, como se está a ver, é o ano de todos os silêncios – apenas a tradução do enorme vazio que nos cerca. 

 


 

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publicado às 16:10


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