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CULTURA - Não sou dos que embandeira em arco com a gestão de Manuel Maria Carrilho no Ministério da Cultura. Acho que fala bem, escreve melhor, lê muito, pensa razoável, mas o balanço concreto do seu mandato, promessas e fogo de artifício à parte, é, de facto, escasso em obra feita. Mas também reconheço que o texto que colocou a debate no PS sobre política cultural, e que esta semana foi divulgado na imprensa, é uma análise lúcida da realidade e do triste estado a que o seu partido deixou chegar as coisas. Infelizmente bem sei que em matéria de política cultural o PSD é praticamente inexistente, o que somado à forma como o PS de Sócrates tem gerido a área, deixa as maiores reservas para o futuro. Quanto mais não seja o texto de Carrilho é bom, precisamente para que fora do PS se reflicta sobre o que se deve fazer nesta área.
DESPORTO – Em Portugal deixou há muito de haver verdade desportiva no futebol e as histórias relatadas de corruptelas com árbitros sucedem-se - alguns a troco de dinheiro, outros de prendas, mais alguns a troco de favores sexuais. A única forma de devolver a moralidade ao jogo é punir os erros, porque se vamos à procura de processos judiciais e de provas acabamos naquilo a que a justiça portuguesa já nos habituou – o crime compensa. A Liga Portuguesa de Futebol tem a responsabilidade de criar um sistema que avalie o que se passa. E deve pensar, como noutras modalidades, que o recurso ao vídeo-árbitro é melhor forma de evitar as tentações e os enganos e de identificar os erros. A partir daí a Liga só pode encarar a punição dos erros dos árbitros como a única solução para moralizar o espectáculo desportivo.
MANIPULAÇÃO - O funcionamento da Entidade Reguladora da Comunicação (ERC) levanta cada vez mais dúvidas – desde a forma como a maioria dos seus membros analisou e eliminou as propostas concorrentes ao quinto canal, passando pelo papel de putativo censor de serviço (como no caso da TVI), quase nada funciona em termos transparentes e isentos. Dotada de um orçamento generoso e excessivo, pago pelas audiências e pelos operadores do sector (excesso que se vê bem nas contas que apresenta), a ERC devia ser escrutinada com rigor e cuidado pelo Parlamento. Mal nascida de raiz, fruto de um acordo politiqueiro, a ERC é o exemplo acabado dos perigos da manipulação política e da ineficácia do Parlamento como órgão de controlo deste tipo de entidades. Na realidade o mais certo seria rever a utilidade da própria ERC tal como ela está.
VER – No Museu Berardo, CCB, a exposição dos três finalistas da edição 2008 do BES PHOTO. O prémio tem gerado polémica ao longo dos anos, com um júri atreito mais a modas do que à abordagem da fotografia. Os três finalistas representam opções bem diversas: Luís Palma explora a contemplação, um naturalismo de inspiração pictórica algo óbvio mas muito em voga; Edgar Martins aborda a fotografia pelo lado da manipulação da imagem, com um resultado previsível, muito «arty» e politicamente correcto; e André Gomes surpreende pelo trabalho de concepção de narrativa e pela poética de «O Livro de Ângela», naquela que é, eventualmente, a mais conseguida utilização da fotografia como forma de expressão e criação patente nesta edição do BES Photo.
VER II – De entre as exposições em galerias lisboetas destaco a individual de José Pedro Croft na Galeria Filomena Soares (Rua da Manutenção 80, a Xabregas, terça a sábado entre as 10 e as 20 horas). Croft apresenta desenhos, esculturas de chão e esculturas de parece em ferro zincado, colorido. As esculturas de parede, que são talvez a zona mais interessante da exposição, elas como que partem dos desenhos, formando um círculo de cumplicidades. É verdadeiramente uma mostra de equilíbrio e coerência.
LER – Continuo fanático da revista mensal «Monocle», confesso que tenho pena de não ter ouvido a conferência do seu director, Tyler Brulé, quando esteve recentemente em Lisboa, numa visita pouco divulgada. Na edição de Abril da «Monocle», entre muitos outros temas, destaque para uma entrevista com Bernard-Henri Levy, um artigo sobre o maior jornal do mundo, o japonês «Yomiuri Shibun» e uma multidão de pequenas e preciosas notas sobre o que vai acontecendo por esse mundo fora – a «Monocle» nos tempos que correm é acima de tudo um remédio contra a crise: afinal há coisas boas e que funcionam.
OUVIR – Molly Johnson é uma cantora canadiana, com uma voz de invulgar sentido rítmico. O seu novo disco, «Lucky» é uma selecção bem escolhida de standards de jazz em interpretações swingantes e cheias de energia. O quarteto que a acompanha está à altura e ajuda a fazer deste disco uma preciosidade. CD Verve/ Universal.
PETISCAR – Há cerca de quarto anos o chefe Hardev Walia decidiu mudar-se de Londres para Lisboa e dar a conhecer aos alfacinhas prazeres desconhecidos da cozinha indiana. Mestre na arte de escolher as especiarias e fazer o tempero, chamou ao seu restaurante «Tamarind», um fruto tão exótico e delicioso como as receitas que Hardev Walia prepara. A sala é pequena, colorida e tranquilizante – à noite reservar é prudente. Existe um menu de almoço com quatro escolhas, a bom preço, e, à noite, independentemente da carta, vale a pena perguntar ao chefe o que ele propõe. Os seus conselhos são de seguir – se acha que um caril de grão é uma coisa estranha, perca o receio e escolha chana masala; mesmo que não seja grande apreciador de borrego não hesite no rogan josh – nunca provou nada assim. O pão Nan de alho é extraordinário, os molhos de entrada são bem condimentados e para sobremesa peça o gelado de pistacchio com doce de cenoura quente ou a mousse de chocolate com queijo e natas, acompanhada de palitos de gengibre – arrebatador. Restaurante Tamarind, Rua da Glória 43-45, tel. 213 466 080.
BACK TO BASICS – O desporto não serve para criar carácter, apenas para revelar o que existe - Knute Rockne
(Publicado no diário Meia Hora de 24 de Março)
Era uma vez um jogo tão delirante que apenas podia ser contado numa fábula. Puseram-lhe o nome de futebol. Havia quem pensasse que era um desporto – mas na realidade tornou-se apenas num espectáculo, preparado e ensaiado como todos os espectáculos, com vários finais possíveis, com especialistas em efeitos especiais, com uma multidão de peritos no desenvolvimento do negócio, empenhados em eliminar o acaso.
Era uma vez um desafio de futebol entre duas equipas grandes. No final, quem ganhasse levava uma taça de cerveja bem recheada de notas – e sempre ficava com um prémio de consolação por outras vitórias não conseguidas.
Era uma vez um árbitro que entrou no relvado com a missão de dar a vitória a uma das equipas – a bem dizer esta era uma tradição antiga: volta e meia faziam-se umas combinações para ver como se dividiam os vários troféus entre as principais equipas daquele país. Este ano, uma delas estava necessitada. O árbitro sabia o que esperavam dele. Dias antes do jogo havia já quem dissesse o que ía suceder – havia uma combinação e o assunto era tema de conversa
Era uma vez um especialista do equilíbrio do negócio da bola que explicou a um observador distraído como as coisas se passam: sabes, para o negócio ser rentável, para haver gente no estádio, para as televisões comprarem jogos, para se vender a publicidade dos principais desafios, é preciso manter as equipas do topo da tabela com bom astral – é bom para os adeptos, é bom para as contas dos clubes e é bom sobretudo para a máquina toda. E disse mais: sabes, isto é uma coisa que envolve muita gente, alimenta muitas famílias, não é uma brincadeira de crianças com uma bola de trapos. Aqui o que interessa – continuou o especialista – é que isto continue a ser um negócio. Como em outros negócios – finalizou peremptório – às vezes temos que perder para depois ganharmos mais.
Regresso à fábula: era uma vez um jogo que estava a dar a vitória a uma equipa, que não estava escolhida para ganhar aquela taça; era uma vez um árbitro que marcou um penalty que nunca existiu; esse penalty tirou a vitória à equipa que tinha marcado o golo limpo. A isto chama-se futebol à portuguesa. Há quem lhe chame também gamanço à antiga.
(Publicado no Meia Hora de 17 de Março)
PARLAMENTO - Uma das mais evidentes provas do desprezo do regime pelos cidadãos é a forma como a Assembleia da República empata a nomeação do novo Provedor de Justiça. O Provedor cessante, Nascimento Rodrigues, interpelou a Assembleia sobre o assunto. Fazendo o favor ao Governo e aos partidos da oposição (que não acham isto prioritário), os deputados continuam a paralisar uma instituição fundamental para garantir os direitos dos cidadãos e prevenir os abusos do Estado. O respeito pelos eleitores, senhores deputados, não é coisa de que se devam lembrar só em vésperas de eleições.
LISBOA I - A maior demonstração de que alguma coisa vai mal em Lisboa no que toca a segurança é a polémica entre o Presidente de Câmara António Costa, do PS, e o Ministro da Administração Interna, Rui Pereira, também do PS. Já se percebeu que ambos atribuem culpas um ao outro, que a polícia atribui culpas aos dois e a realidade mostra que a cidade está mais insegura. Mais um dado a ter em conta nas próximas eleições.
LISBOA II - Um estudo recente, sobre as razões para a desertificação de Lisboa, divulgado na imprensa, afirmava que a maioria dos inquiridos considera que Lisboa tem muitos espaços degradados, tem poucos espaços verdes e tem deficiente qualidade de vida. A coisa vai sempre dar ao mesmo: os habitantes de Lisboa-cidade têm custos maiores para terem menores vantagens e são sempre os mais sacrificados nos incómodos provocados pelas obras, pelos encerramentos ao trânsito, por mil e uma razões provocadas por quem usa a cidade sem se preocupar com os seus habitantes.
OBRAS - Nos últimos dias surgiram duas polémicas interessantes sobre o plano de grandes obras públicas. Uma defende que obras de manutenção e recuperação absorvem mais mão de obra (e mais qualificada) que a construção de estradas, TGV’s ou grandes edifícios; a outra vai ainda mais longe e diz que num cenário em que cresce o desemprego qualificado, concentrar o investimento em áreas que não absorvem mão de obra qualificada é o mesmo que despromover a educação e desincentivar o aperfeiçoamento profissional. Sócrates, que tanto fala de qualificação, ainda não se pronunciou sobre isto – aliás evita pronunciar-se sobre qualquer coisa que tenha a ver com estratégia de futuro.
PROVEDOR DO AMBIENTE - Cada vez que passo à noite no Marquês do Pombal e olho para o edifício da EDP todo iluminado recordo-me logo das campanhas ecologistas da empresa. É certo que a conta de electricidade lhes fica em conta, mas sempre podiam dar o exemplo no combate a consumos supérfluos.
CITAÇÃO - «Alguém dá pela existência de um director do actual Instituto dos Museus e da Conservação? Alguém sabe quem é? As sucessivas tropelias da tutela são-lhe alheias ou desconhecidas? Mantem-se em silêncio como uma forma subtil (?) de manifestar discordância ou distância? Não seria imperioso que o responsável técnico e político (o lugar é de confiança) estivesse presente e também activo quando se discutem os Coches, a Arqueologia, a Arte Popular, a Cordoaria (que é um monumento, mesmo sem ter a sua tutela directa), etc? Pode dispensar-se a competência quando estão em causa decisões de longo alcance, irreversíveis mesmo?» - Alexandre Pomar no seu blog.
FILMES - Esta semana quis ir experimentar o reconstruído cinema Alvalade e apanhei uma desilusão. O espaço é tacanho, o edifício é feio, o cheiro a caramelo e a pipocas no ar entranha-se nos cabelos e tira qualquer prazer a estar na esplanada de entrada e a única coisa que correu bem foi a senhora da bilheteira avisar que a cópia do filme que queria ver - «Milk» - estava riscada. Poupou-me ao sacrifício e fui para outro cinema ver esta extraordinária realização de Gus Van Sant e a interpretação exemplar de Sean Penn, infelizmente em exibição já em poucas salas.
LER – A mais recente edição da revista «Vanity Fair» é tanto para ser lida como para ser vista. Trata-se da célebre edição anual da revista dedicada a Hollywood e que é publicada por ocasião da atribuição dos Óscares. Este ano na capa um actor muito especial de uma outra fita – a política: na capa Barack Obama, lá dentro as estrelas do cinema, todas fotografadas por Annie Leibovitz. E – boa surpresa nos tempos que correm – a «Vanity Fair» de Março vem com muitas páginas de publicidade. Atractivo suplementar: retratos das novas caras do poder dentro da Casa Branca.
OUVIR- Duas reedições do catálogo «Verve», na muito apreciada série «Originals». Dois discos de orquestras de jazz, ambos fascinantes, muito diferentes entre si. Um é de 1962, «On My Way & Shoutin’ Again!» da orquestra de Count Basie , interpretando música de Neal Hefti. O outro é o encontro de Óscar Peterson com a orquestra de Nelson Riddle, em 1963, interpretando clássicos como «Round Midnight» ou «Come Sunday».
DESTAQUE – Mais uma edição da Moda Lisboa, sob a batuta de Eduarda Abbondanza.
COMIDA – Receitas portuguesas, quase caseiras, boa qualidade de matéria prima, cuidado e atenção no serviço. Que se pode pedir mais de um restaurante. Eu comi umas finas postas de pregado bem fritas, acompanhadas de açorda e fiquei fã. Vinhos a preços razoáveis. Cave Real, bar-restaurante, Av. 5 de Outubro 13-15 ((ao pé da maternidade Alfredo da Costa), tel. 213 544 065.
BACK TO BASICS (maior que o costume) – Quem é o «Governo»? – basicamente, sabem, somos nós todos: o Governo gasta o seu dinheiro a fornecer serviços ao público. Pedir que o Governo aperte o seu cinto é o mesmo que pedir-nos, a nós pagadores de impostos, que aceitemos receber menos serviços por aquilo que pagamos. Porque é que isto é uma boa medida ou uma boa causa, mesmo em tempos de crise como estes? – Paul Krugman em «A Consciência de Um Liberal»
(Publicado no diário Meia Hora de dia 3 de Março)
ESTADO DA NAÇÃO - A situação política está a ficar parecida com a situação das instituições financeiras: muito volátil. A grande dúvida está em saber se o órgão de supervisão – que no caso da política é o Presidente da República – consegue fazer melhor o seu trabalho que o Banco de Portugal tem feito na sua área. De entre os rumores que circulam na política lusitana, eis alguns: Belém estuda um cenário de um governo de iniciativa presidencial para o caso de Sócrates se demitir querendo forçar alteração de calendário eleitoral; o PS procura levar António Vitorino a aceitar ser candidato a Primeiro Ministro, mantendo-se José Sócrates como Secretário-Geral; no PSD, com o temor de um péssimo resultado (abaixo dos 30%) de Manuela Ferreira Leite nas eleições para o Parlamento Europeu, há quem queira empurrar Rui Rio para liderar a campanha das legislativas. De qualquer forma o ano promete vir a ser fértil em situações inesperadas- os constitucionalistas vão ter muito que fazer este ano.
ABUSOS DE AUTORIDADE - Na semana passada dois incidentes, um com o poder judicial e outro com a polícia, envolveram tentativas de condicionamento da liberdade de expressão em nome de conceitos de um puritanismo fundamentalista, que rapidamente passaram para abusos de poder. Deixemos de lado o primeiro caso, ridículo, de uma ordem judicial de retirar fotos de corpos nus de um ecrã satirizando o computador «Magalhães» num corso carnavalesco. O segundo, protagonizado pela PSP de Braga, sendo do mesmo género irracional, é mais grave. Neste caso de Braga é fundamental saber quem, na PSP local, deu a ordem de apreensão de um livro que reproduzia na capa um quadro clássico de Gustave Courbet «A Origem do Mundo», que reproduz o corpo nu de uma mulher. O grave da intervenção policial em Braga é a sua arbitrariedade total, baseada apenas na vontade de quem deu a ordem e de quem a executou, sem nenhuma cobertura legal para a acção. Teria sido muito útil ouvir alguma posição do Ministro da Administração Interna sobre o assunto – é que na ausência de posição fico a pensar se ele não entenderá ser legítimo que a PSP assim actue. Neste caso o Ministro tem o dever cívico e político de inquirir, apresentar culpados e atribuir punições – sob pena de legitimar arbitrariedades futuras. Na realidade não se entende que anda este Ministro a fazer para defender os direitos e garantias dos cidadãos – o que é uma das suas funções.
PERGUNTA DA SEMANA - A PSP tem livro de reclamações? Onde é que ele está?
OUVIR – Eu gosto de discos gravados ao vivo e, nomeadamente, de jazz gravado ao vivo. Dito isto esclareço que gosto bastante de Stan Getz e que aprecio formações clássicas – e nada de mais clássico que um quarteto (enfim, um trio nalguns casos pode ser uma boa ideia…). Bom, o caso é que o saxofonista Stan Getz deu de caras com três músicos de excepção num clube parisiense no Verão de 1970 (Eddy Louise no órgão, René Thomas na guitarra e Bernard Lubat na bateria) e não descansou enquanto não conseguiu juntar todos. O registo desse encontro, gravado no histórico clube Ronni Scott’s em Londres, em Março de 1971, pode ser ouvido em «Dynasty», um disco marcante na carreira de Getz, agora reeditado remasterizado na colecção «Originals» da Verve. É um duplo CD absolutamente de excepção, que combina o lado melodioso de Getz com improvisações enérgicas apenas possíveis num registo ao vivo. Imperdível – a reedição de «Dynasty» está já disponível no mercado nacional.
LER - Há relativamente poucos anos dei comigo a descobrir o universo da banda desenhada japonesa, a Manga, e o seu equivalente em filmes de animação, Anime. A Manga baseia-se na tradição do desenho oriental, assume pouco diálogo, bastante acção ilustrada graficamente. Como as melhores coisas da vida tem o seu culto, tem autores de referência, criou uma espécie de universo paralelo que o ocidente foi descobrindo aos poucos. A revista «Monocle», de que aqui falo com frequência, inclui desde o seu primeiro número um pequeno fascículo de Manga, que pode ter contribuído para este género ganhar algum reconhecimento acrescido. A Manga é o produto pop por excelência do Japão e é assim que merece ser entendido. Peter Carey, um escritor australiano que vive nos Estados Unidos e que ganhou duas vezes o prestigiado Booker Prize, fez uma espécie de reportagem sobre a descoberta da cultura japonesa contemporânea e chamou-lhe «O Japão É Um Lugar Estranho» (feliz tradução do original «Wrong About Japan»). A forma da escrita é notável, a descrição das experiências e vivências de um ocidental no Japão moderno é absolutamente empolgante. Resta dizer que o livro foi editado em Portugal pela «Tinta da China», uma editora cuidadosa com as obras que publica, e está numa belíssima colecção sobre viagens muito bem dirigida por Carlos Vaz Marques.
VISITAR – A Livraria Sá da Costa, em pleno Chiado, está aberta até tarde e merece muito mais uma visita que a incaracterística, desarrumada e caótica FNAC, cada vez menos interessante, cada vez mais supermercado. A Sá da Costa, pelo contrário, respira história, tem belas reedições de clássicos, empregados que sabem de livros, que gostam de livros, é um local que se pode ir descobrindo, com prateleiras que dá gosto explorar, com bancadas onde está praticamente a História da Literatura. Fica no Cjiado, mesmo ao lado de «A Brasileira», mais precisamente no número 100 da Rua Garrett. Óptimo local para fazer horas para um jantar e descobrir preciosidades.
VER – Fotos de Victor Palla, em impressões originais, na Galeria P4 Photography, Rua dos Navegantes 16, à Lapa, Lisboa.
BACK TO BASICS – Nenhum Governo se pode sentir seguro se não tiver uma oposição competente, Benjamin Disraeli.
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