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BRINCADEIRAS & TRAQUINICES

por falcao, em 28.10.16

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BRINCADEIRAS - Nesta semana o menino A. Costa regressou ao jardim infantil e puxou para a roda de brincadeiras o menino M. Centeno. Juntos fizeram os outros meninos jogar às escondidas e à apanhada. No recreio de S.Bento uns meninos queriam mais histórias e contas, outros queriam esconder os cadernos e os livros; uns queriam mudar as regras dos jogos, outros queixavam-se de batota; uns queriam novos esconderijos, outros queriam espreitar em todo o lado onde íam antes. Os meninos Costa e Centeno sonegaram números, alteraram leis, esconderam factos e, no fim, disseram que eram os outros meninos que não sabiam brincar e lhes estavam a estragar o recreio. Quando o reitor do colégio, o Sr. Ferro, veio dizer que assim não valia, ficaram aborrecidos e até os companheiros de carteira, Catarina e Jerónimo apareceram a dizer que também queriam ver os segredos escondidos. Mesmo assim os meninos Costa e Centeno viraram-se para os da turma do lado, que diziam que assim não entravam na brincadeira, troçaram deles e queriam que não estivessem nos jogos do recreio.  Assim vai o Governo e o país - de brincadeira em brincadeira, de jogo em jogo, de ilusão em ilusão. Um dia destes começa o jogo da barra do lenço e vamos a ver quem ouve melhor e corre mais depressa. O menino Costa não tem ar de ser grande corredor.

 

SEMANADA - Um estudo europeu indica que mais de 30% das mulheres portuguesas têm sintomas depressivos, enquanto nos homens a percentagem é de 16%; depois de ter eliminado centenas de lugares de estacionamento com as obras que estão a decorrer, o candidato do PS à Câmara de Lisboa, Fernando Medina, promete que criará 7000 novos parqueamentos em 2017; as obras para a nova feira popular de Lisboa começam na próxima semana, anunciou o substituto de Costa na autarquia da capital; esta semana o substituto-candidato fez promessas dia sim-dia não; o poder local irá receber mais 2,9% de verbas em 2017, ano de eleições autárquicas; o PS não quer viabilizar uma marina de recreio em Setúbal proposta pela autarquia, do PCP; o PCP criticou o Bloco de Esquerda por este partido não acompanhar o Presidente da República na visita oficial a Cuba; o investimento aplicado em Ciência, em percentagem do PIB, desceu em 2015 pelo sexto ano consecutivo, segundo um relatório agora divulgado; o Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com aeronaves não tem orçamento para assegurar a descodificação em França de uma caixa negra de um avião da TAP que teve um incidente ao aterrar e teve que pedir uma autorização especial; entre 2008 e 2015 os utilizadores de redes sociais em Portugal passaram de 17,1% para 54,8%; o Ministério da Saúde deve 25 milhões aos bombeiros, dívida relacionada com o transporte de doentes; a taxa de prevalência de infecções hospitalares em Portugal é quase o dobro da média dos países europeus; grande parte das ambulâncias do INEM têm dez anos, cada vez têm mais avarias e as reparações de que necessitam estão orçamentadas em  três milhões de euros.

 

ARCO DA VELHA - Um homem de 83 anos foi detido na posse de um arsenal de armas, em Vila Franca de Xira, após se ter envolvido num incidente que envoolveu ofensas à integridade física de terceiros.

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FOLHEAR - Como representar um mundo que é tridimensional em duas dimensões? - é este desafio que David Hockney continua a perseguir. E enquanto o faz, sendo precursor na utilização do iPad como instrumento de produção artística, é co-autor, com Martin Gayford, de um livro fascinante sobre a imagem - “A History Of Pictures” - que pretende traçar o percurso desde os desenhos das cavernas pré-históricas até às ilustrações produzidas em computador. Uma imagem, diz Hockney, é a única forma que temos de dar conta daquilo que vemos e isso ajuda-nos a compreender o mundo em que estamos. Hockney, um dos mais importantes artistas plásticos vivos, juntou-se ao crítico de arte Martyn Grayford para explicar como as imagens foram uma presença e testemunho constante da vida humana ao longo dos milénios. O livro, extenso e, obviamente, cheio de ilustrações, mostra a evolução das imagens no tempo ao longo de séculos, mas também traça paralelos, mostra semelhanças, evoca diferenças e coincidências. As imagens, sejam desenhadas, pintadas, fotografadas ou digitalisadas, são o tema deste livro que de uma forma arrebatadora nos leva através da história da evolução da criatividade humana - colocando por exemplo a Mona Lisa ao lado de uma fotografia de Marlene Dietrich, imagens com mais de quatro séculos de diferença, mas que, talvez, tenham tanto em comum. Edição Thames & Hudson, na Amazon.

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VER - Nos últimos anos não tem sido muito frequente encontrar uma exposição de originais de Cristina Ataíde em Portugal - de tal maneira tem tido uma presença internacional, em países como Espanha, Brasil, Estados Unidos e, muito proximamente, Itália, em Roma. É curioso como este esforço internacional de artistas portugueses passa tantas vezes despercebido, quando comparado com outras internacionalizações made in Portugal. O trabalho e o esforço de artistas como Cristina Ataíde contribuem para criar uma imagem de Portugal fora dos estereótipos típicos habituais ou das meras passagens por feiras de arte. É um trabalho de cruzamento de influências, de diálogo de culturas, feito através de residências, instalações concebidas para determinados locais ou, simplesmente, o resultado de workshops. O Estado, que há anos não tem uma política de compras de obras de artistas contemporâneos, enquanto delapida dinheiros públicos em operações de cosmética e propaganda política, faz menos pelo prestígio criativo de Portugal que nomes como Cristina Ataíde ou Pedro Calapez, para citar apenas dois que frequentemente se cruzam fora das luzes das modas passageiras. De qualquer maneira o que interessa é que Cristina Ataíde apresenta um conjunto de obras de escultura e pintura na Galeria Belo-Galsterer que mostram uma coerência invulgar e um depurado sentido de utilização da forma e da côr. Até 7 de Janeiro, Rua Castilho 71, r/c esq.

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OUVIR - Otis Redding, músico, compositor, cantor e produtor, morreu prematuramente, em 1967, aos 26 anos num acidente de avião, a meio de uma digressão, na melhor fase da sua carreira. A sua canção mais conhecida, “(Sittin’ On) The Dock Of The Bay” foi o primeiro grande êxito póstumo da música popular norte-americana do pós guerra. Antes disso tornou-se notado em vários discos e sobretudo em “The Otis Redding Dictionary Of Soul - Complete & Unbelievable”, de 1966. Eram 12 temas históricos, de “Tennessee Waltz” a “Try A Little Tenderness”, passando por “Love Have Mercy”, “Sweet Lorene” ou “My Lover’s Prayer” e, claro uma pessoalíssima versão de “Day Tripper”, que tinha sido gravada pouco antes pelos Beatles, em 1965. “Try A Little Tenderness”, um original de Jimmy Campbell, Reg Connelly e Harry M. Woods, uma canção que já tinha sido gravado por Frank Sinatra e Bing Crosby, nunca tinha sido cantada da forma que a Otis a gravou para esse disco, acompanhado por Booker T and The MG’s, com Isaac Hayes na produção - uma equipa extraordinária. Há quem diga que é o seu melhor registo de sempre. “The Otis Redding Dictionary Of Soul - Complete & Unbelievable” foi agora reeditado, em duplo CD, com várias versões de bónus para além do alinhamento original, nas versões em mono e stereo. É um testemunha exemplar de um dos músicos que redefiniu o rhythm’n’blues e levou a música negra a audiências como nunca antes tinha tido. Edição Warner, disponível em Portugal.

 

PROVAR -  Situado em Oeiras, no edifício do recuperado Palácio do Egipto, bem no centro, junto à Igreja, ao mercado e aos Bombeiros está um restaurante que mistura culinárias de várias regiões do mundo. Originário de uma outra zona do concelho o restaurante mudou-se para ali depois das obras de recuperação daquele espaço. Do anterior local trouxe clientes e a equipa, que entretanto foi sofrendo algumas modificações. Chama-se Mensa, podia levar a alcunha de “casa do atum fresco” - que é o ingrediente que surge em grande parte das propostas do menu. Numa recente visita a entrada foi pimentos padron acompanhados de camarões em molho doce de chili. De seguida, atum  braseado com molho teryaki e um outro atum outro com coentros e manjericão, acompanhados por legumes cozinhados em wok. A sobremesa, por sugestão de um cliente habitual, foi ananás aos pedaços, temperado com basílico e moscatel de azeitão - uma mais que agradável surpresa. Nos pratos principais quem quiser pode experimentar o caril de galinha e camarão, ou então o lombo de vaca com sementes de sésamo. Tudo isto está disponível em doses e meias doses e o ideal é mesmo petiscar e dividir. A carta de vinhos tem boas propostas a preços honestos. O serviço é comandado e em boa parte executado pela proprietária, sempre atenta. Mensa - Rua Doutor Neves Elyseu - Centro Cultural Palácio do Egipto Loja 2, 91 205 40 77. Encerra ao Domingo.

 

DIXIT -  “Não apreciamos muito que se ponham à frente” - Jerónimo de Sousa, sobre o Bloco de Esquerda, numa entrevista à SIC

 

GOSTO - O Doc Lisboa, Festival Internacional de Cinema, está na sua 14ª edição e vai até dia 30 - programa e informações em www.doclisboa.org

 

NÃO GOSTO -  Para construir a sua Academia o Sporting de Braga começou obras sem licenciamento da Câmara Municipal e arrancou seis dezenas de sobreiros antes de chegar a respectiva autorização.

 

BACK TO BASICS - O Homem é um animal inteligente que muitas vezes se comporta como um imbecil - Albert Schweitzer

 

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publicado às 14:00

 

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SEMANADA - Há cerca de ano e meio um grupo de 12 economistas do PS, antes das eleições que possibilitaram que Costa tivesse o seu momento de poder, anunciavam que em 2017 o PIB ia crescer 3,1%, o investimento disparar 8,4%, as exportações acelerar 6,3% e o emprego 1,9%. Segundo o OE 2017, apresentado pelo Governo Costa,  a economia só vai crescer 1,2% este ano e 1,5% no próximo. Os mesmos economistas garantiam que o investimento seria o grande motor da economia e diziam que podia crescer 7,8% em 2016 e 8,4% em 2017; o OE 2017 diz que o investimento vai cair 0,7% este ano para crescer 3,1% no próximo. Os mesmos economistas previam que o consumo privado tornaria a procura interna mais relevante: os gastos das famílias iam acelerar 2% em 2016 e 2,9% em 2017;  o OE 2017 prevê que o consumo privado suba 2% este ano e desacelere para 1,5% no próximo. Podiam ser pequenos erros, podiam ser pequenos desvios; são um grande engano, são o exemplo acabado de demagogia empacotada com um carimbo de conhecimento, vazio como agora se vê.  Foi um engano usado em vésperas de eleições para sustentar um programa eleitoral feito de promessas que não se cumprem, como agora é cristalinamente claro para todos. Em vez destas promessas, Costa pôs-se a aumentar impostos - que tinha prometido reduzir. Criou novas taxas, não reduziu os que antes prometera diminuir. Aqui está mais um caso de uma revoltante diferença entre promessas eleitorais e realidades governamentais. O PS, com o apoio do Bloco e do PCP na política orçamental, não é melhor que os seus antecessores. Havia quem achasse o contrário.

 

VOTAR - 60 por cento dos Açorianos não quiseram participar nas recentes eleições da região autónoma. Seis em cada dez abdicaram de um direito que supostamente proporciona a escolha do caminho a seguir. É um número elevado e que tem  crescido em Portugal e na Europa. Para o ano teremos eleições autárquicas e a expectativa vai do regresso de alguns dinossauros locais até ao eclodir de mais candidaturas independentes. Vamos ver qual é o pano de fundo da participação dos eleitores. A verdade é que as pessoas andam fartas de votar para, depois, viverem resultados bem diferentes das promessas que políticos de todos os partidos lhes arengaram nas respectivas campanhas. No caso das autárquicas a coisa ainda se complica quando de repente, como aconteceu em Lisboa, houve quem votasse em António Costa para Presidente da Câmara e depois, quando este se lançou para o Governo, se visse com Fernando Medina pela frente a criar um autêntico terramoto. Tudo isto desprestigia o sentido dos votos e o efeito prático das eleições.  A abstenção só se combate se os políticos não mentirem e se cumprirem as promessas eleitorais - a história recente mostra que estas são duas impossibilidades em termos reais e o resultado é o descrédito do sistema. Para quê votar, se depois fazem tudo ao contrário? A culpa da abstenção não é dos eleitores nem o problema se resolve com lições e campanhas de sensibilização. Resolve se com mudanças profundas nos partidos, com essa coisa tão rara  que se chama honestidade, um bem escassíssimo na política.

 

ARCO DA VELHA - A falta de bilhetes no Metro de Lisboa não se deveu a nenhum bruxedo nem a nenhum azar, como um governante foi dizer ao Parlamento. Será verdade que se deve apenas ao singelo facto de o Metro não ter pago ao fornecedor desses bilhetes durante meses e meses a fio?

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FOLHEAR - A Guerra & Paz tem uma colecção chamada Livros Amarelos, com a capa da côr indicada, na sua versão canário. Acontece que esta semana, por causa da passagem de uns alemães amarelos em Alvalade, essa côr me aborrece um pouco. Mas tenho que reconhecer que esta colecção não só tem um grafismo irresistível como apresenta uma selecção de textos invulgares, e que hoje em dia são difíceis de encontrar. Uma das suas mais recentes edições agrupa o "Cântico dos Cânticos", de Salomão, com o “Manual de Civilidade Para Meninas” de Pierre-Félix Louys. Num texto incluído nesta edição Eugénia de Vasconcelos fala da tradução que fez do “Cãntico dos Cânticos” e explica como um texto bíblico escrito cinco séculos antes de Cristo, se mantém tão interessante - e de certa forma actual - nos dias de hoje. Num outro texto o editor, Manuel S. Fonseca, faz a ligação possível entre o poema ao amor que é o “Cântico dos Cânticos” e o manual de desabrida libertinagem e erotismo galopante escrito por Pierre-Félix Louis no final do século XIX e que ainda hoje nos consegue surpreender- o “Manual de Civilidade Para Meninas”.  De qualquer forma, como noutras edições desta colecção, a junção de textos tão diversos num mesmo livro funciona ao mesmo tempo como uma provocação e como uma revelação. E esse é um dos grandes prazeres que estes livros amarelos proporcionam.

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VER - Esta semana recomendo uma visita à Sociedade Nacional de Belas Artes, na Rua Barata Salgueiro 39. Nas suas belas salas estão duas exposições que se recomendam. A primeira é a que mostra algumas das obras da colecção de fotografia da firma de advocacia PLMJ e chama-se “Uma Extensão do Olhar- Art & Law”,  ficando patente até 4 de Novembro. Aqui se mostram trabalhos de  Alfredo Cunha, António Pedro Ferreira,  Jorge Molder ou Helena Almeida, entre outros, intercalando com advogados que descobriram a fotografia. cruzando  olhares treinados e primeiros passos no exercício de saber ver, no contexto de um concurso interno de fotografia, na Sociedade PLMJ. A segunda exposição começa na SNBA mas prolonga-se pela vizinhança. Cartazes do Cinema Português  é uma organização da Academia Portuguesa de Cinema, da Cinemateca Portuguesa e do Instituto do Cinema e Audiovisual e é a primeira grande mostra dedicada aos cartazes dos filmes  portugueses, ao longo de toda a sua História. Na SNBA está a maior parte do acervo, desde os anos 40 até à actualidade; na Cinemateca Portuguesa, mesmo em frente, está a parte dedicada ao cinema mudo e à filmografia de Manoel de Oliveira; e no Hotel Tivoli, na Avenida da Liberdade, está a parte relativa à obra de José Fonseca e Costa. Exposição Cartazes do Cinema Português, patente até 30 de Novembro.

 

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OUVIR - Não sei bem onde hei-de colocar Wim Mertens - se como compositor, se como pianista, se como contra-tenor ou apenas como um tipo que esgotou a imaginação há umas décadas e ainda ninguém teve a coragem de lhe dizer, porque ele de todo não dá por isso. De qualquer maneira tem muitos fãs e para seu deleite vem cá tocar no Misty Fest em Novembro, no CCB. Tem um disco novo, chamado “What are we, locks, to do?”, a segunda parte de uma trilogia de canções sem chama cujo conteúdo infelizmente é de difícil compreensão. Mertens, um belga da região flamenga, tornou-se conhecido graças ao seu trabalho inicial com os Soft Veredict,  à sua colaboração com o realizador Peter Greenaway na banda sonora de “The Belly Of An Architect” e, sobretudo através das versões de um dos seus temas mais conhecidos, “Close Cover”, que foi um dos êxitos da compilação de dança Café Del Mar. Desde 1980 já editou mais de cinco dezenas de álbuns. Este “What are we, locks, to do?” já está disponível no mercado português, pela mão da Warner Music.

 

PROVAR -  A Mesa do Bairro tem sensivelmente um ano de vida e a sua cozinha é orientada por Luis Baena, Fica no edifício do antigo mercado do Arco do Cego, bem perto do Liceu D. Filipa de Lencastre. Toda a zona parece estar a sair de um bombardeamento, tal a confusão de ruas esventradas e sentidos de trânsito cortados e invertidos que agora por ali abundam, gentileza deste desgraçado edil lisboeta que nos calhou em rifa. A entrada do restaurante dá para uma garrafeira bem fornecida, com algumas escolhas dignas de nota e um extenso catálogo. O curioso é que quem subir ao restaurante pode escolher cá em baixo um dos vinhos e levá-lo para acompanhar a refeição, ao preço de venda na garrafeira (que é honesto), acrescido de uma taxa de rolha (taxa de serviço) perfeitamente razoável. A sala é ampla e luminosa e existe um terraço que acolhe uma esplanada abrigada. A lista é de clara inspiração portuguesa - com entradas que vão dos peixinhos da horta a belos croquetes de vitela, passando por uma raridade nos dias que correm - ovos verdes.  Nos peixes destaque para as pataniscas de bacalhau e para o polvo suado com batata doce e, nas carnes, destaque para os pastéis de massa tenra com arroz de grelos e um rabo de boi desfiado, enformado e assado no forno, acompanhado por genuíno puré de batata.  Quem queira tem bons bifes e as batatas fritas às rodelas finas são boas. Nos doces, destaque para o pastel de nata ou o arroz doce com gelado de canela. Nalguns casos nota-se que um  pouco mais de cuidado na cozinha seria bem vindo para evitar que alguns pratos fiquem acidentalmente condimentados a mais ou a menos e outros fiquem demasiado cozinhados. Mas o serviço é acolhedor, o local é simpático e a relação qualidade-preço é boa. Tem campo para melhorar e esperemos que sobreviva ao degredo das obras que o cercam. Mesa do Bairro, Rua Reis Gomes, Tel 961 459 220.

 

DIXIT -  “Não temos muito tempo até um novo ponto de ruptura. que, temo, terá consequências sobre o conjunto dos portugueses bem maiores que o episódio do início desta década” - António Nogueira Leite

 

GOSTO - Da Bienal de fotografia de Vila Franca de Xira, dedicada ao tema "Arquivo e Observação".

 

NÃO GOSTO -  Os 60% de abstenção nos Açores são um muito mau sinal para o que aí vem em matéria de eleições.

 

BACK TO BASICS - Jogar pelo seguro é desistir de jogar - Robert Altman

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ISTO ANDA TUDO TAXADO

por falcao, em 14.10.16

CRESCIMENTOS - Nisto dos impostos não há santos - há gaspares, há centenos, muda o nome mas os aumentos continuam sempre. E porque continuam? Porque, por melhores que sejam as intenções do LABX e de Maria Manuel Leitão Marques, o Estado age como um parasita voraz que se alimenta do que está à sua volta. Não se reforma porque nenhum dos partidos da bipolarização, PS e PSD, tem coragem para diminuir os custos de uma máquina mastodôntica, tão numerosa que os votos dos seus funcionários são decisivos para quem quiser alcançar o poder. Com gastos e mais gastos a solução é cobrar mais e mais, cobrar sempre mais impostos, taxas, inventar todas as formas possíveis para captar mais receitas. De um lado do parlamento tapa-se o olho esquerdo na altura de governar, do outro tapa-se o olho direito. Daqui resulta um pingue-pongue de anulação de medidas na altura da alternância de poder, modificações cujos custos são igualmente penosos. O mais dramático de tudo é que este estado de coisas conduz a que, para disfarçar as contas, o Estado vai atrasando pagamentos, deixa faltar material nos hospitais, pessoas na educação e reparações e manutenção nos transportes. Quem governa o Estado com base no aumento da despesa - como acontece actualmente - está a ser o coveiro das áreas onde o Estado efectivamente faz falta. Estamos naquele momento triste em que em vez de discutir como fazer crescer a economia se discute como fazer crescer os impostos. Quando a coisa chega a este ponto é muito mau sinal.

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SEMANADA - O número de portugueses que lêem notícias em meios online já ultrapassa os cinco milhões; segundo o Bareme Internet, da Marktest, 94% dos internautas nacionais já usa a Internet para aceder a serviços de informação, havendo 90% que o faz para ler notícias, 75% para ver vídeos online e 30% para consultar blogues; um estudo da Anacom revela que apenas 17,6% das residências portuguesas utilizam em exclusivo a TDT para ver televisão; entre o último Censo (2011) e 2015 as estimativas do INE  apontam para uma diminuição de 220 848 indivíduos em Portugal; actualmente, 14.1% da população tem menos de 15 anos, 10.7% tem entre 15 e 24 anos, 54.5% tem entre 25 e 64 anos e 20.7% tem 65 ou mais anos; este grupo de população mais idosa foi também aquele que viu o seu peso aumentar mais nos últimos anos, passando de 13.6% em 1991 para os 20.7% agora registados, um acréscimo de 798 mil indivíduos nesta faixa etária; o número de eleitores registados em Lisboa caíu 11,5% entre 2002 e 2015; o PCP chamou a atenção do Ministro da tutela sobre o caos nos transportes de Lisboa e criticou “a acelerada degradação das empresas de transportes”; para memória futura: Câmara de Lisboa espera “um aumento da eficiência e da qualidade” do serviço depois da municipalização da Carris; no Parlamento o Ministro do Ambiente, Matos Fernandes, que tutela os transportes, falando sobre a  falha recente de fornecimento de bilhetes em Lisboa, disse que foi um “azar”.

 

ARCO DA VELHA - Por mais que custe a crer o novo livro de José Sócrates tem por título  “O Dom Profano - Considerações sobre o Carisma”. Deverá ser publicado no fim do mês.

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FOLHEAR - A “Elsewhere” é uma pequena publicação, editada duas vezes por ano, a partir de Berlim, que se insere na linha das novas revistas de nicho, com enorme cuidado gráfico e que partem de ideias editoriais invulgares. “Elsewhere, A Journal Of Place”, assim se chama a revista, apresenta-se como uma publicação “dedicada à escrita e às artes visuais que explora a ideia do lugar em todas as suas formas, quer sejam cidades, bairros, aldeias, ilhas, as comunidades que lá existem, o mundo como o vemos ou as paisagens que imaginamos” . Seria abusivo dizer-se que a Elsewhere é uma publicação de viagens - e acho mais correcto apresentá-la como um lugar onde se revelam as sensações que as descobertas realizadas em viagem nos proporcionam. Cada número tem um tema central - neste, o quarto volume, o tema é a cartografia. E, depois, há ideias sobre Londres, Praga, e pequenos locais na Moldávia, Austrália, Hawai, Gales e na nossa Madeira. - no caso os faróis da Madeira, a começar pelo da Ponta do Pargo. As ilustrações são o prato forte da parte gráfica, mas em cada número existe também um portfolio fotográfico. Se quiserem saber mais visitem www.elsewhere-journal.com .

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VER - Noé Sendas não esconde a influência do surrealismo nas suas obras, na concepção das fotografias que encena e manipula e, posteriormente, na forma como as expõe, não apenas numa apresentação, mas numa instalação que quer dialogar com o espaço e as pessoas que forem ver os seus trabalhos. Este cuidado colocado na conceptualização da exposição (na imagem) é muito patente em “Significant Others”, que está na Galeria Carlos Carvalho (Rua Joly Braga Santos, à Estrada da Luz). O próprio autor, em entrevista recente, sublinhou que “esta exposição não é uma exposição de fotografia, mas sim um Set,  um carrocel, uma instalação de pequenas esculturas 3D” . Nestes trabalhos é impossível não notar as referências a Man Ray. Nascido na Bélgica, com ligações a Portugal, e a viver preponderantemente em Berlim, Noé Sendas fotografa recorrentemente a sua própria imaginação e a imagem que idealiza dos corpos. Outras sugestões: no Museu Gulbenkian a exposição “Luanda, Los Angeles, Lisboa”, de um dos mais importantes artistas angolanos, e que tem um belíssimo catálogo; e na Chiado 8 mais uma apresentação de trabalhos da Colecção Cachola, desta vez obras de Rui Chafes e Carla Filipe.

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OUVIR - O mais recente trabalho de Rodrigo Leão é feito em parceria com o australiano Scott Matthew, chama-se “Life Is Long” e o resultado é muito bom. Matthew, que reside nos Estados Unidos, tem uma carreira começada em 2001, passou por várias bandas e em 2008 começou uma carreira a solo. As 13 canções do disco resultam de uma colaboração entre Rodrigo Leão, que compôs e tocou, e Scott Matthew, que escreveu as letras, desenhou as melodias e cantou. Os dois já tinham feito trabalhos em conjunto desde 2011, duas canções, e a voz grave, serena e melancólica de Scott Matthew parece feita como uma luva para as composições de Rodrigo Leão - o single “That’s Life” é uma boa prova disso mesmo. Rezam as lendas que era Scott ainda adolescente na sua Austrália quando lhe chegou às mãos uma cassette com o tema “O Pastor”, do álbum Existir, dos Madredeus, editado em 1992, e no qual participava ainda Rodrigo Leão. A canção ficou-lhe no ouvido embora não entendesse uma palavra. Muitos anos mais tarde, em 2006, Rodrigo Leão descobriu Matthew nas cinco canções que ele fez para a banda sonora do filme Shortbus, de John  Cameron Mitchell. Uns tempos mais tarde Rodrigo Leão enviou um mail a Matthew propondo-lhe uma colaboração e foi nessa altura que o australiano soube que “O Pastor” tinha tido a mão de Rodrigo Leão. Para encurtar - os dois entenderam-se bem e esta é a terceira vez que colaboram - só que agora é num álbum inteiro, projecto de que andaram a falar uns anos. Aqui estão 13 canções pop, com arranjos orquestrais, a maioria com uma sonoridade marcante e envolvente. Leão e Matthew em breve iniciarão uma digressão em Portugal e Espanha e, no próximo ano, em vários países europeus. Life Is Long, CD Universal/Uguru.

 

PROVAR -  Baseado em muitos conselhos fui conhecer um restaurante italiano lisboeta que entrou nas bocas do mundo neste Verão. Trata-se de L’Artusi, que se reivindica de uma nobre tradição culinária baseada nas 790 receitas compiladas por Pellegrino Artusi em “A Ciência na Cozinha e A Arte de Comer Bem”, publicado no final do século XIX. Ouvi dizer que a casa seguia e honrava o receituário, e lá fui.  Foi num sábado ao almoço, a esplanada quase vazia e, lá dentro, ninguém. Face à ausência de clientes há que reconhecer que o serviço foi impecável de simpatia e disponibilidade. Depois de aperitivar um branco, obviamente italiano, em muito bom estado, seguiu-se a incursão numa das pastas da casa, tidas como um ex-libris - pastas frescas cozinhadas na hora. Escolhi maltagliati com molho rústico, já que infelizmente nesse dia não havia o de anchovas. A massa estava cozida demais e uma pequena parte mostrava sinais de ter ficado agarrada ao tacho na cozedura; o molho estava insípido e nem o pesto que se poderia adicionar salvava o assunto. A salvação, que existiu, veio do vinho, recomendado pelo italiano que governava as operações, um tinto “Piccini”. Para sobremesa um gelado de amaretto, que estava bem. A rematar a casa ofereceu um licor digestivo caseiro, feito na tradição italiana. Resumo - serviço cinco estrelas, cozinha três estrelas, bebidas quatro estrelas. Rua do Mercatudo 4, a Santos, telefone 21 396 9368.

 

DIXIT -   ”Da mesma forma que muitos esquecem que as escolas servem para ensinar alunos e não para empregar professores, no caso dos táxis muitos esquecem-se que eles existem para transportar clientes e não para empregar taxistas” - João Miguel Tavares

 

BOB DYLAN E O NOBEL DE LITERATURA - Agora há-de vir aí muita teoria. Mas uma coisa é certa: desde os anos 60 para cá a poesia vive sobretudo na música popular, assim como o retrato escrito dos tempos que correm e das tensões que atravessam as sociedades.

 

GOSTO - Já começou a época das romãs e dos dióspiros.

 

NÃO GOSTO -  Já começou a época de novos impostos.

 

BACK TO BASICS - A força de um guerreiro não se encontra no ataque, mas sim na resistência - Guilherme Vanin

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O dinheiro não dá para tudo

por falcao, em 07.10.16

ESPINHOS - Aqui há uns anos contaram-me uma história extraordinária, e real, de um homem com múltiplas actividades, com ostensivo sucesso, mas que tinha uma pequena particularidade: ficava a dever a muita gente que estava no rol dos seus fornecedores. Interrogado por um destes fornecedores sobre o contraste entre o fulgor que ostentava e as dívidas que deixava, o devedor saíu-se com esta: “Que quer o meu amigo? O dinheiro não dá para tudo”. Tenho pensado muito nesta história ao longo dos últimos tempos, cada vez que vejo a despesa a acumular-se e os custos a irem sempre parar ao mesmo sítio, que são os contribuintes. Quando passo por obras em estradas pouco movimentadas onde se fazem grandes rotundas e até lugares de estacionamento onde não há razão para parar, apenas me ocorre que o dinheiro, e muito será certamente, que anda a ser gasto pelos país fora em todas estas obras, há-de ser o mesmo que falta para acabar intervenções em escolas, para melhorar o serviço nacional de saúde, para poder proporcionar melhor assistência social a quem dela precisa. Mas em vez de fazer isto o Estado distribui a rôdos conforme as conveniências políticas, para depois ir aumentando taxas e taxinhas. O orçamento que aí vem, com os episódios dos impostos sobre imobiliário, sobre doces e sobre panados, apenas acontece porque o Estado é incapaz de se reformar e quem nele mais ordena tem um único pensamento: há sempre um sítio onde ir buscar mais dinheiro - aos bolsos de quem tem o azar de respirar. O Estado não é uma estrada bem pavimentada,  é um caminho cheio de espinhos.

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SEMANADA - A dívida pública portuguesa aumentou 2,5 mil milhões de euros em Agosto, relativamente ao final de Julho, para 243,3 mil milhões de euros; neste ano lectivo, mais de metade dos professores do 7º ao 12º ano, tem horário reduzido; há 15 mil professores sem colocação; no primeiro ano do Governo de aliança à esquerda o PIB quebrou o ritmo de crescimento anterior; a procura interna também caíu; e as receitas fiscais também se reduziram; este ano os acidentes de trabalho já mataram 102 pessoas;  o Primeiro Ministro considerou que seria uma grande perda para o país afastar do Governo os secretários de Estado que aceitaram ofertas da GALP e que estavam envolvidos em contenciosos com a empresa; as vendas de automóveis subiram 11,9% em Setembro; o preço das casas em Portugal teve um aumento de 5,9% no terceiro trimestre deste ano; de 2003 até hoje foram criadas três dezenas de taxas e taxinhas, todas indirectas; PSD, PS e PCP votaram juntos para manter a isenção de IMI aos partidos políticos; os dirigentes dos sindicatos dos trabalhadores dos impostos passaram a querer ditar a política fiscal; um recente estudo da OCDE vem mostrar que os portugueses são os mais insatisfeitos com a vida, no conjunto dos 35 países da organização e os mais satisfeitos são os suíços; segundo o mesmo estudo, em 2014, mais de dois terços (35%) dos portugueses entre os 25 e os 34 anos não tinham o 12.º ano completo; as reclamações contra hospitais e centros de saúde subiram 63% no primeiro semestre deste ano, em comparação com igual período do ano anterior; apesar de a área ardida este ano ter mais que duplicado em relação a 2015, o comandante nacional da Protecção Civil disse que “nada falhou” no combate aos incêndios neste Verão.

 

ARCO DA VELHA - Dezenas de organismos públicos da administração central e local deram a diversas Fundações apoios de 142,8 milhões de euros à margem da lei, segundo dados da Inspecção Geral de Finanças.

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FOLHEAR - Livros de memórias são sempre coisas delicadas. Quando se trata de livros de memórias de um ex-espião pior ainda; e quando esse ex-espião fez vida a escrever histórias de espionagem, a coisa fica ainda mais complicada. “The Pigeon Tunnel” é o livro escrito por John le Carré para contar como foi a sua vida em torno da personagem que criou. David Cornwell, é este o verdadeiro nome do escritor, foi recrutado para os serviços secretos britânicos em 1956, tinha então 25 anos; deixou o serviço em meados dos anos 60 e começou a escrever - e as histórias à volta dos seus livros e da sua escrita são o tema do livro. Subtitulado “The Stories Of My Life”, “The Pigeon Tunnel” é a versão do próprio John le Carré sobre a sua biografia que foi publicada há cerca de um ano por Adam Sisman. Alguns dos episódios repetem-se e há pequenas discrepâncias nas versões - como acontece no relato do encontro do escritor com Arafat. O The Guardian, que comparou a biografia de Sisman com o livro autobiográfico de le Carré, indica que nesta última versão há mais conteúdo pessoal e emocional, nomeadamente no que diz respeito à influência que o pai teve no jovem David Cornwell. Para todos os efeitos “The Pigeon Tunnel” é uma história muitíssimo bem contada e escrita sobre o que leva um jovem inglês educado em Eton a tornar-se no maior autor de livros de espionagem que acompanham a evolução da história da segunda metade do século XX. Existe tradução em português, mas preferi o original, na Amazon.

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VER -  Os velhos do Restelo encontraram a partir desta semana um novo local de peregrinação e maldicência: o edifício do maat (museu de arte, arquitectura e tecnologia), que fica à beira rio, ao lado do edifício industrial do Museu da Electricidade, antiga Central Tejo, uma instalação termoeléctrica que abasteceu a região de Lisboa de electricidade e que foi construída, com várias ampliações, ao longo da primeira metade do século XX, entre 1908 e 1951. O novo edifício do maat, projectado pela arquitecta inglesa Amanda Levete, foi construído numa área adjacente ao Museu da Electricidade, que anteriormente tinha equipamentos de apoio ao equipamento industrial sem relevância de qualquer espécie e que de certa forma era um terreno baldio. Tudo isto foi criado graças à EDP e à sua Fundação, num caso exemplar de boa intervenção de uma empresa privada na sociedade em que está inserida. Os velhos do Restelo não vão gostar do que ali se passa: o novo edifício do maat é magnífico e tem tudo para rapidamente se tornar num dos emblemas de Lisboa. A sua integração com o edifício industrial da Central Tejo e sua ligação ao rio são exemplares. O projecto de Amanda Levete de facto transformou aquela zona - de um local ermo ao lado do Museu da Electricidade, para um espaço singular que se integra na paisagem ribeirinha. Este é um daqueles casos em que uma obra arquitectónica se vai transformar num pólo de atracção de visitantes nacionais e estrangeiros. Lisboa ficou mais rica e as futuras actividades do maat, que entrarão em velocidade de cruzeiro em Março, estão apostadas em colocar Lisboa no mapa da arte contemporânea. Até lá podem consultar o programa de actividades que já é visitável em www.maat.pt

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OUVIR - Madeleine Peyroux é talvez a cantora de jazz que mais acentuadamente me transporta à atmosfera dos clubes, canções da noite, arranjos simples e eficazes, uma forma de cantar que revela vício e prazer em simultâneo. É provocante a forma como Peyroux canta e eu gosto disso. O seu mais recente disco, “Secular Hyms” é precisamente um exemplo de simplicidade, a começar pela gravação: tudo aconteceu num único dia na igreja de St. Mary, em Great Milton, uma pequena aldeia no Oxfordshire, na Inglaterra. É um edifício construído há vários séculos, emd pedra e madeira, cuja acústica ajudou a criar a sonoridade envolvente deste trabalho de Madeleine Peyroux, alicerçado num trio composto por ela própria, pelo guitarrista Jon Herington e pelo baixista Barak Mori. Trata-se da prova provada de que meios escassos e ideias simples produzem grandes resultados. Os dez temas são de autores como Tom Waits, Linton Kwesi Johnson, Stephen Foster, Townes Van Zandt ou Allen Toussaint, entre outros. Aqui estão dez grandes versões em “Secular Hymns”, CD Impulse/Universal, já disponível no mercado português.

 

PROVAR -  Volta e meia apetece encomendar uma pizza, mas depois vem à memória aquela massa grossa, amolecida, a escorrer queijo de duvidosa qualidade. E é nesse momento que dou graças por ter descoberto a Madpizza - que as faz fininhas, estaladiças, de massa integral e com uma série de variedades que podem ser exclusivamente vegetais, com carne ou peixe. Nas vegetais destaco a Natural (sem queijo) e a Basilic; nas de carne a Divine com pinhões, peito de frango, queijo brie e agrião; nas de peixe temos a Açores (com atum e manjericão), a Tóquio (com salmão fumado) ou a Anchoveta, cujo nome explica tudo. As pizzas estão disponíveis na versão para uma ou para duas pessoas e o destaque vai mesmo para a qualidade da massa, levíssima. Já com várias lojas em Lisboa, a Madpizza abriu recentemente o seu primeiro estabelecimento fora de centros comerciais nas Avenidas Novas, na Rua António Enes 1. Mais informações na página do Facebook da Madpizza. Tem serviço de entrega em casa.

 

DIXIT - “Há países com uma esquerda Robin Hood: tiram aos mais ricos para dar aos mais pobres. Por cá calhou a esquerda Xerife de Nottingham: tira às famílias e às empresas para dar às clientelas da geringonça” - Maria João Marques.

 

GOSTO - No 5 de Outubro Marcelo Rebelo de Sousa falou sete minutos para salientar que os portugueses estão cansados de casos com políticos, a quem recomendou que sejam frugais e humildes.

 

NÃO GOSTO -  15% dos jovens portugueses não estudam nem trabalham.


BACK TO BASICS - Em política, o absurdo não é um defeito - Napoleão Bonaparte

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