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UM CONSELHO INÚTIL

por falcao, em 27.04.18

Pouca gente terá reparado que o Governo andou a fazer uma luta surda com a RTP até conseguir o que queria - ter uma palavra a dizer na composição do Conselho de Administração da empresa concessionária do serviço público de Rádio e Televisão. O caso deu-se graças a uma das maiores asneiras do ministro Poiares Maduro, no anterior Governo, a criação do Conselho Geral Independente. Maduro criou um orgão de supervisão, que ele próprio nomeou, e que integrou vários bonzos que em comum tinham o facto de pouco ou nada perceberem de comunicação e muito menos de audiovisual. O Conselho Geral Independente foi inspirado por um orgão da BBC que nessa altura já estava em desuso e debaixo de crítica. Este grupo de bonzos, que no léxico comum rapidamente se tornou conhecido por Conselho Geral Inútil,  cumpriu o caderno de encargos que recebeu, afastou Alberto da Ponte e introduziu uma nova equipa que escolheu com o óbvio agreement - senão inspiração - do Ministro Maduro. Ao longo dos anos que leva de vida conhece-se-lhe pouca obra, nenhuma recomendação inovadora e interessante. Há meses decidiu fazer prova de vida e apontou o caminho da porta a Nuno Artur Silva com base numa situação que se arrastava desde há anos e que tinha a ver com a sua participação accionista numa empresa de produção e num canal de cabo - tudo isto já existia antes de o próprio CGI o convidar a ir para a RTP. O CGI teve a ilusão de que escolhe quem quiser, esquecendo-se que, pelo menos na área do administrador com o pelouro financeiro, há que haver o acordo do Governo. Não o procurou e Centeno deixou ficar a coisa a aboborar, fazendo finca pé em ser ele a dar o nome. Foi o que agora aconteceu. Do CGI, como de costume, não se ouviu um ai. Cumpriram e calaram - na sua génese está o não fazer nada. É este espírito que mata o serviço público de rádio e televisão.

SEMANADA - Em 2017 prescreveram mais de 61 mil infracções de trânsito e o número de multas por pagar duplicou no prazo de um ano; os portugueses gastam em média 70 euros por mês em transportes; as administrações regionais de saúde gastaram 1,8 milhões de euros em táxis num ano, ou seja cerca de metade do orçamento de transportes;  o investimento público no ano passado ainda ficou 8% abaixo do registado no auge da crise, em 2013; Ana Gomes, eurodeputada socialista, afirmou  que o próximo Congresso do seu partido, que se realiza no final de maio, é uma “oportunidade para escalpelizar como [o PS] se prestou a ser instrumento de corruptos e criminosos”; nos últimos dias surgiram várias reportagens a demonstrar que há deputados que quase duplicam o salário parlamentar com extras de duvidosa ética; Portugal continua entre os piores países da Europa no que toca ao desemprego jovem; três em quatro desempregados jovens não estudam nem nunca trabalharam; Vieira da Silva, Ministro da Solidariedade e Segurança Social demorou quase dois anos a aprovar a auditoria à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa; “Vieira da Silva não é aquele Ministro que não deu por nada no caso das Raríssimas?” - perguntou Luis Afonso, no Bartoon.

 

ARCO DA VELHA - Na Assembleia Municipal de Lisboa o PSD votou contra uma moção que o próprio PSD apresentou.

 

FOLHEAR - Poucas publicações nascidas já neste século se podem gabar de estarem ainda vivas. Felizmente é o caso da “Egoísta”, que agora completou 18 anos, ao longo dos quais alcançou 81 prémios nacionais e internacionais - o que a torna na revista europeia mais premiada de todos os tempos. Desde o início editada por Patrícia Reis, e com um conceito gráfico original de Henrique Cayatte, a “Egoísta “ foi possível graças à vontade do seu Director, Mário Assis Ferreira, e da empresa que a lançou, o Grupo Estoril-Sol. Ao longo de toda a sua existência a “Egoísta”, editada trimestralmente, acolheu escritores, fotógrafos, políticos, artistas.  Tem sido generosa com as suas páginas. Nesta edição do 18º aniversário destaco um texto de Hélia Correia, ilustrado por Ilda David - “Mãe”, os portfolios de fotografia “Youth”, de Lena Pogrebnaya” e sobretudo o magnífico “A Dupla Vida da Gente”, de Estelle Valente. E, claro, o eterno “Cartas A Um Jovem Poeta” de Rainer Maria Rilke, quase a encerrar este número 63: “Não tire conclusões demasiado apressadas daquilo que lhe acontece: deixe-o simplesmente acontecer”.

 

VER - Volta e meia somos surpreendidos pelo olhar que alguém de fora consegue ter sobre nós. A forma e a distância de observação do nosso mundo por quem “é de fora” leva-nos a ver o que tínhamos considerado vulgar ao ponto de não lhe darmos a importância que de facto tem. Penelope Curtis, a britânica que em 2015 deixou a Tate Britain para vir dirigir o Museu Calouste Gulbenkian e é um bom exemplo disto mesmo. A nova exposição, que ocupa a galeria principal do Museu até 10 de Setembro, chama-se “Pós-Pop, Fora do lugar comum - desvios da Pop em Portugal e Inglaterra, 1965-1975”. A exposição é baseada no período entre 1965 e 1975, e apresenta uma selecção de artistas ingleses que trabalharam fora da Pop e de artistas portugueses que no estrangeiro, e sobretudo em Londres, procuraram desenvolver o seu trabalho de uma forma livre. A curadoria foi de Ana Vasconcelos e Patrícia Rosas e inclui obras de um grande número de artistas portugueses, de Manuel Baptista a João Cutileiro, passando, entre outros, por Clara Menéres, José de Guimarães, Eduardo Batarda, Paula Rego, René Bertholo, Sérgio Pombo, João Vieira, Lourdes Castro, José Escada, Ana Hatherly, António Palolo, João Abel Manta, Maria José Aguiar,  Ruy Leitão e Teresa Magalhães (na iamgem), que, como Penelope Curtis salienta, está em destaque na exposição. Também Ana Vasconcelos e Patrícia Rosas sublinham “a qualidade do trabalho que Teresa Magalhães realizou nesses anos, fora da escola”, fazendo notar que “para a grande maioria dos professores (em Belas Artes), não existia a Pop nem nenhuma da arte realizada no pós-guerra, uma vez que o ensino artístico ecoava o hiato temporal em que o país vivia”. É, na realidade uma exposição emocionante - e não estou a exagerar nas palavras. É um olhar especial sobre uma época única e assim se percebe que, apesar do que aqui se passava, existiam artistas que procuravam acompanhar o compasso de criatividade que noutros países, com um olhar diferente sobre Portugal.

 

OUVIR -  Ao longo das suas carreiras Ella Fitzgerald e Louis Armstrong actuaram muito frequentemente ao vivo e realizaram numerosas gravações em conjunto. “Cheek To Cheek: The Complete Duet Recordings” é uma nova caixa de quatro CD’s que junta todas as suas interpretações clássicas numa só edição. Aqui estão versões remasterizadas de três álbuns originais - “Ella And Louis” (1956), “Ella And Louis Again” (1957) e “Porgy And Bess” (também gravado em 1957), oito singles (gravados entre 1946 e 1950),  gravações originais realizadas no Hollywood Bowl e diversos registos de versões que não foram utilizadas nos discos finais, alguns com divertidos diálogos entre Ella e Louis. Além disso há material inédito em disco, como a versão de “The Memphis Blues” no programa de rádio de Bing Crosby e até uma versão apenas instrumental de “Red Headed Woman”. Ao todo são 74 faixas e a caixa inclui ainda um ensaio de Ricky Riccardi, considerado um dos grandes especialistas na obra de Louis Armstrong, além de anotações detalhadas sobre as gravações, as notas de capa dos LP’s originais e imagens raras de arquivo. Como Riccardi escreveu, “A música que Louis Armstrong e Ella Fitzgerald fizeram em conjunto constitui a Bíblia do jazz vocal. Tudo o que precisa de conhecer está aqui”. A edição é da Verve/Universal e está disponível em Portugal.

 

PROVAR - Um dos mais importantes museus de Lisboa é o da Fundação Gulbenkian, que aliás nos últimos tempos tem vindo a melhorar de forma significativa a sua oferta, fazendo redescobrir muito do seu acervo. Mas um Museu com este posicionamento, ponto de atracção turístico, um dos projectos de arquitectura e de enquadramento paisagístico mais importantes de Lisboa, não devia deixar que as suas unidades de restauração - bares e restaurantes - fossem o que são. Pela sua actividade cultural facilmente se poderá comparar o Museu Calouste Gulbenkian a outros grandes museus internacionais - mas nestes últimos o cuidado posto nas zonas complementares de recepção de visitantes é muito diferente. A concessionária de espaços de restauração da Gulbenkian é uma das maiores empresas nacionais de fornecimento de refeições - a Cerjer. Depois da experiência que tive no fim de semana passado só me ocorre dizer que os responsáveis da empresa ( e já agora quem na Gulbenkian os contratou) deviam fazer uma visita de estudo a cafetarias e restaurantes noutros grandes museus internacionais (basta aliás ir aqui ao lado a Madrid). Se isso não chegar aconselho que vão trabalhar durante o verão para qualquer McDonalds, para perceberem o que é um processo de trabalho e de atendimento escorreito - e de controlo de qualidade também. Gostaria de dizer que o pessoal que estava trabalhar é muito superior à qualidade do processo do local, penoso, incompreensível. Não basta ter uma casa bonita e com muito que ver. É preciso tratar bem os visitantes - e o concessionário escolhido pela Gulbenkian decididamente não ajuda a Fundação nesta área.

 

DIXIT - “Já não são sapos, são elefantes que vocês enolem” - Miguel Albuquerque, dirigindo-se ao BE e PCP.

 

GOSTO - Duas décadas depois de ter sido extinto o eléctrico 24 voltou a ligar Campolide ao Largo Camões.

 

NÃO GOSTO - Continuam os sucessivos atrasos da Parque Escolar na aprovação e realização de obras na degradada Escola Secundária Camões.

 

BACK TO BASICS - Perseguimos os pequenos ladrões enquanto nomeamos os grandes para cargos públicos - Esopo

 

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TRISTE SINA - Costuma dizer-se que resultados passados não garantem rendimentos futuros. Esta semana percebemos que na Assembleia da República, expoente máximo da política à portuguesa, não é assim. Carlos César refugiou-se no que tem sido feito aos longo dos anos em erros, omissões ou complacências passadas, para para justificar as prebendas actuais e o Presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, veio garantir que a duplicação de apoios aos deputados das ilhas  era legal e eticamente irrepreensível. Sendo certo que o principal nome na berlinda é o do Presidente e líder parlamentar do PS, Carlos César, fica-se na dúvida se Ferro Rodrigues obedeceu ao seu dever ou ao Presidente do partido que o levou ao posto onde está. Esta história sórdida é mais um prego no caixão que recolhe os despojos do parlamento. Na política portuguesa, como se viu das declarações de Ferro Rodrigues e Carlos César, a ética não passa de uma estranha abstracção. Para completar a semana o país assistiu à transmissão das imagens de um interrogatório a Sócrates feito em tribunal à porta fechada, tal reality show. Se a ideia era transformá-lo em mártir e alvo de manobras insidiosas, a coisa não podia ter corrido melhor. Dito isto, o que é que nos deve preocupar mais? O facto de o Estado e o fisco terem tanta informação não escrutinada sobre nós, ou os dados que existem no Facebook? O não funcionamento da justiça, ou os abusos do Estado?  As habilidades dos políticos para ganharem mais uns cobres ou as cativações arbitrárias na despesa pública?

 

SEMANADA - As novas operações de crédito ao consumo aumentaram mais de 18% nos primeiros dois meses do ano e já superam os mil milhões de euros, o valor mais elevado concedido neste período desde 2012  - a maior parte foi canalizado para o crédito pessoal sem finalidade específica; segundo o FMI Portugal tem a terceira dívida pública mais elevada do mundo;  somos o sétimo país da UE com mais nascimentos fora do casamento, 52,8% do total; a procura internacional por casas em Portugal, no primeiro trimestre deste ano, quintuplicou em comparação com o período homólogo de 2017, nomeadamente por parte de cidadãos do Brasil, Estados Unidos, França, Reino Unido e Suiça; o número de autorizações de residência a estrangeiros em Portugal aumentou 19% no ano passado e brasileiros e asiáticos são os mais numerosos; o Serviço de Estrangeiros não responde em tempo útil aos pedidos de reunificação de famílias de refugiados; o Ministro da Economia disse que em Portugal existem actualmente cem novos hotéis em construção; Santana Lopes distanciou-se de Rui Rio; Rui Rio aproximou-se de António Costa;  segundo a Marktest a utilização da Internet através do telemóvel quadruplicou desde 2012 e actualmente é a forma usada por  6 milhões e 163 mil pessoas, o que corresponde a 64.5% dos portugueses com mais de 10 anos.

 

ARCO DA VELHA - O Palácio da Justiça de Portalegre está encerrado há mais de quatro anos e as obras previstas para começarem em 2014 nem começaram porque no projecto inicial existia um erro que só foi detectado depois de aprovado.

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FOLHEAR - Victor Cunha Rego foi um dos maiores nomes do jornalismo português do século XX, e um dos poucos com assinalável carreira fora de portas : exilado no Brasil foi editor de “O Estado de São Paulo” e chefiou a redacção da “Folha de São Paulo”; em ambos escreveu opinião, analisando a situação no mundo, e em especial em Portugal, com uma prosa muitas vezes visionária, caracterizada pelo estilo polémico e contundente que manteve até ao fim da vida. Participou no núcleo fundador do PS e no regresso a Portugal dirigiu o “Diário de Notícias”, foi presidente da RTP, dirigiu o diário “A Tarde” e fundou e dirigiu o inovador jornal “Semanário”, em 1983, ao lado de, entre outros, Marcelo Rebelo de Sousa, Daniel Proença de Carvalho, João Amaral ou José Miguel Júdice. Nos últimos anos da sua vida - morreu em Janeiro de 2000 com 66 anos - escreveu uma crónica regular no “Diário de Notícias”. Vasco Rosa, um dos mais conscienciosos e rigorosos editores no mundo livreiro nacional, atirou-se, há uns anos, à tarefa de organizar os escritos dispersos de Victor  Cunha Rego, com a ajuda do seu filho André Cunha Rego. O resultado é “Na Prática A Teoria É Outra” - 856 páginas de textos originalmente escritos entre 1957 e 1999 em jornais brasileiros e portugueses. É uma obra única, que marca uma época, um olhar aguçado sobre Portugal, sobre a política portuguesa e sobre os seus protagonistas. Edição Dom Quixote.

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VER - A Galeria Belo-Galsterer (Rua Castilho 71 r/c esq) apresenta até 31 de Maio um conjunto de obras do artista austríaco Wolfgang Wirth sob o título “Fortified Infinity”. As plantas das fortificações militares de Elvas e de Olivença são o ponto de partida para estes trabalhos que exploram a noção dos limites espaciais no díptico Black Hole, evocam as muralhas dessas fortificações em Wall (que funciona como uma quase instalação), nas duas esculturas e  nas nove serigrafias da série Shapes (na imagem). Wolfgang Wirth vive e trabalha em Viena, integra o grupo artístico Alpine Gothic e tem uma extensa carreira internacional. Na mesma galeria é apresentada a instalação de Rita Gaspar Vieira, “Avessa”. Outras sugestões: a artista espanhola Lita Cabellut chega a Portugal com uma mostra de pintura, instalação e escultura no Centro Cultural de Cascais, que apresenta três dezenas das suas obras até 17 de Junho; no Atelier Museu Júlio Pomar, até 29 de Abril, a exposição “Chama” apresenta trabalhos de Júlio Pomar, Rita Ferreira e Sara Bichão, dando seguimento ao programa que procura cruzar a obra de Pomar com a de outros artistas. Até 1 de Maio, no Espaço Exibicionista (Rua Dona Estefânia 157), Jorge Humberto (Joh), apresenta novos trabalhos na série “Firmamento”.

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OUVIR - Rodrigo Leão começou a sua carreira a solo há 25 anos, ainda quando estava nos Madredeus. “Ave Mundi Luminar”, editado em 1983 foi um sucesso inesperado, primeiro no estrangeiro (sem bem me lembro a começar por Espanha) e depois em Portugal. Ao longo destes 25 anos foi editado em etiquetas como a Deutsche Grammophon ou a Sony Classical, escreveu bandas sonoras para filmes e documentários e colaborou com nomes como Beth Gibbons (dos Portishead), Ryuichi Sakamoto, Adriana Calcanhoto, Neil Hammon (Divine Comedy), Scott Matthew, Rui Reininho, Joan as Police Woman, Stuart Staples (Tindersticks) ou Lula Pena. Conseguiu sempre combinar o popular e o erudito, o electrónico e o orquestral e foi esta capacidade de ligar universos musicais que está na origem do seu sucesso. Para assinalar os 25 anos de carreira a solo a Universal Music lançou “O Aniversário”, um duplo CD em que o primeiro disco inclui as colaborações com vocalistas e o segundo tem os temas instrumentais como os que compôs para a exposição “Florestas Submersas” do Oceanário ou excertos da sua gravação “O Retiro” com o coro e orquestra Gulbenkian. Aqui estão excertos de 15 discos e de cinco bandas sonoras, 30 temas que marcam um percurso único na música portuguesa na qual Rodrigo Leão tem sido um dos mais rigorosos, criativos e supreendentes músicos.

 

PROVAR - O chá é hoje em dia a segunda bebida mais consumida no mundo, logo a seguir à água e reza a lenda que em 2737 a.C. o Imperador Chinês Shen Nong terá descoberto o chá ao viajar pelos territórios da província de Yunnan. Ao parar à sombra dum chazeiro para beber água morna umas folhas terão caído acidentalmente dentro da sua taça, alterando a cor e o sabor da bebida. O imperador gostou tanto do resultado que passou a beber o chá com regularidade. Com a chegada dos Portugueses ao Oriente, o chá foi sendo comercializado e introduzido nas várias cortes europeias - o caso mais notório desta expansão cultural foi quando Dona Catarina de Bragança fez transportar as plantas aromáticas para Inglaterra em 1662, depois do seu casamento com Carlos II, da dinastia Stuart. Num salto para a actualidade, os chás Andorinha, que existem desde 2015,  são importados do Japão, embalados em bonitas caixas de lata, e destaco o Aires, um delicioso chá preto japonês, fumado com madeira de cerejeira e barris de whiskey do Japão. Os chás Andorinha têm várias outras variedades, desde o clássico Matcha, chá verde em pó, até ao Umegashima que vem da mais alta plantação do Japão ou ainda chás provenientes do monte Fuji e de Quioto. Ainda no chá verde, mas em folhas de tamanho médio, está também disponível o Sencha, que é talvez o mais popular chá do Japão. Eu fiquei preso ao Aires, comprado na loja online de chasandorinha.pt - um site cheio de boas informações sobre a história de chá e a forma de o degustar.

 

DIXIT - “A única coisa de importante que mudou desde que este governo tomou posse foi o tipo dos cortes realizados. Em vez de cortar nas despesas com pessoal, cortou nas despesas de funcionamento, como a saúde. “ - Manuel Villaverde Cabral

 

GOSTO - A iniciativa de fotografia Estação Imagem realiza-se este ano em Coimbra até final de Maio, depois de ter nascido em Mora e ter decorrido nos últimos anos em Viana do Castelo.

 

NÃO GOSTO - A dívida global mundial é agora mais do que o dobro do valor dos produtos e serviços produzidos anualmente, atinge 225% do PIB global, 12 pontos acima do pico ocorrido na crise, em 2009.

 

BACK TO BASICS - Ninguém sabe ao certo quanto tempo tem a raça humana, mas é certo que existe há tempo suficiente para não fazer tantas asneiras - anónimo.

 

 

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ANATOMIA DE UMA AMEAÇA MINORITÁRIA

por falcao, em 13.04.18

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O BOMBO DA FESTA - Enquanto Costa andou a evocar a I Guerra Mundial com Marcelo, em França, e, depois, foi saudar Theresa May a Londres, Mário Centeno ficou em Portugal a ser o bombo da festa dos partidos que sustentam o Governo. Na linha de fogo está a austeridade encapotada, que provoca problemas em múltiplos sectores, desde logo na saúde como mais uma vez se viu esta  semana. Mas uma coisa há que reconhecer: Mário Centeno tem cara de pau e sorriso de plástico e esta combinação é politicamente terrível. Ele é o optimista de serviço que diz que tudo vai a correr bem, que garante contra todas as evidências que a carga fiscal diminuíu, que promete fazer de imediato obras que impediu durante meses, que se gaba de um crescimento que não é da dimensão que quer fazer crer. A responsabilidade política do que se tem passado não é no entanto de Centeno, é obviamente de António Costa. Esta semana o Bloco, que tem vindo de vitória em vitória nas suas reivindicações, ameaçou Centeno e deixou no ar um aviso a Costa, pela voz de Mariana Mortágua: “não há governos de minoria absoluta”.  Assim, de repente, começou a falar-se da possibilidade de o Governo não chegar ao fim da legislatura. Costa não vai deixar isso acontecer - nem que evitá-lo lhe custe oferecer um gigantesco tubo de pastilhas digestivas a Centeno, para engolir tudo o que andou a dizer e esquecer a revisão em baixa do défice na nova versão do Plano de Estabilidade. Claro que haverá alguma nova cedência: Centeno não é garantia de Costa continuar no poder; mas o Bloco é.

 

SEMANADA - A verba destinada às obras necessárias na ala pediátrica do Hospital de S. João, no Porto, existe mas está bloqueada pelo Ministério das Finanças; o serviço pediátrico do Hospital funciona em contentores desde 2009; o presidente do Conselho de Administração do Hospital diz que a unidade não tem investimento há 10 anos; no Hospital de Viseu os médicos recusaram-se a usar máquinas de diagnóstico com 21 anos de idade, mais 11 do que o respectivo prazo de validade; no final de 2017 uma dezena de hospitais têm tempos de espera superiores a dois anos  para consultas de especialidade; no primeiro trimestre deste ano aumentou o crédito concedido pelos Bancos à habitação, mas diminuíram os empréstimos concedidos às empresas; em 2016 Portugal concedeu nacionalidade a 25.104 estrangeiros residentes no país; o investimento captado pelos vistos gold caíu 46% em março, em comparação com igual mês do ano passado; em fevereiro as exportações subiram 6,2% em relação ao mesmo mês no ano passado, mas as importações cresceram mais, aumentando 8,5%; durante uma conferência no Porto, Daniel Bessa criticou um artigo de opinião de Mário Centeno em que este considera que a economia portuguesa passa por um bom momento.

 

ARCO DA VELHA - Em Camarate três pessoas pediram por telefone a entrega de comida por um estafeta com o objectivo de o assaltarem. Depois de concretizado o roubo e de a vítima denunciar o crime os assaltantes foram identificados pela PSP de Loures e continuaram em liberdade.

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FOLHEAR - Desde 2011 Rosa Cullell está em Lisboa, como administradora delegada da Media Capital, que detém nomeadamente a TVI e uma série de estações de rádio. Trabalhou como jornalista em jornais e televisões e como gestora em bancos, editoras, instituições culturais e empresas de mídia. Javier Martin Del Barrio, seu marido, também jornalista, igualmente com assinalável carreira, chegou a Lisboa três anos depois e é correspondente do El País. Ambos têm obra publicada e juntaram agora as suas vozes para partilharem aquilo de que mais gostam na cidade onde vivem. “Lisboa, A Tua E A Minha” é assim uma viagem contada a duas vozes e que percorre as suas experiências pessoais por estas bandas. O ponto de partida é o Chiado, onde encontraram casa antes ainda de ser a moda que hoje é, uma zona a que Rosa, logo no primeiro capítulo, chama “o meu bairro”. Javier, para começar, escolheu escrever sobre  “Marvila, cinzenta e renascida”. São 12 capítulos, 12 viagens por Lisboa e as suas gentes, passando por recantos e restaurantes, lojas e exposições, histórias e personagens, igrejas e futebóis, o rio e os arredores. Em cada capítulo, Rosa e Javier escolhem os seus imprescindíveis, um mapa dos sítios de que mais gostam nestes anos que levam de Lisboa. Não é a visão de visitantes nem de turistas, é o relato da descoberta de uma cidade por quem a adoptou. “Lisboa, A Tua E A Minha”, edição Objectiva/ Penguin Random House.

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VER - O Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia, MAAT, inaugurou esta semana uma exposição que promete ser um êxito de público a avaliar pelo que tem acontecido noutros países. Trata-se de”The Happy Show”, uma criação de um dos designers mais populares de sempre, Stefan Sagmeister. A exposição teve a sua primeira apresentação em 2012, no Institute of Contemporary Art de Filadélfia, esteve no Museu de Arte Contemporânea de Los Angeles e em muitas outras instituições na Europa. Esta apresentação em Lisboa deverá ser a derradeira montagem de “The Happy Show”. Sagmeister, um austríaco que vive em Nova Iorque, fez capas de discos para os Rolling Stones, David Byrne, Talking Heads, Aerosmith e vários posters para Lou Reed - e no caso português fez a identidade gráfica da Casa da Música, no Porto. A exposição aborda a sua perspectiva pessoal de felicidade e engloba videos, fotografia, escultura e design gráfico.  Uma outra exposição a reter, sobretudo para quem gosta de fotografia, está no Palácio Pimenta, Museu da Cidade, no número 245 do Campo Grande. Trata-se de”Lisboa Cidade Triste e Alegre: Arquitectura de Um Livro”. A exposição revela a história da concepção e criação daquele que é ainda hoje considerado o mais importante foto-livro português, da autoria de Victor Palla e Costa Martins, feito ao longo da década de 50 e editado pela primeira vez em 1959. Considerado um dos melhores foto-livros do mundo pela obra “Photobook: A History”, de Martin Parr e Gerry Badger, “Lisboa Cidade Triste e Alegre” teve várias outras edições, a última das quais em 2015. Nesta exposição são mostradas as fotos originais, negativos e imagens nunca antes exibidas, assim como uma série de outros materiais, nomeadamente os relacionados com a galeria Ether, de António Sena, que em 1982 voltou a ressuscitar a obra e montou uma exposição que, além de ter estado na galeria, esteve nos encontros de Fotografia de Coimbra e em Serralves. Imperdível.

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OUVIR - Na rádio pública portuguesa existe um programa que fomenta o diálogo entre religiões e que é único a nível internacional. Chama-se “E Deus Criou O Mundo” e os seus intervenientes foram convidados a participar numa conferência no Vaticano. A ideia, de Carlos Quevedo, o autor, foi juntar num programa de rádio três membros das comunidades religiosas mais influentes em Portugal, a judia, a católica e a muçulmana. “E Deus Criou O Mundo” é transmitido semanalmente na RTP Antena 1, às 3ªas feiras, pelas 23h00 e está disponível em podcast (a série completa) na plataforma RTP Play. Todas as semanas Khalid Jamal, Isaac Assor e Pedro Gil abordam temas da actualidade, dando cada um a sua visão do que vai acontecendo por esse mundo, à luz da fé de cada um. A apresentação é de Henrique Mota e o programa já deu origem a um livro, da autoria de Carlos Quevedo. Este programa ganhou tal destaque  que foi convidado a participar, na próxima semana, no Vaticano, num seminário sobre “Diálogo, Respeito e Liberdade de Expressão no Espaço Público”, organizado pela Pontificia  Universidade da Santa Cruz. O convite dirigido ao programa fará deslocar a Roma toda a sua equipa, que terça feira apresentará o seu trabalho como um caso exemplar do diálogo entre religiões e na quarta-feira a equipa estará numa audiência com o Papa Francisco. Não é todos os dias que uma produção portuguesa ganha esta projecção internacional. E este programa é um dos mais claros exemplos do que é o serviço público na rádio.

 

PROVAR - Volta e meia, um pouco por acaso, levado por mão amiga, dou com uma boa surpresa. Foi o que se passou por estes dias em Paço d’Arcos, no Astrolábio, um restaurante no centro histórico da vila, com vista para a Marginal. O Astrolábio vive do peixe fresco e de uma boa grelha, mas também de comida de tacho, com destaque para um arroz de tamboril e para uma massa fresca com ameijoas à Bulhão Pato. A salada de polvo é recomendável, as azeitonas são muito bem temperadas e o pão é acima da média. Além dos peixes mais vulgares há propostas diferentes todos os dias, fresquinhas da lota. Coube-me experimentar um boca negra, um peixe de profundidade dos Açores, de carne branca, muito saboroso, familiar do cantaril da costa continental. Destaque para a frescura dos legumes e para a sua cozedura, no ponto como é raro encontrar. Garrafeira com algumas boas surpresas e a preço honesto. Em estando bom tempo, há esplanada, a sala é acolhedora e confortável. Praça Guilherme Gomes Fernandes 7, Paço de Arcos, telefone  214 410 381, fecha aos domingos.

 

DIXIT - “A marca Bruno de Carvalho não alinha com a marca Sporting e está a prejudicar o Clube” - Carlos Coelho, da Ivity Brand Corp.

 

GOSTO - Este ano a Feira das Viagens, que decorre de hoje dia 13 de Abril até domingo, realiza-se em novos cenários com a cultura em pano de fundo: em Lisboa na Sociedade Nacional de Belas Artes e em Braga no Museu D. Diogo de Sousa.

 

NÃO GOSTO - O número de mortes nas estradas portuguesas subiu 14% em 2017, relativamente ao ano anterior.

 

BACK TO BASICS - O desporto não desenvolve o carácter, mostra a sua verdadeira face - Heywood Broun



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CULTURA - Esta semana o tema dos subsídios à actividade cultural irrompeu de forma estridente. O financiamento da Cultura é sempre um problema seja qual fôr o Governo, os candidatos e projectos são sempre em excesso das verbas disponíveis e as coisas pioram quando há arrogância do poder associada a incompetência - que na realidade foi o que aconteceu. Mas esta semana houve uma reveladora frase no meio da polémica quando, depois de chamado a S. Bento, o Secretário de Estado da Cultura confessou ingenuamente que o Primeiro-Ministro António Costa estava a par de tudo o que se tinha feito e aplicado. Acontece que o Primeiro-Ministro, como já aconteceu noutros casos e noutras áreas, cedeu ao sururu de quem protestou e primeiro deu um público puxão de orelhas ao Ministro e Secretário de Estado por terem deixado criar tanto alarido, apareceu ele próprio a resolver a confusão e rematou com um cínico elogio aos ocupantes da Ajuda. Este caso ilustra duas coisas: em primeiro lugar que não existe uma política nem um estratégia para a Cultura - e não é de agora, bem sei; e, em segundo lugar, que António Costa prefere ceder mais uma vez aos protestos do que perceber porque existem e qual o caminho para resolver o problema de fundo - para não ir mais longe actualizar a Lei do Mecenato. Na realidade António Costa replicou aqui o que tem feito em tantos casos - preferiu ceder às reivindicações suportadas pelo Bloco e pelo PCP a ter que arranjar dores de cabeça em futuras votações parlamentares. Desenganem-se os grupos de teatro se acham que o recuo anunciado tem a ver com uma compreensão da situação e a definição de uma nova política. O que se passou foi uma troca: satisfazer aqui os aliados da coligação, para noutros casos lhes pedir a compensação. Foi só isto. Mais à frente se perceberá qual foi a taxa de câmbio utilizada.

 

SEMANADA - Na PSP há 16 sindicatos, três deles têm mais dirigentes que sócios; a pressão turística no Porto e em Lisboa é superior à que se verifica em Londres ou Barcelona; Portugal importa dez mil toneladas de pão diariamente, em todo o país há apenas 300 guardas-nocturnos; a rede Siresp, que serve de sistema único de comunicação entre as forças e serviços de segurança e emergência falhou durante nove mil horas, em 2017; quase 30% dos estudantes abandonam o ensino superior e mais de metade dos alunos que entram com média de 10 valores não acaba a licenciatura; em 2017 foram registados 22.599 crimes de violência doméstica, 6.303 dos quais no distrito de Lisboa; as ajudas concedidas à Banca entre 2007 e 2017 foram de 23,7 mil milhões de euros, cerca de 12,3% do PIB, o que significa 2302 euros por cada português; as vendas de automóveis nos três primeiros meses do ano aumentaram 4,7% em relação ao mesmo período do ano passado e totalizaram 73 104 viaturas; de acordo com a Marktest, 21.96% do poder de compra está concentrado em 5 concelhos: Lisboa, Porto, Sintra, Vila Nova de Gaia e Cascais ; ainda segundo  a Marktest cerca de 3,9 milhões de portugueses com 15 e mais anos ouviram música online em 2017 e este hábito aumentou 91% nos últimos sete anos; o Estado exige a privados contratos a prazo mais curtos que os que utiliza nas suas próprias  contratações de pessoal.

 

ARCO DA VELHA - Na semana passada a RTP2 ficou  em 12º lugar das audiências a nível nacional e na região de Lisboa nem aparece entre os 20 canais mais vistos.

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FOLHEAR - Se sigo a actualidade e as notícias no digital, prefiro olhar para a reflexão e a descoberta no papel. E é aí que entra a nova geração de revistas que se vai publicando e que mostra as capacidades da imprensa, que estão longe de estar esgotadas. Com criatividade, imaginação editorial e gráfica, arrojo, e alguma capacidade para encontrar nichos de público yêm surgido numerosas novas publicações. A minha mais recente descoberta é a “Mayday”, cujo primeiro número foi publicado no final do ano passado, em Copenhaga, uma cidade que nesta área editorial tem estado muito activa. A revista debruça-se sobre cultura, sociedade, tecnologia e realidades imprevistas, no dizer dos próprios editores. A História é o ponto de união de vários artigos desta edição - seja a narrativa de Don Quixote, sejam as descobertas sobre a evolução da humanidade. Um artigo que me chamou particularmente a atenção chama-se “A Arte É a Lente Que Nos Permite Ver o Mundo”, escrito pela curadora de um dos museus europeus que mais admiro, o Louisiana Museum Of Modern Art, nos arredores de Copenhaga. Mary Laurberg, uma das curadoras do museu, fala sobre quatro artistas escandinavos contemporâneos a partir da frase de Joyce Carol Oates,  “a Arte leva-nos a novos lugares”. Termino com um destaque de uma das páginas da “Mayday”: “a colaboração é uma das mais importantes competências do século XXI”. Vista numa folha, retive estas palavras. Talvez num ecrã isso não tivesse acontecido. A “Mayday” está disponível na Under The Cover, Rua Marquês Sá da Bandeira 88.

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VER - A iniciativa British Bar, imaginada e desenvolvida por Pedro Cabrita Reis, entrou agora na sua 12ª edição - tem portanto um ano de vida. Ao longo destes 12 meses Cabrita Reis seleccionou e convidou mensalmente três artistas plásticos para criarem ou escolherem obras suas que pudessem ser expostas nas três montras verticais do British Bar, no Cais do Sodré, uma casa que o organizador frequenta há muitos anos e que é um ponto de passagem num local central. É uma forma especial de arte pública, expondo obras num contexto bem diferente do habitual e colocando-as perante públicos diversos daqueles que as estão habituados a ver nas galerias ou museus. Sempre suportada por um folheto bem elaborado com informação sobre os artistas e obras expostas, esta semana foram apresentadas “Private Dancer” de Pedro Calapez, “Fruteira”, de Pedro Valdez Cardoso, e Banco de Estirador B, de Fernanda Fragateiro. São todas elas obras criadas para o local e confrontam quem passa na rua com três perspectivas criativas bem diversas. Outras sugestões: no espaço capela do Centro Cultural de Cascais um ensaio fotográfico de Bruno Saavedra, “Ana”, sobre os últimos cinco dias de vida de uma mulher; na Galeria Módulo, Tito Mouraz mostra a sua visão do interior em “Fluvial”.

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OUVIR - Nos dias de hoje as fronteiras entre géneros são cada vez mais ténues e as classificações são por vezes dificeis. Quando músicos de jazz se lançam em  música improvisada maioritariamenteb de origem electronica, poderá ser considerada ainda dentro dos terrirórios do jazz contemporâneo? Os britânicos GoGo Penguin estão no centro de uma polémica sobre este assunto desde o seu disco anterior, “Man Made Object”. O novo “A Humdrum Star”, já distribuído em Portugal, vem reacender a discussão. Há aqui elementos de house, mas também de electrónica, de ambiental, de clássica contemporânea. Este “A Humdrum Star” é um passo em frente na transição dos Go Go Penguin para um território electrónico mais explícito e acentuado onde alguma ausência de regras é a matéria prima mais visível para a forma como as nove faixas deste disco se desenvolvem e cruzam, com uma bem vinda libertinagem que tem andado demasiado arredada da música. O que aqui me seduz mais é o cruzamento do piano com teclados electrónicos, a presença da percussão bem cruzada com o baixo, tudo a fluir de forma deliciosamente imprevisível, ao sabor dos acontecimentos e do sentir dos músicos. Há muito que não ouvia um disco tão libertador. CD “A Humdrum Star”, dos GoGo Penguin, edição Blue Note, distribuição Universal Music.

 

PROVAR - Estamos no fim da época dos ouriços do mar e não há melhor local para descobrir esta iguaria do que a Ericeira, onde, até domingo, decorre o 4º Festival Internacional dos Ouriços do Mar. Em 22 restaurantes da localidade e arredores (nalguns o prazo será alargado) dão-se a provar diversas formas de experimentar esta iguaria a que alguns chamam o caviar da Ericeira. Acontece que a preparação dos Ouriços é trabalhosa, a época do ano em que estão com as saborosas ovas é esta e é muito limitada, os ouriços do mar são raros e a sua apanha é difícil. Mas a Ericeira é o seu bastião em Portugal. As propostas existentes nos diversos restaurantes da terra passam por um risotto de ouriços do mar com camarão grelhado, açorda de ouriços de mar, arroz do mar com ouriços e algas e até caril de ovas de ouriços do mar ou spaghetti com ovas de ouriço. Mas se é neófito nestas lides comece por experientar os ouriços ao natural, uma experiência inesquecível, pela explosão de sabor de mar que proporciona .

 

DIXIT - Actualmente não há quase nada mais importante do que garantir a existência de um robusto serviço público de informação acessível universalmente aos cidadãos - Emily Bell, ex editora digital do Guardian.

 

GOSTO - O filme "Terra Franca", a primeira longa-metragem da realizadora Leonor Teles, venceu o "Prix International de la Scam" no festival Cinéma du Réel em Paris.

 

NÃO GOSTO - Do plágio feito no filme “Peregrinação”, realizado por João Botelho, ao livro “Corsário dos Sete Mares”, de Deana Barroqueiro, utilizado sem autorização nem tão pouco comunicação prévia.

 

BACK TO BASICS - Os americanos não têm o sentido da privacidade nem sabem o que ela significa, privacidade é coisa que não existe nesse país - George Bernard Shaw.

 



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