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(publicado no diário Meia Hora de quarta feira 16 de Abril)
Por estes dias a imagem mais marcante é a da posse do novo Governo Espanhol, maioritariamente feminino e com uma ministra da Defesa em gravidez avançada a
passar revista às tropas. As imagens da cerimónia transpiram «salero», confiança e entusiasmo. São uma afirmação de energia positiva, são um símbolo de modernidade e valem mais do que mil declarações sobre a igualdade ou quinhentas comissões contra a descriminação sexual. Temos que reconhecer: nós não temos uma esquerda assim, não temos, no poder, uma esquerda descomplexada, de cabelos longos, guarda roupa elegante nas cores da moda, maquilhagem cuidada e saltos altos. Em vez disso a nossa esquerda é feita do Dr. Louçã a atacar tudo e todos ou do Dr. António Vitorino mascarado de comentador a servir de trombeta do regime, pronto sempre a encontrar elaboradas desculpas para tudo.
A enorme diferença entre a maneira de funcionar em Espanha e em Portugal está naquelas imagens, na maneira de encarar as coisas, de arriscar, de surpreender. Zapatero ganhou mais apoios com estas escolhas que nos últimos anos de Governo. A verdade é que nós não temos uma esquerda assim. A nossa é cinzenta e, quanto à que está no poder, distingue-se pouco, no cinzentismo e na prática, da direita que a precedeu.
NOTAS À MARGEM:
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