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EXPATRIADOS - Paris está a ficar uma cidade deprimida: depois de Ferro Rodrigues, agora vai lá instalar-se Carrilho. Como imagino que Guterres de vez em quando lá passe à procura de refugiados, o trio deve tornar a cidade numa animação. Imagino que, ao longo deste ano, tenham muita oportunidade de chorar baba e ranho a recordar Maio de 68. Decididamente o PS conquistou Paris – só que foi o PS português e não o francês…com estes, Sarkozy não precisa de se preocupar.
CANDIDATOS - A disputa pela liderança de um partido não devia ser apenas a comparação entre a galeria de notáveis que cada candidatura apresenta. Os desafios actuais ultrapassam os créditos dos feitos passados e a sociedade portuguesa e o mundo estão a mudar tão rapidamente que qualquer dia vai ser preciso inventar um GPS político para os líderes partidários se orientarem no meio da confusão. É exactamente nestes tempos - de súbitas transformações e de crise - que o debate político se torna mais necessário para encontrar novas soluções. E é isso que se vê muito pouco no actual processo eleitoral do PSD. Nessa matéria apenas Passos Coelho faz a diferença.
CARICATURAS – Confesso que tenho um fraquinho por caricaturas e há muito que André Carrilho é um dos meus favoritos. Se gostam do género não percam a exposição de 37 desenhos seus publicados em jornais portugueses, espanhóis, franceses e norte-americanos. Carrilho é um dos mais internacionais artistas portugueses e estas ampliações de grande dimensão dos seus trabalhos são surpreendentes. Até 28 de Maio na Galeria do «Diário de Notícias», Avenida da Liberdade – este é aliás o jornal para onde Carrilho desenha agora em Portugal.
FOTOGRAFIA – Há mais fotografia para além da exposição da «World Press Photo», este ano aliás não muito excitante. Para terem outra visão das coisas vale a pena frequentar a galeria P4Photography, na Rua dos Navegantes 16. Lá encontrarão por estes dias perturbantes fotografias de Inês Gonçalves, da série «Secret Names», originalmente de 2000, resultado de uma encomenda feita na altura por um Museu de Badajoz. Aguarda-se que Inês Gonçalves, felizmente regressada às exposições, apresente a de novo a sua série sobre Cabo Verde, exposta uma única vez por ocasião da Expo 98.
BOAVISTA – Não, não vou falar da crise do futebol. Vou apenas chamar a atenção para o que se passa no número 84 da Rua da Boavista, em Lisboa, entre Santos e o Mercado da Ribeira. Nesse prédio coexistem três espaços de exposição, todos ligados a Victor Pinto da Fonseca. A actual série apresenta um conjunto de artistas e obras que merecem atenção. Na VPF – Cream Art Gallery, Frederico Ferreira propõe imponentes esculturas/colunas de som, animadas com a sonoridade dos Blasted Mechanism; no espaço Rock Gallery, dedicado a novos artistas, Nádia Duvall (Prémio Pintura Banif- Revelação 2008) mostra trabalhos baseados num processo de reacções químicas e configurações orgânicas, assente num minimalismo de fundos e cores; e, na «Plataforma Revolver» está uma perturbante e imperdível exposição sobre a interculturalidade, «Novas Geografias», de Mónica Miranda. Tudo até 14 de Junho.
MONTANHAS – Cristina Ataíde apresenta «Manual de Instruções» na Zoom – Galeria Carlos Carvalho, Rua Joly Braga Santos Lote F, a Sete Rios, Lisboa. É uma exposição inesperada onde a artista propõe obras transformáveis, segundo o manual de instruções que acompanha cada uma. Continuando a misturar materiais, Cristina Ataíde cruza o efémero dos pigmentos com a perenidade do bronze, tendo a transformação das montanhas e acidentes geográficos como pano de fundo de todo o jogo proposto. Destaque para a série dos bronzes isolados e para um desenho de grandes dimensões, espécie de mapa de todas as ideias deste «Manual de Instruções».
RELEVOS – A pintura de Jorge Humberto (que durante uns anos assinou Joh) tem sido feita de relevos e da cuidadosa procura de um espaço tridimensional sobre as telas, mercê de um laborioso processo de trabalho. É neste rumo que ele prossegue, depurando cada vez mais a utilização da cor e, nesta nova exposição, avançando naturalmente no caminho da escultura, como que deixando as formas saírem finalmente das telas. «Clairevoyance» pode ser vista na Galeria Jorge Shirley (Largo Hintze Ribeiro 2E (Ao cimo da Rua de S. Bento, perto do Rato).
ALMOÇO – Tenho um fraquinho por restaurantes que ficam em hotéis. Come-se bem, o serviço é bom, há espaço nas mesas, não há muito barulho. São, geralmente, bons locais para almoços tranquilos. No renovado Tiara Park Hotel, Rua Castilho, (ex Méridien), o restaurante L’Appart é uma boa surpresa. O chefe Eddie Melo inspira-se na tradição culinária portuguesa e trabalha com mão delicada pratos como medalhões de lombo ou choquinhos à algarvia, garantindo que se consegue conjugar sabor com leveza. Para quem quiser há um amplo buffet de frios e outro de sobremesas.
CANTO – Ledisi Anibade Young, conhecida pelo seu primeiro nome, é uma cativante cantora de jazz, que vem da área dos rhythm’n’blues e que cruza influências do hip hop. É co-autora e co-produtora das canções que interpreta neste seu terceiro álbum, «Lost And Found». Tem um sentido rítmico invulgar e utiliza a voz para o pontuar num estilo que, por vezes, faz lembrar Ella Fitzgerald e que já lhe valeu um Grammy em 2007. CD Verve/ Universal.
BACK TO BASICS – A coisa mais importante em comunicação é conseguir ouvir aquilo que não está a ser dito (Peter Drucker)
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