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PSD – Quando se quer debater, aparece-se. Esteja quem estiver. No Porto dois candidatos não quiseram aparecer num debate. Se não é agora que se vão trocar ideias, quando é? Ele há quem, nesta disputa, queira separar os candidatos entre os de primeira e os de segunda. É mau sinal, muito mau sinal.
PERGUNTAS – Houve uma remodelação no Ministério da Cultura no dia 30 de Janeiro. Desde então, que novas medidas foram tomadas? Que novas políticas vão ser seguidas? Que foi – ou vai ser - corrigido da actuação que levou à saída da anterior Ministra? Qual o balanço dos primeiros cem dias do novo Ministro? A cultura não faz parte da agenda política do Governo? Se fosse noutros tempos não haviam de faltar críticas de inacção… Nem os tristes episódios da Feira do Livro tiraram o Ministro do seu silêncio – mesmo sabendo que noutros tempos outros titulares da pasta da Cultura não hesitaram em querer agitar a monotonia que a APEL gosta de impor.
SINTOMA – Na semana passada mais do que um amigo meu me disse que cada vez que assiste à abertura dos noticiários da noite fica com vontade de não viver aqui. Isto está a ficar triste, o país esvai-se nos problemas do dia a dia.
DIFERENÇA – No tempo em que Dalila Rodrigues estava no Museu Nacional de Arte Antiga a Noite dos Museus era um acontecimento onde as teias de aranha da veneranda instituição eram varridas, onde propostas contemporâneas tinham as honras da noite e onde sons actuais faziam a festa, chamando efectivamente novos públicos que nessas ocasiões descobriam o espaço, os jardins, as colecções. Era uma festa, aberta e diferente. Este ano voltou tudo ao ram ram antigo, com um solene jantar e um não menos solene concerto de música antiga. Sinais dos tempos. Tristes sinais.
DESCOBRIR – Sugiro que entrem no site do Meo e escolham a opção «Assume o Comando». Ou então vão direitos a http://jatens.meo.pt e sigam as instruções. É absolutamente genial, é um site interactivo brilhante, com os Gato Fedorento versão espacial a entrarem directamente em contacto consigo. Parabéns PT, parabéns à equipa do Meo. Com sites destes futuro não é uma palavra vã.
VER – Já vi muitos filmes de concertos rock mas nenhum chega aos calcanhares deste «Shine A Light» de Martin Scorsese, que regista um concerto dos Rolling Stones no final de 2006, no Beacon Theatre de Nova York. É um trabalho notável, em primeiro lugar de captação de imagem, depois de edição, não esquecendo a recolha de depoimentos antigos. Martin Scorsese rodeou-se de uma equipa brilhante que fez um filme extraordinário: um concerto, na prática, visto de dentro do palco, os músicos a olharem uns para os outros, as câmaras nos seus planos visuais. Colaborações especiais de Jack White (dos White Stripes), Buddy Guy , Christina Aguillera e de… Bill Clinton. Versões fantásticas de temas como «Faraway Eyes», «Brown Sugar», «Sympathy For The Devil» e de «As Tears Go By», uma canção originalmente composta pelos Stones para Marianne Faithful. À data da gravação deste filme Mick Jagger e Keith Richards tinham 63 anos, Charlie Watts 65 e Ron Wood era o benjamim, com 59. Não percam o filme, de preferência numa sala com bom som. Ou então guardem-se para quando sair uma cópia em Blue Ray.
OUVIR – As «coplas» são pequenas canções, um género musical muito popular em Espanha, histórias de amor e ciúme, de orgulho e solidão, de morte e de dor, histórias que começam e acabam em três ou quatro minutos, hoje em dia muito populares também na América Latina e sobretudo no México. Rafael Alberti, Federico Garcia Lorca e António Machado são alguns dos grandes poetas que escreveram letras para «coplas» que ficaram célebres. Admirador confesso das coplas, a que chama «mini-óperas», Plácido Domingo reuniu uma selecção de 13 das suas preferidas no seu novo CD «Pasión Española», no qual é acompanhado por José Maria Gallardo del Rey à guitarra e pela Orquestra da Comunidad de Madrid. Muito bom para comer umas tapas num fim de tarde, a olhar para as cores primaveris e a fazer de conta que estamos num país menos cinzento. (CD Deutsche Grammophon, Universal Music).
PETISCOS – Nesta altura do ano gosto das giestas, das papoilas, dos malmequeres, das alcachofras que começam a rebentar. António Barreto sublinharia os jacarandás, eu limito-me a dizer que estas cores todas são o sinal de que já aí estão dois dos bons petiscos da estação: as sardinhas e os caracóis. Nos tempos que correm estou para ver como neste final de Primavera dois dos mais típicos petiscos portugueses vão escapar à fúria da ASAE. Ainda teremos sardinhas assadas na grelha à beira da estrada por muito tempo? Caracóis tirados de grandes panelões para acompanhar uma imperial? Sócrates, que é quem manda na ASAE, deixar-nos-à ainda petiscar?
BACK TO BASICS – A política não é uma má profissão: quando se tem êxito é-se recompensado, e quando se falha pode-se sempre escrever um livro – Ronald Reagan.
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