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PREOCUPANTE – A Entidade Reguladora da Comunicação decidiu esta semana obrigar um jornal, o «Semanário Económico», a republicar um esclarecimento que já tinha publicado há meses, mas desta feita acompanhado por uma fotografia que o reclamante anexara para ilustrar a sua rectificação e que o jornal, com razão, à época entendeu extravasar a reclamação e não ser relevante. A coisa pode parecer um acto menor, mas na verdade é a demonstração dos abusos que um organismo, como a ERC, pode cometer: de regulador quer passar a ser editor, a interferir em critérios editoriais, a dizer como se pagina uma notícia. Daqui à censura é apenas um pequeno passo. A ERC está a começar claramente a precisar de alguém que vigie a sua actuação – com este caso provou-se que os seus membros têm comportamentos de risco para a liberdade de imprensa. 

 


 


UM PAÌS ARQUIVADO - Já repararam como quase todos os casos complicados da justiça portuguesa acabam arquivados ou julgados de forma inconclusiva? Já repararam como as investigações sistematicamente não descobrem nem conseguem provas? O «caso Maddie» foi o pretexto para centenas de notícias sobre Portugal publicadas na imprensa mundial no ano passado. O arquivamento do caso e o reconhecimento da falência da investigação deu a imagem de um país que não é capaz de fazer justiça. Mais, o arquivamento é a cabal demonstração de que, à falta de provas, a Judiciária constituíu arguidos apenas para mostrar serviço. 

 


 


 


 


 


VER – Ao princípio parecem imagens do tempo das capas dos discos dos Yes. Há alguma coisa entre o místico e o psicadélico na origem dos quadros do artista norte-americano que assina sob o nome Mars-1. Mas para além das primeiras aparências, há uma recorrente influência do imaginário da ficção científica, das ilustrações tipificadas de extra-terrestres em banda desenhada. Na realidade arrisco dizer que por aqui passa a reinvenção da pop art , agora localizada no espaço, entre planetas e naves – é aliás daí que vem o nome Mars 1, originalmente uma estação interplanetária soviética lançada em direcção a Marte em 1 de Novembro de 1962, e que nunca chegou ao seu destino. O verdadeiro nome do artista é Mario Martinez, nascido no Colorado e a trabalhar e expor regularmente em S.Francisco.  Até dia 31 deste mês podem descobrir alguns dos seus trabalhos na VPF Cream art gallery, Rua da Boavista 84, 2º, em Lisboa (de segaunda  sábado entre as 14h00 e as 19h30).


 

 


OUVIR – O Esbjorn Svensson Trio afirmou-se como uma das mais interessantes formações de jazz da Europa no decurso dos últimos anos. O seu líder e mentor, o pianista Esbjorn Svensson, morreu há poucas semanas, num acidente de mergulho, e o seu legado pode bem ser descoberto e compreendido no duplo CD gravado ao vivo em Hamburgo, num concerto ali realizado em 22 de Outubro de 2006. Editado no ano seguinte, o disco foi considerado como a melhor demonstração da capacidade musical e da criatividade do trio sueco, que além de Svensson, inclui Dan Berglund no baixo e Magnus Ostrom na bateria, uma secção rítmica verdadeiramente irresistível. A energia do grupo é envolvente, a qualidade da gravação e da mistura são exemplares e na realidade, tudo junto, cria um dos melhores registos ao vivo do jazz contemporâneo que me foi dado ouvir. EST Live In Hamburg, edição ACT, distribuição Dargil. 

 


 


LER – De entre as mais recentes revistas publicadas em Portugal vale a pena destacar a Neo 2. O leque dos temas abordados vai da música ao design, passando pela moda e a arquitectura. Editada bimestralmente, a Neo 2 vai no seu oitavo número. A edição de Junho/Julho tem 148 páginas cheio de boas ideias, bom grafismo e muita descoberta. Se quando comecei o jornal Blitz, em Novembro de 2004, tivesse podido fazer uma revista, desejaria que o resultado – ressalvadas as diferenças de época – não fosse muito diferente. E por isso mesmo é com especial alegria que olho para a Neo 2 e vejo ali a diferença e a ousadia que são tão raras nos novos projectos da imprensa portuguesa contemporânea.


 


 


PETISCAR – Se gostam de um peixe bem fresco e bem assado, podem rumar a Sesimbra e experimentar o Âncora, um restaurante pequeno e simpático que fica na Rua dos Pescadores, por detrás do Hotel Sana (antigo Espadarte), a meio das escadinhas, meio esplanada, meio sala de jantar. Ali há o que é raro: matéria prima de primeira, serviço simpático, preço razoável. Mais: o responsável pela mesa teve cuidado na escolha do peixe, para o tamanho não ser demasiado grande e não quis abusar da factura. Nesta estreia foi partilhada uma dourada, fresquíssima e no ponto certo da grelha, acompanhada por umas inesperadas mas deliciosas couves cozidas, a que se juntaram cenouras, feijão verde e salada. Há muito tempo que não comia peixe tão simples e tão bem apresentado. Rua dos Pescadores 26, 21 223 54 40. 

 


 


BACK TO BASICS I – Se tivesse um martelo não estaria aqui a ver televisão, ditado popular. 

 


 


BACK TO BASICS II – Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és (na última semana Sócrates manteve amenas relações com Kadafi e Hugo Chavez). 

 

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publicado às 11:44


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De car a 14.07.2009 às 13:05

euro 2004

blitz 1984

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