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CURIOSIDADE – Gostava de ver um estudo que avaliasse, em termos económicos, o impacto negativo que Lisboa sofrerá se o alargamento do terminal de contentores fôr para a frente e se, em consequência disso, diminuírem brutalmente o número de cruzeiros que escolhem Lisboa como porto de passagem. É que as cidades que apostam num porto de carga invariavelmente deixam de ser porto de turismo e os muros de contentores fazem perder muitos cruzeiros – muitos milhares de turistas por ano que deixarão de entrar em Lisboa, fazer compras, visitar museus e dinamizar a economia da cidade. Será que tudo isto foi avaliado?
PERGUNTAS QUE ME OCORREM - Como é que PS, PSD e PP se conseguem abster numa proposta do BE e do PCP que visa geminar Lisboa com a cidade de Gaza no meio de considerandos pró-palestinianos e de condenação a Israel? O que é que o Ministro das Finanças terá dito em Londres numa reunião com a Standard & Poor’s para esta instituição baixar o rating de Portugal dias depois? Como é que se encaixa a entrega de parte da colecção Berardo como garantia colateral da dívida do empresário aos Bancos com o contrato existente com o Estado sobre aquelas obras de Arte?
QUINTO CANAL – O novo canal de televisão, o célebre quinto canal, se vier a existir, tem que contribuir para a diversidade da paisagem audiovisual e, necessariamente, terá que dinamizar a produção independente, encomendando produção no mercado português – cumprindo aliás directivas europeias e leis nacionais, o que quer dizer que não pode ser uma estrutura auto-suficiente que não dinamiza a economia do sector. Espero que quem decide tenha bem presente este lado da questão e analise a viabilidade das propostas com os pés assentes na terra.
VER – Vale a pena ir a Elvas descobrir o Museu de Arte Contemporânea local (MACE), que alberga a colecção de António Cachola. Há dias o Museu abriu uma extensão destinada a exposição temporárias, no Paiol de Nossa Senhora da Conceição, inaugurado com a exposição «(Im)permanências» de Cristina Ataíde, e que ficará no local até ao Verão. É uma instalação que junta escultura com fotografia e o resultado surpreende.
OUVIR – Jóias e raridades do arquivo da Tamla Motown numa edição disponível apenas com a revista britânica de música «Mojo». O CD que acompanha a edição de Fevereiro da revista inclui alguns singles históricos de nomes como Martha & The Vandellas, Supremes, Marvin Gaye, Four Tops, The Miracles, Temptations ou Gladys Knight & The Pips. A mesma edição da revista traz um belo conjunto de artigos sobre a história da Motown e uma lista das cem melhores faixas que ela editou, escolhidas por vários músicos. A publicação com o CD incluído como oferta custa cerca de oito euros e está disponível nas boas lojas de revistas.
LER – A mais recente edição da «Monocle», de Fevereiro, é dedicada à crise actual e, depois, de forma mais particular, à forma como ela atingiu a Islândia e o que o país está a fazer para tentar salvar-se. Mas para além disto esta edição tem numerosos pontos de interesse na área do design, dos negócios, da cultura e da actualidade. Começa a ser repetitivo dizer isto, mas de facto a «Monocle» é mesmo uma revista a não perder.
CRISE – Começa a notar-se que a crise afecta os restaurantes – embora também se veja que não afecta todos por igual. De qualquer forma os restaurantes com preços mais elevados começam a ter menos reservas e mais mesas disponíveis. No actual clima económico é compreensível que assim seja e a situação cria um desafio para que os bons restaurantes consigam sobreviver a um período de possível diminuição de receitas. A espiral de pânico que se instalou leva a que as pessoas pensem duas vezes antes de gastar dinheiro e faz com que, nas empresas, haja maior cuidado na escolha de locais para almoços ou jantares de negócios. Tudo isto vai obrigar os restauradores a terem muita imaginação e a refazerem bem as contas, para verem como podem ter uma oferta mais competitiva e que não afaste a clientela habitual. Duas refeições ao almoço por 70/80 euros pode ser aceitável, duas refeições por 120 euros pode começar a ser questionável. Basta ir a dois ou três locais de Lisboa à hora de almoço e sentir a deslocação de uns locais para outros, vendo os mais caros um pouco desertos e os de preços médios mais cheios e com novos clientes. Também neste sector as mudanças vão ser inevitáveis.
PROVAR – Situado no alto do Parque Eduardo VII o restaurante Eleven partiu de uma aposta ousada: um edifício de restaurante construído de raiz, projecto do arquitecto João Correia, com a sala de refeições orientada para o parque, a Avenida da Liberdade e o Tejo, ladeado pelas colinas, Alfama e o Castelo de um lado, o Bairro Alto do outro. Esta é provavelmente a melhor vista disponível nos restaurantes lisboetas e como os olhos também comem fora do prato o trunfo é considerável. Mas o «Eleven», para ser justo, tem a sua principal vantagem na qualidade da cozinha, na criatividade dos seus pratos e no serviço, que é verdadeiramente exemplar. Dirigido pelo chefe Joachim Koerper, um alemão convertido aos sabores mediterrânicos, o «Eleven» propõe menus de almoço de negócios a preços mais reduzidos que o menu habitual, com a particularidade de incluir vinhos muito criteriosamente escolhidos para os pratos propostos e que vão variando. Telefone 213862211.
BACK TO BASICS – Nunca pode existir total confiança num poder que parece excessivo – Cornelius Tacitus
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