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TELEVISÃO – Numa só semana mudou o panorama da televisão em Portugal – José Eduardo Moniz saíu da TVI , o Cabo tem ultrapassado os 20% de share de forma regular,  e os três canais comerciais estão separados uns dos outros por poucas décimas nesta semana. Nos próximos tempos muitas mais coisas vão mudar e a saída de Moniz da TVI talvez contribua para acelerar a decadência inevitável dos canais gratuitos face à oferta e à procura. O que os números dizem é que o poder de atracção dos vários canais de Cabo já anda próximo do share médio dos canais comerciais (RTP1, SIC e TVI) e que, nas regiões onde o Cabo é predominante no país já há mais gente a ver canais alternativos que os canais abertos. A televisão digital terrestre e alguns pós de per-lim-pim-pim tecnológicos vão fazer o resto. Em cinco anos o mundo da televisão vai deixar de ser como o conhecemos e o valor das empresas de media que hoje conhecemos vai sofrer radicalmente com as transformações que estão em curso.

 

MEDIA – A propósito das directivas sobre a presença nos media das várias tendências políticas que disputam eleições, seria bom que os nossos reguladores avaliassem o que se passa nas democracias mais antigas e avançadas. Dito isto e para não lhes chamar burros, ignorantes e incompetentes, e não arriscar algum processo, resta-me dizer que se a ERC não fosse de facto perigosa em termos políticos, seria apenas ridícula. Tristemente ridícula.

 

ANIVERSÁRIO – O caso BPP leva quase um ano, os depositantes viram esta semana os seus dinheiros continuarem congelados até Dezembro e a entidade reguladora rejeitou todos os planos apresentados, quer por privados, quer pela administração que o próprio regulador nomeou e que, entretanto, farta da fantochada, se demitiu. Este é um caso para a História: como a política interfere na esfera privada e trama os pequenos investidores com a conivência do Ministério das Finanças e o seu pau mandado Banco de Portugal.

 

BANDEIRA - O facto de a Câmara Municipal de Lisboa querer processar os defensores da Monarquia, agindo em defesa da República, é um bom sinal da incongruência de quem manda nos Paços do Concelho. A acção dos bloguistas do «31 da Armada» é um exemplo da conjuugação da acção política radical tradicional com as potencialidades da blogosfera – coisa que António Costa não aguenta nem suporta. Dantes perseguia-se quem deitava panfletos ao ar; agora , persegue-se quem bloga o inconveniente É este o choque tecnológico,  republicano e fartamente corrupto – características associadas dos tempos que correm (mas podia não ser assim…)

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GIRASSÒIS – Esta semana ficámos a saber que o Zé (Sá Fernandes) Que Não Faz Falta,  gastou mais de 50.000 euros a preparar uma plantação de girassóis, aparentemente mal cuidada, que nem sabia para que serviam, no meio de Campolide. O episódio merece ser investigado e o bucólico Zé devia prestar contas pelos dislates que pratica.

 

1969 – O Verão de 1969, há 40 anos, foi dos mais marcantes na minha memória: os Beatles finalizavam o seu 12º e penúltimo álbum de originais, «Abbey Road»; na Iralanda do Norte os confrontos agravavam-se e o exército inglês enviou tropas em força; em Paris Henry Kissinger começava conversações secretas com responsáveis vietnamitas para tentar acordar o fim da guerra – e não conseguiu; perto de Nova Iorque realizava-se o festival de Woodstock; o homem tinha acabado de chegar à Lua na Apollo 11; a seita liderada por Charles Manson fez uma série de assassínios, entre os quais o de Sharon Tate; o furacão Camille matou 248 pessoas no Mississipi; o movimento gay norte-americano começa depois dos incidentes no bar Stonewall Inn em Nova Iorque; estreiam os filmes Midnight Cowboy e Easy Rider; Ghadaffi assumiu o poder na Líbia; Brian Jones, um dos fundadores dos Stones morreu; nas revistas, Norman Mailer era capa da «Life», Jerry Garcia na «Rolling Stone», John Wayne na «Time». Em Portugal preparavam-se as eleições do Outono de 1969, depois da agitada final da Taça entre o Benfica e a Académica – o país estava a mudar e isso sentia-se em todo o lado.

 

DISCO – Neste fim de semana faz 40 anos , entre 15 e 18 de Agosto, que a ideia dos grandes festivais rock e pop nasceu com Woodstock, uma quinta em Bethel, uma cidade próxima de Nova Iorque, propriedade de um Max Yasgur que ganhou fama nas gravações do evento. O Festival do Sudoeste não é muito mais longe de Lisboa, que Bethel de Nova Iorque. Nesse Agosto de 1969 juntaram-se, em três dias de chuva, lama, calor e pó, cerca de duas dezenas de bandas e artistas que eram uma boa amostra do que de melhor existia na música popular dessa época. Com meio milhão de espectadores pela frente, o festival foi um marco – na época e na música – foi aí que Jimi Hendrix verdadeiramente conquistou o espírito dos americanos com a sua versão iconoclasta de «Star Spangled Bannner», o hino dos Estados Unidos, numa versão em solo de guitarra eléctrica que é também uma prova da genialidade de Hendrix. Mas Woodstock foi sobretudo o símbolo vivo do amor livre e do poder emergente da música pop, que se havia de tornar avassalador na cultura popular das décadas seguintes. Para mim, que em Lisboa, no Bairro de S. Miguel, folheava páginas da «Life» e do «Paris Match» com as fotografias do acontecimento, o grande testemunho do festival sempre foi a edição original de três LP’s, obviamente de vinyl, muito mais interessante que os filmes ou colectâneas posteriormente editadas. Para assinalar os 40 anos de Woodstock foi feita uma edição digitalizada a partir das fitas magnéticas analógicas originais, num duplo CD que eu comprei na Amazon e que me tem acompanhado nestes dias de férias – sobretudo as actuações dos Canned Heat, Country Joe McDonald & The Fish, Crosby, Stills and Nash, os Who, Joe Cocker, Santana, Ten Years After, Jefferson Airplane, e claro, Sly & The Family Stone e The (Paul) Butterfield Blues Band.. Jimi Hendrix, que nem era para estar presente, fez uma aparição supresa no último dia e encerra esta compilação.

 

SABOR – Neste Verão de 2009 o mix ideal para cocktails frescos com Rum branco ou Vodka e muito gel é o novo Compal Vital de Romã e Chá Verde. Eu chamo-lhe o Arrabidense, em homenagem a estas minhas sossegadas férias na Arrábida.

 

BACK TO BASICS – Os deputados não suportam ouvir falar de política. Aguentam prolongados debates parlamentares porque não ouvem os seus colegas – Óscar Wilde

 

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publicado às 22:20



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