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PROFESSORES – Ponho-me na pele daqueles professores que nas recentes eleições legislativas votaram no PSD: que pensarão eles agora do volte-face parlamentar deste partido em matéria das avaliações? Que pensarão da mudança de posição protagonizada por Aguiar Branco, que fez o negócio político no Parlamento com o PS, está para se perceber a troco de quê? Como podem os eleitores sentirem-se motivados quando lhes pedem um voto para manifestarem o apoio a determinada posição e ela muda em sentido oposto logo a seguir? O sistema parlamentar é suposto ser de confronto, de apresentação de alternativas e não predominantemente baseado em habilidades negociais e equilíbrios diplomáticos. Não há-de ser por este caminho que o PSD recupera credibilidade.

 

ESCUTAS- Apenas uma nota, só para colocar as coisas em perspectiva: um Primeiro-Ministro é Primeiro-Ministro 24 horas por dia. Todos os seus gestos, declarações, escolhas, têm um significado político. Conversas com amigos, que coincidentemente são dirigentes do mesmo partido, obviamente estão na esfera política e sujeitas a escrutínio se de alguma forma forem conhecidas e indiciarem factos politicamente polémicos ,sejam pressões, mentiras ou compadrios – nunca podem ser entendidas como da esfera pessoal. Eu acho que isto é evidente, mas com a trapalhada toda criada à volta deste caso às vezes perde-se o fio à meada.

 

LISBOA – Não se pode dizer que a minha experiência inicial na Assembleia Municipal seja magnífica – a reunião começa bem atrasada, está duas horas e tal a votar moções diversas (eminentemente de posicionamento político mas pouco eficazes) no período antes da ordem do dia, e, depois, a parte substantiva do assunto, por exemplo discutir as taxas de impostos sobre os munícipes, é tratada tarde, a más horas e de forma atabalhoada. A única novidade foi perceber-se que a cisão dos eleitos pelo Movimento Cidadãos Por Lisboa, de Helena Roseta, já estava anteriormente combinada com o PS, por forma a organizarem-se de forma autónoma, como antes das eleições - apenas esconderam o facto para iludirem os eleitores com uma ideia de unidade, falsa como agora se verifica. Aquilo a que assisti terça-feira passada foi à revelação de um acordo espúrio patrocinado por Manuel Alegre, que levou pela mão Helena Roseta ao altar de António Costa para uma farsa de casamento político com divórcio a prazo contratado. Confirma-se que a lista de António Costa era apenas uma péssima açorda política, sem consistência e de travo amargo. Parece que isto é fazer política. Eu, na minha inocência, acho tudo isto extraordinário.

 

RESUMO DA SEMANA – O Presidente da Câmara Municipal de Coimbra, Carlos Encarnação, quer limitar o acesso de jornalistas a sessões da autarquia. O Presidente Lula da Silva afirmou publicamente que devem existir limitações ao trabalho dos media. Várias vozes do PS insurgem-se contra os media que publicam o teor de escutas. A dívida pública aumentou, o défice já vai em 8,4%, e o remédio proposto por Vítor Constâncio para o descalabro das contas públicas geridas pelo PS é aumentar ainda mais os impostos.

 

IR – Fixem as datas: dias 4, 5 e 6 de Dezembro regressa o Cascais Jazz, o mítico festival lançado por Luís Vilas-Boas e Duarte Mendonça nos anos 70. O local do novo Cascais Jazz é o auditório do Centro de Congressos do Estoril e do programa fazem parte, entre outros, Lee Konitz, Dena deRose Magic Trio, a Zé Eduardo Unit e a Cascais Jazz Legends, que inclui Phil Woods, Cedar Walton, Rufus Reid, Jimmy Cobb e Lew Soloff.

 

VER – Na noite da passada quinta-feira a ArteLisboa, na FIL, tinha movimento reduzido e estava longe de ser uma animação. À mesma hora o nº 84 da Rua da Boavista, o Transboavista-VPF, fervilhava de gente e animação que visitava quatro exposições: uma instalação muito curiosa de A Kills B («Dimensão Radial»), uma exposição de novos trabalhos de desenho e pintura de Pedro Cabral Santo («Fireworks»), uma colectiva comissariada por José Quaresma («Voyager») e, num novo e prometedor espaço do edifício, estava a exposição do colectivo português Kameraphoto «A State Of Affairs» que mostra o trabalho de 13 fotojornalistas da agência em outros tantos pontos do mundo, acompanhando cada um, durante uma semana, o trabalho de um jornal local. Um projecto ambicioso, invulgar em Portugal, e com um resultado final que ultrapassa o mero registo de uma sucessão de momentos em locais diversificados. Para todos os que se interessam por fotografia vale a pena comprar o catálogo desta exposição.

 

OUVIR – O nome evoca um disco célebre dos Buggles no advento da MTV. A canção chamava-se «Vídeo Killed The Rádio Star» e prometia o admirável mundo novo da música na televisão. O novo disco de Robbie Williams chama-se «Reality Killed The Vídeo Star» e é inevitável que se pense ser uma evocação autobiográfica da vida no artista nos últimos anos, depois do falhanço do disco anterior, «Rudebox». Para este novo trabalho Williams chamou Trevor Horn para dirigir a produção e o resultado é um conjunto de novas canções pop, com arranjos exemplares, e em vários casos letras onde se percebem as dúvidas que atravessam o espírito de Robbie Williams como «Last Days Of Disco», melodias exemplares, como «Morning Sun», experiências curiosas como «Difficult For Weirdos» ou «Starstruck» e aquela que é talvez a mais curiosa e pessoal das canções, «Deceptacon».

 

LER – Eu gosto de histórias curtas, pequenos contos. Confesso que é uma forma literária que me cativa. Há tempos o blog «O Galo de Barcelos Ao Poder» lançou um concurso de microcontos, peças pequenas, histórias rápidas. Esta semana foi publicado o livro que recolhe os melhores contos recebidos (cerda de duas dezenas) e uma selecção de contos do próprio autor do blog e da ideia, João Viegas. Há histórias poderosas, que deixam no ar o apetite para um filme que podiam inspirar. E outras, intimistas e fortes, que captam a atenção numa frase, como aquela história do homem que, não fumando, procurava cigarros. «O Canto do Galo» é o nome da colectânea de microcontos, editada pela Bizêncio.

 

BACK TO BASICS – A política é o mundo do espectáculo das pessoas feias – Jay Leno

 

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publicado às 10:49


1 comentário

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De Vera Silva a 04.12.2009 às 11:46

Os professores que votaram no PSD à espera de uma alternativa têm agora mais uma razão para votar em branco - se como eu forem incapazes de votar à esquerda.
Seja como for, deixe-me dizer-lhe que a alternativa não é também o seu amigo Santana Lopes. Que é um desastre ambulante.

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