Infelizmente o Hot Clube foi vítima de um incêndio no prédio onde estava – o Hot é uma tradição de Lisboa e um dos poucos sítios onde se pode ouvir bom jazz ao vivo – além de que ao longo dos anos desenvolveu uma escola por onde têm sido formados alguns dos nossos melhores músicos de jazz. Se o Hot fica demasiado tempo parado, sem local, corre o risco de a tradição ser vencida pela inacção – não é situação única; por isso, enquanto o prédio não é recuperado é importante encontrar uma alternativa, de preferência em zonas históricas da cidade. Sugiro à Câmara Municipal que veja as áreas que tem livres – talvez no Convento das Bernardas, perto do Museu das Marionetas, exista algum espaço que possa ser usado; talvez as extensas áreas de serviço do Teatro Taborda e a própria sala possam ser divididas com o Hot (e esta seria a melhor de todas as soluções, inclusivamente para a Escola do Hot); talvez até na antiga área da Companhia de Dança de Lisboa no Palácio dos Marqueses de Tancos; talvez até no edifício ao lado do Cinema S. Jorge, desocupado há anos, e com pelo menos dois pisos disponíevis. O que eu sei é que para resolver isto é preciso imaginação e boa vontade – e sobretudo alguma rapidez. Se ficar tudo sentado a pensar, nada vai acontecer a não ser o Hot morrer aos poucos por falta de actividade.