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MEDIA - No mundo dos Media, em Portugal, olhamos para trás e vemos um ano agitado: ataques do Primeiro Ministro a órgãos que lhe foram críticos, pressões variadas, mudança de responsáveis editoriais, novos jornais, mudança de propriedade de alguns, vários encerramentos de títulos, o afastamento de Manuela Moura Guedes do ecrã, o concurso do quinto canal numa trapalhada, a televisão digital terrestre ainda indefinida, uma ERC cuja utilidade e funcionalidade continua a ser um mistério, o panorama dos incentivos à produção audiovisual nacional cada vez mais obscuro, uma retracção do mercado publicitário em mais de cem milhões de euros. Só por curiosidade – aqui ao lado, em Espanha, dia 1 de Janeiro desaparece a publicidade paga na televisão pública espanhola, o que quer dizer que as televisões privadas poderão recuperar investimento. Destas decisões de Zapatero é que Sócrates não fala muito… 

 


 


FITAS - Do outro lado do Atlântico, Hollywood teve o melhor fim de semana alargado de Natal de sempre – com receitas de bilheteira nos três dias a ultrapassarem os 278 milhões de dólares. «Avatar» e «Sherlock Holmes», por esta ordem, foram os grandes responsáveis por estes números.«Avatar», o filme de James Cameron que levou 15 anos a preparar e a concluir, deve atingir os 300 milhões de dólares de receitas no final do ano, e a dúvida está em saber se, no mercado americano, conseguirá atingir o recorde de bilheteira, também pertencente a Cameron, com Titanic – 600 milhões. O ano em geral foi bom para o cinema nos Estados Unidos – as receitas anuais de bilheteira ultrapassaram pela primeira vez o patamar dos mil milhões de dólares. 

 


 


MUDANÇA - Este ano, no Natal, a Amazon vendeu mais livros em formato digital do que em papel. O seu leitor Kindle esteve entre os produtos mais vendidos (e cobiçados como prenda). O «New York Times» continua a desenvolver sistemas que possibilitem acesso pago, via digital, à edição integral actualmente existente em papel. As estimativas apontam para que daqui a dez anos, em 2020, existam cerca de 50 mil milhões de aparelhos portáteis capazes de aceder à net e aos seus conteúdos a partir de qualquer ponto. Na próxima década começam a entrar no mercado de trabalho os jovens que já cresceram, estudaram e vivem em ambiete digital. 

 


 


FUTUROLOGIA - Não é preciso ser bruxo para perceber que 2010 vai ser um ano infernal em matéria de política interna: o PSD anda à procura de um rumo e de nova liderança; o PS começa a dar sinais de uma crise interna que alastra, contestando Sócrates; Governo e Presidência da República estão em permanente rota de colisão; paira o espectro das eleições antecipadas e a certeza das presidenciais. O mais certo é o Governo não governar, o mais certo é o Governo não cortar na despesa pública, o mais certo é o Governo deixar o endividamento externo e o défice crescerem ainda mais. O ano não vai ser fácil – os sinais de recuperação económica a nível global vão ser confrontados com as evidências de uma instabilidade interna, que não vai ajudar a resolver os problemas – instabilidade que crescerá na proporção da insensibilidade de Sócrates a uma realidade política diferente que o devia levar a compromissos e negociações. 

 


 


IMPORT-EXPORT -Neste fim de semana encontrei um dos amigos da minha filha mais velha, licenciado, mestrado feito, boas notas, que perante a dificuldade de encontrar trabalho em Portugal arriscou Londres e está contente – tem trabalho, conhece outro mundo, é apreciado e estimulado. Contou-me que. dos seus amigos mais próximos, cerca de uma dezena estão no estrangeiro a trabalhar, a investigar ou a terminar doutoramentos. E resumia-me assim a situação da sua geração: «agora exportamos matéria cinzenta e importamos músculos – que vai ser de nós?»


 

 


HOT CLUBE - Infelizmente o Hot Clube foi vítima de um incêndio no prédio onde estava – o Hot é uma tradição de Lisboa e um dos poucos sítios onde se pode ouvir bom jazz ao vivo – além de que ao longo dos anos desenvolveu uma escola por onde têm sido formados alguns dos nossos melhores músicos de jazz. Se o Hot fica demasiado tempo parado, sem local, corre o risco de a tradição ser vencida pela inacção – não é situação única; por isso, enquanto o prédio não é recuperado é importante encontrar uma alternativa, de preferência em zonas históricas da cidade. Sugiro à Câmara Municipal que veja as áreas que tem livres – talvez no Convento das Bernardas, perto do Museu das Marionetas, exista algum espaço que possa ser usado; talvez as extensas áreas de serviço do Teatro Taborda e a própria sala possam ser divididas com o Hot (e esta seria a melhor de todas as soluções, inclusivamente para a Escola do Hot); talvez até na antiga área da Companhia de Dança de Lisboa no Palácio dos Marqueses de Tancos; talvez – e esta é uma possibilidade real - até no edifício ao lado do Cinema S. Jorge, desocupado há anos, e com pelo menos dois pisos disponíveis. O que eu sei é que para resolver isto é preciso imaginação e boa vontade – e sobretudo alguma rapidez. Se ficar tudo sentado a pensar, nada vai acontecer a não ser o Hot morrer aos poucos por falta de actividade. 

 


 


VER E OUVIR – Para passar o ano em beleza, o CD e DVD dos Pink Martini, «Splendor In The Grass» com magníficas e improváveis versões de velhos temas. Absolutamente a banda sonora perfeita para o dia 1 de Janeiro de 2010.


 

 


 


BACK TO BASICS – Uma pessoa deve ser pelo menos um pouco improvável – Oscar Wilde. 

 

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publicado às 18:49



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