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(Publicado no Metro de 20 de Abril)
Todos nós gostamos de ver outros a fazerem habilidades e todos nós temos o escondido desejo de ver alguém a espalhar-se a fazer essas habilidades. Esta realidade está na chave do grande êxito de dois concursos surgidos recentemente, «O Cubo» nas noites de sábado na RTP e «Achas Que Sabes Dançar» nas noites de Domingo na SIC.
Graças a estes dois programas, e com uma ajudinha do futebol, RTP e SIC, venceram este fim de semana a TVI, que ficou relegada para a terceira posição, apesar do bom resultado das suas novelas. Só que de facto os dois concursos são apelativos, cativam audiências e conseguem igualmente fidelizar espectadores.
Em «O Cubo» os concorrentes têm que demonstrar destreza, memória, conhecimento e até alguma estratégia. O concurso é tecnologicamente sofisticado em termos de captação de imagem – cada concorrente executa a prova dentro de um cubo transparente «vigiado» por quase seis dezenas de diversos tipos de câmaras digitais. O apresentador é Jorge Gabriel que, mais uma vez, desempenha bem o seu papel.
No lado da SIC João Manzarra prova que a solo ainda se sai melhor e conduz os espectadores ao longo do «Achas Que Sabes Dançar» - que inevitavelmente joga no ridículo de alguns concorrentes e no talento de outros.
E porque é que estes concursos alcançam tão bons resultados de audiências? – de certa forma porque jogam na possibilidade de identificação/rejeição dos espectadores com os concorrentes, proporcionam uma interactividade emocional mais forte nos públicos mais novos – habituados a um universo visual de jogos digitais como é sugerido no «Cubo», ou habituados a concursos domésticos de disputa de talentos nas diversas consolas de jogos que o possibilitam fazer em casa.
A acção dramática das telenovelas, consegue captar outros públicos e garantir um outro tipo de fidelização – mas o que os recentes resultados demonstram é que cada vez mais é importante ter em antena vários produtos, que consigam atingir diferentes públicos. É fascinante o mundo da televisão – uma permanente caixinha de surpresas.
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