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CONFUSÃO – Numa só semana várias entidades de três ministérios desdisseram-se e contradisseram-se umas às outras. No Ministério da Economia a confusão foi causada pelo esgotamento do crédito às PME’s, que provocou posições e informações desencontradas; nas Finanças a introdução das taxas agravadas de impostos provocou uma autêntica sucessão de comunicados e despachos que criaram a maior das confusões; nas Obras Públicas as declarações sobre aumentos de preços de transportes, suspensões de planos e manutenção de planos tornaram-se a regra. Economia, Finanças e Obras Públicas não são ministérios menores – a confusão que lá reina é sinal do caos instalado no Governo.
FITAS - Já se percebeu que neste Governo há dois novos Ministros que são exemplos perfeitos de erros de casting: António Mendonça nas Obras Públicas e Helena André no Trabalho e Solidariedade Social. Isto, claro, para não falar de um outro erro de casting antigo que se tem vindo a acentuar – o próprio Sócrates cujo comportamento ao longo da crise foi revelador da sua instabilidade psicológica e dos seus piores defeitos – a teimosia e a dificuldade em perceber a realidade que o cerca.
NEXT - A corrida pela sucessão de Sócrates no PS já começou. A dúvida está em saber se vai ser uma prova de 3000 metros obstáculos ou uma meia maratona – seja como for os treinos já começaram. A agravar a instabilidade do partido do Governo está também o caso das presidenciais, com uma assinalável falta de entusiasmo no apoio à candidatura de Manuel Alegre, um osso difícil de engolir – em qualquer caso é daqueles assuntos que vai gerar crise interna pela certa. Vamos ver o que se passa no regresso de Sócrates da Venezuela e dos conselhos que deve ter recebido do seu amigo Hugo Chávez.
EURO - Uma das melhores contribuições para a compreensão daquilo que se passa foi dada pela entrevista do economista João Ferreira do Amaral ao «Jornal de Negócios» na qual explicou porque é que q nossa economia tem sido destruída pelo Euro. João Ferreira do Amaral, recorde-se, ex-conselheiro para assuntos económicos do Presidente da República Jorge Sampaio, foi das poucas vozes que em tempo devido se manifestou a chamar a atenção precisamente para os perigos para a economia portuguesa que poderiam advir da adesão á moeda única. No meio do entusiasmo europeísta não foi ouvido – e muito do que dizia acabou por se confirmar.
LER – O Brasil está a fazer uma gigantesca operação de comunicação que utiliza os mais diversos recursos, não descurando nem um pouco a qualidade dos meios escolhidos e a forma como se pretende mostrar a imagem de um país criativo, moderno, divertido e evoluído. Depois de ter tido um especial numa edição recente da prestigiada revista «Monocle», eis que o Brasil patrocina a edição de Junho da «Wallpaper», uma das publicações de referência em matéria de lifestyle. Para o efeito a redacção da «Wallpaper» deslocou-se por umas semanas para São Paulo e o resultado é um número em que o Brasil expõe o que tem de melhor nos negócios, na arte, no design, na arquitectura, na moda, na comida e, claro, nas praias e na paisagem. O título de capa diz tudo: «Born In Brazil – A Warm Welcome from the most exciting country on earth». A isto chama-se uma operação especial de comunicação bem conseguida.
OUVIR – Joe Pass foi um dos grandes guitarristas da história do Jazz e fez fama tocando ao lado de nomes como Ella Fitzgerald, Count Basie, Duke Ellington e Dizzy Gillespie, entre outros. Mas foi com o seu segundo álbum a solo, «Virtuoso», editado originalmente em 1974, que ele ganhou verdadeiramente estatuto e reconhecimento. É uma gravação extraordinária, com versões para guitarra eléctrica do próprio Joe Pass para onze temas clássicos do jazz , desde «Night And Day» de Cole Porter até «The Song Is You» de Jerome Kern, passando por outros como «Stella By Starlight», «How High The Moon» e «Round Midnight». O disco inclui ainda uma composição de Pass, «Blues For Alican». Joe Pass foi um dos reinventores da forma de tocar guitarra eléctrica no jazz, ao mesmo tempo explorando a melodia e o ritmo, usando com imaginação as possibilidades da guitarra eléctrica e com uma técnica extraordinária – daí «Virtuoso» ser mesmo um título ideal para o disco. Através da etiqueta Concord, a Universal Music promoveu a reedição do álbum, num CD remasterizado a 24 bits na magnífica série Original Jazz Classics. Em poucas ocasiões terão oportunidade de sentir a emoção única que uma guitarra é capaz de proporcionar como neste disco.
PROVAR – Quando li que o Chefe Vitor Sobral tinha a supervisão da cafetaria da nova livraria Babel, perto da Praça de Espanha, fiquei com curiosidade. A livraria fica no nº 148 da Avenida António Augusto de Aguiar, mesmo em frente ao Centro de Arte Moderna da Fundação Gulbenkian cujos jardins são a vista principal da zona da cafetaria. A carta felizmente é baseada em refeições leves – saladas, sanduíches, e alguns petiscos variados. Experimentei uma bela sanduíche aberta de maçã, queijo da ilha gratinado, presunto, rúcula e hortelã e dei-me por muito satisfeito. Poderia ter escolhido uma salada de bacalhau fumado, mas fica para a próxima. E, nos petiscos, houve uma empada que também me chamou a atenção. Há sumos, vinho a copo e cerveja. É na realidade uma cafetaria, com a vantagem de ter mobiliário simpático e confortável, bom serviço e uma ementa bem construída e despretensiosa. Ainda por cima a preços decentes.
DESCOBRIR – Uma boa maneira de nos mantermos a par do que vai surgindo de novo no mundo da música é seguir o site MyWay em www.myway.clix.pt . Aqui pode escolher entre os géneros que preferir ou pode simplesmente deixar-se levar pelas várias pré-selecções existentes – desde as novidades até às várias estações webradio dedicadas a géneros musicais específicos e até artistas. Além disso há uma área de notícias e outras dedicadas aos próximos concertos que se realizam em Portugal. É de navegação fácil e tem um catálogo de música muito alargado.
CITAÇÃO - «Ricardo Rodrigues foi um ladrão. Roubou objectos que não lhe pertenciam. O resto é conversa» - Miguel Esteves Cardoso, no «Público»
BACK TO BASICS – «Enforcamos os criminosos vulgares e nomeamos os maiores para cargos públicos» - Ésopo
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