Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]
(Publicado no diário Metro de dia 6 de Julho)
O espírito inventivo dos portugueses é extraordinário: logo que se soube dos distúrbios na praia do Tamariz houve logo quem se propusesse desenvolver um protector anti-cacetada com intensidade 40. A coisa terá a forma de um escudo que se pode também utilizar como guarda sol e como lança. Cada vez que começa a pancadaria usa-se o escudo para protecção e o cabo do dito como lança para repelir os mais afoitos.
A avaliar pelo estado do policiamento a nova invenção vai ter grande saída e não me espantava se ela começasse a aparecer de repente nas lojas chinesas da região, sempre tão rápidas a duplicar os produtos que têm grande procura do público.
Consta até que o Ministro Rui Pereira se vai colocar vestido de nadador salvador no meio da praia, acompanhado daquela comissária da PSP que faz de porta-voz da organização e que vai aparecer com o fato das miúdas da série marés vivas. Juntos vão fazer demonstrações de utilização do escudo protector. Está a decorrer uma reunião na presidência do Conselho de Ministros porque há alguns colegas de Rui Pereira que também querem participar na acção – supõe-se que querem também experimentar a sensação de uma luta corpo a corpo para se treinarem para as próximas reuniões do Conselho de Ministros, que se prevêem mais renhidas que o habitual, a propósito da elaboração do próximo Orçamento de Estado.
Quem já disse que não precisava do escudo para nada foi José Sócrates: optou por uma guarda pretoriana composta por Silva Pereira e Jorge Lacão, com apoio militarizado especial fornecido por Santos Silva, que para o efeito já escalou uma divisão de paraquedistas.
É de facto extraordinário como um incidente de fim de semana teve consequências tão vastas no Governo – sabemos de fonte segura que o caso perturbou vários membros do executivo quando estavam quase afundados dentro de água em diversas localidades do país, no meio de sessões de esclarecimento junto de bases do PS a propósito das SCUTs.
Sobre o assunto sabe-se que o líder parlamentar do PS, Francisco Assis, se limitou a perguntar - «querem que mande o Ricardo Rodrigues já para o Tamariz?».
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.