Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]



PAGAR PARA ENTRAR EM CASA

por falcao, em 29.09.10

(Publicado no jornal Metro de dia 28 de Setembro)


 


O discurso oficial de António Costa e de alguns seus estrategas é o de voltar a trazer moradores para Lisboa, promover a reabilitação em vez de construção e conseguir impedir a desertificação das zonas do centro histórico da cidade. A realidade é bem diferente - um regulamento de circulação e estacionamento nessas zonas históricas que penaliza os seus residentes. Um grupo de moradores da Costa do Castelo, indignados com que se está a passar, elaborou um documento, protestando contra as imposições da EMEL em matéria de estacionamento e da Câmara em matéria de circulação. Excertos (e declaro desde já que não resido no local nem lá costumo ir):


«A proposta de regulamento em discussão não mostra qualquer respeito pelas preocupações e interesses dos moradores, que assim se vêem cada vez mais isolados e onerados pelos custos de acesso ao bairro. De facto, esta proposta de regulamento baseia-se no princípio geral, que entendemos absurdo, de que todas as pessoas ou instituições com quem os moradores tenham relacionamento pessoal ou profissional, são obrigadas a comprar cartões de acesso temporário, e, no caso de necessitarem justificadamente de permanecer mais do que 30 minutos na Zona, estão sujeitas ao pagamento de tarifas de estacionamento extorsivas (30 euros por 2 horas de estacionamento, até 90 euros por 4h!) ou para a realização de cargas e descargas, sujeitarem-se a obrigações kafkianas para a prévia obtenção de cartão de acesso, deixando de lado todas as necessidades de apoio quotidiano esporádico que tantas vezes são necessárias. Permite-se (naturalmente) a quem tem garagens particulares que deixe estacionar veículos de visitantes nos seus lugares, quando os mesmos estejam disponíveis, mas obriga-se a que os mesmos sejam pagos e o interessado vá ao início da rua receber os visitantes com um cartão de acesso a garagem... Genericamente não faz sentido que paguemos para ter acesso às nossas casas, muito menos ainda ter que pagar um título de estacionamento para estacionar na nossa propriedade.»


Então Sr. Costa – isto é que é defender os lisboetas e combater a desertificação do centro histórico da cidade?


 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 11:56


2 comentários

Sem imagem de perfil

De Nuno Serra a 29.09.2010 às 17:50

Caro Manuel Falcão,

O que é mais engraçado nisto tudo (independentemente das razões dos peticionários) é a sua falta de memória...

Caso já se tenha esquecido, uma das grandes bandeiras do PSL enquanto presidente da CML, foram os condicionamentos nos acessos aos Bairros Históricos. Começou em Dezembro de 2002 com o Bairro Alto. Os regulamentos que foram aprovados em Reunião de Câmara (apresentados pelo executivo) e em Assembleia Municipal (com unanimidade do PSD e uma larga maioria de apoios) já previam as taxas a que faz menção, aliás, os regulamentos eram bastante mais punitivos para os residentes... O que me espanta nesta sua crónica, é que tendo sido Presidente do CA da EGEAC nessa altura, não se tenha indignado com a politica de preservação das zonas históricas...

Com os melhores cumprimentos,

Nuno Serra

Comentar post



Mais sobre mim

foto do autor


Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.



Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2023
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2022
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2021
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2020
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2019
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2018
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2017
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2016
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2015
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2014
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2013
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2012
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2011
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D
  183. 2010
  184. J
  185. F
  186. M
  187. A
  188. M
  189. J
  190. J
  191. A
  192. S
  193. O
  194. N
  195. D
  196. 2009
  197. J
  198. F
  199. M
  200. A
  201. M
  202. J
  203. J
  204. A
  205. S
  206. O
  207. N
  208. D
  209. 2008
  210. J
  211. F
  212. M
  213. A
  214. M
  215. J
  216. J
  217. A
  218. S
  219. O
  220. N
  221. D
  222. 2007
  223. J
  224. F
  225. M
  226. A
  227. M
  228. J
  229. J
  230. A
  231. S
  232. O
  233. N
  234. D
  235. 2006
  236. J
  237. F
  238. M
  239. A
  240. M
  241. J
  242. J
  243. A
  244. S
  245. O
  246. N
  247. D
  248. 2005
  249. J
  250. F
  251. M
  252. A
  253. M
  254. J
  255. J
  256. A
  257. S
  258. O
  259. N
  260. D
  261. 2004
  262. J
  263. F
  264. M
  265. A
  266. M
  267. J
  268. J
  269. A
  270. S
  271. O
  272. N
  273. D
  274. 2003
  275. J
  276. F
  277. M
  278. A
  279. M
  280. J
  281. J
  282. A
  283. S
  284. O
  285. N
  286. D