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(Publicado no diário Metro de 3 de Maio)
O candidato do PS a Primeiro Ministro, José Sócrates, usa a táctica da cassette: gosta de repetir uma frase vezes sem fim, na esperança de que, de tanto ser repetida, as pessoas se convençam. É o que tem feito em relação à questão do programa eleitoral, procurando convencer os eleitores que o PSD não terá programa a apresentar e que ele, despachado como é, já apresentou o do PS.
Não é preciso ser especialista em política, nem ter os dons do Professor Marcelo Rebelo de Sousa, para perceber que não serve de muito apresentar um programa eleitoral que, depois, entre em choque com o conjunto de medidas que a Troika do FMI e União Europeia estão quase a apresentar para viabilizar a ajuda financeira a Portugal.
Na realidade o bom senso manda que as negociações fiquem completadas e que os principais partidos cheguem a acordo com a troika sobre as medidas que estão dispostos a subscrever, para que, depois, cada um, apresente as suas melhores propostas, baseadas no quadro do que será possível fazer, e não daquilo que se gostaria de fazer mas provavelmente, em muitas áreas, não se poderá concretizar.
O candidato do PS, convém recordar, é useiro nesta táctica: já nas duas eleições anteriores fez programas eleitorais e promessas diversas – em matéria fiscal, de emprego, de apoios sociais – que depois teve de retirar à pressa mal se sentou na cadeira de Primeiro- Ministro. De maneira que de uma coisa temos a certeza: o candidato Sócrates do PS promete umas coisas que depois o Primeiro Ministro Sócrates não cumpre.
Como Primeiro Ministro José Sócrates foi o que mais distante ficou dos programas eleitorais que tinha traçado e, já agora, o que piores resultados apresentou em matéria de agravamento das contas públicas – de facto as suas promessas dizem uma coisa e os seus actos mostram outra, bem diferente. Quem quiser continuar a acreditar em promessas que não têm nada a ver com a realidade tem Sócrates do seu lado. E já sabemos aquilo que ele faz.
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