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(Publicado nõ diário Metro de 24 de Maio)
Ainda não é desta que Hollywood se dedicou a fazer uma super-produção com Portugal por tema. Mas mesmo sem Hollywood, Portugal tem direito ao seu 3D, uma oferta do sempre modernaço José Sócrates. Com persistência e aquela teimosia que é seu apanágio, Sócrates dedicou-se ao longo de seis anos a este 3D: Desemprego, Dívida e Descalabro. A sua carreira de governante resume-se a isto – obras públicas sem nexo, descontrolo na despesa, aumento da dívida, negação da realidade. O resultado está à vista de todos.
Desta vez não há que atribuir culpas à herança encontrada – Sócrates governou como quis, fez o que quis, nos seis anos que leva de descalabro aumentou o nosso endividamento em 82,9 mil milhões de euros, tanto como todos os governos juntos nos 23 anos anteriores. A única coisa de que Sócrates é recordista é no endividamento anual, no aumento do desemprego e no descalabro das contas públicas.
E, no entanto, para muitos, Sócrates simboliza ainda a esperança num futuro melhor – são os que não acreditam nos números, os que estão dispostos a perdoar – como se a política fosse uma questão de fé e não a análise do exercício do poder. As eleições resumem-se a isto: Sócrates quer continuar no poder. Portou-se de forma a ser reconduzido ou merece ser substituído?
Eu sou dos que acha que deve ser substituído. Teve tempo- seis anos - e o resultado da sua governação é mau, nos indicadores económicos e nos indicadores sociais. Não foi capaz de reagir à alteração da conjuntura e persistiu nos erros. A sua má governação foi-se agravando ao longo do tempo, recusou-se a corrigir erros e chegou ao fim com um Governo esgotado e dividido.
Não se trata de ter tido azar, trata-se de ter sido incapaz. Por isso mesmo nestas eleições existe um voto profundamente inútil, que é votar para José Sócrates se manter no poder a agravar o que tem feito – porque ninguém sinceramente acredita que, de repente, ele faça bem o que passou seis anos a fazer mal.
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