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Eu gosto de bicicletas, nada me move contra elas e são uma bela forma de passear, descontrair e fazer exercício físico. Mas as principais cidades portuguesas têm no entanto um incontornável obstáculo à utilização de bicicletas no dia-a-dia: nestas cidades, nomeadamente em Lisboa e no Porto, elas são apenas uma boa opção de transporte quotidiano, nos dias de trabalho, para especialistas em mountain-bike. Querer adoptar, para cidades cheias de subidas e descidas, onde grandes áreas planas são raras, a utilização regular e numericamente significativa de bicicletas é manifestação de falta de realismo.


 


Vem isto a propósito das célebres ciclovias promovidas em Lisboa pelo vereador Zé que não faz falta. Eu gostava de saber quanto já se gastou nestas ciclovias e gostava de ter um estudo isento sobre a sua utilização. Como se sabe a esmagadora maioria delas está construída em função de actividades de lazer. De um ponto de vista prático, de utilização dia a dia, as ciclovias não levam a lugar algum – e não têm que levar. Junto ao rio e em algumas áreas residenciais podem fazer sentido, mas fora disso compreendem-se mal. Por exemplo, a menos que a ideia seja divulgar as mountain-bikes em Portugal, não se entende a construção de uma ciclovia na íngreme subida pela Marquês da Fronteira acima.


 


Eu gostava de saber o impacte ambiental da construção destas ciclovias – nos materiais usados para as asfaltar, na maquinaria utilizada, e no caso concreto acima referido, no aumento da emissão de gases de escape nos intermináveis engarrafamentos que durante meses a sua construção implicou.


 


Em Londres, cidade plana, onde a autarquia implementou um interessante esquema de aluguer de bicicletas ao dia, e que funciona muito bem,  não existem ciclovias destas, antes uma faixa de circulação, assinalada por uma linha contínua, junto ao passeio e ao lado do corredor de Bus. Ou seja – soluções práticas e inteligentes, em vez de megalomania, desperdício e falta de realidade.

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publicado às 16:38


10 comentários

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De Humberto a 28.06.2011 às 19:33

Que texto tão pobre!
Tão cheio de preconceitos e enganos!
Quanta tinta gasta para dizer asneiras...
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De Anónimo a 28.06.2011 às 19:42

este texto revela uma total ausência de conhecimento da cidade, dos conceitos de mobilidade e da realidade. as pistas e a cidade têm muitos ciclistas. e cada vez mais. e por mais que se esforce não vai conseguir esconder isso.
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De Ricardo Ferreira a 28.06.2011 às 19:45

Exmo.Sr .,

Estou de acordo consigo… nas primeiras 4 palavras do seu artigo. Depois, começo a não estar inteiramente de acordo e, quando chego ao fim do seu artigo, verifico que não desconhece apenas o custo e impacto ambiental de construção das ciclovias. Desconhece toda a realidade à volta das bicicletas na cidade de Lisboa (e provavelmente, nas outras também). E em Lisboa, o que se passa é que já existem umas centenas de pessoas de ambos os sexos, de variadas idades, classes sociais e profissões, que utilizam a bicicleta como meio de transporte. E, imagine lá, uma grande parte destes não se desloca em bicicletas de montanha ( mountain-bikes ”), nem tão pouco são especialistas da matéria. Quanto muito, como eu, praticam a modalidade nas suas escapadelas ao Monsanto ou outros locais do género.

“Como se sabe” dificilmente poderá servir de base para qualquer argumentação rigorosa, tal como a que deveria constar nas páginas dos jornais. E ao recorrer a essas 3 palavrinhas, associa-se a uma maralha anónima que partilha da mesma ignorância. As ciclovias deverão servir para transmitir segurança aos utilizadores de bicicleta que se deslocam na cidade, seja em lazer ou não. Tomando o seu exemplo, uma ciclovia pela Marquês de Fronteira acima serve para que, quem tomou a ciclovia da Av. Duque de Ávila possa continuar o seu percurso, até ao alto do parque Eduardo VII. E por se tratar de uma rua muito inclinada, onde o diferencial de velocidades entre automóveis e bicicletas é muito significativo, essa ciclovia pode ser essencial. Ao contrário da sua afirmação grotesca, as ciclovias devem servir para ligar pontos dentro (ou até fora) de uma localidade.

Eu também gostava de saber quanto já se gastou nas ciclovias, porque algumas estão muito mal executadas e foram feitas à custa de espaço para o peão. Mas achar que, por causa da construção destas, houve mais poluição oriunda dos escapes dos automóveis parados nos engarrafamentos, parece-me total disparate. Quanto muito, para fugir a esses engarrafamentos, houve quem deixasse de ali passar de carro. E, quem sabe, algumas pessoas até terão deixado o carro em casa e optado por outros meios de transporte.

Da última vez que estive em Londres, ainda não existiam as barclays super-highways . Assumindo que o seu comentário também se refere às normais faixas laterais que por lá existem há mais tempo, posso assegurar-lhe, como utilizador regular de bicicleta, que nada têm de prático ou de inteligente. Expõem quem circula de bicicleta a inconveniências e perigos como carros estacionados sobre as mesmas, portas de carros a abrirem-se, carros a saírem de garagens, etc.

Mesmo sendo inexperiente e ignorante neste assunto, sugiro-lhe alguma pesquisa antes de poluir as páginas de jornal com tanto disparate e desinformação. Assim, convido-o a juntar-se à Massa Crítica de Lisboa, todas as últimas sextas-feiras de cada mês, pelas 18:30, no Marquês de Pombal, para perceber como é possível circular de bicicleta em Lisboa sem ser “especialista em mountain-bike ”.
RF
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De Piedade Coelho a 28.06.2011 às 22:25

Bem, eu estou verdadeiramente abismada com o teor deste texto.

Já há muito tempo que não lia tanto disparate junto.

Eu trabalho em Lisboa e todos os dias vejo pessoas a deslocarem-se na Av. de Roma, Areeiro, Almirante Reis, Alameda, Campo Pequeno, Entrecampos, de bicicleta. E não andam em bicicleta de btt! Se tivesse algum conhecimento na matéria, (que não tem, assim como parece que não tem nada sobre o que acabou de escrever) saberia que este tipo de bicicleta (pelo menos equipada com pneus grossos e cardados e com as suspensões destrancadas) não é o mais indicado para andar em asfalto. Vejo pessoas em "pasteleiras", em desdobráveis e até em bicicletas de "corrida", já velhinhas, mas que servem muito bem para o efeito.
No que diz respeito ao impacto ambiental que tiveram as obras, considere-as um investimento. Se os que normalmente andam de carro ou mota pela cidade passarem a usar a bicicleta, então esse será um óptimo investimento. Nos últimos 8 anos, vejo cada vez mais pessoas a deslocarem-se de bicicleta, penso que se está no bom caminho.
Quanto ao resto, faço minhas as palavras de Ricardo Ferreira, não há necessidade de haver repetições de discurso.
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De Paulo Ribeiro a 28.06.2011 às 22:29

"[...] não se entende a construção de uma ciclovia na íngreme subida pela Marquês da Fronteira acima"

Curiosamente esta é das ciclovias que eu mais aguardo que abra. Costumava fazer a "íngreme" subida antes de terem começado as obras e conheço mais gente que por lá passa de bicicleta. A ciclovia vai permitir ligar a Av. Duque d'Ávila ao topo do Parque Eduardo VII, de onde se pode seguir por exemplo para as Amoreiras, Campo de Ourique...

Os seus argumentos gastos são típicos de quem não faz a mínima ideia daquilo que está a falar. Infelizmente é deste tipo de escrita que são feitos os nossos jornais, pelo que não é de admirar que a imprensa como a conhecemos tenha os dias contados. Imagine lá que um engenheiro civil desenhava uma ponte sem saber fazer contas de multiplicar: É sensivelmente o mesmo tipo de figura que o senhor fez ao escrever este texto.
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De Filomena Gomes a 29.06.2011 às 11:29

Concordo com todas as opiniões que aqui foram postadas quanto à imbecilidade deste texto!

É incrível, nos tempos que correm, escrever tamanhas barbaridades sobre a construção de ciclovias e o uso de um veículo não poluente, que não contribui para os engarrafamentos e que leva de forma despretensiosa os seus utilizadores ao local desejado, dentro e fora da cidade, sem necessidade de parqueamentos!

Acaso defende o autor a utilização de veículos motorizados em lugar das bicicletas?? São menos puluentes?? Mais económicos?? Não engarrafam o trânsito?? Não pagam estacionamento?? Dão o exemplo de uma forma possível de combater a crise??

Por favor, opiniões destas escritas na imprensa e na blogosfera, são uma vergonha para o autor e para o jornal que as publica! Não deve o autor viver na mesma realidade em que vive o comum do cidadão português, que se vê a braços para chegar ao trabalho a horas e aflito para pagar as contas, quanto mais para sustentar o uso de um automóvel!

Ó santa ignorância!

Filomena Gomes
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De Nuno a 29.06.2011 às 17:32

Ultrapassam-me os motivos pelos quais os automobilistas não apoiam mais o uso da bicicleta, uma vez que quanto mais utilizadores quotidianos este meio tiver, menos congestionamento existe, mais lugares de estacionamento existem, melhor qualidade se atinge, menos danos de uso da infraestrutura são causados, menos sinistralidade ocorre.

Como vê, caro MF, é um mundo de vantagens o incentivo a quem quer andar de bicicleta, mesmo para aqueles que já se convenceram dos motivos fictícios para não a utilizar.
Deixo a mesma questão que faço a quem me buzina de carro na estrada: "É mais fácil ultrapassar uma bicicleta encostada ao lado direito da via ou um automóvel?"

Boas pedaladas
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De Anónimo a 01.07.2011 às 09:45

Não sou um utilizador habitual das ciclovias. Utilizo-as ao fim-de-semana nos tais passeios descontraídos de que o sr . Manuel Falcão (doravante MF ) fala, mas que me parece bem que nem nesse sentido as usa. E não sou porque morando em Lisboa e trabalhando em Oeiras não tenho ciclovias que me "sirvam".
A orografia lisboeta é uma falsa desculpa tantas vezes usada por todos aqueles que são contra a utilização do espaço lisboeta para qualquer outra coisa que não sejam veículos motorizados.
Não é necessário ter uma BTT de raiz para subir a Marquês de fronteira. Experimente fazê-lo com uma bicicleta urbana e verá como está enganado
O custo da construção da ciclovia é outra falsa desculpa, já que pelas suas características de pavimento, o valor por Km deverá ser inferior ao de igual extensão de estrada.
Lisboa precisa de uma verdadeira rede de ciclovias e não de troços isolados e que obrigam os seus utilizadores a confrontarem-se com os automobilistas que se consideram donos e senhores da estrada. Mesmo através da construção de troços que
E que tal se se insurgisse contra a necessidade de colocar separadores de betão nas ciclovias, que só servem apara impedir a falta de civismo dos automobilistas que se deleitam a desrespeitar a existência de tais espaços, aproveitando-os para circulação automóvel e\ou estacionamento.
E que tal Sr. . MF se se insurgisse contra a "plantação" (e "replantação" já que são arrancados por diversas vezes) de pilaretes que tentam impedir o estacionamento abusivo das viaturas automóveis nos passeios? Não será um desperdício de dinheiro? Não deveríamos acreditar que os automobilistas são seres cívicos que só ocupam o espaço que lhes é destinado? Não me parece que o resultado de tal atitude fosse dos melhores...
Muito se insurge contra o vereador José Sá Fernandes (doravante JSF ) ... Será porque este é das poucas pessoas que afronta os grandes interesses económicos instalados?
É um facto que foi graças ao JSF que o túnel do Marquês custou mais caro e demorou mais tempo a ser construído.
Mas foi também graças ao JSF que o referido túnel não tem circulação de camiões e tem a velocidade limitada. Tudo soluções que deveriam ter sido pensadas, em prol da segurança daqueles que por lá circulam, pelo equipa do Pedro Santana Lopes, evitando assim derrapagens em tempo e em dinheiro.
Sem duvida que o JSF incomoda muita gente. Mas ainda bem que existem pessoas como ele. Se o mundo estivesse entregue a pessoas como o MF não havia "rei nem roque". Os grandes interesses económicos faziam "gato sapato" de tudo o que nos rodeia.
O problema do MF é o mesmo de muitos dos portugueses. Só conseguem ver o mundo pelos óculos do partido que representam Enquanto não conseguirmos ultrapassar o "síndroma do partido" não chegamos a lado nenhum.
Temos de aprender a aproveitar as boas ideias, independentemente da cor politica de quem as teve.
E as ciclovias são uma muito boa ideia, não só do ponto de vista ambiental como do ponto de vista físico para quem as usa habitualmente.
Já agora MF veja com atenção as ciclovias de Londres, de Barcelona, etc. E não desculpe as suas teorias com orografias e custos de construção. Isso é conversa fiada que só serve para enganar os menos esclarecidos sobre o tema.
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De MF a 04.07.2011 às 15:43

diga lá qual é o meu partido - fiquei com curiosidade de saber.
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De Miguel a 06.07.2011 às 11:41

Aqui fica um artigo sobre os "mitos das colinas": http://www.copenhagenize.com/2007/11/debunking-flat-countrybike-country-myth.html

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