Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]



PAGADORES DE PROMESSAS

por falcao, em 05.07.11

(publicado no jornal Metro de 5 de Julho)


 


Vamos levar com mais impostos. Ninguém gosta de uma notícia destas. Já pagamos muito e vamos pagar ainda mais – e o equilíbrio das contas é sempre a razão invocada. Durante anos gastámos demais e durante anos foram-nos sempre aumentando os impostos. Cada vez que nos apetecer protestar contra novas medidas de austeridade é por isso saudável que todos nos lembremos de como aqui chegámos e quem nos trouxe – quem ajudou ao crescimento do Estado, ao romance das grandes obras públicas de utilidade duvidosa, quem fomentou parcerias público-privadas e quem preferiu ignorar a realidade das contas.


 


Sabemos agora que o défice orçamental no primeiro trimestre foi afinal de 7,7%, acima dos 5,9% que constam do memorando de entendimento com a troika e daquilo que em vésperas de deixar o Governo o Ministério das Finanças afirmava. Continuo a achar que os responsáveis políticos devem ser criminalmente responsabilizados pela má gestão da coisa pública – um exemplo nesta matéria seria bem vindo. Mas em vez disso vemos os dois candidatos à liderança do PS a abrigarem-se da chuva e a criticarem um imposto cujo efeito prático é igual a uma medida que Mário Soares tomou ele próprio, há uns anos, em circunstâncias semelhantes. Em política a falta de memória ou a irresponsabilidade devem ser punidas – o PS fez muito mal as contas enquanto governou e pelos vistos não se arrepende do assunto.


 


Temos pela frente um novo imposto extraordinário, que vai permitir arrecadar cerca de 800 milhões de euros – um considerável aumento de receita que vai sair do bolso de todos. Eu gostava muito que este pedido de sacrifício fosse acompanhado de um corte de despesa também significativo. De cada vez que o Governo nos carrega de taxas e impostos, devia apresentar um plano de redução de despesa idêntico, a curto prazo e calendarizado.


 


Este Governo podia dar o exemplo nessa matéria – cortar primeiro e pedir depois. Se isso não começar a acontecer ficamos com a sensação de que o Governo serve para vender ilusões e os contribuintes cá estarão para serem pagadores de promessas.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 11:34


1 comentário

Sem imagem de perfil

De MRG PPP a 10.08.2011 às 12:48

As PPP 's são benéficas tanto para o Estado como para as construtoras, o que há a saber é a clareza dos negócios, se realmente são honestos ou não. Vejam o exemplo da MRG PPP http://www.mrg.pt/noticias/2010/3/mrg_da_conhecer_experiencia_ppp/

Comentar post



Mais sobre mim

foto do autor


Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.



Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2023
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2022
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2021
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2020
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2019
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2018
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2017
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2016
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2015
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2014
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2013
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2012
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2011
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D
  183. 2010
  184. J
  185. F
  186. M
  187. A
  188. M
  189. J
  190. J
  191. A
  192. S
  193. O
  194. N
  195. D
  196. 2009
  197. J
  198. F
  199. M
  200. A
  201. M
  202. J
  203. J
  204. A
  205. S
  206. O
  207. N
  208. D
  209. 2008
  210. J
  211. F
  212. M
  213. A
  214. M
  215. J
  216. J
  217. A
  218. S
  219. O
  220. N
  221. D
  222. 2007
  223. J
  224. F
  225. M
  226. A
  227. M
  228. J
  229. J
  230. A
  231. S
  232. O
  233. N
  234. D
  235. 2006
  236. J
  237. F
  238. M
  239. A
  240. M
  241. J
  242. J
  243. A
  244. S
  245. O
  246. N
  247. D
  248. 2005
  249. J
  250. F
  251. M
  252. A
  253. M
  254. J
  255. J
  256. A
  257. S
  258. O
  259. N
  260. D
  261. 2004
  262. J
  263. F
  264. M
  265. A
  266. M
  267. J
  268. J
  269. A
  270. S
  271. O
  272. N
  273. D
  274. 2003
  275. J
  276. F
  277. M
  278. A
  279. M
  280. J
  281. J
  282. A
  283. S
  284. O
  285. N
  286. D