Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]



E os peões, Dr. António Costa?

por falcao, em 12.07.11

(publicado no diário Metro de 12 de Julho)


 


Aqui há umas semanas um artigo que escrevi sobre a forma como a utilização de bicicletas em Lisboa é desproporcionalmente protegida gerou alguns protestos, uma boa parte deles em tom de fanatismo fundamentalista. Sendo os fundamentalistas o que são – a começar pelo vereador José que não faz falta – esclareço já que este texto não lhes é dirigido. É dirigido áqueles que na Câmara Municipal de Lisboa ainda tenham algum bom senso.


 


Nada me move contra a utilização de bicicletas – cada um é livre de pedalar como quiser. O que não me parece muito curial é que pelo facto de pedalar tenham mais direitos que outros.


 


Peguemos no caso dos peões – aposto que o investimento feito em ciclovias é menor do que aquele feito para melhorar a conservação e segurança dos passeios pedonais. Todos sabemos que a nossa linda calçada lisboeta é tão bonita de ver como incómoda, e por vezes perigosa. Podia falar dos passeios que abatem e fazem covas que são autênticas armadilhas, dos passeios que desnivelam e se tornam escorregas de difícil equilíbrio, podia falar das pessoas que vejo cair porque a calçada é escorregadia e muitas vezes é complicado manter o equilíbrio, sobretudo em ruas inclinadas.


 


Sobre estes temas não vejo ninguém levantar-se a pedir mais direitos para os peões. Em vez disso constato que há uma nova ciclovia, na Marquês da Fronteira, que vai da zona do El Corte Ingles até ao Palácio da Justiça, que notoriamente tirou espaço ao passeio pedonal e remeteu os peões para um zigue zague entre candeeiros. Essa pista, onde passo quase todos os dias, e bastantes vezes a pé, é na realidade mais usada por pessoas que fazem corrida do que por bicicletas.


 


Mas quando um ciclista se cruza com um peão numa ciclovia o mais frequente é ouvir, do ciclista, um raspanete, nem sempre muito polido. E já nem falo da forma como circulam, sem cuidado com os peões, como atravessam sinais vermelhos pedalando por cima das passadeiras e ignorando o mundo à sua volta. 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 17:22


4 comentários

Sem imagem de perfil

De M Bessa a 13.07.2011 às 15:21

É fácil e confortável é atacar uma minoria desde o púlpito mediático, usando clichés para falar daquilo que não compreende.

As ciclovias de Lisboa estão tecnicamente muito mal executadas, são perigosas e como tal são evitadas por boa parte dos ciclistas da capital. Se deseja falar dos problemas dos peões e quer dirigir a sua ira contra alguém, acho espantoso que não mencione o Automóvel. Na sua opinião, quem é que mata mais peões em Lisboa, os automóveis ou as bicicletas? Quem é que ocupa ilegalmente os passeios e todos os m2 de espaço público disponível, os automóveis ou as bicicletas? Quem é que polui a cidade? Quem é que destrói o mobiliário urbano em acidentes constantes? Quem é que intimida e impossibilita pessoas de idade, pessoas com problemas de mobilidade e crianças pequenas de se deslocar a pé pela cidade? São as bicicletas?

Se fosse a si usava esse seu púlpito para fazer algo de edificante. Eu sei que é mais fácil falar mal de uns tipos "esquisitos" que não compreende, do que ir atrás dos verdadeiros problemas. Mas não lhe fica nada bem.

Ass. Um dos "fanáticos"

Comentar post



Mais sobre mim

foto do autor


Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.



Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2023
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2022
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2021
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2020
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2019
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2018
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2017
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2016
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2015
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2014
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2013
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2012
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2011
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D
  183. 2010
  184. J
  185. F
  186. M
  187. A
  188. M
  189. J
  190. J
  191. A
  192. S
  193. O
  194. N
  195. D
  196. 2009
  197. J
  198. F
  199. M
  200. A
  201. M
  202. J
  203. J
  204. A
  205. S
  206. O
  207. N
  208. D
  209. 2008
  210. J
  211. F
  212. M
  213. A
  214. M
  215. J
  216. J
  217. A
  218. S
  219. O
  220. N
  221. D
  222. 2007
  223. J
  224. F
  225. M
  226. A
  227. M
  228. J
  229. J
  230. A
  231. S
  232. O
  233. N
  234. D
  235. 2006
  236. J
  237. F
  238. M
  239. A
  240. M
  241. J
  242. J
  243. A
  244. S
  245. O
  246. N
  247. D
  248. 2005
  249. J
  250. F
  251. M
  252. A
  253. M
  254. J
  255. J
  256. A
  257. S
  258. O
  259. N
  260. D
  261. 2004
  262. J
  263. F
  264. M
  265. A
  266. M
  267. J
  268. J
  269. A
  270. S
  271. O
  272. N
  273. D
  274. 2003
  275. J
  276. F
  277. M
  278. A
  279. M
  280. J
  281. J
  282. A
  283. S
  284. O
  285. N
  286. D