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Nos últimos anos tem crescido este tipo de desemprego qualificado e o nosso sistema de apoio aos desempregados não está preparado para os receber e para conseguir dar-lhes ajuda. O sistema que temos está vocacionado para empregos pouco diferenciados, com níveis de instrução baixos.
Quando aparece alguém com 20 anos de experiência em cargos de coordenação ou direcção, formação superior e diversas especializações, não sabe o que fazer e é incapaz de dar qualquer resposta - e não tem sequer enquadramento possível. Com o que aí vem e já começou – insolvências, fusões, redução de custos – este leque de desempregados da classe média vai crescer de forma rápida.
Nos próximos meses vamos começar a assistir ao drama de algumas destas pessoas – e às vezes famílias inteiras - que deixam de ter subsídio de desemprego, não conseguem mesmo encontrar trabalho, porventura podem ainda estar acima dos limiares de continuar a receber apoio, e não sabem o que hão-de fazer. Estes novos desempregados são atirados para a inactividade forçada, até porque as leis laborais que temos não facilitam a contratação de pessoas assim – de forma temporária, sem contratos a termo. Se a sociedade não criar formas de os enquadrar – com vantagens especiais aos empregadores e outros mecanismos de incentivo – os próximos tempos vão ser terríveis.
(publicado no Metro de 19 de Julho)
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