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Este mês de Outubro tem sido fértil em solavancos políticos. A celebração da intentona que instaurou a confusão republicana foi o pretexto para os primeiros dislates. Na ocasião o Presidente da República apelou ao fim do consumo fácil – mas esqueceu-se que o consumo fácil nasceu enquanto ele próprio era Primeiro Ministro. Também foi nesse tempo que a política do betão, da auto-estrada e da rotundomania se tornou a prioridade nacional e se começaram a liquidar as pescas e a agricultura.
Quem não se lembra das campanhas de arranque de vinha, de olival e até de sobreiros? Quem não se lembra das cedências em matéria de pescas a Bruxelas, em troca de dinheiro para o betão? O mesmo Cavaco Silva que se baseou numa estratégia de obras públicas, é o que agora vem falar da necessidade de desenvolver a agricultura e as pescas. Se isto não fosse dramático passava por anedota – ou por arrependimento de circustância, como há dias li numa bem humorada nota no Facebook.
Na mesma ocasião, em plena praça do Município, António Costa, em nome da cidade de Lisboa, fez o discurso de líder da oposição. Quem assistisse a isto tudo ficava siderado pela troca dos papéis, pela pinderiquice da cerimónia e pelo retrato de inconstância dos políticos. Ele há cerimónias que só agravam a má imagem que os políticos têm.
Dias depois, dos Açores veio a notícia que Carlos César não se recandidata nas próximas eleições regionais. Fico na dúvida se o faz por querer candidatar-se à liderança do PS nacional ou por ter em mente voos mais altos – sei lá, a Presidência da República. Esta decisão de Carlos César, palpita-me, é das que terá mais repercussões na política deste nosso pequeno rectângulo à beira-mar plantado.
Finalmente, a semana findou com a Madeira – com a descida de Jardim e a subida do PP, com a queda do PS, com o desaparecimento eleitoral do Bloco de Esquerda e com os resultados de pequenos partidos fora do núcleo tradicional da política à portuguesa. Aposto que também estas eleições deixam muitas pistas para o futuro – em todo o país.
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