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António Costa é o Presidente da Câmara Municipal de Lisboa há quatro anos, desde 2007. É o tempo de um mandato inteiro. Todos os autarcas gostam de dizer que quatro anos é o tempo para apresentar obra. O período dos quatro anos de um mandato costuma ser o horizonte temporal que os políticos gostam de usar para fazer uma apreciação da sua obra.
Olhemos então para Lisboa ao fim destes quatro anos e para estes mandatos presididos por António Costa. Conseguiu trazer população de volta para a cidade? Conseguiu criar um sistema de recuperação de imóveis degradados? Tem uma política de reabilitação urbana? Conseguiu fazer obras estruturantes? Conseguiu reanimar o comércio de rua? Conseguiu acabar com o estacionamento em dupla fila? Conseguiu reduzir custos?
Não me podem acusar de má vontade se disser que a resposta a estas perguntas é, em todas, um triste NÃO.
Mas olhemos de outro ponto de vista: Aumentou as taxas em Lisboa? Reforçou os poderes e a prepotência da EMEL? A cidade está mais suja? Há mais comércio fechado? A cidade está mais incómoda para os seus habitantes? A cidade está mais insegura? Aqui, em todos os casos, a resposta é SIM.
Os mais optimistas dirão: no entanto a gestão de Costa faz parques hortícolas e ciclovias. E eu acrescento: essas obras decorrem à mesma velocidade a que Lisboa perde munícipes. António Costa encara a cidade como uma rampa de lançamento político para as suas ambições no PS - o discurso que proferiu no 5 de Outubro foi o de um líder da oposição e não o de um autarca.
Pessoalmente simpatizo com António Costa, mas acho que ele tem sido um mau presidente da Câmara, muitas vezes a colocar interesses partidários à frente dos interesses da cidade. Por isso mesmo tem vivido politicamente graças a alianças espúrias e a compromissos muitas vezes incompreensíveis. António Costa é um honesto político à moda antiga: primeiro os seus objectivos, só depois o serviço aos cidadãos - esta é a razão de fundo para a cidade estar como está.
(Publicado no diário Metro de 18 de Outubro)
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