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VIOLÊNCIA – A semana passada encerrou com os ecos da greve geral e das manifestações, com algumas pessoas preocupadas com a eventualidade de alastrarem confrontos violentos. Um dia depois percebia-se que a maior violência está, afinal, nos campos de futebol, nas claques acicatadas por dirigentes sem escrúpulos e por provocações grosseiras. Mas a violência é também mais preocupante nos crimes domésticos que crescem de dia para dia, nos assaltos violentos que proliferam – e a preocupação das autoridades deve estar mais dirigida para aí, para o combate à insegurança nas ruas, do que para conspirações saídas dos livros de espionagem ou de manuais de guerrilha urbana. O que as pessoas querem é maior segurança nas ruas, maior protecção às suas casas e aos seus bens, não é mais polícias nas manifestações. Se os responsáveis pelas autoridades alinharem nas conspirações, vão estar a desproteger os cidadãos do roubos e violência, e isso sim é que é grave. Quem manda nas polícias tem um clima de insegurança para resolver – mas esse clima não vem dos protestos, vem de actividades criminosas. Concentrem-se nisso – e em fazer funcionar a justiça, para evitar que os criminosos sejam soltos quase à velocidade a que são detidos - que os contribuintes agradecem.
SERVIÇO PÚBLICO – Os estudiosos do serviço público de televisão e os fanáticos da impossibilidade de mudar o que quer que seja fariam bem em olhar para o que se está a passar na PBS, o Public Broadcasting Service, criado nos Estados Unidos e que agora, espante-se, está também disponível no Reino Unido, terra da sacro santa BBC. O novo canal, com uma programação autónoma e distribuído pela British Sky Broadcasting e pela Virgin Media, chama-se PBS UK e tem uma participação a nível de investimento do Quadra Group. Pretende atingir um público com exigências a nível da cultura e da informação, educado e com capacidade económica e irá incluir serviço informativos produzidos localmente sob o princípio da objectividade e independência que caracterizam a estação norte-americana. Os nossos estudiosos também poderão reparar que a PBS planeia já distribuir o canal para outras regiões, incluindo a India, Escandinávia e África. Tudo isto acontece quando continuamos sem saber o que será no futuro o serviço público de televisão em Portugal – nem a questão da publicidade nem do número de plataformas de distribuição é factor essencial, o fundamental é acordar que tipo de conteúdos e de serviços queremos, nos programas e na informação, e depois podemos começar a perceber que canais podem e não podem existir, que estruturas são necessárias e como se organiza o modelo de gestão. O que eu sei é que agora estamos numa altura em que a RTP2, entre os espectadores do cabo, e que já são a maioria, fica atrás da SIC Notícias, Hollywood e Sport TV e praticamente empatada com o AXN. O que quer dizer que é mesmo importante repensar todos os modelos e começar a desenhar de novo o que se quer fazer – até porque falta apenas um ano – pouco tempo em matéria de televisão – para que algumas medidas concretas têm que ser tomadas – como a privatização, que também ainda ninguém explicou bem o que vai ser.
PROVA - O recibo de salário de Dezembro deste ano vai ficar como prova e testemunho do que a irresponsabilidade e a megalomania de um homem podem fazer. Por mais crise internacional, por mais mau estado das finanças públicas, por mais heranças que tenha encontrado, José Sócrates andou a alargar o buraco – e muito - em vez de o reparar. O PS, que agora brada aos céus, empurrado por Soares e comandado via telemóvel dos Campos Elíseos pelo próprio Sócrates, foi cúmplice e entusiástico apoiante de todas as políticas mais ruinosas que vimos nos últimos anos – ou estão esquecidos do congresso unanimista que reelegeu Sócrates e o colocou num pedestal?
SEMANADA – Semanas antes de sair do Governo, o ex-secretário de estado da energia do muito ambientalista governo de Sócrates encomendou para o Governo um Audi de cilindrada elevada e motor de combustão e, apesar do entusiasmo retórico, não escolheu nem um híbrido nem um veículo de motor eléctrico; ao longo da última década a carga fiscal subiu em Portugal o dobro do que desceu na OCDE, ou seja o peso das receitas de impostos sobre o PIB subiu dois pontos percentuais; aos poucos recomeça o folhetim da regionalização – agora Rui Rio veio propor que além da região Norte seja também criada uma região Porto; o vice-presidente da Caixa Geral de Depósitos, Norberto Rosa, foi vítima de carjacking perto de Lisboa e obrigado a ir levantar dinheiro com os seus cartões a caixas multibanco.
ARCO DA VELHA – O Supremo Tribunal de Justiça comprou em 2004, para o gabinete do seu Presidente, um quadro da pintora Vieira da Silva por 80.000 euros e metade deste montante foi coberto por facturas falsas, com a conivência dos serviços, do Presidente e dos juízes que integravam o Conselho de Administração do STJ.
OUVIR –Editado em Outubro de 1973, «Quadrophenia» foi o sexto álbum de originais dos Who e a sua segunda opera rock – a primeira havia sido «Tommy» (1969). Localizada nos anos 60, «Quadrophenia» desenvolve-se em torno da história de um mod, de seu nome Jimmy - os mods eram os rivais dos rockers, gostavam de ryhtm’n’blues, soul e reggae, casacos de bom corte e preferiam as Vespa às motos Triumph ou BSA. Mods e rockers envolviam-se frequentemente em zaragatas, e algumas, ocorridas em Brighton, ficaram célebres e inspiraram parte da história do disco. Jimmy é de facto a figura central da obra e é ele que conta a sua própria história, na primeira pessoa – as suas dúvidas, as suas angústias, as suas frustrações e as suas inseguranças. Marca de uma geração, montra do talento e do excesso de Pete Townshend, o líder dos Who, bem acompanhado por Keith Moon, Roger Daltrey e John Entwistle. Há temas históricos neste disco - «The Real Me», «o tema –título «Quadrophenia», «Cut My Hair», «Doctor Jimmy» e o intrigante «The Rock». Originalmente um duplo LP, surge agora uma edição em duplo CD que inclui todos os temas originais, remasterizados, e 11 versões demo inéditas e todo o material gráfico original da edição em LP.
LER – A edição especial Dezembro/Janeiro da revista «Monocle» já está nas boas bancas de revistas, tem 314 páginas e um suplemento especial sobre a Dinamarca, que é absolutamente para guardar e levar na próxima visita a Copenhaga. Além disto a revista estreia uma lista das 100 pessoas, produtos e lugares que influenciarão o próximo ano, um guia dos 50 locais a conhecer em viagem e um guia de presentes de natal. Esta é também a edição que faz o relatório dos 30 países com «soft power» - que no conceito dos editores da revista tem em conta os recursos naturais combinados com a criatividade e o pensamento contemporâneo. A revista testou os países em 50 segmentos de análise, desde a percentagem do PIB investida em ajuda externa até ao património classificado pela Unesco, passando pelo número de medalhas obtidas nos Jogos Olímpicos, número de utilizadores de internet ou taxa de criminalidade – são 20 indicadores ao todo. Os Estados Unidos estão no primeiro lugar, seguidos do Reino Unido, França, Alemanha, Austrália e Suécia. Portugal entrou este ano no ranking na 25ª posição, descrito como a potencial Califórnia da Europa (o Pedro Bidarra deve estar contentinho…) mas com um grave problema de falta de dinheiro. A Espanha ficou na 13ª posição, o Brasil na 21ª e atrás de nós ficaram Israel, Índia, Rússia, República Checa e Grécia.
PROVAR – Gostam de amêndoas? – não estou a falar das de Páscoa – mas de amêndoas cortadinhas, espalhadas numa bela massa, dura q.b. e tostada, formando uma gloriosa tarte? Se é esse o caso podem dar um salto à Mercearia Criativa às 16h00 de Domingo dia 4, Avenida Guerra Junqueiro 4A. Esta tarte tem marca: A Tarte, com o subtítulo A Melhor Tarte de Amêndoa. Eu já provei e garanto que é candidata ao título de sobremesa do ano. Para além da Mercearia Criativa, A Tarte está disponível no Gelato Mio de Miraflores e no QB Essence, em Oeiras. Mas o mais fácil é irem ao Facebook, onde está tudo explicado sobre A Tarte, como a comprar, onde a encontrar – basta ir a facebook.com/amelhortartedeamendoa e na secção de informações encontram o que é preciso para se viciarem neste doce. E não é exagero meu.
BACK TO BASICS – O imposto é a arte de depenar o ganso fazendo-o gritar o menos possível e obtendo a maior quantidade de penas – John Pollard
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