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Não é embirração minha, mas acho que Lisboa está cada vez pior, cada vez mais mal governada, cada vez mais abandonada. Daquilo que leio nos jornais, na Câmara Municipal vai uma confusão, com os vereadores da maioria cada vez mais afastados. Na realidade a actual maioria só existe pela necessidade de manter o poder e sem nenhum espírito de dever ou de serviço para com os munícipes.
Hoje já é claro que não há um projecto comum, que a agenda de Helena Roseta é uma, a de José Sá Fernandes é outra, a de Nunes da Silva é outra ainda, a de Manuel Salgado é variável e a de António Costa é um mistério. Olha-se para o executivo e não se vê actividade palpável, daquela que se sente nas ruas, no conforto dos cidadãos. Torna-se cada vez mais evidente que António Costa está sentado na Câmara com o olhar apontado ao Largo do Rato. O problema é que somos nós a pagar este exílio partidário.
Uma situação destas tem consequências terríveis em Lisboa, que está cada vez mais desconfortável, frequentemente suja, inóspita para os seus habitantes. António Costa está desde 2007 na Câmara Municipal de Lisboa, há quatro anos, portanto – o tempo de um mandato inteiro. Nas eleições prometeu mundos e fundos mas nem sequer o equilíbrio das contas, que garantia ir conseguir em dois anos, conseguiu nestes quatro que já leva.
À sombra de António Costa, a cidade definha, deixou-se instrumentalizar pelo Governo anterior em projectos absurdos, e deixou de ter objectivos. Lisboa não apostou na reabilitação urbana, nem no combate à desertificação ou no desenvolvimento económico. É uma cidade parada, estagnada, que continua a perder habitantes e qualidade de vida.
(Publicado no diário Metro de 10 de Janeiro)
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