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Na semana passada foi notícia o assalto e agressão ao realizar José Fonseca e Costa, no Bairro Alto. Na altura falou-se da falta de segurança que hoje em dia existe na zona e da falta de policiamento. É sabido que a presença física em rondas, da polícia, é um forte elemento dissuasor. Mas para isso é preciso que os polícias saibam estabelecer prioridades.
Uns dias depois, na Rua da Boavista, perto do Cais do Sodré, decorreu uma inauguração no edifício Transboavista – um prédio quase completamente ocupado por espaços de exposição de arte contemporânea e que junta artistas já consagrados com jovens artistas no início de carreira. Estas inaugurações costumam juntar muita gente e constituir um bom momento.
Na noite do passado dia 5 havia uma meia dúzia de scooters no passeio em frente, eram de pessoas que tinha ido ver a exposição. Ali perto não há nenhuma zona de estacionamento de motos. E às 23h15 não existe um intenso trânsito de peões no local – aliás os visitantes das exposições são mesmo os únicos que por ali andam.
Pois foi a essa hora de movimentadíssimo tráfego pedonal que um carro patrulha, provavelmente da esquadra que fica próxima, com dois agentes, um graduado e outro mais novo, estacionou no meio da faixa de rodagem, sem luzes de sinalização, com o objectivo de multar as scooters. E era o graduado que de bloco em punho circulava entre as scooters, anotando as respectivas matrículas. Não dizia nada – nem sequer pedia os documentos ou a identificação a quem entretanto estava a retirar os veículos. É um estilo – mas é o retrato de uma corporação que mais facilmente anda à caça da multa que em patrulha a prevenir crimes e agressões. Quem manda podia estabelecer prioridades. E evitar cenas ridículas como esta.
(Publicado no diário Metro de 12 de Junho)
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