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O verdadeiro debate do Estado da Nação deve ser a avaliação do trabalho do Ministro das Finanças. Gostava que ele fosse avaliado em função das previsões que fez, da estratégia que escolheu, das medidas que implementou e dos resultados que obteve.
O Ministro das Finanças estabeleceu um objectivo para o deficit e já veio dizer que não o vai conseguir cumprir; o Ministro das Finanças estabeleceu um objectivo para a colecta fiscal e, apesar de ter aumentado impostos de forma sensível, já se sabe que a cobrança fica muito abaixo do esperado; o Ministro das Finanças escolheu uma estratégia assente em políticas de austeridade e tomou medidas que provocaram o aumento das falências, o consequente aumento do desemprego e uma degradação da situação do país, em termos económicos e financeiros.
Começo a pensar que a chave dos problemas da Economia não está no Ministro da Economia mas nas más opções do Ministro das Finanças. Uma avaliação imparcial da actuação do Ministro das Finanças mostra que ele não cumpriu objectivos e errou no efeito previsto das medidas tomadas. Em qualquer circunstância, fora da política, um mau desempenho como este levaria a que o seu responsável fosse afastado. Vitor Gaspar é o maior falhanço do Governo, e a sua acção contaminou vários Ministérios.
Aquilo que pode ter parecido uma boa opção – a escolha de alguém conhecedor dos mecanismos financeiros da União Europeia , acabou por se revelar uma péssima escolha quando se percebeu que ele não passava de um burocrata cego, sem vontade nem capacidade de negociação, desligado da realidade e incapaz de corrigir erros em tempo oportuno. As vantagens que poderá ter trazido são bem menores que os prejuízos que causa.
(Publicado no diário Metro de 10 de Julho)
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