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Por falta de jeito, ou por falta de vontade, o Governo criou, com a questão da TSU, uma situação delicada e colocou-se a ele próprio numa posição fragilizada. A legitimidade eleitoral que o Governo tem não lhe permite fazer tudo o que quiser ou entender, ao contrário do que alguns governantes querem fazer crer. Se as coisas estão pior que se pensava ou se surgiram novos problemas, e se é preciso tomar novas opções e decisões, a prudência recomenda que elas sejam estudadas por forma a que não se crie um côro de protestos que varre todo o espectro social, ideológico e partidário e que enfraquece oi Governo numa altura em que não precisamos de falhas.
Qual a solução para a situação criada? Derrubar o Governo, miná-lo por dentro? Não me parece que promover o inseguro Seguro a governante seja uma boa opção; não me parece que a tropa de choque ainda fiel a Sócrates queira queimar as mãos com as brasas que deixou ao lume. Assim sendo, tenho uma sugestão: Pedro Passos Coelho pode admitir que não é infalível e que por vezes se engana; pode ter a humildade de rever decisões que – já o sabemos hoje – foram insuficientemente discutidas no Governo (com o aliado de coligação), com a oposição e com os parceiros sociais.
A melhor coisa que nos podia acontecer seria o Primeiro Ministro compreender isto, recuar nas precipitações e, em conjunto com quem também assinou o memorando com a troika, procurar uma nova solução.
A melhor alternativa que nós temos disponível neste momento é que um novo Passos Coelho seja a alternativa ao anterior Passos Coelho. Eu acho que ele é suficientemente inteligente e bem intencionado para se deixar de teimosias. É altura de o Primeiro Ministro mostrar que percebe a realidade e se preocupa com o país.
(Publicado no diário Metro de 18 de Setembro)
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