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Por estes dias ficámos a saber que os fiscais da EMEL ganham à multa. A administração da empresa chama-lhe incentivos à produtividade e elogia o bom desempenho dos funcionários que conseguem melhores resultados. Ora acontece que o bom desempenho dos funcionários da EMEL não se verifica na diminuição de carros estacionados em segunda fila nem em outras anomalias que prejudicam de facto a circulação. É sabido que há locais em que os funcionários estão praticamente escondidos à espera que algum incauto se coloque em posição de ser multado – ou porque foi trocar dinheiro, ou porque parou numa situação de urgência ou alguns outros motivos relevantes. Estes zelosos funcionários são pepe rápidos – aparecem, multam e fogem do local para não terem que ouvir os protestos dos cidadãos.
O problema é que a missão da EMEL evoluiu de um regulador do estacionamento para uma empresa caçadora de multas – não lhe interessando grande coisa resolver os problemas mas sim aumentar as receitas das coimas.
Era curioso que a EMEL disponibilizasse uma tipologia de multas aplicadas: quantas correspondem a segunda fila; quantas correspondem a estacionamento em zonas proibidas; quantos correspondem a ausência de ticket de parqueamento e quantas correspondem a estacionamento para além do tempo pago. A resposta a estas questões permitiria avaliar a natureza do serviço prestado pela EMEL. E já agora, qual o tempo médio de resposta a pedidos de desbloqueamentos – para se avaliar se é proporcional ao tempo que demora a bloquear.
A escandaleira é tal que até o atual Presidente da Câmara Municipal de Lisboa veio recentemente admitir que havia muita coisa no funcionamento da empresa que o preocupava. Talvez pudesse, em ações, ser coerente com o que diz. Nós, lisboetas, agradecíamos.
(Publicado no Metro de 23 de Outubro)
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