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Quando as coisas parecem complicadas não há nada como alinhar os factos. Na penúltima semana de Novembro Nuno Santos, Diretor de Informação da RTP, foi chamado à Administração por causa do visionamento de imagens de uma manifestação por parte da PSP. No decurso dessa reunião Nuno Santos sentiu que se devia demitir do seu cargo, invocando sentir falta de confiança da Administração.
A mesma Administração mandou instaurar um inquérito aos factos ocorridos, e os responsáveis por esse inquérito entenderam não pedir o depoimento de Nuno Santos e do seu Diretor-Adjunto, Vitor Gonçalves, sobre o ocorrido.
No dia 28 o Presidente do Conselho de Administração da RTP, citado por vários jornais, disse: “a empresa concluiu que não há motivos para um processo disciplinar, pois o apurado configura uma deslealdade e uma falta processual, mas não é o suficiente para proceder a um processo disciplinar”.
No dia 5 de Dezembro, em audição numa Comissão Parlamentar da Assembleia da República, Nuno Santos disse aos deputados considerar que a sucessão de factos ocorridos configurava, na sua opinião, “um saneamento político”.
No dia 6 de Dezembro, a Administração da RTP, informa Nuno Santos que as suas declarações no Parlamento são razão para desencadear um processo disciplinar com vista a despedimento e proíbe a sua entrada nas instalações da RTP.
No dia 10 de Dezembro, à hora a que escrevo este artigo, a Presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, ainda não falou sobre o facto de alguém ser suspenso por causa de declarações numa comissão parlamentar. Também nenhum líder parlamentar da maioria se inquietou sobre o significado de um processo disciplinar originado por declarações proferidas numa Comissão Parlamentar.
Fica uma pergunta: passou a ser aconselhável não responder às perguntas dos deputados numa Comissão Parlamentar?
(Publicado no diário Metro)
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