Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Um dos fenómenos que me intriga é a mudança de nomes tradicionais de organismos do Estado. Alguns eram boas marcas, fáceis de memorizar e directamente relacionados com a actividade. Não havia que enganar.Quando se queria saber o estado do tempo ía-se à metereologia e o caso ficava arrumado.
A designação foi popularizada durante anos em apontamentos de previsão metereológica na televisão, na rádio e nos jornais. Técnicos do Instituto de Meteorologia tornaram-se até figuras populares, e respeitadas, graças à televisão.
Pois no ano passado o Instituto de Meteorologia e Geofísica foi transformado em Instituto Português do Mar e da Atmosfera - IPMA. Dificilmente se encontraria um nome tão pomposamente gongórico como este, tão anormal em termos de objecto e de comunicação. E a mudança é coisa para ter custado uns cobres aos contribuintes...
Mas o mais curioso é percorrer os nomes de duas dezenas e meia de instituições europeias semelhantes e descobrir que apenas a nóvel instituição portuguesa omite da sua nomenclatura a palavra meteorologia ou suas abreviaturas. A criatividade dos nossos burocratas não pára de me surpreender. Tornámo-nos assim verdadeiramente um país percursor que faz da meteorologia uma ciência tão oculta que até o seu nome é escondido da designação.
Isto pode parecer um preciosismo, mas não é. O nome das instituições deve ser claro sobre elas e a sua missão, deve ser amigável e claro para os utilizadores, confortável e conveniente para nacionais e estrangeiros. Tudo o que a bizantina designmação IPMA não é.
(Publicado no diário Metro de 22 de Janeiro)
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.