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Assisto com alguma perplexidade ao evoluir das propostas de António José Seguro. Que me recorde, quem pediu a intervenção da Troika e assinou o respectivo memorando foi um Governo do PS, sem coligações, dirigido por José Sócrates. E, sem querer bater no ceguinho – o pedido tardou por tardio e custou-nos algum dinheiro a todos, que estamos a pagar agora. Já nem vou falar das decisões como a nacionalização do BPN, que cada vez levanta mais dúvidas por todo o lado, e que foi um sorvedouro de dinheiro dos contribuintes. Isto são águas passadas, dirão. É certo, mas tiveram direitos de autor e é bom que não nos esqueçamos de onde veio – do PS.
Entre excursões de norte a sul e com uma entronização em mais uma confraria – a semana passada foi a do porco bísaro – António José Seguro vai-se distanciando cada vez mais do cumprimento dos acordos que o PS assinou enquanto Governo. A sua táctica de oposição joga na amnésia dos eleitores e da negação do passado. Gostava, a talhe de foice, de recordar que a coligação PSD/PP, com todos os problemas que tem, está no poder há pouco mais de dois anos e que o PS esteve década e meia quase ininterruptamente a contribuir para o estado das coisas a que chegámos. A memória das gentes é curta e às vezes há que colocar uns lembretes. Este é um lembrete sobre o método de governação do PS e os resultados que obteve. Ficámos melhor do que estávamos no fim dos Governos Sócrates? O único programa que se conhece a Seguro é acabar com a correcção dos erros cometidos no passado - até porque, se não houve erros, não é preciso corrigir nada... É um programa político aterrador.
(Publicado no diário Metro de 19 de Fevereiro)
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