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Uma das coisas que falta nas próximas autárquicas de Lisboa é uma posição clara, dos vários candidatos, sobre essa aberração chamada EMEL, uma entidade especializada em dar cabo da vida dos lisboetas – dos contribuintes que aqui pagam imposto automóvel, que aqui vivem, que aqui pagam taxas municipais de esgotos e de tudo o resto, que aqui pagam IMI e que por persistirem em continuar a viver em Lisboa, apesar de todos os atropelas, são penalizados.
Em Abril de 2011, na sequência de alterações solicitadas pela EMEL e patrocinadas pelo executivo municipal, a Assembleia Municipal lamentavelmente aprovou alterações à atribuição do cartão de estacionamento de residente, que dificultam ainda mais a vida dos lisboetas e permitem a intromissão abusiva na sua esfera privada. As alterações são uma maneira de, a coberto de pretextos burocráticos, interferir na vida pessoal dos cidadãos. De facto, se um cidadão residir em Lisboa, estiver registado na sua morada, mas se por uma qualquer razão – vida em comum por exemplo - viver noutro local da cidade mantendo no entanto a residência anterior, fica proibido de pedir estacionamento na nova morada, ao contrário do que acontecia anteriormente.
Qualquer cidadão com residência em Lisboa, eleitor e contribuinte registado na cidade, devia poder, enquanto mantiver essa qualidade, solicitar o seu direito a estacionamento noutro local se a vida o levar a isso e anulando a localização anterior, bem entendido. Tudo o resto é absoluta intromissão na esfera privada e é um abuso burocrático – daqueles que os inventores das rotundas anacrónicas e da caça cega às multas gostam de fazer para verem se conseguem que Lisboa fica ainda com menos habitantes. Quem avança contra a EMEL?
(Publicado no Metro de dia 12 de Março)
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