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Até há pouco tempo eu julgava que os passeios eram para peões e as faixas de rodagem para veículos. Lembro-me que, quando estudei o código da estrada, as bicicletas era consideradas veículos e não deviam andar em cima dos passeios. Pois constato que hoje isso é letra morta. Há poucos dias ía sendo atropelado por duas bicicletas que seguiam numa zona estreita de passeio, com andaimes, na Rua Castilho, ao fim da tarde. Não é a primeira vez que em passeios para peões, e fora das ciclovias, me cruzo com ciclistas que circulam com a convicção que os passeios são seus e que os peões se devem desviar.
Também não consigo compreender porque é que os ciclistas, em Lisboa, muitas vezes decidem não acatar a sinalização dos semáforos e passam os vermelhos, de preferência contornando-os pelas passadeiras para peões. Outra coisa que me faz espécie é que os ciclistas andem lado a lado na faixa de rodagem, condicionando todo o trânsito. Tudo isto são contravenções ao código da estrada – mas em nome do espírito politicamente correcto que se instalou para quem anda de bicicleta, o código da estrada pelos vistos deixou de ser aplicado. Esta é uma originalidade portuguesa. Lá fora não vejo isto – e vejo muito mais bicicletas a circular nas cidades do que aqui.
Os ciclistas andam nas faixas de rodagem ou nas suas zonas demarcadas, param nos sinais vermelhos e não andam por cima de passeios nem em passagens de peões. Não percebo porque é que em Portugal existe isto – e já imagino que os fanáticos das bicicletas se indisponham com o que aqui escrevi – mas na verdade não me agrada nada ir no passeio - e andar na rua a pé é uma coisa de que gosto - e ter que me desviar por causa de um ciclista.
O Dr. António Costa achará que isto é forma de tratar os peões lisboetas ou continua a fechar os olhos aos devotos do vereador Fernandes?
(publicado na edição do diário Metro de dia 18 de Junho)
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