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BICICLETAS NOS PASSEIOS

por falcao, em 18.06.13

Até há pouco tempo eu julgava que os passeios eram para peões e as faixas de rodagem para veículos. Lembro-me que, quando estudei o código da estrada, as bicicletas era consideradas veículos e não deviam andar em cima dos passeios. Pois constato que hoje isso é letra morta. Há poucos dias ía sendo atropelado por duas bicicletas que seguiam numa zona estreita de passeio, com andaimes, na Rua Castilho, ao fim da tarde. Não é a primeira vez que em passeios para peões, e fora das ciclovias, me cruzo com ciclistas que circulam com a convicção que os passeios são seus e que os peões se devem desviar.

 

Também não consigo compreender porque é que os ciclistas, em Lisboa, muitas vezes decidem não acatar a sinalização dos semáforos e passam os vermelhos, de preferência contornando-os pelas passadeiras para peões. Outra coisa que me faz espécie é que os ciclistas andem lado a lado na faixa de rodagem, condicionando todo o trânsito. Tudo isto são contravenções ao código da estrada – mas em nome do espírito politicamente correcto que se instalou para quem anda de bicicleta, o código da estrada pelos vistos deixou de ser aplicado. Esta é uma originalidade portuguesa. Lá fora não vejo isto – e vejo muito mais bicicletas a circular nas cidades do que aqui.

 

Os ciclistas andam nas faixas de rodagem ou nas suas zonas demarcadas, param nos sinais vermelhos e não andam por cima de passeios nem em passagens de peões. Não percebo porque é que em Portugal existe isto – e já imagino que os fanáticos das bicicletas se indisponham com o que aqui escrevi – mas na verdade não me agrada nada ir no passeio - e andar na rua a pé é uma coisa de que gosto - e ter que me desviar por causa de um ciclista.

 

O Dr. António Costa achará que isto é forma de tratar os peões lisboetas ou continua a fechar os olhos aos devotos do vereador Fernandes?

 

(publicado na edição do diário Metro de dia 18 de Junho)

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publicado às 10:29


17 comentários

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De Paulo Serol a 18.06.2013 às 13:11

Só queria deixar um pequeno comentário. É verdade que por vezes os ciclistas circulam na via lado a lado mas fazem-no como uma forma de defesa dos condutores de automóveis que não leram o código da estrada onde diz que não são permitidas ultrapassagens numa só via, provavelmente porque pensam que só se aplica aos motociclos. Quanto à circulação nos passeios e desrespeito pela sinalização, concordo que devia ser punido, tal como qualquer condutor de automóvel que se aproximasse demasiado de um ciclista.
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De Anónimo a 18.06.2013 às 14:00

Ja agora e quando os peões andam a passear nas ciclovias como se fosse passeios?! Isso ja voce nao fala.
Ou quando os carros fazem razias que só a deslocação do ar atira com os ciclistas para o chão.
O andar a par esta previsto nos codigos de estrada por toda a europa menos em Portugal, mas isso esta a ser tratado. O condutor ve melhor quem vai em cima da bicicleta e é mais seguro para o ciclista, pois os condutores a ultrapassar têm de ir a faixa contraria e nao faz razias.
E em relacao aos semaforos. Quer comparar uma bicicleta que passa um vermelho a 10 ou 15 km hora com um veiculo motorizado..
Pense um bocadinho naquilo que vai dizer.....assim evita que a porcaria lhe saia pela boca e por favor nao pense muito pq pode queimar algum neuronio.
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De Luís a 18.06.2013 às 14:09

Tem uma certa razão, o meu melhor conselho é que passe a fazer o que muitos peões, joggers, pessoal com carrinho de bebé etc. etc... Fazem? Comece a fazer as suas passeateas nas ciclovias!! Além de serem intransitáveis, também não valem nada!!

P.S.- Além disso lá não há ciclistas ;-)
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De Rui Amaral a 18.06.2013 às 14:12

Sendo um utilizador diário de bicicleta não deixo de concordar consigo na questão dos passeios. São para os peões, só eles lá deveriam andar. Mas também deveria falar na quantidade de carros e motas que entram por eles a dentro para estacionar. Nunca viu ninguém com carrinhos de bebes, ou mesmo sem eles, a ter que ir no meio da estrada por haver carros estacionados no passeio?
Quanto às questões dos semáforos, nunca passou um sinal vermelho para peões quando não vem nenhum carro? É uma questão cultural, temos o hábito de infringir, quer seja passar um vermelho (vejo diariamente mais carros do que bicicletas a fazê-lo), falar ao telefone qd se conduz, excesso de velocidade, etc. É só uma questão de ponderar o que representa maior perigo para si mesmo e essencialmente para os outros.
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De FC a 18.06.2013 às 14:20

Ora aqui está um fã do acp e dos barbosas de Portugal, uma vez que não consegue ver carros em cima do passeio, ciclovias, e a passarem vermelhos com muito espaço de travagem, entre outros. Na verdade um automobilista (fanático) que se disfarça de peão (eles agora andam a fazer isso...).
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De falcao a 18.06.2013 às 15:53

Não há maneira mais eficaz de descobrir ayatollahs e fundamentalistas diversos do que escrever sobre bicicletas. Gosto da maneira como saltam logo. Também gosto muito dos anónimos, dos que insultam, dos que só vêem pecados nos outros e a razão do lado deles.
Manuel Falcão
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De Pedro a 18.06.2013 às 17:48

http://www.passeiolivre.org/
"Até há pouco tempo eu julgava que os passeios eram para peões e as faixas de rodagem para veículos"
São bicicletas que vê no passeio, não é Sr. Manuel?
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De Rui Dias a 18.06.2013 às 21:08

Analisando este post, verifico que este senhor não tem qualquer noção da realidade portuguesa, visto que a conclusão a que chega, não reflete a situação actual.
Desde quando é que o ciclistas podem transitar nas faixas de rodagem sem perigo em Lisboa ? 😳
Desde quando é que os peoes respeitam as ciclovias ? 😳
Meu amigo, penso que deveremos adoptar o bom senso para estas situações. 😉
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De joão barreto a 18.06.2013 às 22:49

Não posso concordar mais consigo se critica imbecis que conduzem de forma irresponsável pondo em perigo a integridade física de outros.

As situações que descreve no seu artigo em que algum ciclista pôs em perigo um peão (neste caso, a sua pessoa) é profundamente lamentável. Descreve algo que eu e uma grande porção dos utilizadores de bicicleta em lisboa não fazem - comportar-se de forma irresponsável na via pública, pondo em perigo terceiros (ainda por cima mais vulneráveis)

Infelizmente há uma minoria de imbecis em todos os grupos - quer estejamos a falar de pessoas que usam a bicicleta, ou que usam o automóvel.

Devo começar por dizer-lhe que uso regularmente a bicicleta e ocasionalmente o automóvel para me deslocar em Lisboa no meu dia-a-dia e tenho muito cuidado em assegurar-me que o meu comportamento em cima da bicicleta ou dentro do automóvel é responsável. Por exemplo: (i) não circulo (de bicicleta ou automóvel) nos passeios reservados a peões; (ii) não estaciono (bicicleta ou automóvel) em cima de passeios ou a obstruir passadeiras; (iii) não circulo a velocidades excessivas (seja de bicicleta ou de automóvel); (iv) ao aproximar-me de passadeiras (de bicicleta ou automóvel) abrando sempre e paro caso alguém se prepare para atravessar; (v) quando à frente de mim circula um ciclista e eu vou de automóvel modero a minha velocidade, deixo uma distância de segurança e, caso precise de o ultrapassar, deixo uma distância lateral de pelo menos 1,5m para minimizar o risco de atropelamento no caso de queda ou desvio brusco do ciclista; (vi) não buzino dentro de localidades quando vou de automóvel, salvo em emergência.

Sinceramente não sou seguidor das suas crónicas, pelo que li esta de forma isolada.

No seu artigo foca-se em a situações praticadas por uma minoria de entre menos de 1% da população que usa a bicicleta regularmente (segundo os censos recentes).
Isto quando quase 50% da população da sua cidade usa o automóvel como meio de transporte principal. Como sabe, entre esses há também uma minoria que se comporta de forma altamente irresponsável - conduzindo a velocidades excessivas, estacionando de forma selvagem, desrespeitando passadeiras.
Ora, uma minoria entre 50% produzirá muito mais situações tão ou mais revoltantes que aquelas que aborda no artigo (causadas por uma minoria de menos de 1% da população). Certamente concordará que não exagero: basta sentar-se 10min numa qualquer rua de lisboa e contar quantas infrações ao código da estrada vê por ciclistas e por automobilistas, e verá que os últimos ganham sempre por larga vantagem - isto porque são muitos mais e entre eles há uma minoria de maus comportados.

A juntar a isto, não poderá certamente negar que a consequência de um mau comportamento quando se conduz um automóvel é muito mais grave que o que um ciclista mal comportado pode causar em terceiros (dados o volume, o peso, a velocidade a que um automóvel pode facilmente atingir).
Para tal, basta constatar os números de atropelamentos dentro de localidades em lisboa, sem paralelo com qualquer outra cidade ocidental; sendo que quase metade desses atropelamentos são em situações em que o peão cumpria as regras do código da estrada! (ver relatório de sinistralidade rodoviária da ANSR de 2011)

Por isso, partilhando a sua angústia e revolta contra quem tem comportamentos irresponsáveis na via pública, e assumindo que o Manuel Falcão é uma pessoa de bom senso (não é certamente nenhum fundamentalista anti-bicicletas), imagino que o Manuel, antes de escrever este artigo, terá certamente começado por escrever (muitos) outros sobre as situações mais graves e frequentes de incumprimento do código da estrada: por exemplo, sobre condutores de automóveis que fazem das cidades portuguesas casos de estudo de estacionamento selvagem (e perigoso para peões); ou sobre o caricato número de atropelamentos de peões nas nossas cidades, sem paralelo na europa ocidental; etc.

Procurando no google, não encontrei nenhum artigo seu sobre estes temas - mas certamente foi pouco jeito meu.

Como não consegui encontrar, pode por favor partilhar aqui no blog os links para esses seus artigos?

Atentamente,
João Barreto
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De Paulo Vieira a 19.06.2013 às 00:29

Caro Manuel Falcão,

O senhor tenta passar a ideia que o seu texto é em defesa dos peões, quando na verdade o objectivo é apenas atacar os ciclistas (coisa que já fez no passado). Repare-se na maneira como termina:

"O Dr. António Costa achará que isto é forma de tratar os peões lisboetas?"

Dei-me ao trabalho de pesquisar pelos termos "peão" e "peões" nos seus textos anteriores presentes no blog. Não encontrei um único verdadeiramente preocupado com a defesa dos direitos dos peões. Se estiver errado agradeço que me corrija.

Estou absolutamente de acordo consigo quanto à utilização de passeios por ciclistas. É uma prática que deve ser reprovada. Mas será esse verdadeiramente o problema dos peões nas nossas cidades? Que dizer da atitude da grande maioria dos automobilistas em relação ao estacionamento em cima dos passeios? Novos ou velhos, ricos ou pobres, doutorados ou analfabetos, o facto é que a grande maioria das pessoas com um volante nas mãos olha para os passeios como mais um local de estacionamento, impedindo assim a passagem de pessoas em cadeiras de rodas, carrinhos de bebés, com trolleys das compras, etc etc.

É de facto interessante como este "pequeno" problema para a mobilidade pedonal nem sequer é mecionado num texto que começa desta maneira: "Até há pouco tempo eu julgava que os passeios eram para peões e as faixas de rodagem para veículos. ".

Com todo o respeito, mas o seu texto é de uma tal demagogia que chega a ser rídiculo.

Com os melhores cumprimentos.

Paulo Vieira
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De Domingos Nunes a 02.08.2013 às 12:53

Mete-me confusão, que certos "comentadores" não vejam o ridículo que são!. Provavelmente, são gajos sem educação, que tem o seu carrinho e bicicleta e que diáriamente assustam peões, atropelam animais, tudo em nome do "seu direito"...e então os direitos dos outros (peões). E ainda alguns vêm dizer que o autor é um demagogo e que apenas está a implicar com os automobilistas e ciclistas!. Tenham juízo e vejam que estão completamente errados!!. O mais engraçado, é que recentemente, um ciclista, vendo que o trecho do passeio era curto, cheio de cactos e aloés bem bicudos, queria à real força, que eu o deixasse passar. Ou seja, eu teria de ir para a estrada e o "cumpridor" ciclista é que devia ir para o passeio!. Resumo: eu é que devo ser atropelado e o ciclista ficar incólume!. Parece mais comportamento de alguém "autocrático" do que alguém, dito "democrático". E está tudo dito!. Quero ver se têm argumentação para isto!!.

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