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COMO VAMOS DE INTERNET? - A utilização da internet pelos portugueses continua a aumentar e cresceu o número de utilizadores com mais de 64 anos, que duplicou em relação a 2019, atingindo já um universo de 1,3 milhões, um valor que representa 56% dos portugueses acima dos 64 anos. Segundo a Marktest, o acesso regular à web é agora já realizado por 81% dos portugueses com mais de 15 anos, representando um aumento de 2 pontos percentuais em relação a 2023. Por outro lado, os dispositivos móveis (smartphones e tablets) continuam a liderar o acesso à Web, representando 75% dos pageviews auditados, um aumento em relação aos 73% de 2023. E, como já foi referido, o segmento de utilizadores com mais de 64 anos aumentou e a faixa imediatamente anterior (55-64 anos) teve um crescimento ainda ligeiramente superior. A penetração da web nos segmentos etários mais jovens e nas classes sociais A e B manteve-se próxima da saturação, com níveis de acesso próximos de 100%. Um outro estudo da Marktest “Os Portugueses e as Redes Sociais” apresenta uma novidade: o Instagram já é a rede social mais utilizada entre nós, sendo referida por 34,2% dos inquiridos como a rede a que acedem com maior frequência, ultrapassando pela primeira vez o Facebook que recolheu 20,98% das referências. O WhatsApp, por seu lado, recolhe 27,2% das referências neste estudo. No entanto, embora esteja a ser utilizado com menos frequência, o Facebook continua a ser a rede social com maior penetração em Portugal, sendo que quase 90% dos portugueses que utilizam redes sociais têm uma conta criada no Facebook. Nas posições seguintes surgem o WhatsApp (88,3%) e o Instagram (82,1%). A larga distância encontram-se o X (antigo twitter) e o TikTok.
SEMANADA - No segundo trimestre deste ano os preços das casas tiveram uma subida recorde de 3,9% face ao trimestre anterior; o FMI estima que o preço das casas em Portugal está sobrevalorizado em 20%; 60% das empresas portuguesas falham integração de pessoas com deficiência; em 2023 as contribuições de cidadãos estrangeiros para a Segurança Social foram as mais elevadas de sempre e representaram uma subida de 44% em relação a 2022; o montante anual de créditos concedidos a particulares pelos bancos ascendeu a mais de 130,2 mil milhões de euros em agosto, um aumento de 2,2% face a igual mês de 2023; 11% da área total do território nacional ardeu nos últimos dez anos; o sector do Turismo foi alvo de mais de 4000 reclamações desde o início do ano, verificando-se uma subida de 22%, face ao ano anterior; dos 38 554 acidentes de viação com feridos registados pela PSP entre 1 de janeiro e 31 de agosto deste ano, 22% (8427) tiveram a fuga de pelo menos um dos intervenientes; no mesmo período, a PSP efetuou 33 137 detenções por crimes na estrada; em apenas dois meses a PSP detectou 326 idosos em risco social; em 141 casos de crimes cometidos contra idosos a violência ocorreu na família e 45% foram cometidos por filhos e enteados.
O ARCO DA VELHA - Portugal só cumpre 4% das ordens emitidas para expulsão de estrangeiros e ao manter os ilegais, Portugal não cumpre a regra exigida aos países da União Europeia.

OUTRA FOTOGRAFIA - José M. Rodrigues, um dos nomes mais importantes da fotografia portuguesa, tem uma nova exposição em Lisboa, na Galeria da Avenida da Índia, até 22 de Dezembro. Com cerca de meia centena de fotografias e um vídeo, esta exposição só tem obras inéditas propositadamente feitas para esta ocasião. Com o título “Tratado” e curadoria de Óscar Faria, a exposição está centrada em retratos de familiares e de amigos de José M. Rodrigues e estas fotografias relacionam-se também com os lugares onde foram tiradas, sempre com a natureza a envolver as pessoas e a paisagem como pano de fundo. A natureza e a paisagem são aliás temas recorrentes na obra de José M. Rodrigues, cujo olhar é particularmente atento sobre a evolução do território. As fotografias de “Tratado” são baseadas na ligação do fotógrafo com cada pessoa fotografada, da aproximação entre ambos, da relação que se criou. Cada imagem foi pensada para colocar cada retratado num determinado local. São fotografias imaginadas, mentalmente produzidas, mas não rigidamente encenadas. As imagens nascem no momento em que são feitas, exactamente graças à ligação entre fotógrafo e fotografado e, como salienta Oscar Faria, estes “instantâneos” fixam o tipo de relações que José M. Rodrigues mantém com o retratado” e o método de trabalho inclui uma negociação que passa pela escolha de um lugar numa “pessoalíssima geografia sentimental”. Como o curador faz notar, “há muitas histórias que nos chegam destes instantes onde artista e modelo comungam um mesmo propósito: a eternidade de um segundo.” A exposição pode ser visitada até 22 de Dezembro, de terça a domingo, das 10h às 13h e das 14h às 18h, na Galeria da Avenida da Índia, com entrada livre.

ROTEIRO - O destaque desta semana vai para "Não vá o diabo tecê-las! A Tapeçaria em diálogo a partir da Coleção Millennium bcp”, no Torreão Nascente da Cordoaria Nacional. Até 12 de Janeiro podem ver 86 obras oriundas da Manufatura de Tapeçarias de Portalegre, feitas ao longo de 78 anos, tapeçarias produzidas a partir de originais de artistas como Artur do Cruzeiro Seixas, Graça Morais, Lourdes Castro, Manuel Cargaleiro, Maria Helena Vieira da Silva, José de Almada Negreiros, Júlio Resende ou Júlio Pomar, entre outros. A entrada é gratuita, na imagem está “O Sagrado e o Profano”, de Graça Morais, uma das obras expostas. Na Galeria Belo-Galsterer (Rua Castilho 71 r/c esq), o mar é o tema da nova exposição de Claudia Fischer, “signals from sinking islands”, 18 fotografias inéditas utilizando diversas técnicas, entre elas a manipulação de negativos antigos da família da artista. Na mesma galeria, em simultâneo com o trabalho de Claudia Fischer, Ana Velez apresenta uma série de pinturas intitulada “Erasure. The Cosmic Layers of Time”. Em Coimbra, no Centro de Artes Visuais, até 1 de Dezembro, duas novas exposições: “Dormência”, de Cristina Mateus, e “Radical Papers”, que mostra livros de artista, revistas e edições de autor dos anos sessenta e setenta do século passado, nacionais e internacionais, com particular atenção aos momentos de cruzamento criativo entre os universos musicais e os das artes visuais. As duas exposições têm curadoria de Miguel von Hafe Pérez.

SOBRE AS AMEAÇAS - “Autocracia, Inc - "Os ditadores que querem governar o mundo” é o novo livro de Anne Applebaum, vencedora do prémio Pulitzer, jornalista e historiadora, redactora da revista The Atlantic e senior fellow no Agora Institute da Universidade Johns Hopkins. Applebaum retrata assim a situação actual: “A política internacional está cada vez mais complexa, a tecnologia avança a cada segundo e a ameaça à paz mundial é constante”. Para Anne Applebaum os líderes autocráticos e os seus regimes estão a consolidar-se, entreajudam-se independentemente das suas ideologias, utilizando novas tecnologias, propaganda sofisticada e redes internacionais de apoio para minar as instituições democráticas, utilizando serviços de segurança – militares, paramilitares e policiais – e peritos em tecnologia da informação e desinformação. A História recorda-nos como eram os Estados autocráticos: há um líder todo-poderoso no topo e esse líder controla as autoridades e as polícias. As polícias, nesses Estados, ameaçam as pessoas com o uso de violência e perseguem os dissidentes. Mas, no século XXI, defende Applebaum, a realidade já não é essa: “Hoje em dia, as autocracias não são sustentadas por um ditador, mas por redes sofisticadas compostas por estruturas financeiras cleptocráticas, tecnologias de vigilância e propagandistas profissionais, que operam em vários regimes, desde a China à Rússia ou ao Irão. As empresas corruptas de um país fazem negócios com as empresas corruptas de outro. A polícia de um país pode treinar a polícia de outro e fornecer-lhe armamento. Os propagandistas partilham recursos e temas, transmitindo as mesmas mensagens sobre a fraqueza da democracia e os males da América.” Edição Bertrand.
UM DISCO RARO - Há sete anos o festival de Bath fez uma encomenda à anglo-polaca violinista e cantora Alice Zawadzki para formar um trio, para uma única actuação no festival, com a condição de os seus parceiros serem músicos com quem ela desejava tocar e ainda não tinha conseguido. A escolha de Alice Zawadzki recaíu no pianista e compositor de formação clássica Fred Thomas e no baixista de jazz Misha Mullov-Abbado. A colaboração entre os três músicos foi-se desenvolvendo e no ano passado o patrão da ECM, Manfred Eicher decidiu gravar este álbum, “Za Górami”, cujo significado é “para além das montanhas”. O trio escolheu dez temas, de origem na tradição musical europeia, latina e sefardita. O entendimento entre os três músicos é fantástico e a voz de Alice Zawadzki, quente e envolvente, acrescenta encanto especial a todo o trabalho, conseguindo um disco de rara beleza. Aqui estão temas como uma canção tradicional espanhola, “Suéltate las Cintas”, uma do compositor venezuelano Simón Díaz, “Tonada de Luna Llena” e a intensa melodia popular polaca “Za Górami”, que dá o título ao álbum. Fred Thomas criou a música para um poema de James Joyce, “Gentle Lady” e a terminar o disco, surge uma canção de amor sefardita, “Arvoles Lloran por Lluvias”, o lamento de um soldado que parte para a guerra.
WEEKEND - Neste fim de semana, nos dias 4, 5 e 6 de outubro, o MAAT celebra o seu oitavo aniversário, oportunidade para visitar as seis exposições temporárias que o museu tem patentes, entre as quais “O Mundo Inteiro É Um Palco”, de William Klein. Nestes mesmos dias o MAAT recebe a Block Party, que celebra a fusão entre música, gastronomia e mercado. Se estiver em Londres no fim de semana, não perca a Frieze 2024, em Regent’s Park, uma feira de arte que conta com 270 galerias de 40 países. E, a terminar, a artista portuguesa Ana Vidigal apresenta a partir de dia 3, no centro de arte contemporânea de Tours, a exposição “Pour Voir Ferme les Yeux”.
DIXIT - “ O Governo gostaria de fazer, com este Orçamento, tudo quanto a oposição desejaria fazer. E a oposição esforça-se por impedir que o Governo faça o que ela gostaria de fazer” - António Barreto
BACK TO BASICS - “O homem inventou a linguagem para satisfazer a sua grande necessidade de se queixar” - Lily Tomlin, escritora e actriz.
A ESQUINA DO RIO É PUBLICADA SEMANALMENTE, ÀS SEXTAS, NO SUPLEMENTO WEEKEND DO JORNAL DE NEGÓCIOS
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