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Já nenhum produto vive exclusivamente no meio para o qual foi inicialmente concebido – as séries de televisão são também vistas num computador portátil ou num tablet, as notícias de um jornal são vistas mais depressa no digital que no papel, a rádio ouve-se tanto nas suas transmissões hertzianas como no streaming digital. Nenhum grupo de comunicação pode, hoje em dia, ignorar que a combinação otimizada entre os vários canais de distribuição à sua disposição é a chave do sucesso.
O tempo tem mostrado que as marcas de informação que melhor funcionam – e que mais rendimentos conseguem de assinaturas ou de publicidade, ou de ambas – são aquelas que melhor exploram a convergência entre as diversas plataformas.
Ainda não existe um modelo de negócio sedimentado, mas é possível perceber que, ao fim de alguns anos, o The Guardian, de Londres, cujo site tem acesso totalmente livre, já conseguiu começar a sair do encarnado; e que os resultados do The New York Times, que tem um sistema misto, são também animadores.
Por outro lado, constata-se que os jovens adultos que ingressam na vida ativa mostram uma tendência para deixar de aceder exclusivamente a noticiário online, e começam a consumir informação impressa, através de um sistema em que uma assinatura é válida em todas as plataformas.
A informação continua a ser um dos maiores motores de captação de audiências – o Twitter tornou-se uma fonte de notícias de última hora e cerca de 50% dos utilizadores do Facebook usam a rede social para saberem notícias de atualidade. Uma organização noticiosa hoje não se limita a ter uma edição tradicional – usa também as redes sociais para alargar a sua influência e a notoriedade da sua marca.
É cada vez mais evidente que as marcas mais antigas e prestigiadas de informação, e que na maioria provêm de empresas editoras de jornais e revistas, são aquelas que conseguem maior confiança e reconhecimento dos seus consumidores.
Um recente estudo feito nos Estados Unidos mostra que, em relação a produtos de comunicação essencialmente baseados em notícias, os jornais e revistas captam a maior fatia do investimento publicitário, à frente das estações de televisão noticiosas (cable news channels). Aqui está um caso em que a televisão não bate a imprensa.
Mesmo nesta época digital, as notícias da morte da imprensa são largamente exageradas – e as notícias da perca de influência da informação são completamente erradas. Mudam-se os tempos, mudam-se os canais de distribuição, mas a essência das coisas continua.
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