Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Um dos meus rituais de início de cada ano é sentar-me a folhear o Borda D’Água. O nome completo é “O Verdadeiro Almanaque Borda D´Água - Reportório útil para toda a gente”, uma publicação que existe há 96 anos, “contendo todos os dados astrológicos e religiosos e muitas indicações úteis de interesse geral”. Editado desde a sua fundação pela Editorial Minerva, mantendo sempre o mesmo aspecto gráfico e secções, o almanaque custa três euros. A edição de 2025 tem 24 páginas e uma tiragem de cem mil exemplares. Na ficha técnica ainda aparece um número de fax e ao longo das páginas existem prognósticos para o ano, conselhos práticos baseados na sabedoria popular (de provérbios a mezinhas), na ciência e na astrologia, assim como previsões meteorológicas, previsões para a agricultura, épocas de sementeiras e outros trabalhos agrícolas, fases da lua, informação sobre o mar e as marés, calendário, efemérides, mas também, logo na segunda página, o rol de feriados e festividades ao longo do ano. Em cada mês há os nomes de pessoas que nele nasceram, dos santos respectivos, informações sobre o que se deve semear e colher, seja nas hortas ou no jardim, além de indicação da hora do nascer e do pôr do sol e das fases da lua e dos mercados festas e feiras. Cada mês é ainda acompanhado de dizeres populares, como por exemplo “em Fevereiro chuva, em Agosto uva”. Infelizmente o Borda D'Água ainda não me consegue dizer o que se passará na política. Mas sejamos compreensivos: é impossível prever a que loucuras assistiremos ao longo do ano neste rectângulo à beira mar plantado e, menos ainda, adivinhar quais serão os candidatos a Presidente da República ou o que se passará nas autárquicas.
https://www.sapo.pt/opiniao/artigos/o-meu-vicio-de-ano-novo
Os Pensamentos Ociosos aparecem às sextas no sapo.pt
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.