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Esta semana a RTP2 voltou a ser o quarto canal mais visto. E que aconteceu para o segundo canal do Serviço Público ter ultrapassado os vários canais de cabo que têm conseguido melhores audiências que ele? Pois a resposta é simples – foi a transmissão do Campeonato do Mundo de hóquei em patins. E, em simultâneo, os jogos do Europeu de Sub 21 foram também os responsáveis pelas melhores audiências da RTP1. Temos assim uma semana em que os canais generalistas da RTP fizeram audiências graças à transmissão de provas desportivas e em que os privados as conseguiram graças a produções nacionais de ficção – as novelas “Mar Salgado” e “A ]Unica Mulher”.
Claro que num caso e noutro estavam em causa as selecções nacionais e esse é sempre o argumento que a RTP usa para vestir de serviço público aquilo que é apenas um catalisador de audiências com base na transmissão de um espectáculo desportivo, que pela certa também interessaria aos privados.
Esta discussão está longe de terminar – o serviço público de televisão deve ter em conta o interesse dos públicos que dão bons números de audiência ou o interesse público no fomento de uma indústria audiovisual? Qual o interesse público que deve ser dominante numa estação de televisão: concorrer com os privados em tipologias de programação que eles também queiram emitir ou procurar complementar a paisagem audiovisual com outras tipologias que não são desenvolvidas pelas estações privadas?
(publicado na Sexta, revista de televisão do Correio da Manhã, de 3 de Julho)
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