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PREFERÊNCIAS SOCIAIS - O tempo médio  dedicado diariamente pelos portugueses às redes sociais é actualmente de 97 minutos, um aumento face a 2023, segundo o estudo “Os portugueses e as redes sociais”, da Marktest. Este número, que ultrapassa a hora e meia diária, aumenta consideravelmente entre as camadas mais jovens, aproximando-se das duas horas e meia (145 minutos). 97% dos portugueses que têm um perfil criado em qualquer das redes sociais refere que a consulta a estas plataformas é um hábito diário e praticamente 90% assume fazê-lo várias vezes ao dia. A faixa horária mais frequente é entre as 20h00 e as 22h00. O Instagram, que fez dez anos no início de Setembro, é considerado como a rede social mais interessante por 40% dos portugueses. Um outro estudo da Marktest estuda a audiência de 43 sites portugueses, o netAudience. Os cinco primeiros lugares são ocupados, por esta ordem,  pela TVI,  SIC,  Correio da Manhã, Jornal de Notícias e NiT. Depois, para completar o top ten, surgem o Expresso,  Observador, Flash, OLX e RTP. O estudo analisa também os dados por sexo e enquanto os homens colocam a SIC  em 2º lugar, as mulheres colocam a NiT  nesta posição. Já a NiT, entre os homens, encontra-se em 7º lugar e a SIC, entre as mulheres, ocupa a 4ª posição. Por outro lado, tendo em conta os 20 sites com maior audiência, as maiores diferenças por sexo registam-se no site O Jogo, que é 11º entre os homens e 25º entre as mulheres.  Finalmente, este estudo da Marktest indica que,  considerando  a lista das 20 entidades com maior alcance, a TVI teve o valor mais alto de acessos em dispositivos móveis e o OLX foi o que teve o valor mais alto em PC’s.

 

SEMANADA - Em 27 municípios o preço médio das casas duplicou nos últimos cinco anos e o preço médio por metro quadrado no país ultrapassou pela primeira vez os 1700 euros; os preços das casas em Lisboa são 151% mais altos do que no resto do país; o impacto do golf na economia portuguesa é de  €4.200.000.000 euros,  representando 1,2% do PIB nacional; nos últimos 30 anos o PIB português cresceu 48%, enquanto o da Irlanda cresceu 305%; um estudo divulgado pelo Instituto + Liberdade revela que somos o 2.º país com mais escalões de IRS na União Europeia e somos o que tem maior progressividade no IRC e com mais taxas; Portugal tem mais de 4.300 taxas e taxinhas e regras fiscais complexas que geram custos de contexto indesejados;  Portugal tem também uma grande instabilidade e imprevisibilidade legislativa, devido às constantes alterações no sistema fiscal e nos últimos 30 anos houve mais de 1.300 alterações ao código de IRC; o sistema fiscal português é o quarto menos competitivo da OCDE, mantendo-se nos últimos lugares da tabela de 38 países, estando no penúltimo lugar na avaliação da competitividade fiscal sobre as empresas (ou seja, em 20º lugar nos impostos sobre  a propriedade , na 22ª posição nos impostos sobre o consumo , na 26ª sobre os rendimentos individuais; a margem operacional bruta das empresas não financeiras em Portugal é a mais baixa da Europa em paridade de poderes de compra, é menos de metade da margem das empresas espanholas e sete vezes inferior à das alemãs.

 

O ARCO DA VELHA - O juiz Orlando Nascimento subiu este mês ao Supremo Tribunal de Justiça apesar de ser arguido num processo crime em que é suspeito de abuso de poder.

 

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O SANTO PUBLICITÁRIO -  Podem os santos fazer publicidade? Parece que sim e a exposição “Santo António na Publicidade” que relata o papel do santo padroeiro de Lisboa na publicidade, logo desde o século XIX, pode ser vista até 20 de Abril e foi comissariada por Eduardo Cintra Torres, que tem obra publicada sobre a história da publicidade em Portugal. A exposição mostra vários exemplos da utilização publicitária da imagem de Santo António, muito para além das Festas de Lisboa, aliás evocada no local do Museu, o Largo de Santo António à Sé,  com um mupi, um manjerico gigante e um altar feito com grades de cerveja. De entre as peças apresentadas nesta mostra, Eduardo Cintra Torres destaca “um conjunto notável de cartazes relativos a Santo António encomendados a artistas gráficos pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, entre os anos 1930 e 1980, que aqui se reúnem pela primeira vez». Até para promover o Vinho do Porto a imagem de Santo António foi utilizada, como se vê na imagem.  Eduardo Cintra Torres destaca ainda como ficou surpreendido pela  quantidade de anúncios que aludem a Santo António e às marcas que usam a designação Santo António. «Para além disso - sublinha Cintra Torres -  o mais surpreendente é o afecto pelo Santo que a publicidade transmite, revelando um lado genuíno nesta relação da publicidade com ele. Sabemos do afecto pelo Santo no dia-a-dia das pessoas, mas esse afecto também foi transportado para as mensagens publicitárias, algo que continuou até aos dias de hoje quando a publicidade já se encontra despida desse carácter religioso».

 

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ROTEIRO - A Mostra de Fotografia e Autores - MFA Lisboa apresenta ao longo de Novembro e Dezembro 20 exposições fotográficas sob o tema genérico “NÓS”, uma iniciativa da associação C11. O arranque é já dia 2 no Mercado de Arroios. Aí estarão patentes, até 30 de Novembro, diversas exposições como “Ponto de Chegada” de André Rodrigues, sobre a vida dos imigrantes e a exploração agrícola intensiva no litoral alentejano, e “Pa-raíso” , de Lara Jacinto, um projecto que se centra nos migrantes que trabalham na actividade turística. Neste núcleo está também o resultado de residências artísticas realizadas no concelho de Lagoa. Augusto Bázio mostra em “Filhos do Sol - A Busca do Idílico”, o Algarve como um território de sazonalidade em que o habitante é o turista que se auto isola numa bolha de ilusória felicidade. Já Paulo Catrica apresenta “Pospectus”, uma série fotográfica sobre paisagem e arquitectura, que reflecte formas de habitar neste território do sul do país. E Valter Vinagre expõe “Corações Ao Alto, que documenta credos e confissões religiosas que coexistem pacificamente em Lagoa (na imagem), através de retratos dos seus guias espirituais. No mesmo dia, nos Jardins do Bombarda (Rua Gomes Freire 161, onde era o antigo hospital psiquiátrico) abrem uma série de outras exposições: a colectiva “Agenda 2030”, “Menos que nada não é igual a tudo”, de João Mariano, “Casulo”, de Vitorino Coragem e “Bailarino Valentim de Barros”, sobre um artista  que foi internado mais de quatro décadas no Hospital Psiquiátrico Miguel Bombarda por ter sido diagnosticado como homossexual. Além disso, no mesmo local, decorrerá um mercado da fotografia com livros novos e usados e equipamento fotográfico vintage. Podem ir seguindo a abertura das exposições na página da associação  CC11 no Facebook, onde estão todas as informações. 

 

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A DÉCADA QUE MUDOU PORTUGAL - Como era a vida em Portugal nos anos 80? É a esta pergunta que Pedro Boucherie Mendes responde com um trabalho completíssimo que em cerca de 600 páginas faz o retrato de uma década em que muito mudou no país. “A Década Prodigiosa- Crescer em Portugal nos Anos 80” é um guia para quem não viveu essa época. O próprio autor tinha dez anos quando a década de 80 começou, portanto o livro é fruto de uma investigação minuciosa, dezenas de entrevistas, horas à procura de informação. O livro tem três partes: “Céu geralmente nublado, com algumas abertas” relata o que se passou entre 1980 e 1985, desde a primeira telenovela portuguesa à epopeia de um navio cargueiro que encalhou  mesmo frente ao Terreiro do Paço ou o surgimento do Multibanco, passando pela morte de Sá Carneiro. A segunda parte, “O campeonato da Europa”, vai de 1985 a 1987 e lembra o processo de adesão à CEE, a desgraça da Selecção em Saltillo, o nascimento das rádios locais, as noites do Frágil ou os programas de António Sérgio. A terceira parte, “A carga pronta e metida nos contentores”, apanha o final da década, de 1987 a 1990, fala do nascimento do “Independente” e da escrita de Miguel Esteves Cardoso, do incêndio do Chiado e do primeiro grande concerto de estádio, além da adesão à CEE e do governo de maioria absoluta de Cavaco Silva. Para além das 500 páginas da História da década, há mais cem com uma detalhada cronologia, referências bibliográficas, um indíce remissivo, notas finais e agradecimentos. Pedro Boucherie Mendes é jornalista, trabalhou em jornais e revistas, fez programas de rádio e na SIC dirige canais temáticos. A sua escrita é escorreita e detalhada e percorrer as memórias desta década com ele, para mim que a vivi em pleno, foi um prazer. Sempre considerei que os anos 80 foram a década em que muita coisa mudou, e para melhor, em Portugal. De certa forma parecia que a criatividade que tinha explodido noutros países na década de 60 alcançava Portugal com 20 anos de atraso. É essa história que este livro conta, de forma exemplar. Edição D. Quixote.

 

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ALMANAQUE  - Hoje estas linhas são inteiramente dedicadas ao território nacional. Começo por referir que Tyler Brulé,  editor da revista “Monocle”, elogiou na sua newsletter semanal o Centro Comercial das Amoreiras, destacando algumas lojas e a sua dimensão - “It’s on the tiny side by modern retailers’ standards – and that’s why it works”. A seguir passo para um restaurante, dentro de um novo hotel que abriu recentemente em Lisboa, entre a Rua de Santa Marta e a Camilo Castelo Branco, após uma bem conseguida recuperação de um antigo convento do século XVII. O Hotel é o Locke de Santa Marta e o restaurante é o Joana, liderado pelo chef Nuno Mendes, que fez boa parte do seu percurso em Londres. A carta baseia-se em produtos muito bem escolhidos e confeccionados, com propostas simples, algumas surpreendentes mas sem pretensiosismos, e o serviço é irrepreensível. Para terminar o MUDE reabriu finalmente as portas com a exposição “Para Que Servem as Coisas - peças do acervo MUDE de 1900 a 2020” (na imagem, foto de Luísa Ferreira). de entre as cerca de 500 peças de mobiliário, design gráfico e objectos, destaco, para os cinéfilos, o conjunto de trabalhos realizados pelo designer gráfico José Brandão para o filme “Kilas, o Mau da Fita”, de José Fonseca e Costa. O Museu do Design fica na Rua Augusta 24 e esteve encerrado durante os últimos oito anos.

 

DIXIT - “Uma ministra que não sabe falar não pode ser ministra” - João Miguel Tavares, sobre a Ministra da Administração Interna.

 

BACK TO BASICS - “Mais vale estar calado e passar por tolo do que falar e provar que é mesmo tolo “ - Abraham Lincoln

 

A ESQUINA DO RIO É PUBLICADA SEMANALMENTE, ÀS SEXTAS, NO SUPLEMENTO WEEKEND DO JORNAL DE  NEGÓCIOS



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