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COMO VÃO AS AUDIÊNCIAS DA RÁDIO? - O rastreio das audiências de rádio é feito pela Marktest e dele resulta o Bareme Rádio que permite medir o alcance de cada estação, a audiência de véspera e o share de ouvintes e ainda o total dos que ouvem rádio. Os números mais recentes, relativos ao final de Junho, indicam que o grupo Bauer Media (Ex Media Capital Rádios, que engloba a Rádio Comercial, M80, Cidade FM, Smooth e Batida) tem um share global de 43,8% e lidera o mercado. Em segundo lugar vem o Grupo Renascença, com 26,3% de share global nas suas três estações: RFM, RR e Mega Hitz. O grupo RTP (Antena 1, Antena 2 e Antena 3) tem 7,4% de share. Por estações a mais ouvida é a Rádio Comercial, com um share de 25,7%, seguida pela RFM com 17,1% e a M80 com 10,1%. A Antena 1 tem 5,4% de share, a TSF 2,4% e a Rádio Observador 2%. Hoje em dia o consumo de programas de rádio faz-se não só nos aparelhos de telefonia, mas também em streaming. E segundo o Bareme Marktest mais recente,  cerca de 3,5 milhões de pessoas afirmaram ouvir rádio pela internet. Este estudo da Marktest analisou ainda o perfil dos indivíduos que costumam ouvir rádio online: os ouvintes entre os 25 e os 54 anos são cinco vezes mais que os ouvintes com mais de 64 anos. E em termos de classes sociais nas classes alta e média alta há 62.2% que ouvem rádio online e apenas 16,7% da classe baixa. Por último, também segundo a Marktest, há cerca de 2,4 milhões de pessoas que dizem ouvir podcasts, a maioria entre os 15 e os 24 anos e de classe alta.



SEMANADA - Em 2023 estiveram sob escuta 10553 telefones; um estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos indica que mais de metade dos portugueses considera que o combate à corrupção é totalmente ineficaz; segundo o mesmo estudo nove em cada dez pessoas consideram que a corrupção é um problema grave e que os clubes de futebol, partidos, câmaras e governos são os casos mais referidos; o custo médio de habitação por metro quadrado em Lisboa é 25% mais caro que em Madrid; em julho passaram pelo aeroporto de Lisboa 3,32 milhões de passageiros, o número mais elevado de sempre; o Estado tem 300 casas para guardas prisionais desocupadas;  em seis anos mais do que duplicou o número de estrangeiros legais em Portugal, passando de 480.300 em 2017, para mais de um milhão no ano passado; 14% dos alunos dos ensinos básico e secundário são de origem estrangeira; hoje já há 140 mil alunos migrantes, de 187 nacionalidades diferentes; os chumbos a matemática aumentaram e 29% dos alunos do nono ano não passaram nessa disciplina; matemática, inglês e português foram as disciplinas em que as negativas no oitavo e nono ano mais subiram; um terço das escolas já abandonou o uso de manuais digitais; o consumo anual per capita de peixe dos portugueses é de 59,9 kgs, mais do dobro da média europeia, e Portugal importa dois terços do peixe que consome.

 

O ARCO DA VELHA - Apesar de a Lei da Paridade de 2019 exigir que 40% dos candidatos a quaisquer eleições sejam do sexo feminino, o número de mulheres eleitas para a Assembleia da República, presidência de autarquias e Parlamento Europeu tem vindo a diminuir.

 

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A FOTOGRAFIA - William Klein é um dos mais importantes nomes da fotografia e a sua obra, que se estende do fotojornalismo à moda, caracteriza-se por  uma observação irónica da realidade. Os  trabalhos para revistas de moda como a Vogue ou as suas reportagens em grandes cidades de todo o mundo trouxeram-lhe notoriedade. Não se ficou na fotografia: realizou filmes de ficção e documentários e até anúncios de televisão. O MAAT apresenta agora sob o título “O Mundo Inteiro É Um Palco”, a exposição originalmente organizada por David Campany para o International Center of Photography, de Nova Iorque, em 2022, sob o título “YES: Photographs, Paintings, Films 1948-2013”. Klein, que morreu aos 96 anos em Setembro de 22, ainda acompanhou o nascer desta exposição e trabalhou com o curador da exposição, David Company, daí resultando um livro-catálogo de que o MAAT edita uma versão portuguesa, em simultâneo com a apresentação da exposição. Ao todo são mostradas cerca de 200 obras das várias áreas que tocou: fotografia de rua, moda, cinema, produção editorial, mostrando a sua visão sobre cidades como Nova Iorque, Paris, Roma, Moscovo e Tóquio. Na imagem uma fotografia efectuada em Moscovo em 1959. As imagens fotográficas de Klein são o eixo dorsal desta exposição organizada em cinco secções: Olhar para trás, Gestos materiais, Tóquio, Filmes e Juntos. A exposição de William Klein estará patente no MAAT Central Tejo até ao início de Fevereiro. Esta semana o MAAT inaugurou outras duas exposições: “Black Ancient Futures”  que reúne obras de 11 artistas da diáspora africana, alguns apresentados pela primeira vez em Portugal, e “Inverted On Us” de Catarina Dias.

 

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ROTEIRO - O destaque desta semana vai para a exposição “Ninfas e Faunos” de Ana Mata, que está na Galeria 111 (Rua Dr. João Soares 5B, no Campo Grande). A exposição, a primeira da artista nesta galeria, reúne pinturas e gravuras feitas entre 2021 e 2024 (na imagem). Em paralelo foi também lançado em parceria com a galeria, um livro de artista, “Carta de Florença”. A 6ª edição do Festival Imago Lisboa está a decorrer com o tema central “Action For A Green Future”. O Festival, que decorre até Dezembro, tem uma extensa programação em diversos locais de Lisboa e todas as informações estão em imagolisboa.pt . Na galeria 3+1 (Largo Hintze Ribeiro 2, Lisboa) Carlos Noronha Feio expõe os seus novos trabalhos na exposição “Milk and “Honey”. Na galeria  No-No (Rua de Santo António à Estrela 39A) Pedro Pascoinho apresenta “RES”. Na Balcony (Rua Coronel Bento Roma 12A) inaugura dia 21 a exposição “Telúricos” de Manuel Aja Espil. E no Atelier Museu Júlio Pomar (Rua do Vale 7)  continua até 24 de Novembro a exposição “Revoluções 1960-1975” que mostra um período particularmente importante da obra de Pomar.

 

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UM LIVRO ESPECIAL - Em1961 Jorge de Sena havia juntado vários dos seus escritos numa colectânea a que deu o título “O Reino da Estupidez”. Mais de década e meia depois, em 1978, já sem censura, Jorge de Sena compilou “O Reino da Estupidez II” que reúne um conjunto de textos que antes do 25 de Abril de 1974 não poderiam ter sido publicados e que satirizam situações ou problemas portugueses, brasileiros ou americanos, denunciando «contradições ridiculamente significativas, para glória e ilustração da estupidez sempre reinante». Esta notável selecção de textos teve agora nova vida graças à colecção “Novas Edições de Jorge de Sena”, que a editora Guerra & Paz tem vindo a fazer. Na maioria dos casos, o autor discorre sobre temas não-literários, excepção feita em «O Fantasma de Camões», um texto onde Sena dialoga com o poeta defunto e lhe fala «do muito que dele há sido escrito». São 16 escritos que, segundo o próprio Jorge de Sena, constituem uma colecção «amplamente instrutiva e divertida, de ensaios e outros textos de notabilíssima qualidade cultural, altíssimo valor educativo e palpitantíssima actualidade, interessando igualmente a homens, mulheres, soldados e crianças (...) de todos os partidos e inteiros em mais de um país “. O meu capítulo preferido é “O festival da besteira”, onde Jorge de Sena escreve que a cultura portuguesa é cheia de colarinhos de goma, faces emaciadamente encaracoladas, cabelos rigidamente penteados”.

 

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ELECTRO BARROCOMax Richter é um compositor alemão naturalizado britânico, que estudou composição e piano na Universidade de Edimburgo. “In a  Landscape” , o novo disco é o nono da sua carreira. O primeiro disco, “The Blue Notebooks”, foi lançado há cerca de 20 anos e ao longo destas duas décadas Richter tem feito discos a solo e composto bandas sonoras para séries de televisão e filmes, bailados, performances artísticas, exposições e até passagens de modelos. Neste novo trabalho, “In A Landscape”, Richter conjuga a electrónica com instrumentos acústicos. A sua música é tensa, por vezes a acentuar o dramatismo da observação que fez do mundo à sua volta, e este disco é bem o retrato da evolução de um músico que reflecte sobre as grandes questões da vida. O desespero que se ouve em algumas das 19 faixas do disco bem poderia ser a banda sonora perfeita para a novela das negociações do Orçamento de Estado. Aliás a primeira faixa, “They Will Shade Us With Their Wings”, é perfeito para acompanhar o ballet dançado à nossa frente por Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro. Mas regressemos a “In A Landscape” - o álbum foi sendo construído ao longo do tempo, muito em torno de uma peça em cinco andamentos que é a marca deste trabalho- “Life Study”. Um quinteto de cordas, um piano de concerto, um orgão Hammond, um MiniMoog, e diversos instrumentos e aparelhos electrónicos (vocorder, sistemas de delay e reverb) foram utilizados. O trabalho de Richter começa sempre por frases musicais simples que vão criando melodias e evoluindo a ritmos diferentes. Sob um mesmo pano de fundo sonoro, as composições crescem diversas, mas numa mesma linha comum, às vezes evocando sonoridades barrocas num trabalho que ganha outra vida graças aos sons electrónicos. 

 

LÁ FORA - Uma sugestão para o ex-Primeiro Ministro António Costa, para os nossos deputados no Parlamento Europeu e para os portugueses em Bruxelas: no Wiels Contemporary Art Centre a artista portuguesa Ana Jotta expõe até 5 de janeiro uma série de desenhos pinturas e obras em diversos suportes sob o título genérico “On peut…on peut encore”. Se estiver em Londres não perca na National Gallery, até 19 de Janeiro,  “Van Gogh:Poets And Lovers”, que o Guardian considera já ser a exposição do ano na capital britânica. E para terminar, em Madrid, no Museu do Prado, pode ver uma das grandes obras de Caravaggio, o quadro “Ecce Homo”, que estará em exibição até Fevereiro de 2025.

 

DIXIT - ”Em nome do bom senso e da racionalidade e com negociação ou sem negociação, o PS deve aprovar o OE 2025. Não obterá nada de palpável em termos políticos. Também nada terá a perder, mas ganha seguramente a credibilidade e o respeito que os portugueses mais moderados e sensatos estão desejosos de ver na política portuguesa.” - Eduardo Marçal Grilo

 

BACK TO BASICS - “A competição é só civilizadora enquanto estímulo; como pretexto de abater a concorrência, é uma contribuição para a barbárie” - Agustina Bessa-Luís.

 

A ESQUINA DO RIO É PUBLICADA SEMANALMENTE, ÀS SEXTAS, NO SUPLEMENTO WEEKEND DO JORNAL DE  NEGÓCIOS



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