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O PIOR CEGO É O QUE NÃO QUER VER - A posição assumida pelo PCP sobre a invasão da Ucrânia pela Rússia (e também pelo Bloco de Esquerda) resume-se a isto: aparentemente, dizem de dentes cerrados, Putin não é boa pessoa - mas a Rússia é ainda a mãe de todas as virtudes e, sobretudo, é ainda o garante contra os abusos ocidentais. Entre os abusos ocidentais, dizem, estão a União Europeia e a NATO. Estas almas gostariam que a Rússia pudesse agir como quer sem críticas nem oposição e Putin também não gosta de oposição, como se sabe. No fundo apoiam a reconstituição do império soviético por isso defendem a invasão da Ucrânia e o expansionismo russo. Para o conseguirem fazem um exercício de contorcionismo que tenta separar o comportamento de Putin do que é a política russa. Deixam críticas a Putin, mas aplaudem a invasão que ele ordenou. Analisam o que se passa como se a política de Putin e do Estado Russo fossem coisas diferentes. Esta gente e os seus porta-vozes habituais omitem as ligações de Putin e da política externa russa dos últimos anos: o apoio à extrema direita um pouco por toda a Europa, as ajudas dadas por Putin a Trump, a Viktor Orbán e a outros. Até na Rússia se levantam numerosas vozes contra a política de Putin mas o PCP (e o Bloco)  permanecem irredutíveis no seu apoio. É bom que nos lembremos disto, para memória futura. Mesmo em política a cegueira e a hipocrisia têm limites. Na foto desta página está um cartaz da autoria do publicitário Manuel Soares de Oliveira - uma imagem vale mais que mil palavras.

 

SEMANADA - Os sectores onde existe maior dificuldade em encontrar e contratar mão de obra são a construção, logística, tecnologias e turismo; nos últimos cinco anos 14% das casas em Portugal mudaram de mãos e nos concelhos à volta das grandes cidades o número aumenta para entre 20 a 30%; desde o início do ano a importação de electricidade cresceu 141%; a seca transformou a ilha do castelo de Almourol, no Tejo, numa península ; a taxa de inflação em Portugal acelerou para 4,2% em fevereiro, contra os 3,3% verificados em janeiro, o valor mais alto dos últimos anos; em fevereiro o preço das matérias primas na Europa subiu 5,4%;  a população portuguesa é a segunda na Europa com a média de idade mais elevada; entre Abril e Junho de 2021 a Autoridade para as Condições do Trabalho detectou cinco empresas que racionavam água dada a imigrantes que trabalhavam nos campos nas estufas de Odemira; há cerca de 40 milhões de euros de propinas em atraso no ensino superior e as dívidas de estudantes cresceram durante a pandemia; desde que em Cascais, por iniciativa do Município, os transportes públicos são gratuitos, o número dos seus utilizadores aumentou 10% em dois anos; os custos dos transportes públicos gratuitos são cobertos pelas receitas dos parques de estacionamento do concelho.



O ARCO DA VELHA - A Procuradoria Geral da República tem fragilidades na cibersegurança porque o Ministério da Justiça se atrasou na adaptação da sua estrutura orgânica.

 

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FOTOGRAFIAS - Antes de ser um realizador de filmes como “2001: Odisseia no Espaço”, “Laranja Mecânica”, “Lolita” ou “Eyes Wide Shut”, Stanley Kubrick foi um fotojornalista aclamado. Ainda adolescente começou a trabalhar para a revista “Look”, rival da “Life”, e onde publicaram grandes nomes da fotografia mundial. Kubrick realizou centenas de reportagens para a “Look” entre 1946 e 1951. Agora, e  até 22 de Maio, no Centro Cultural de Cascais, pode ser vista uma exposição de fotografias de Stanley Kubrick para a “Look”, intitulada “Through A Different Lens”. Com curadoria de Sean Corcoran e Donald Albrecht a partir dos arquivos do Museum of the City of New York, a exposição apresenta 130 fotografias, muitas delas nunca publicadas. Nestas imagens, Kubrick mostra a sua visão da vida em Nova Iorque e na América, durante esses anos, captando a essência de uma cidade em transformação após a Segunda Guerra Mundial, assim como a intensidade da vida quotidiana. Outras exposições a ver: no Museu Nacional do Teatro e da Dança, até 13 de Março, há 26 fotografias do estúdio de Silva Nogueira, retratos de nomes célebres dos palcos de Lisboa, feitos entre 1920 e 1940, a nomes como Beatriz Costa, Brunilde Júdice, Ilda Stichini, Luísa Santanela e Francis Graça, entre outros. No Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa, Rua da Palma 246, Luís Pavão mostra um trabalho que iniciou há duas décadas, fotografando , de uma perspectiva pouco usual, as árvores das ruas.  “Pela Fresca Sombra das Árvores de Lisboa” é o título da exposição que estará patente até 29 de Abril.

 

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A VIDA EM PAPEL IMPRESSO - Há pouco tempo, quando estava a ler um artigo sobre  a relação que hoje existe entre os diferentes suportes de mídia, vi uma declaração que me chamou a atenção - mesmo nesta altura de explosão do digital e de redes sociais, uma coisa é certa: se uma coisa não for impressa, na realidade não existe. Vem isto a propósito de uma experiência rara em Portugal , exemplar na forma como combina a utilização do digital com uma revista trimestral, alargando a sua acção para outras áreas como a formação, a organização de iniciativas, conferências e debates em várias áreas e ainda a promoção de estudos. Aquilo de que falo chama-se Gerador, uma associação cultural sem fins lucrativos fundada em 2014. Tiago Sigorelho, que é o Presidente da Direcção da Associação Gerador, define a Associação como uma plataforma independente de jornalismo, cultura e educação. A revista Gerador  reivindica fazer jornalismo lento, “como contraponto da urgência dos tempos que nos envolvem”. A primeira edição deste ano, com a data de Fevereiro passado, tem por tema a relação existente entre o centro e a periferia nos dias de hoje, com reflexos na mobilidade, poder e segregação nas cidades. Outros temas são um olhar para a geração Z, através de um trabalho que segue como 10 alunos do Liceu Camões olham para o mundo e também um olhar para o conceito de “Ciência Cidadã”, que aborda a participação pública, acessível a qualquer pessoa, na investigação científica. A capa desta edição (na imagem) é uma ilustração de Jorge Charrua. A revista tem colaboradores como o músico Benjamim, o programador do festival Bons Sonhos Luís Sousa Ferreira, o humorista Carlos Manuel Pereira ou  a sexóloga Marta Crawford, entre outros. E depois há convidados para cada edição como Cristina Luís, uma bióloga que trabalha na área da História e Comunicação da Ciência ou Mauro Wah, um dinamizador de actividades comunitárias. Destaque ainda para o portfólio fotográfico de João Azevedo e um portfólio de ilustrações de Patrícia Shim. Mas além da revista o Gerador é também um site, gerador.eu , onde surgem outras iniciativas como a Academia Gerador, o prémio insties (instagram), uma grande diversidade de opiniões na secção “Gargantas Soltas” ou a estudo Barómetro da Cultura que este ano terá a sua quarta edição.

 

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O AMIGO SECRETO -  Tinha saudades de ouvir Elvis Costello e o novo disco, o 32º álbum de estúdio que grava desde 1977. Aqui estão 13 novas canções, onde a sua voz e guitarra são acompanhadas por The Imposters, num exercício de afirmação sobre como conciliar a tradição, a sensibilidade das baladas e a energia do rock. Sempre a meio caminho entre a observação cínica do que o rodeia, a desilusão pelo estado do mundo e o elogio daquilo que o entusiama, Costello continua a fazer grandes canções. Este novo álbum, “The Boy Named If (And Other Children’s Stories)” traz vários momentos mágicos. Uma das canções mais tocantes é “The Death Of Magic Thinking”, que evoca o título de um romance de Joan Didion (“The Year Of Magic Thinking”), mas há outras como “The Man You Love To Hate” ,  “Paint The Red Rose Blue”, “The Difference”, a canção título “The Boy Named If” ou, já agora o tema inicial, “Farewell, OK”, uma espécie de declaração de princípios inicial que parece deixar uma mensagem clara: ando há mais de 40 anos nisto e ainda não me cansei. Numa entrevista recente a uma revista britânica Elvis Costello afirmou que “the boy named if” é como que uma “alcunha para um amigo imaginário, o nosso eu secreto que conhece tudo aquilo que negamos, aquele que culpamos pelos disparates que fazemos e pelos corações - até mesmo o nosso - que quebramos”.

 

UM FESTIVAL DE COZINHA TRADICIONAL - Com a ajuda de amigos vou pesquisando restaurantes onde a comida tradicional é acarinhada. Tenho tendência a preferi-los aos locais da moda e aos disfarces com conceito que em geral apostam mais na decoração do que naquilo que servem aos clientes e na forma como os acolhem. Esta semana descobri mais um na margem sul, em Sarilhos Grandes, perto do Montijo. O “Girassol” é uma casa antiga mas que foi sofrendo ampliações e melhoramentos ao longo dos anos, permanecendo na mesma família - agora com a mãe ao leme na cozinha e a filha a garantir que na sala tudo se passa como deve ser. As entradas do “Girassol” são boas para partilhar - o que aconteceu com uma perdiz de escabeche muito bem temperada e generosa na carne da ave e com um polvo à galega, entrada quente, com as finas fatias de polvo sobre um puré de batata. Antes, na mesa, estava uma tomatada como há muito não provava, umas excelentes azeitonas e ainda um cesto de bom pão. Na lista de entradas há ainda petiscos como cabeça de xara, alcachofras confitadas com gambas, línguas de bacalhau com molho vinagrete, ovos com farinheira em massa folhada ou uma morcela de arroz crocante com hortelã. Nas carnes há um rabo de boi estufado, muito bom, pezinhos de porco de coentrada, e por vezes, aba de costela, cozinhada muito lentamente, ou ensopado de borrego. Os acompanhamentos servidos foram grelos salteados, batatas fritas e um esparregado exemplar. A lista é toda uma história de cozinha portuguesa, onde não faltam empadas, ensopado de enguias, filetes ou pastéis de massa tenra. A doçaria é também um caso sério, desde um folhado com doces de ovos até um abade de priscos. Garrafeira bem fornecida, serviço simpático mesmo com a casa cheia, uma das salas decorada com motivos tauromáquicos, ou não estivéssemos perto do Montijo. O “Girassol” fica na Avenida 5 de Outubro, em Sarilhos Grandes, e tem os telefones 212891820 e 910288999. Encerra às terças e domingo à noite.

 

DIXIT - “A crença no diálogo e cooperação com as ditaduras está a dar resultados nefastos” - António Barreto.

 

BACK TO BASICS - “Não consigo prever o que vai fazer a Rússia. É um enigma embrulhado num mistério dentro de um enigma” -  Sir Winston Churchill




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