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Quando em Outubro do ano passado Elísio Sumavielle decidiu sair a meio do mandato como Presidente do CCB, sendo substituído por Francisca Carneiro Fernandes, não me lembro de ter ouvido ninguém a requerer transparência sobre o sucedido, que levou Sumavielle a afastar-se . Agora, desde um artigo da revista “Sábado” de 3 de Outubro deste ano, já se sabe que a sua saída foi motivada pela recusa em aceitar a sugestão do então Ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, sobre a entrada de Aida Tavares no CCB. Logo após a saída de Sumavielle, que fez um exemplar trabalho de gestão e de abertura a novos públicos do CCB, a primeira medida de Francisca Carneiro Fernandes, foi admitir Aida Tavares, criando um novo cargo expressamente para ela, atendendo assim aos desejos do Ministro e de António Costa, de que Tavares é uma convicta apoiante. O novo cargo tem um nome pomposo: directora artística para as artes performativas e pensamento. Na sequência da admissão de Aida Tavares foram afastadas a directora de artes performativas, Paula Fonseca, e Margarida Serrão, coordenadora de produção e direcção de cena. Ninguém pediu explicações sobre a substituição destas duas experientes profissionais, nomeadamente nenhum dos agora indignados pelo afastamento de Francisca Carneiro Fernandes, uma especialista na gestão de lobbies da área, e cuja orientação geral é um produto típico do pensamento Woke. Sobre esta senhora tive logo uma péssima impressão na sua primeira intervenção pública no CCB, aquando da inauguração, em Março, da exposição de Patti Smith e Soundwalk Collective, um projecto que tinha sido acarinhado, viabilizado e concretizado por Elísio Sumavielle. A Sra. Francisca falou nessa inauguração como se não tivesse existido no CCB ninguém antes dela, sem referir uma única vez que estava a inaugurar uma herança deixada pelo seu antecessor, no que foi aliás secundada pelo seu colega de administração, Delfim Sardo. São coisas assim que definem o carácter - ou falta dele - de uma pessoa. Mas sobre isto, claro, ninguém se pronuncia. A transparência é uma coisa que só dá jeito de vez em quando, não é?
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