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DIVERGÊNCIAS - Esta semana dei comigo a pensar que vivemos a duas velocidades: o país tem uma política, Lisboa tem outra. No país a geringonça esforça-se por promover a inclusão e regista melhores resultados que os esperados; em Lisboa o PS promove a exclusão, incentiva a gentrificação da cidade, afasta os habitantes para a periferia. António Costa e Fernando Medina parecem o polícia bom e o polícia mau das velhas histórias. Lisboa vive debaixo de uma chuva de milhões de receitas trazidas pelo turismo e pela aplicação de novas taxas e comporta-se como um novo rico esbanjador. A desproporção entre os investimentos sociais e os gastos em decoração e festarolas é enorme. A EGEAC, a empresa municipal que gere a área da Cultura, é um particular exemplo de delírio, aplicando a régua e esquadro o princípio medinista de que tudo deve acontecer ao mesmo tempo, não olhando a custos nem a propósitos. No meio de tudo isto espanto-me, é claro, com o silêncio cúmplice dos Cidadãos por Lisboa, a muleta eleitoral que Costa usou nas anteriores autárquicas e que de insubmissos passaram a cordeirinhos sossegados nos corredores do poder. O que vale a Medina é o despautério em que a oposição se encontra, e os comportamentos de outros candidatos, oscilando entre as gaffes e a ausência. Medina, o senhor milhões, tem no entanto uma incógnita: nunca antes foi ele próprio directamente a votos. E continua sem formalizar a sua candidatura, obviamente para ir fazendo campanha, gastando os milhões que não são seus e fingindo que está apenas a cumprir funções.
SEMANADA - A inspecção geral das Finanças demorou um ano a fazer sínteses de uma página de dez auditorias prontas em 2015; segundo dados do Eurostat, ajustado ao poder de compra, Portugal lidera a lista dos países da União Europeia com preços mais caros tanto na eletricidade como no gás; os indicadores de crescimento económico são positivos e prevê-se um crescimento de 2% no PIB; dados do Banco de Portugal indicam que os portugueses estão a faltar mais ao pagamento do crédito ao consumo, sobretudo nos cartões de crédito, e que duplicaram as irregularidades nos bancos; Marcelo Rebelo de Sousa alertou contra o deslumbramento dos números e sublinhou que após a viragem económica é altura de atacar os problemas estruturais; em Portugal registam-se doze mil novos casos de cancro da pele por ano; segundo o Ministério Público os instrutores dos comandos sabiam que estavam a pôr vidas em risco na prova de instrução que causou duas mortes em Setembro de 2015; a revisão da Lei Eleitoral prevê o fim do número de eleitor e a sua substituição pelo cartão de cidadão com recenseamento automático; a detida mais velha do país, tem 89 anos, é brasileira e está em prisão preventiva por suspeita de ter vendido por 300 mil euros um prédio em Lisboa que não era seu; nos primeiro três dias após a vitória na Eurovisão Salvador Sobral foi citado em 1.641 notícias em todo o mundo e foi na Alemanha que teve direito a mais referências nas notícias; na semana passada a RTP1 ficou em segundo lugar das audiências, o que já não acontecia há muito tempo.
ARCO DA VELHA - A Guarda Nacional Republicana apreendeu 708 mil euros em dinheiro, 36 quilos de droga e dezenas de armas nos quatro dias em que as fronteiras foram controladas pelas autoridades, no âmbito da visita do papa Francisco a Portugal.
FOLHEAR - A revista “Holiday” foi das primeiras grandes publicações dedicadas a viagens e na sua época áurea, os anos 50 e 60 do século passado, contou com grandes nomes entre os seus colaboradores, como Truman Capote, Jack Kerouac e Graham Greene. Em final de 1977 a “Holiday” fechou e 37 anos depois regressou num formato bi-anual, com um enfoque grande em moda usando apenas as viagens e os locais como pretexto. Franck Durand, um Director de Arte francês, é o impulsionador desta nova série, que é publicada duas vezes por ano em Paris, em língua inglesa. A edição da Primavera-Verão 2017, tem por tema a California- a terra onde está Silicon Valley, Hollywood e, claro, Los Angeles. Esta é a verdadeira “promised land” do imaginário americano, o espaço onde tudo é possível, dessde a corrida ao ouro de meados do século XIX ao despontar da contra-cultura em meados dos anos 60 e o explodir da tecnolgia no final do século passado e no início deste. É a região onde criatividade e liberdade andam de mãos dadas e dão bom dinheiro a ganhar - um combinação improvável mas, neste caso, verdadeira. O que esta edição da “Holiday” propõe é uma viagem pelo wild west, que foi primeiro um território espanhol, depois parte do México e finalmente um estado da União - Zorro, no fundo, era apenas um independentista. As fotografias de Bruce Weber mostram este Oeste sob o pretexto da moda local, o portfolio sobre a Getty Villa exibe o esplendor dos anos 50, a história de David Hockney em Los Angeles e Hollywood nos anos 60 conta a aventura de um tempo. E há ainda as fotografias de rua de Bruce Davidson, a história de como F. Scott Fitzgerald entrou no mundo do cinema e, por fim, um roteiro da viagem por estrada de São Francisco a Los Angeles. São 280 esplêndidas páginas.
VER - Esta é a semana da ARCO, a feira de arte que Madrid exportou para Lisboa, e que vai na sua segunda edição, entre polémicas na selecção dos galeristas e um grande impacto público. Ao mesmo tempo da Feira decorrem uma série de actividades em paralelo, como a inauguração de novos espaços (a Galeria Francisco Fino no Beato ou a madrilena MaisTerraValbuena, em Alvalade - os dois dinâmicos pólos de arte da cidade). A ARCO decorre na Cordoaria, tem 58 galerias, 23 delas portuguesas. No ano passado a ARCO Lisboa foi visitada por 13 mil pessoas, este ano espera-se que o record seja batido até domingo às 18h00, quando encerrará a edição deste ano. Logo à entrada José Pedro Croft, o artista escolhido para representar Portugal este ano na Bienal de Veneza, apresenta três peças inéditas no stand da Galeria Vera Cortês e Paulo Nozolino, representado pela Quadrado Azul, será o único português na Photo España. Do numeroso programa de actividades paralelas à ARCO destacam-se as novas exposições no MAAT, uma nova exposição nas Carpintarias de São Lázaro onde a galeria Belo-Galsterer apresenta “Shadows” de Alfredo Jaar e, na sexta feira, a inauguração de “Uma Pintura e Uma Floresta”, de Pedro Cabrita Reis, no Pavilhão 31 do Hospital Júlio de Matos e que lá ficará até 30 de Junho, pela mão da Galeria João Esteves de Oliveira.
OUVIR - Meio mundo descobriu Salvador Sobral no sábado passado graças à vitória no Festival da Eurovisão. Conhecido sobretudo por ter participado em alguns programas de televisão antes do Festival, uma faceta menos conhecida da sua actividade musical é o disco que lançou no final do ano passado, “Excuse Me”. Trata-se de um surpreendente CD com 12 temas, sete dos quais originais do próprio Salvador Sobral e do venezuelano Leo Aldret. O álbum inclui versões de temas clássicos como “Nem Eu” (de Dorival Caymmi), de “Autumn In New York” (de Vernon Duke), “After You’re Gone” (de Henry Creamer e Turner Layton), “Ay Amor” (do cubano Bola de Nieve, aliás Ignacio Villa Fernandez) e, finalmente um tema da irmã, Luisa Sobral “I Might Just Stay Away”. Foi em Barcelona, quando estudou na escola Taller de Músics, que colaborou com a banda Noko Woi, formada por venezuelanos radicados em Barcelona e foi assim que conheceu Leonardo Aldrey, o venezuelano que co-produziu “Excuse Me”, com o pianista Julio Resende e o próprio Salvador Sobral. Sobre a forma como o cantor se revelou neste disco Miguel Esteves Cardoso escreveu: "A voz dele é límpida e aérea. Tem uma musicalidade irrequieta que se atreve a cantar por cima do canto. Canta como se toda a música dependesse dele. Cada canção é um tudo ou nada.". Aqui está uma boa altura para descobrir “Excuse Me” - CD edição Valentim de Carvalho.
PROVAR - Manter a qualidade daquilo que uma casa oferece aos seus clientes é mais que meio caminho andado para defender a reputação e fidelizar a clientela. Nos restaurantes a reputação é muitas vezes um bem que se degrada mas não é o caso nos grandes clássicos, como a Versailles, Ao longo dos anos esta pastelaria, casa de chá e restaurante conquistou clientes. A casa vai-se enchendo em levas sucessivas, desde as sete e meia da manhã até à meia-noite. Há bolos que são uma ameaça ao bom senso - como os caracóis, talvez os melhores de Lisboa. Junto ao Metro do Saldanha, a Versailles é ponto de encontro e é cenário de muitas reuniões e conspirações. A hora do almoço é particularmente concorrida - esplanada cheia, mesas cheias na entrada e na mezzanine, o longo balcão repleto. O balcão tem uma hierarquia - bolos e doces ao pé da porta, salgados lá para o fundo. Ao almoço mais de uma dezena de empregados afadigam-se só ao balcão e os clássicos da casa estão sempre a sair: os pastéis de bacalhau com feijão frade, os rissóis de camarão com salada russa e os famosos croquetes da casa com salada mista - também podem vir com batata frita e esparregado. Na realidade os salgados da Versailles proporcionam um infindável número de composições com as diversas saladas e acompanhamentos à escolha. Todos são fresquíssimos e bons - claro que os croquetes são especiais. Além disso a Versailles oferece outra coisa, além da comida: o espectáculo, que começa na decoração clássica, que tem sido bem preservada, e que passa sobretudo pelas pessoas e pela azáfama de quem lá trabalha. A Versailles não é apenas uma pastelaria ou um restaurante, é um mundo. Avenida da República 15A, telefone 213 546 340.
DIXIT - "É uma obra arriscada, por baixo de edifícios antigos e muito frágeis, isto vai provocar problemas complicadíssimos” - Pompeu Santos, engenheiro civil especialista em infraestruturas, sobre a decisão de construir as estações de metropolitano da Estrela e Santos.
GOSTO - Da instalação que Ana Pérez-Quiroga expõe no MAAT, uma casa de uma única divisão, em que todo o mobiliário e objectos foram desenhados pela artista. A casa, no interior do edifício da Central Tejo, pode ser alugada (duas noites, 50 euros).
NÃO GOSTO - Portugal está entre os cinco países com mais adolescentes obesos.
BACK TO BASICS - “Cada um de nós devia, todos os dias, ouvir uma pequena canção, ler um bom poema, ver uma obra de arte e, se possível, dizer algumas palavras com sentido” - Goethe
ESTADO - Há três verbos que definem a acção do Governo nestes primeiros seis meses de vida: revogar, demitir e nomear. Os três andam juntos e justificam-se uns aos outros em nome da alteração das políticas. Raramente um Governo terá feito de forma tão sistemática, em tão pouco tempo, tantas alterações de dirigentes de organismos públicos, interrompendo mandatos e substituindo anteriores responsáveis, independentemente do seu desempenho, por outros novos nomeados com o exclusivo critério da confiança política. Para usar uma expressão introduzida pelo Primeiro Ministro, parece que as vacas voadoras tomaram o freio nos dentes e se transformaram em drones, que voam sobre o Estado português, ocupando posições estratégicas na economia, na saúde, na segurança social, em todo o lado onde surja um pretexto para encaixar alguém sintonizado. As vacas voadoras deixaram de ser figura de retórica e são quem assumidamente reboca a geringonça. Aquilo a que assistimos é à tomada do aparelho de Estado por um partido, sem olhar a meios nem a competências. Aos poucos o Estado perde credibilidade e a célebre frase de Guterres, “no jobs for the boys” parece mais uma vez uma anedota de péssimo gosto. Há quem diga, elogiando, que António Costa reintroduziu a política na acção do Estado; creio que o que fez foi reintroduzir a politiquice e o aparelhismo, as duas degenerações senis da partidocracia.
SEMANADA - A greve dos Estivadores no Porto de Lisboa causa prejuízos superiores a 100 mil euros por dia; os sete operadores do Porto de Lisboa estão em situação de pré-falência; a actividade económica do Porto de Lisboa em 2015 foi metade da registada em 2012; o Governo pretende que as empresas cotadas em bolsa que, em 2018, não atinjam uma quota de 20% de mulheres nas administrações, tenham a cotação suspensa; um padre que dirigia uma instituição integrada na Casa do Gaiato foi acusado pelo Ministério Público de maltratar crianças e idosos; o subsídio de desemprego só chega a menos de 22% dos trabalhadores independentes; as exportações portuguesas tiveram o pior arranque do ano desde 2009; o investimento estrangeiro feito através dos vistos gold aumentou 45% até Abril deste ano; a Madeira aumentou os incentivos fiscais para atrair mais vistos gold; Cavaco Silva interrompeu o seu silêncio para dizer que “a política económica é demasiado importante para ser deixada aos políticos; o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, manifestou o desejo de que as eleições “autárquicas não venham interromper a governação”; o Estado está a cobrar mais 1,6 milhões de euros por dia em impostos sobre combustiveis e já arrecadou este ano mais de mil milhões de euros graças a eles; as obras da segunda circular, em Lisboa, vão começar em Junho, ainda com as obras do eixo central a decorrer e sem prazo de finalização apurado; as turmas do ensino profissional não entraram no cálculo da lotação das escolas públicas quando o Estado decidiu cortar o financiamento aos privados.
ARCO DA VELHA - Kátia Aveiro vai cantar na final da Liga dos Campeões, em Milão, neste sábado - e depois ainda há quem ande à procura das causas do mau tempo...
FOLHEAR - A edição de Junho da revista Monocle é dedicada ao mar, opção que atinge as várias secções. Talvez por isso a revista publica uma nota sobre Marcelo Rebelo de Sousa e o desenho que acompanha o texto de Joana Stichini Vilela sobre o novo Presidente da República, mostra um Marcelo de fato de banho e polo, com leves mocassins, como se fosse a caminho dos seus bem amados mergulhos no mar. É uma boa maneira de a Monocle assinalar o resultado das presidenciais portuguesas. Outras referências a Portugal surgem nesta edição. Mário Ferreira, da DouroAzul, fala das suas actividades de cruzeiros ao longo do rio e dos seus planos de expansão para o Brasil, com cruzeiros no Amazonas. É mostrado o exemplo da manutenção da construção artesanal de barcos num estaleiro, no Tejo, que usa técnicas tradicionais, fundado pela família Ferreira da Costa, e que hoje é dirigido por Jaime Costa, bem perto de Lisboa, e que continua a fazer lindíssimos barcos. Na área de sugestões a Monocle recomenda o turismo rural da Casa Agostos, em Santa Bárbara de Nexe, no Algarve, uma obra do atelier de arquitectura Pedro Domingos. Finalmente o portfolio de fotografias no fim da edição é dedicado a São Tomé e Principe e infelizmente não foi feito por quem melhor fotografou esse arquipélago nos últimos anos, Inês Gonsalves, que lá vive. Em vez disso a Monocle publica uns postais ilustrados sem grande graça - aqui está uma oportunidade perdida.
VER - No espaço da Fundação Carmona e Costa, na Rua Soeiro Pereira Gomes nº1, ao Rego, está patente até 9 de Julho uma mostra de obras em papel, de Pedro Calapez, feitas entre 2012 e 2016. Arriscaria dizer que são precisamente as obras mais recentes, já deste ano, concentradas numa única sala, que mostram uma alteração do modelo de trabalho de Calapez, abrindo novo horizontes de uma forma quase inesperada e surpreendente. Numa das outras salas está a instalação, aqui na imagem, que funciona como se um caderno de esboços ganhasse subitamente vida em quatro paredes. Outra exposição a ver reúne obras de Rui Sanches, Mitsuo Miura, e também Pedro Calapez, sob a designação comum de Backstories, na Fundação Arpaz Szenes - Vieira da Silva até 25 de Setembro. Aqui o mais marcante é o trabalho de Rui Sanches, na sala inicial, sobretudo os seus jogos de ilusão sobre o quotidiano. Dando um salto para fora do país, a portuguesa Cristina Ataíde volta a expor no Brasil, desta feita em Curitiba, na Galeria Ybakatu, até 30 de Junho, sob o título “Na Palma da Mão”, que agrupa desenhos e esculturas em alumínio ainda inéditas em Portugal; a seguir estará em São Paulo. Finalmente, para quem gostar de festejos numa certa aura de polémica entre críticos, artistas e galeristas, este é o fim de semana da primeira extensão da feira de arte Arco, de Madrid, a Lisboa. Está na Cordoaria até domingo dia 29 e 44 galerias de vários países, predominantemente Espanha e Portugal, mostram obras de cerca de uma centena de artistas, com bilhetes entre 15 e 25 euros.
OUVIR - Há alguma coisa de Bill Withers na forma como Gregory Porter canta. Depois do sucesso obtido com “Liquid Spirit”, que ganhou um Grammy, Porter regressou agora a um registo mais pessoal e intimista, numa produção discreta mas assente em temas sólidos, desde logo “Holding On”, que abre o novo álbum “Take Me To The Alley”. Porter tem uma voz e um estilo de interpretação tão marcantes que às vezes é preciso distanciarmo-nos para que possamos entender como ele evolui de disco para disco, sem perder a força natural que caracteriza a sua voz e que é a sua marca muito pessoal. Neste álbum Gregory Porter apresenta quase exclusivamente composições suas, canções que contam histórias da sua vida, do seu filho, da sua mãe, da família. Há aqui quase um regresso à tradição dos espirituais, o que faz com que este álbum pareça musicalmente menos variado e mais conservador do que “Liquid Spirit”. Na realidade, neste seu quarto disco, “Take Me To The Alley”, Gregory Porter optou por traçar o seu próprio caminho, com base nas suas histórias de vida, arriscando musicalmente, com maior influência do gospel e menos utilização das sonoridades da pop que lhe trouxeram a fama no disco anterior. Mas isso é também fruto de uma opção de produção rigorosa, com arranjos mais discretos, que fazem passar para primeiro plano o conteúdo das histórias pessoais presentes nas canções. CD Blue Note, Universal
PROVAR - A carne de javali não é das mais fáceis de cozinhar. Se mal preparada fica rija, seca e sensaborona. Se bem tratada, ganha fulgor. É o que acontece na Casa Nepalesa, um restaurante surpreendente das Avenidas Novas onde o javali com espargos verdes em molho de caril é uma belíssima descoberta. A mão amiga que lá me fez regressar tem também razão ao elogiar a qualidade da confecção do arroz basmati: a Casa Nepalesa utiliza exclusivamente a célebre marca Tilda, dos Himalaias, e assim consegue de facto um arroz de invulgar qualidade. A decoração evoca a origem dos fundadores do restaurante, o serviço é atencioso e irrepreensível. A garrafeira é de extensão moderada, com preços honestos e selecção cuidada. Há uma multidão de entradas tentadoras, propostas de peixe e vegetarianas, várias possibilidades com gambas de moçambique e com frango, para além dos pratos mais tradicionais de borrego e cabrito, tudo com a intensidade do picante a poder ser ajustada à preferência de cada um, Mas foi de facto a surpresa da combinação do javali com os espargos verdes e o caril que me conquistou. Para rematar provou-se um gelado de manga com pistácio, que se recomenda. Avenida Elias Garcia 172 A, (quase a chegar à Fundação Gulbenkian), telefone 217 979 797. É melhor marcar que a casa não é muito grande.
DIXIT - “A Câmara Municipal de Lisboa manifesta (...) um completo desrespeito por quem vive e trabalha na cidade e revela uma incompetência que não é admissível em quem gere uma capital europeia” - do comunicado do Automóvel Club de Portugal sobre as obras que que estão a piorar a circulação em Lisboa.
GOSTO - O Parque Eduardo VII ganha nova vida este fim de semana com o regresso da Feira do Livro, até 13 de Junho.
NÃO GOSTO - O défice orçamental quase duplicou no mês de Abril.
BACK TO BASICS - Só duas coisas são infinitas - o Universo e a estupidez humana - Albert Eisntein
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